Arquitetura Modular: Um Complexo Gastronômico e de Convivência

UNIVERSIDADE DA REGIÃO DE JOINVILLE - UNIVILLE ENGETEC - DEPARTAMENTO DE ARQUITETURA E URBANISMO

BRUNO GUSTAVO BRAZ

ARQUITETURA MODULAR UM COMPLEXO GASTRONÔMICO E DE CONVIVÊNCIA

Joinville - SC 2017

BRUNO GUSTAVO BRAZ

ARQUITETURA MODULAR UM COMPLEXO GASTRONÔMICO E DE CONVIVÊNCIA

Trabalho

de

conclusão

de

curso

apresentado ao Curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade da Região de Joinville – Univille, como requisito final para obtenção do título de Bacharel em Arquitetura e Urbanismo.

Orientador: Prof. Msc. João Barba Neto

Joinville - SC 2017

Dedico este trabalho a todos que cooperaram direta e indiretamente para sua conclusão, e a todos que dele puderem

tirar

proveito

para

enriquecimento da Arquitetura.

o

AGRADECIMENTOS A caminhada até este momento é longa e árdua. A presença e apoio de algumas pessoas é fundamental, durante todo este trajeto.

Agradeço imensamente a minha esposa Josiane Braz, pela compreensão aos momentos de ausência durante o desenvolvimento deste trabalho, bem como os momentos de manifestações de stress, devidamente por você apartados, além dos 5 esforçados anos de faculdade, vencidos juntos. Obrigado!

A todos os docentes do curso de Arquitetura e Urbanismo da Univille, que em todos os momentos, até nos puxões de orelha, evidenciavam a mensagem do aprendizado, em primeiro lugar. Também àqueles que não entregavam o ouro, incentivando o acadêmico à caminhar por conta própria. Em especial, ao professor Naum Alves de Santana, por sempre me inspirar, e meu orientador, que plantou a semente deste resultado.

Aos colegas de turma que compartilharam tantos momentos de esforço, diversão e satisfação. Aprendendo juntos o real significado do termo dead line, e compartilhando atividades enriquecedoras tanto para a graduação em Arquitetura e Urbanismo, quanto pela edificação (sem gracinha) da própria persona.

Aos meus familiares que foram tão carinhosos e atenciosos. Sempre bons ouvintes quanto aos novos aprendizados que, de tão simples e impressionantes, tinham de ser devidamente com eles compartilhados. Também aqueles que, quando através de simples questionamentos, involuntariamente me incentivaram a aplicar os conhecimentos aprendidos em sala.

Por fim, ao Grande Arquiteto do Universo.

BRAZ, BRUNO. Arquitetura Modular: Um Complexo Gastronômico e de Convivência. [Monografia] Joinville: Universidade da Região de Joinville – Univille, 2017.

RESUMO

Este trabalho apresenta o histórico da utilização da Arquitetura Industrializada, especificamente da Arquitetura Modular, aplicada em edificações. Através de revisão bibliográfica e análise de estudos de caso, evidencia a eficiência dos métodos construtivos modulares perante os métodos convencionais, principalmente no quesito sustentabilidade. A produção arquitetônica desta pesquisa visa evidenciar e fomentar a utilização de sistemas modulares no Brasil, onde ainda predomina o tijolo e argamassa. Para tal, se utiliza técnicas, conceitos e propriedades necessárias, pertinentes a Arquitetura e Urbanismo.

Palavras-chave: Arquitetura Modular – Módulos Container - Sustentabilidade

BRAZ, BRUNO. Modular Architecture: A Gastronomic and Coexistence Complex. [Monograph] Joinville: Universidade da Região de Joinville – Univille, 2017.

ABSTRACT

This work presents the history of the use of Industrialized Architecture, specifically of Modular Architecture, applied in buildings. Through bibliographic review and analysis of case studies, it shows the efficiency of the modular constructive methods before conventional methods, mainly in the sustainability question. The architectural production of this research aims to highlight and promote the use of modular systems in Brazil, where bricks and mortar still predominate. For this, it uses techniques, concepts and necessary properties, pertinent to Architecture and Urbanism.

Key words: Modular Architecture - Container Modules - Sustainability

LISTA DE FIGURAS Figura 1: Sistema Weatherboard.............................................................................. 15 Figura 2: O sistema Balloon Frame .......................................................................... 15 Figura 3: Coalbrookdale Bridge ................................................................................ 16 Figura 4: Palácio de Crtistal ..................................................................................... 17 Figura 5: Alojamento Portátil 2° Guerra Mundial Fonte: Design in Modular Construction 2010 .................................................................................................... 17 Figura 6: Catálogo Alladin Homes ............................................................................ 18 Figura 7: Esquem Alladin Homes ............................................................................. 18 Figura 8: Casa modelo Design Industrial.................................................................. 19 Figura 9: Casa modular de Joseph Eichler ............................................................... 20 Figura 10: AEG Factory ........................................................................................... 21 Figura 11: Gropius e Wachsmann Fonte: PREFAB ARCHITECTURE 2010 ............ 22 Figura 12: Junta Moludar de Wachsmann ................................................................ 22 Figura 13: Farnsworth House ................................................................................... 23 Figura 14: The Domino ............................................................................................ 24 Figura 15: Usonian Homes....................................................................................... 25 Figura 16: Casa Wichita ........................................................................................... 26 Figura 17: Casas Meudon ........................................................................................ 26 Figura 18: Case Study House .................................................................................. 27 Figura 19: House 8................................................................................................... 28 Figura 20: Zip-Up House .......................................................................................... 29 Figura 21: The Habitat ............................................................................................. 29 Figura 22: Nakagin Capsule Tower Fonte: PREFAB ARCHITECTURE 2010 .......... 30 Figura 23: House In Touril ........................................................................................ 33 Figura 24: Tipos de Container Marítimo ................................................................... 34 Figura 25: Container City ......................................................................................... 35

Figura 26: Módulo Fechado ..................................................................................... 37 Figura 27: Travamento do módulo ........................................................................... 37 Figura 28: Módulo Aberto ......................................................................................... 38 Figura 29: Módulo Aberto Rígido.............................................................................. 38 Figura 30: Fachada Modulada ................................................................................. 38 Figura 31: Módulos Pods ......................................................................................... 39 Figura 32: Boxpark Croydon exterior ........................................................................ 40 Figura 33: Boxpark Croydon Acesso ........................................................................ 41 Figura 34: Boxpark Croydon Implantação ................................................................ 41 Figura 35: Boxpark Croydon Aberturas .................................................................... 41 Figura 36: Boxpark Croydon Circulação ................................................................... 41 Figura 37: Boxpark Croydon elevação norte ............................................................ 42 Figura 38: Boxpark Croydon elevação sul ................................................................ 42 Figura 39: Boxpark Croydon Planta-baixa ................................................................ 42 Figura 40: APAP Open School Implantação ............................................................. 44 Figura 41: APAP Open School acesso ..................................................................... 44 Figura 42: APAP Open School Galeria .................................................................... 44 Figura 43: APAP Open School Observatório ............................................................ 45 Figura 44: APAP Open School Inserção .................................................................. 45 Figura 45: APAP Open School Fachada Leste......................................................... 45 Figura 46: Citizen M Hotel Fachada ......................................................................... 46 Figura 47: Citizen M Hotel Sobreposições ............................................................... 47 Figura 48: Citizen M Hotel Acomodações ................................................................ 47 Figura 49: Citizen M Hotel pátio interno ................................................................... 47 Figura 50: Citizen M Hotel Compatibilização ............................................................ 48 Figura 51: Citizen M Hotel Acabamentos ................................................................. 48 Figura 52: Citizen M Hotel Térreo ............................................................................ 48

Figura 53: Citizen M Hotel 1° Pavimento .................................................................. 49 Figura 54: Citizen M Hotel Acomodação Tipo .......................................................... 49 Figura 55: Citizen M Hotel Pavimento tipo ............................................................... 50 Figura 56: Citizen M Hotel Corte acomodação ......................................................... 50 Figura 57: Principais acessos de Joinville ................................................................ 52 Figura 58: Bairro América. Fonte: Joinville Bairro a Bairro 2017. ............................. 53 Figura 59: Faixa Etária bairro América ..................................................................... 54 Figura 60: Uso do Solo bairro América..................................................................... 54 Figura 61: Estabelecimentos Gastronômicos Max Colin x Visconde de Taunay. ...... 55 Figura 62: Usos Gastronômicos - Rua Max Coloin. .................................................. 56 Figura 63: Usos Gastronômicos - Rua Visconde de Taunay. ................................... 56 Figura 64: Gastronômicos - Duque de Caxias x Henrique Meyer. Fonte: Google My Maps ........................................................................................................................ 56 Figura 65: Points Gastronômicos rua Max Colin. Fonte: Google My Maps. .............. 58 Figura 66: Centralidades Gastronômicas. Fonte: Google My Maps.......................... 58 Figura 67: Ruína, Max Colin x Araquari, lote 13-20-32-06-0919. Fonte: Do Autor. .. 60 Figura 68: Baldio, Max Colin lote 13-20-32-06-1065. Fonte: Do Autor. ................... 60 Figura 69: Lote Resultante. Fonte: Do Autor. Base: SIMGEO .................................. 60 Figura 70: Classificação de Usos. Fonte: ver............... ............................................ 61 Figura 71: Direção dos ventos em Joinville .............................................................. 63 Figura 72: Trajetória Solar Solstício de Inverno ........................................................ 64 Figura 73: Trajetória Solar Solstício de Verão .......................................................... 64 Figura 74: Cobertura TPU. Fonte: Google My Maps. ............................................... 65 Figura 75: Qualidade Via, Max Colin. ....................................................................... 65 Figura 76: Qualidade Via, Timbó. Fonte: Google Street View. ................................. 65 Figura 77: Trânsito Max Colin .................................................................................. 66 Figura 78: Entorno Imediato. Fonte: Do Autor. ......................................................... 67 Figura 79: Idelli Ambientes ....................................................................................... 68

Figura 80: Metronorte ............................................................................................... 68 Figura 81: AMUNESC Fonte: ................................................................................... 68 Figura 82: Centro Veterinário Cães e Gatos ............................................................ 69 Figura 83: Programa de Necessidades de Restaurante Popular. Fonte: Popular 2017...... ................................................................................................................... 73 Figura 84: Programa e pré-dimensionamento proposto. Fonte: Do Autor................. 74 Figura 85: Fluxograma de Clientes. Fonte: Do Autor................................................ 74 Figura 86: Fluxograma de Serviços. Fonte: Do Autor. .............................................. 75 Figura 87: Ensaio Volumétrico. Fonte: Do Autor. ..................................................... 76 Figura 88: Setorização. Fonte: Do Autor. ................................................................. 77 Figura 89: Implantação Proposta. Fonte: Do Autor .................................................. 78 Figura 90: Subsolo Proposto. Fonte: Do Autor. ........................................................ 80 Figura 91: Térreo Proposto. Fonte: Do Autor. .......................................................... 82 Figura 92: Cortes Transversais. Fonte: Do Autor. .................................................... 84 Figura 93: Cortes Longitudinais. Fonte: Do Autor. .................................................... 85 Figura 94: Fachadas. Fonte: Do Autor. .................................................................... 87 Figura 95: Módulos Utilizados. Fonte: Do Autor. ...................................................... 87 Figura 96: Estrutura Modular, calhas, rufos e drenagens. Fonte: Do Autor. ............. 88 Figura 97: Detalhe do Brise. Fonte: Do Autor. .......................................................... 89

SUMÁRIO 1

INTRODUÇÃO .............................................................................................. 10

2

ARQUITETURA INDUSTRIALIZADA ............................................................. 14

2.1

Surgimento .................................................................................................... 14

2.2

Industrialização .............................................................................................. 18

2.3

Grandes Mestres ........................................................................................... 20

2.4

Considerações ............................................................................................... 30

3

ARQUITETURA MODULAR .......................................................................... 31

3.1

Contextualização ........................................................................................... 31

3.2

Módulos de madeira ...................................................................................... 32

3.3

Módulos de Container marítimo ..................................................................... 33

3.4

Módulos de metal .......................................................................................... 36

3.4.1 Módulos Fechados ........................................................................................ 37 3.4.2 Módulos Abertos ............................................................................................ 38 3.4.3 Módulos Pods ................................................................................................ 39 3.4.4 Considerações ............................................................................................... 39 4

ESTUDOS DE CASO .................................................................................... 40

4.1

BDP: Boxpark Croydon .................................................................................. 40

4.1.1 Contribuição do estudo de caso .................................................................... 43 4.2

LOT-EK: Escola Aberta da APAP (Anyang Public Art Project OpenSchool) ... 44

4.2.1 Contribuição do estudo de caso .................................................................... 46 4.3

AXIS ARCHITECTS: Citizen M Hotel ............................................................. 46

4.3.1 Contribuição do estudo de caso .................................................................... 51 5

DIAGNÓSTICO DA ÁREA DE INTERESSE .................................................. 51

5.1

Escolha do Lote ............................................................................................. 52

5.2

Clima ............................................................................................................. 62

5.3

Incidência solar e eólica ................................................................................ 62

5.4

Transporte Público, Circulação Pedonal e Ciclo viária ................................... 65

5.5

Tráfego .......................................................................................................... 66

5.6

Entorno Imediato ........................................................................................... 67

5.7

Considerações. .............................................................................................. 69

6

CONDICIONANTES PROJETUAIS ............................................................... 70

7

PROPOSTA ................................................................................................... 70

7.1

Conceito e Partido arquitetônico .................................................................... 71

7.2

Diretrizes ....................................................................................................... 72

7.3

Programa de Necessidades e Pré-dimensionamento .................................... 73

7.4

Fluxograma ................................................................................................... 74

7.5

Ensaio Volumétrico e Setorização. ................................................................ 75

7.6

Implantação ................................................................................................... 78

7.7

Subsolo ......................................................................................................... 80

7.8

Térreo ............................................................................................................ 82

7.9

Cortes Transversais....................................................................................... 84

7.10

Cortes Longitudinais ...................................................................................... 85

7.11

Fachadas ....................................................................................................... 86

7.12

Detalhes construtivos .................................................................................... 88

7.13

Perspectivas Preliminares ............................................................................. 90

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................... 91

10

1

INTRODUÇÃO

Este capítulo abordará os principais aspectos da pesquisa, apresentando problemática, justificativa, objetivos e metodologia. Serão abordados os temas da Arquitetura,

da

modularização

e

containers. Abordará

também

temas

da

Sustentabilidade Ambiental na construção civil.

O que é Arquitetura e por quê Arquitetura importa? No subconsciente, sabe-se que as edificações proporcionam algo às pessoas, que “vai além de somente nos manter abrigados da chuva” (GOLDBERG, 2009). “A construção da Arquitetura está intimamente ligada ao conhecimento que os edifícios incutem dentro de nossas reações emocionais. Podem nos fazer sentir, e também podem nos fazer pensar” (GOLDBERG, 2009).

Sobre o papel do arquiteto, Kostof (1977) afirma que eles são concebedores de edificações. O que eles fazem é projetar e fornecer a ideia global do que virá a ser uma edificação, para que ela possa então, ser posta de pé. Para tal, o arquiteto não é a força física por trás da construção, e sim um mediador entre o cliente solicitante e a força de trabalho necessária para construí-la, a qual se conhece pelo termo construtores.

Pressupõe-se que a Arquitetura pode, assim como a pintura, causar reações diferentes em determinados tipos de pessoas. “Ela é pertinente ao meio sensitivo das pessoas quando as traz alegria e tristeza, perplexidade e temor, ao mesmo tempo que as proporciona abrigo” (GOLDBERG, 2009). Enfatizando este pensamento, Kostof (1977) afirma que a profissão da Arquitetura fornece a habilidade especializada solicitada para atender as questões dos ambientes em que as pessoas estão inseridas, dessa forma, ela está para as pessoas como a qualidade de um alimento está para o organismo.

Sabendo que o arquiteto é mediador entre cliente e construtora, este, logo deve ser conhecedor dos vários métodos construtivos e materiais disponíveis para determinados tipos de construção. Estes fatores podem ditar os custos e prazos para estas construções, consequentemente determinarão sua eficiência. Visando ainda maior agilidade e economia, Método (2017) diz que a construção modular é um processo em que uma edificação é construída total ou parcialmente fora do local da

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obra, e sua produção é feita dentro de um ambiente fabril, com a máxima observância dos critérios e normas. Entretanto, Construção (2017) ressalta que métodos construtivos modulares podem apresentar restrições, como menor flexibilidade criativa pelas dimensões predeterminadas dos ambientes.

“Construção modular não é só uma declaração de estilo, como é uma maneira de pensar a construção” (LAWSON, OGDEN & GOODIER, 2014). Analisando este pensamento e as vertentes de forma resultante da função, e vice-versa, tem-se a versão de forma resultante do método construtivo, pois pressupõe-se que a modularidade pode ditar a forma da edificação. O método construtivo modular pode ser favorável no aspecto de eficiência energética e ambiental das construções, e “certamente, procura trazer a construção de edifícios para uma base mais sofisticada” (SMITH, 2010).

A sustentabilidade, como conceito e definição cultural, tornou-se sinônimo de redução da degradação ambiental, sendo o pensamento mais nobre da sustentabilidade, o de satisfazer as necessidades do presente sem comprometer a capacidade das gerações futuras de satisfazer as suas próprias necessidades, afirma Smith (2010). Na Arquitetura, a utilização de métodos construtivos mais sofisticados pode promover a redução da produção de resíduos de construção. Entretanto, métodos modulares ou pré-fabricados não são necessariamente sustentáveis, da mesma forma que construções sustentáveis não serão necessariamente préfabricadas ou modulares, ressalta Construção (2017).

Enfatizando a preocupação com a sustentabilidade e utilização de sistemas modulares nas construções, os Containers marítimos têm histórico favorável, pois não demandam canteiro de obras nem grandes fundações, são portáteis, com o equipamento apropriado, e uma vez definido o modelo, este pode ser replicado aos demais ambientes, afirma Bonafé (2017).

Outro fator relevante para sua reutilização é que Containers são materiais reaproveitados que foram originalmente projetados para suportarem grandes cargas, e dependendo das condições de uso e de manutenção, estima-se que podem durar até 100 anos. Reduzem ainda a utilização de materiais primários comuns em construções de alvenaria, como tijolo e argamassa, consequentemente agridem menos o ambiente pois geram menos resíduos, afirma De Miranda (2017).

Entretanto, Tavares (2017) alerta que Containers marítimos não foram concebidos para a escala humana e não oferecem conforto térmico e acústico

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adequados. Para tal, é necessária mão de obra, projeto, e instalação qualificadas, o que pode acarretar consideráveis investimentos iniciais. Os Containers necessitam ainda de reformas, pois são descartados somente quando deixam de oferecer condições mínimas exigidas no transporte marítimo, requerem vistorias e emissão de laudos de higienização e descontaminação, que permitam sua reutilização em construções.

Módulos (2017) afirma ainda que, se o Container marítimo é descartado por não oferecer mais condições de uso, é por que está severamente avariado, fora de esquadro, com sua estrutura comprometida pela fadiga do material, ou ainda contaminado por agentes tóxicos ou radioativos.

Frente à tais fatores, Módulos (2017) orienta que, para fins arquitetônicos, onde haverá fluxo regular de pessoas, o que exige confiabilidade e segurança, deve se utilizar módulos de estrutura metálica, similares ao container, onde os materiais utilizados são necessariamente novos e a estrutura final é originalmente concebida para este fim, como será abordado nesta pesquisa.

Conforme supracitado, em comparação com os métodos de construção convencionais, sistemas modulares se sobressaem no quesito geral de tempo, eficiência e economia, afirma Lawson, Ogden & Goodier (2014). Considerando sua eficácia, sistemas modulares devem ser melhor difundidos nas construções brasileiras, de forma que seu potencial possa favorecer as necessidades humanas quanto aos ambientes construídos.

A edificação abordada nesta pesquisa trará as funcionalidades da arquitetura modular aliada a atividades gastronômicas, uma vez que é um setor característico da cidade de Joinville, celebrado anualmente através do festival gastronômico da cidade, regido pela Câmara Setorial de Gastronomia e Entretenimento (CÂMARA, 2017). Para tal, a edificação deverá inserir-se de forma harmoniosa na paisagem urbana, respeitando os valores sociais, ambientais, econômicos e culturais do local proposto (CÓDIGO, 2017).

Dessa forma, o objetivo geral desta pesquisa visa integrar uma edificação de Arquitetura Modular de atividade gastronômica na cidade de Joinville – SC. Para tal, os objetivos específicos foram previamente definidos: 

Estudar o histórico da arquitetura industrializada;



Aprofundar os conhecimentos dos métodos de aplicações dos sistemas modulares na Arquitetura;

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

Investigar estudos de caso relacionados;



Escolher e avaliar um lugar para implantação;



Pesquisar as legislações vigentes, as condicionantes projetuais e normas de segurança;



Propor estudo de apropriação do lote, apresentando volumetria.

O tema da pesquisa está delimitado de acordo com estes procedimentos: Serão estudados e compreendidos os sistemas das construções modulares, bem como os métodos projetuais que os são característicos. Em seguida serão investigados estudos de caso relacionados ao tema, de forma a fundamentar a escolha adequada das particularidades arquitetônicas da edificação que será concebida.

Posteriormente serão investigadas as legislações vigentes aplicáveis a edificações que comportam atividades gastronômicas, bem como as normas de segurança que as englobam. Seguindo, será escolhido um lugar para a implantação condizente com a atividade exercida na edificação, e que ofereça fatores que promovam seu sucesso.

Por fim, será concebido um estudo volumétrico prévio que norteie o desenvolvimento do projeto seguinte, representando o teor dos itens supracitados, de acordo com os pensamentos e anseios da Arquitetura no contexto atual.

A fim de atingir os objetivos determinados para este trabalho, será necessário seguir diversos procedimentos e técnicas. Inicialmente, será realizada revisão bibliográfica, com leituras e fichamentos de arquivos físicos e virtuais, a fim de compreender a origem e desenvolvimento da utilização de sistemas modulares na arquitetura.

Na continuidade, será feita nova pesquisa bibliográfica que possibilite a análise de estudos de caso das edificações gastronômicas e seus programas de necessidade, bem como das características dos locais onde estão instaladas.

Por fim, para a etapa de concepção volumétrica, serão recordados os ensinamentos aprendidos em sala, relacionados com as pesquisas anteriores, referentes à projeto arquitetônico.

14

2

ARQUITETURA INDUSTRIALIZADA Este capítulo apresentará conceitos e características da Arquitetura

Industrializada, precursora da Arquitetura Modular, sua evolução e difusão pelos vários momentos de progresso das sociedades. Para tal, transcorrerá por algumas das mais influentes concepções deste movimento e sua significância para os grandes arquitetos e os principais movimentos arquitetônicos, concluindo com uma breve análise dos sucessos e insucessos do seu emprego em edificações.

Exclusivamente para este capítulo, serão utilizados como referência, resumos e fichamentos da bibliografia PREFAB ARCHITECTURE – A Guide to Modular Design and Construction, do autor Ryan SMITH, que se entende como uma das mais abrangentes em termos de construções modulares pré-fabricadas.

2.1 Surgimento Estima-se que o conceito de Arquitetura pré-fabricada teve início entre os séculos XVI e XVII, durante as grandes navegações de colonização Britânicas, onde os barcos de expedição, carregavam materiais para fabricação rápida de abrigos e alojamentos, pois não se sabia quais materiais seriam abundantes nos países desbravados. No mesmo período, estes alojamentos já contavam com um revestimento que é de conhecimento comum, o weatherboard (figura 1), elemento regularmente utilizado nas construções convencionais Americanas, herança de seus colonizadores Britânicos.

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Figura 1: Sistema Weatherboard Fonte: Design in Modular Construction 2010

Posteriormente, no ano de 1830, o carpinteiro britânico H. John Manning, tornase peça fundamental para o aprimoramento do conceito de construções préfabricadas, ao projetar uma cabana de campo portátil (figura 2), feita com postes ranhurados, piso em placas e cobertura treliçada, todos em madeira pré-fabricada.

Esta iniciativa favoreceu e engrenou as colonizações Britânicas até o século XIX, sendo ainda a estrutura precursora do posterior sistema pré-fabricado americano, o Balloon Frame, muito difundido no Oeste deste país (figura 2).

Figura 2: O sistema Balloon Frame Fonte: Design in Modular Construction 2010

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Outra contribuição que surgiu do movimento colonial britânico foi o emprego da do ferro na construção de edifícios. Componentes como vergas, janelas, colunas, vigas e treliças foram produzidos em fundições e acabados em oficinas. Os componentes eram trazidos para o local de trabalho e montados em sistemas de estrutura e fechamento. Em contrapartida à pré-fabricação em madeira, a construção em ferro, inicialmente não teve o mesmo sucesso, mas deu início ao movimento de utilização do aço, como elemento estrutural, nos Estados Unidos e em outros países.

Neste período o principal emprego do ferro estava na construção de pontes, como a Coalbrookdale Bridge (Figura 3), erguida em 1807 e tornando-se a primeira de movimento de construção rápida de pontes. Para sua instalação, não era necessária mão de obra especializada, como nas construções em carpintaria, dessa forma se economizava tanto no tempo de instalação quanto no custo de mão de obra.

Tal movimento se difundiu para outros setores de fabricação antes artesanais, como produção de barcos, (sendo que o primeiro barco movido à vapor, montável e desmontável, data deste período) e implementação de fechamentos em ferro e rebites, para edifícios pré-fabricados.

Foi então,

constatado

uma

incrível

versatilidade

da

utilização de elementos pré-fabricados em ferro, que

proporcionava

menores custo e tempo de

montagem.

edificações,

Nas era

utilizado primeiramente como frame estrutural, Figura 3: Coalbrookdale Bridge Fonte: design in Modular Construction 2010

depois

foi

adequado

para atender as formas arquitetônicas dos movimentos Gótico e Barroco. O conceito foi muito explorado na Grande Exposição de 1851 na Inglaterra, onde exclusivamente para esta, foi concebido o Palácio de Cristal, estrutura pré-fabricada com elementos repetitivos em ferro (figura 4).

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O grande salto do movimento da pré-fabricação foi a adaptação dos fechamentos em painéis metálicos ondulados, que proporcionavam uma estrutura

autoportante,

resistente, transportável

além e

de

leve

e

facilmente

manipulável

por

menor e menos especializada mão de obra. Surge então o conceito de construção efêmera ou temporária, para satisfazer as necessidades de Figura 4: Palácio de Crtistal Fonte: Design in Modular Construction 2010

transporte e montagem rápidas bem como mobilidade, sendo o painel ondulado o elemento mais utilizado.

Nos anos de 1800, com a Corrida

do

Ouro

americana,

estima-se que 500 kits de abrigos em metal ondulado foram enviados da

Inglaterra

para

a

cidade

americana de São Francisco. A difusão deste elemento alcançou desde a concepção de abrigos personalizados, e sob encomenda através de revistas, até abrigos e alojamentos

portáteis

militares,

utilizados na 1° e 2° Guerra Mundiais (figura 5).

Figura 5: Alojamento Portátil 2° Guerra Mundial Fonte: Design in Modular Construction 2010

Posteriormente, mas não diferente, a compra de casas pré-fabricadas sob encomenda continua. Com a vinda do progresso da indústria, as construções americanas pré-fabricadas em madeira, Balloon Frame, adquirem nova característica, passando a ser construídas com metal leve no lugar de madeira, surge então o conceito de Steel Framing e Light Steel Framing.

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2.2 Industrialização As inovações ficavam a cargo das novas companhias que entenderam o advento da produção em massa alinhado à construção de edificações. Elas acreditavam que casas e edifícios poderiam, assim como trajes personalizados da época, serem solicitadas por encomenda e, no caso das edificações, montadas pelos próprios solicitantes. Uma das mais bem-sucedidas companhias que difundiu este conceito nos anos 1906, foi a Aladdin Homes (figuras 6 e 7).

Figura 7: Esquem Alladin Homes Fonte: Design in Modular Construction 2010

Figura 6: Catálogo Alladin Homes Fonte: Design in Modular Construction 2010

Acredita-se que, não fosse pela grande crise da década de 20 e crise imobiliária americana da década de 30, ter-se-ia hoje diferente contexto e difusão de construções pré-fabricadas, sendo que tanto a Aladdin Homes quanto empresas menores cujo intuito era descaradamente replicar o sucesso desta, vieram à falência devido tais crises, por falta de pagamento dos financiamentos imobiliários.

Frente a tal concorrência, se vê, a partir deste período, a peculiar característica de se ocultar o método construtivo no canteiro de obras, através de tapumes.

O conceito de produção em massa, criado por Ford, foi logo adaptado às construções pré-fabricadas, onde as peças eram fabricadas e montadas em linha de

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produção. Em certos casos, as mesmas peças proporcionavam diferentes tipos de concepções arquitetônicas, por serem padronizadas para este método específico.

Entretanto, a aplicabilidade do Fordismo nos sistemas de produção préfabricada de edificações foi rapidamente questionada, pois da mesma forma que proporcionava baixos custos e menor tempo de produção, também gerava exploração de mão de obra, e produtos de simples desejo social, que em seu cerne, não tinha por função resolver as questões de habitação social daquele período.

Seguindo, este tempo não foi marcado pelas inovações e avanços tecnológicos da produção de edificações pré-fabricadas, mas contrariamente, serviu para testar a eficiência

da

produção

em

massa do Fordismo. Frente aos fatos,

as

edificações

pré-

fabricadas posteriores adotaram novo modelo estético, rompendo com as tradições do passado e valorizando a forma resultante do processo de fabricação, este modelo

foi

chamado

de

Habitação Pós-guerra (figura 8).

Figura 8: Casa modelo Design Industrial Fonte: Design in Modular Construction 2010

Neste mesmo período, a Lustron Corportion inova ao construir casas em aeroportos abandonados no pós-guerra, sendo edificações aparentemente simples, mas com fechamentos compostos, feitos com metal ondulado possuindo revestimento interno, a parede sandwich. Entretanto, o método não foi promissor, no sentido de que o custo do processo de fabricação encareceu, indo contra a premissa de casa popular, além de que a edificação não oferecia conforto térmico adequado nem apelo arquitetônico.

Na tentativa de trazer processos fabris para o canteiro de obras, a companhia Levitton produziu bairros inteiros de casas pré-fabricadas, porém, da mesma forma, todas eram similares, sem apelo arquitetônico, ou conforto térmico acústico adequados, gerando apenas outro modelo da famosa organização territorial de vizinhança americana, a cookie-cutter neighborhood.

Na Califórnia, Joseph Eichler desenvolveu de forma semelhante um método sistematizado para a construção no próprio canteiro de obras, através do desenvolvimento de comunidades inteiras de habitação. Frente aos modelos de Levitt,

20

Eichler preocupou-se com o apelo estético e arquitetônico de suas concepções, e para tal contratou arquitetos na costa oeste americana para projetar modelos com amplas aberturas em vidro e diferentes modulações internas (figura 9).

Este foi um marco para a produção de edificações pré-fabricadas, onde, pela primeira vez, uma edificação com estética moderna e significativo apelo arquitetônico era construída mais rapidamente e à menor custo do que as edificações convencionais.

Figura 9: Casa modular de Joseph Eichler Fonte: PREFAB ARCHITECTURE 2010

2.3 Grandes Mestres Na Europa, o conceito de pré-fabricação como estética ganhou maior terreno durante o período da revolução moderna, começando com as obras de Peter Behrens e seus seguidores, Walter Gropius, Mies van der Rohe e Le Corbusier; e mais tarde com o americano Frank Lloyd Wright. A História da Arquitetura é declaradamente um dos preceitos modernistas, e a busca de abordagens inovadoras para projeto e produção está estritamente ligada à pré-fabricação.

Peter Behrens via a Arquitetura como uma ferramenta de mudanças sociais, foi nomeado designer industrial da German Electric Company em 1907, e projetou

21

lâmpadas, eletrodomésticos, bem como vários edifícios fabris.

A

AEG

Factory,

projetada por Behrens em Berlim em 1908 (figura 13), propôs que edificações fabris também poderiam ser belas. A forma desta edificação era a réplica de uma das máquinas que esta abrigava, revelando uma metalinguagem.

Embora Behrens tenha importante

papel

no

entendimento da Arquitetura

Figura 10: AEG Factory Fonte: PREFAB ARCHITECTURE 2010

como Design, sua conquista mais significativa foi a influência e orientação de três futuros atores-chave para o avanço da Arquitetura moderna pré-fabricada, os alemães Walter Gropius e Mies van der Rohe e o suíço-francês Charles-Édouard JeanneretGris, também conhecido como Le Corbusier.

Walter Gropius pensava a Arquitetura através de dois ideais principais: industrialização e igualdade social. Influenciado por Behrens, criou uma arquitetura que expressava função absoluta, e em 1919, fundou a escola de design Bauhaus, cuja missão central era a produção industrial: A natureza de um objeto é determinada pelo que este faz. Para que um recipiente, uma cadeira ou uma casa possa funcionar adequadamente, sua natureza deve primeiro ser estudada, pois deve servir perfeitamente ao seu propósito; em outras palavras, deve simplesmente cumprir sua função, deve ser barato, durável e "bonito" (W. Gropius, “Dessau Bauhaus—Principles of Bauhaus Production,” Conrads, Programs and Manifestoes (March 1926): 95–96)

Mais tarde, ele expressou que, além da educação, um dos principais objetivos da Bauhaus era criar objetos projetados para as massas. Seu interesse em préfabricação era implícito, aproveitando a tecnologia de fabricação offsite para reduzir o custo das habitações. Em 1910, em colaboração com o escritório de Behrens, ele

22

propôs um abrigo, produzido em massa, para a empresa elétrica alemã. No início da década de 1930, Gropius desenvolveu um sistema de painel revestido de cobre, mas a ideia foi esmagada pelo início da guerra na Europa.

Finalmente, em outra colaboração, Gropius e Konrad Wachsmann

produziram,

talvez, a contribuição mais conhecida para o pensamento da arquitetura pré-fabricada; A "Casa empacotada" em massa, projetada

para

o

mercado

americano como uma proposta de habitação em tempos de guerra.

Figura 11: Gropius Fonte: PREFAB ARCHITECTURE 2010

e

Wachsmann

O projeto consumiu desses dois arquitetos o trabalho de cinco anos. Gropius era um arquiteto que pensava muito como um engenheiro. Wachsmann era um arquiteto autodidata, treinado como carpinteiro que manteve um interesse eterno na pré-fabricação ao longo de sua vida. Sua carreira foi marcada pela obsessão para com a tecnologia, abraçava a produção mecanizada, era um mestre de detalhes e conexão, e um amante da lógica de sistemas.

A parecia dos dois parecia ser a combinação perfeita para produzir um produto tão necessário para a indústria da habitação durante e após a guerra. Em 1942, a equipe projetou um sistema de painéis usando um conector patenteado de quatro vias

(figura

12)

desenvolvido

por

Wachsmann. Todos os componentes das casas foram produzidos em fábrica e seriam montados no local.

Eles se uniram com a General Panel Corporation para produzir a casa, até que em 1947, ainda com a linha de produção preparada para fabricar as casas, o governo norte-americano encerrou o programa e o

Figura 12: Junta Moludar de Wachsmann Fonte: PREFAB ARCHITECTURE 2010

projeto perdeu notoriedade. Porém, Gropius e Wachsmann foram vistos como heróis

23

da Arquitetura, tentando fornecer habitação para as massas usando a tecnologia de produção industrializada.

Gropius tornou-se pai do modernismo e teve grande influência na cultura da arquitetura. A mensagem deixada era de que arquitetos poderiam projetar desde a concepção até a produção, da mesma forma que Brunelleschi, séculos antes.

Ao contrário do objetivo de Gropius e Wachsmann, de fornecer habitação para as massas, Mies van der Rohe não tinha tais aspirações e seus projetos não eram nada acessíveis. Os maiores presentes de Mies para a história arquitetura e para o futuro foi sua paixão pelas torres de aço e vidro. Mies dominou a estética desta estrutura de aço. Se tornou não apenas sua marca refinada, mas criou uma tipologia inteiramente nova para a América moderna frente ao resto do mundo.

As contribuições da Mies para a pré-fabricação não estão no desenvolvimento de novas tecnologias ou elementos modulares, mas sim na integração da estética moderna na aceitação social, através da torre de aço e vidro. A sensibilidade estética dos pavilhões de Mies em Barcelona e Farnsworth House (figura 13) em Illinois são, em muitos aspectos, a encarnação do minimalismo que encontrou ressurgimento na arquitetura residencial, no final do século XX e início do século XXI. Hoje, muitas casas pré-fabricadas concebidas por arquitetos são modernas pela implementação de materiais simples, linhas limpas e alto nível de transparência. A influência de Mies na compreensão e expressão da arquitetura, especialmente na préfabricação, continua tendo significativo impacto.

Figura 13: Farnsworth House Fonte: PREFAB ARCHITECTURE 2010

24

Antes de trabalhar para Behrens, Le Corbusier foi treinado como artista / artesão e aprendiz para Auguste Perret, mestre inicial de concreto armado. Foi a partir dessas experiências que Le Corbusier desenvolveu a apreciação por novos materiais e métodos de produção arquitetônica. Em 1923, durante a Revolução Industrial, e muito depois de seu treinamento, Le Corbusier escreveu o livro Towards a New Architecture, como seu manifesto pessoal, onde argumenta que a beleza da arquitetura moderna é descoberta em sua utilidade. Sua declaração "a casa é uma máquina para viver" deveria ser tomada literalmente, porque para Le Corbusier, era "arquitetura ou revolução".

Ele via a arquitetura industrializada, em particular, como resposta aos problemas sociais, e como parte deste esforço, para criar uma máquina para viver, Le Corbusier projetou e construiu um protótipo chamado Citrohan House. A palavra "Citrohan" referia-se ao automóvel francês na época, Citroën, como se a casa fosse vista como um automóvel.

Le Corbusier não necessariamente abraçava os métodos pré-fabricados, mas acreditava que o arquiteto poderia criar um sistema de construção baseado em racionalização através da padronização. A Citrohan House ligou o início dos cinco pontos da arquitetura de Le Corbusier, incluindo The Domino (figura 14), esqueleto de concreto que possibilitava liberdade na locação de paredes. Janelas, portas e brises pré-fabricados cobriam usualmente em seus edifícios.

Embora nenhum dos edifícios de

Le

Corbusier

tenha

sido

construído usando métodos préfabricados, suas ideias sobre o uso da indústria de transformação foram amplamente

conhecidas

pelos

arquitetos.

Como Gropius, Wachsmann, Mies e Le Corbusier, Frank Lloyd

Figura 14: The Domino Fonte: PREFAB ARCHITECTURE 2010

Wright acreditava em uma arquitetura inovadora, sendo treinado por Sullivan para abraçar o novo, mas referir o tradicional. Wright tornou-se o arquiteto americano mais celebrado por suas contribuições aos avanços na compreensão espacial e na proeza material. Em 1932, fala sobre a “Casa Montada” que seria constituída por unidades

25

padrão, e que formariam blocos espaciais construídos, e por sua vez, conjuntos de cômodos, seguindo o conceito de que poderiam ser adicionados ou removidos.

Wright era extremamente cético quanto à pré-fabricação, pois achava que ela não oferecia qualidades táteis, e questionava ainda a real autoria do projeto, considerando que os elementos já eram pré-definidos. Entretanto estava avançado em suas ideias de que através da pré-fabricação, edifícios poderiam se estender tornando-se organismos vivos.

O

arquiteto

experimentou

ainda

modelos

em

madeira e metal, baseados no Balloon Framing, posteriormente criando

o

protótipo

Usonian

(figura 17), com intuito de que fossem

construções

economicamente

acessíveis.

Entretanto

insucessos

foram

Figura 15: Usonian Homes Fonte: PREFAB ARCHITECTURE 2010

consecutivos, pois Wright não abria mão de seus minuciosos detalhes arquitetônicos feitos à mão, possíveis apenas com emprego de métodos convencionais, o que tornava suas concepções extremamente caras e inacessíveis para a população geral.

Ainda que os designers Buckminster Fuller e Jean Prouvé não tenham recebido instrução como arquitetos, sua influência na arquitetura pré-fabricada é altamente considerada. As contribuições de Fuller e Prouve são tão significativas quanto as dos mestres já citados. Além disso, suas obras foram de certa forma mais bem-sucedidas, sendo aceitas e amplamente conhecidas em círculos não-arquitetônicos. Esse sucesso pode ser atribuído à excelência técnica dos designers e a repercussão do produto final.

Em 1928, Fuller patenteou a módulo Dymaxion, um trailer com estética de aeronaves, com sistema estrutural de cabos. Mais tarde, em 1936 projetou uma unidade de banheiro pré-fabricada para este. No ano de 1944, Fuller consolidou sua reputação por seus projetos inovadores em habitação pré-fabricada produzida em massa, impulsionando-o à fabricação da casa Wichita (figura 16).

A casa Wichita foi um sucesso, sendo fabricada com os mesmos materiais de aeronaves, chapas de alumínio fixadas com rebites, o que lhe proporcionava ótima

26

aerodinâmica e ventilação. A divisão da casa era em formato de torta, onde o centro era a recepção e circulação principal, e os cômodos estavam ao seu redor. O peso total da casa era de

2720

quilos,

lhe

proporcionando fácil transporte, em

apenas

podendo

ser

um

caminhão,

montada

em

apenas um dia.

Figura 16: Casa Wichita Fonte: PREFAB ARCHITECTURE 2010

Apesar de que sua produção tenha ajudado a preencher as lacunas da falta de emprego no pós-guerra, Fuller encerrou sua produção, alegando que o modelo ainda não estava apto para atender as necessidades da produção em massa, vendendo sua companhia logo após.

Em 1935, Jean Prouvé projetou um pequeno abrigo produzido em massa e construiu um protótipo como casa de férias para um de seus clientes e embora nunca tenha explicado sua filosofia de suas concepções, estava claro que ele acreditava em aproveitar os métodos mais avançados de fabricação e produção disponíveis para criar edifícios dinâmicos.

Ele afirmava que todos os estudos, alheios às práticas, deveriam ser evitados ou até mesmo proibidos, dessa forma, os erros cometidos em etapas de projeto seriam brevemente detectados e corrigidos. Prouve projetou e fabricou abrigos de suprimentos militares para os franceses e depois produziu suas habitações para o período do pós-guerra, todos préfabricados leves e facilmente erguidos, usados

como

uma

solução

de

habitação temporária.

Desde o início, os projetos do Prouvé possuíam estrutura de aço formada a frio e telhados de madeira com painéis de preenchimento. Além disso, em 1949, Prouvé produziu ainda

Figura 17: Casas Meudon Fonte: PREFAB ARCHITECTURE 2010

25 casas experimentais que foram erguidas em um subúrbio perto de Paris,

27

conhecidas como casas Meudon (figura 17), elas ainda existem, mas foram descaracterizadas.

Prouve trabalhava para minimizar o desperdício e maximizar os benefícios, tentando alcançar maiores espaços com os menores e mais leves módulos possíveis.

A estética de sua arquitetura e mobiliários seguiu o padrão de industrialização, com processos de moldagem, conformações, dobraduras, encaixes parafusados e soldagens, sendo que em quantidade, concebeu mais projetos pré-fabricados do que qualquer um de seus antecessores na arquitetura.

O programa Case Study House, de 1945 foi iniciado para produzir protótipos

de

casas

no

estilo

californiano, que tinham uma forte conexão com a paisagem (figura 18).

Os projetos deveriam oferecer casas unifamiliares

acessíveis,

desenhadas

e

bem

facilmente

construídas, e ao longo de 20 anos, Figura 18: Case Study House Fonte: Design in Modular Construction 2010

foram construídas 36 casas, mas a

maioria dos designers não colaboravam com os construtores, resultando em edificações únicas de arquitetura, ainda assim veneradas até hoje.

As casas foram projetadas, com elementos estruturais pré-fabricadas e com painéis de preenchimento, por arquitetos como Richard Neutra, Craig Ellwood, Raphael Soriano e Pierre Koenig. Mas a personificação da pré-fabricação, na série Case Study, pode ser vista mais explicitamente na House 8 (figuras 19), do casal de arquitetos Charles e Ray Eames, que eram visivelmente interessados na arquitetura influenciada pelo design moderno.

Os dois imaginavam que a casa devesse ser construída inteiramente com componentes prontos, retirados “de estoque” diretamente para a montagem, sendo que cada elemento deveria ser encomendado e fornecido por um fabricante industrial.

Charles Eames dizia que o principal objetivo da casa era criar o espaço mais barato possível, com o mais alto nível de industrialização, entretanto a casa não foi posteriormente replicada, mas representou o ápice da arquitetura pré-fabricada.

28

A casa poderia, teoricamente,

ser

duplicada se uma lista de instruções e desenhos fossem entregues, mas como ocorreu com Mies, este Figura 19: House 8 Fonte: Design in Modular Construction 2010

sistematizado

projeto, e

industrializado, não se tornou acessível, nem

foi particularmente eficiente. Os Eames acabaram então por abandonar a arquitetura, em favor de seu forte envolvimento com design industrial.

A segunda grande exploração de pré-fabricação do final do século XX se deu através do movimento High-Tech, onde se destacou o grupo britânico Archigram, os arquitetos Michael Hopkins, Richard Rodgers e Norman Foster. Na década de 1960, o Archigram era composto por Peter Cook, Warren Chalk, Ron Herron, Dennis Crompton, Michael Webb e David Greene, e era essencialmente uma empresa de arquitetura midiática, criando manifestos do futuro através de propaganda e marketing por imagens.

As criações do Archigram eram utópicas e altamente industrializadas, consistindo em "cidades caminhantes", "cidades instantâneas" e "cidades plug-in". O Archigram não desenvolveu nenhuma especificação técnica para essas ideias nem construiu nenhum protótipo, no entanto, os parceiros provocaram grandiosas discussões e teorias sobre o futuro da arquitetura e do urbanismo. Posteriormente outros arquitetos tentaram produzir alguns dos modelos propostos pelo grupo, mas os resultados foram singulares, caros e insatisfatórios.

Entre tais tentativas em pré-fabricação, estava uma casa projetada por Rodgers em 1968, chamada Zip-Up House (figura 20), construída a partir de paredes sanduíche de alumínio com cantos arredondados e extremidades esmaltadas. Era um desenho tubular no qual os módulos podiam ser adicionados para fazer subdivisões inteiras.

29

Em 1975, Hopkins e sua esposa, Paty, construíram uma casa semelhante à de Eames, feita a partir de componentes de aço padronizados, reproduzindo até mesmo as cores primárias encontradas

no

trabalho

de

Eames.

Richard Horden, ensinado por Foster, desenhou, em 1983, a Yacht House, na qual a

Figura 20: Zip-Up House Fonte: Design in Modular Construction 2010

tecnologia de navios foi empregada na construção de um sistema estrutural de painéis leves preenchimentos. O movimento High-Tech alinhado à pré-fabricação não produziu resultados significativos, pois os sistemas utilizados, muito personalizados, não eram acessíveis além de um único protótipo.

Na World Expo de 1967, Moshie

Safdie,

teve

seu

primeiro

projeto

construído,

The Habitat (figura 21), onde 158 casas foram montadas a partir

de

354

unidades

modulares. Haviam 18 tipos de módulos

em

fabricado módulos

concreto

reforçado. foram

préOs

empilhados

sobrepostos, formando vazios Figura 21: The Habitat Fonte: PREFAB ARCHITECTURE 2010

entre eles, utilizados como jardins decks ao ar livre.

Entretanto os módulos eram muito pesados para serem facilmente transportados e instalados, possuíam muitas variações e exigiam ferramentas específicas para posicionamento. Além das dificuldades externas, o trabalho no local exigia grandes gruas e trabalho intensivo para juntar os módulos.

30

Seu conceito de Plug-and-Play não economizou dinheiro e, na verdade, foi excessivamente caro. Safdie deixou de lado seu sonho de habitação pré-fabricada em massa, reconhecendo o fracasso de seu experimento, dizendo ainda que o emprego eficaz da pré-fabricação na arquitetura seria impossível.

A década de 1960 trouxe os “Metabolistas” japoneses, utilizando sistemas modulares em que as unidades eram conectadas a um núcleo estrutural e de serviços. O projeto de maior repercussão foi a Nakagin Capsule Tower (figura 22), concebida pelo arquiteto Kurokawa, acreditando que os módulos poderiam ser extraídos tão facilmente quanto eram conectados,

Figura 22: Nakagin Capsule Tower Fonte: PREFAB ARCHITECTURE 2010

quando houvessem mudanças dos proprietários ou grandes reformas internas.

Ironicamente, nenhuma unidade modular foi removida até hoje e, se fosse o caso, novos módulos teriam de ser fabricados, atualizando os sistemas de ancoragem, hoje defasados. O investimento inicial para erguer seu núcleo estrutural em aço superou e muito os investimentos necessários de um mesmo edifício com sistema construtivo convencional.

2.4 Considerações Seguindo os acontecimentos históricos do emprego de sistemas modulares na Arquitetura Industrializada, entende-se que houveram sucessos e insucessos, e que ambos são necessários para a plena evolução deste sistema, assim como na Medicina, aprende-se através da prática, e através dos erros cometidos.

O sistema é característico de países desenvolvidos, mas uma vez que a indústria brasileira vem se desenvolvendo, se faz necessária a reflexão e o amadurecimento para utilização de métodos construtivos sustentáveis e eficazes.

A eficácia dos métodos construtivos industrializados modulares nos países desenvolvidos deve ser gradualmente adotada no Brasil. As preocupações quanto as questões ambientais já atingiram grau de amadurecimento suficiente, em grande parte dos países da Europa, fazendo-os adotar sistemas construtivos que degradam menos o meio ambiente, são mais eficientes e otimizam as construções.

31

3

ARQUITETURA MODULAR Tendo agora uma breve visão sobre a Arquitetura Industrializada, este capítulo

abordará a utilização dos módulos na Arquitetura, sua variedade material e dimensional. Como no Brasil sua utilização ainda não é significativa, os dados apresentados baseiam-se nas orientações dos principais fabricantes e órgãos regulamentadores dos países líderes no segmento de construções modulares, nesse caso, Reino Unido e Estados Unidos.

3.1 Contextualização A arquitetura modular é frequentemente associada a ideais utópicas da década de 1960, onde as edificações propostas eram temporárias, portáteis e utilizavam novos materiais e técnicas de montagem e desmontagem (LAWSON, OGDEN & GOODIER, 2014). Hoje, a construção modular é uma técnica empregada principalmente para se conseguir redução de custos, melhor qualidade de projeto, e menor tempo de construção, sendo utilizada regularmente como método padrão em alguns países.

Dentre os métodos pré-fabricados de construção, o modular é o mais eficiente, podendo oferecer construções com até 95% de sua conclusão ainda nos processos fabris. O Modular Building Institute (MBI), fundado em 1983, é uma Organização Não Governamental (ONG), com fabricantes, empreiteiros e revendedores de edifícios comerciais modulares como seus membros regulares.

O MBI define construção modular como uma demanda de projeto offsite, usada para construir edificações regulamentadas em um sistema de qualidade controlada, em menos tempo e com menor desperdício de materiais (LAWSON, OGDEN & GOODIER, 2014).

Smith (2010) afirma que o módulo é uma unidade de montagem padronizada podendo ter diferentes tamanhos e níveis de acabamento, sendo que unidades maiores podem, ao mesmo tempo que restringem a flexibilidade volumétrica da edificação, oferecer grande nível de acabamento final, o oposto das unidades menores.

32

As produtoras de unidades modulares categorizam em residencial e comercial os tipos de módulos fabricados, sendo os residenciais, divididos em efêmeros ou permanentes, e ambos feitos em metal, madeira, concreto ou polímeros. Não há restrições quanto à finalidade das edificações, somente questões quanto a sua engenharia estrutural, no caso de grandes edifícios (LAWSON, OGDEN & GOODIER, 2014).

3.2 Módulos de madeira Os módulos em madeira são, na maioria das vezes, utilizados em edificações residenciais, através de unidades pequenas. Devido à grande densidade do material, os módulos tornam-se muito pesados, prejudicando tanto as etapas de fabricação e transporte, quanto as de montagem em loco (SMITH, 2010). Dessa forma, edificações modulares geralmente são projetadas com gabarito máximo de 3 níveis, pois além disso, o emprego de metal em sua estrutura seria necessário.

Isso não impede que novos elementos e sistemas sejam desenvolvidos a aperfeiçoados, utilizando madeira combinada com outros métodos construtivos ou compostos agregadores, resultando em um material leve e versátil (SMITH, 2010).

A madeira aplicada na Arquitetura oferece inúmeras qualidades, destacandose primeiramente as de estética, durabilidade, conforto, versatilidade trabalhabilidade.

Outro importante fator que favorece sua utilização é da sustentabilidade, de forma que se gasta menos energia de produção, para se obter a matéria prima da madeira, do que em outros elementos construtivos, como o aço ou o concreto (SMITH, 2010).

Nas construções modulares, o emprego da madeira se dá através de seu frame ou módulo estrutural, de fechamentos ou módulos de parede, e ainda por meio da combinação dos dois, gerando grandes módulos já finalizados e prontos para locação na edificação.

Uma das empresas pioneiras na compatibilização da madeira aos sistemas modulares é a portuguesa Modular System, nome dado ao próprio modelo de compatibilização desenvolvido pela empresa. Suas unidades modulares são versáteis e adaptáveis em outros projetos, sem que haja grandes alterações. No projeto House In Touril, em Santiago do Cacém, tanto seu frame estrutural quanto fechamentos foram concebidos com o mesmo perfil, minimizando gastos e tempo de produção, ao mesmo tempo que descarta a utilização de isolamentos termo acústicos.

33

Figura 23: House In Touril Fonte: Modular System 2017

3.3 Módulos de Container marítimo O Container surgiu na década de 1930, quando empresas do sul dos Estados Unidos reuniram-se para solucionar as questões de transporte de cargas através de invólucros padronizados, sendo o empresário Malcolm McLean, o criador do Container como se vê hoje. McLean, posteriormente, vendo o sucesso do novo sistema de transporte de cargas, decide integrá-lo ao modais mais utilizados na época, caminhões, trens e navios (LAWSON, OGDEN & GOODIER, 2014).

Já na de 1970, o design do Container foi regulamentado pela International Standards for Organization (ISO). Smith (2010) explica que as facilidades que o Container proporcionou ao transporte de cargas pelo globo, o tornou o elemento mais utilizado para tal. Entretanto, cerca de 125 mil Containers abandonados atualmente obstruem os portos britânicos e quase 700 mil nos portos dos estados unidos.

Este fato revela a importância da sua reutilização, e uma das destinações mais recorrentes é seu emprego na Arquitetura. O Container revelou-se ideal para a Arquitetura pré-fabricada, pois pode ser transportado através de diferentes modais, por meio de seu característico chassi empilhável (LAWSON, OGDEN & GOODIER, 2014).

Smith (2010) afirma que, devido às suas características estruturais, os Containers podem ser empilhados em até 15 níveis, adequando-se bem na maioria dos ambientes de construção, atendendo facilmente as legislações e normas das edificações, sem que haja grandes modificações.

Containers são fabricados com chapas de fechamento em aço COR-TEN de 2,0 milímetros de espessura, pois o material é o mais indicado para ambientes

34

agressivos e com altos índices de corrosão. As chapas de fechamento são soldadas ao frame estrutural, que também é fabricado em aço COR-TEM, com perfis tubulares ou vigas “I”, com espessura 4,5 milímetros (LAWSON, OGDEN & GOODIER, 2014).

Em todos os cantos externos do Container há uma peça de aço forjado que atua como trava, base e apoio para as unidades que serão empilhadas, podendo suportar cargas de até 700 toneladas. Para proporcionar encaixes tão precisos, as unidades têm tolerância de fabricação de mais ou menos 3 milímetros (SMITH, 2010).

Em média, Containers simples usados podem custar de 3 mil a 5 mil reais, mas os preços variam de acordo com a localidade e a integridade da unidade no momento da aquisição. Container são elementos muito versáteis, possuindo vários tipos e modelos de acordo com a carga que transportaram em sua utilização, outro fator que determina seu valor de compra (LAWSON, OGDEN & GOODIER, 2014).

A tabela a seguir demonstra as variações dos tipos usuais de Containers, suas dimensões internas e capacidade volumétrica.

Figura 24: Tipos de Container Marítimo Fonte: LAWSON, OGDEN & GOODIER, 2014

Apesar de todos os benefícios que pode oferecer, Containers possuem desvantagens quanto à utilização na Arquitetura:

35



Em Certos casos, para se atingir a volumetria ou ambiente desejado, a manipulação estrutural do Container é necessária, mas altamente arriscada, pois anula suas propriedades às quais foi concebido.



Suas dimensões não foram concebidas para a escala humana, e na maioria das vezes restringe a flexibilidade dos ambientes.



Sua estrutura em aço promove alta condutibilidade térmica, necessitando de tratamento térmico para oferecer condições mínimas de habitação.



O aço também favorece a transmissão de ruídos, ainda que, quando combinadas, as unidades tenham contato direto apenas pelos cantos.



Combinadas, as unidades não oferecem espaço para as instalações de serviço, como elétrica, hidráulica e esgoto.



O emprego de diferentes materiais para se conseguir o conforto térmico acústico desejados pode proporcionar baixa segurança quanto à possibilidade de incêndios.



O transporte e instalação são fases delicadas, pois como são grandes elementos, necessitam grandes áreas de manobra.



O Container somente será entregue se as fases necessárias para sua locação na edificação já estiverem concluídas.

O arquiteto Wes Jones, pioneiro na reutilização de Containers na Arquitetura,

ressalta que os principais problemas do seu emprego são do caráter de nivelamentos, alinhamentos, transporte, identidade e apropriação cultural.

Ainda

que

Containers

possuam tais desvantagens, seu uso em construções tem evoluído consideravelmente, principalmente quando um dos objetivos da obra é a

sustentabilidade

(LAWSON,

OGDEN & GOODIER, 2014). Sua utilização passou de experimental à viável

na

Arquitetura,

como

demonstra o projeto Container City (figura 25), na cidade de Londres, Reino Unido.

Figura 25: Container City Fonte: LAWSON, OGDEN & GOODIER, 2014

36

3.4 Módulos de metal Os sistemas de construção modular que utilizam componentes de aço são construídos principalmente usando paredes, pisos e coberturas de painéis fabricados a partir de seções de aço galvanizados a frio (LAWSON, OGDEN & GOODIER, 2014).

Estes painéis são geralmente fixados à uma estrutura cúbica ou retangular fabricada com vigas ou tubos de aço.

Há três tipos básicos de módulos metálicos: 

Módulos Fechados: Além de seu frame, as paredes também possuem função estrutural, distribuindo as cargas através destas.



Módulos (total ou parcialmente) abertos: Todas as funções estruturais são concentradas nos frames, os fechamentos possuem maior flexibilidade.



Pods (ou módulos não empilháveis): São geralmente unidades padrão com funções de serviço, podem ser adicionados ou removidos da edificação principal, sem comprometer sua estrutura.

Estas três formas construtivas são utilizadas de acordo com a demanda de

aplicação, e conforme a disposição das células da edificação principal (SMITH, 2010).

Os módulos fechados, por exemplo, podem compor um pavimento tipo de dormitórios de um hotel, enquanto módulos abertos podem fornecem amplos espaços para uma grande recepção.

Os módulos podem atuar ainda, como a própria estrutura primária da edificação, contando que sejam devidamente intertravados ou ancorados à uma outra estrutura de aço envolvente. Os Pods, necessariamente descansam sobre a estrutura principal da edificação (LAWSON, OGDEN & GOODIER, 2014).

37

3.4.1 Módulos Fechados Para cumprir sua função estrutural, os módulos fechados possuem paredes compostas por perfis metálicos em “C” posicionados verticalmente equidistantes em 60 centímetros, tendo espessura acabada variando de 70 a 100 milímetros (figura 26).

As aberturas, portas e janelas, são planejadas de acordo com as vigas, podendo ser recortadas posteriormente desde que o devido reforço seja aplicado (SMITH, 2010).

Os pisos e coberturas são fabricados seguindo a mesma concepção, mas com menor distanciamento entre as vigas, 40 centímetros neste caso (figura 29), podendo ainda ser reforçada com treliças do mesmo perfil, para

Figura 26: Módulo Fechado Fonte: SMITH, 2010

suportar cargas ocasionais. As vigas de canto, geralmente mais robustas, 3 a 4 milímetros de espessura, têm função de proporcionar a suspensão do módulo completo, bem como anexação de outros elementos, como varandas ou sacadas.

Neste método construtivo, as cargas distribuem-se de forma direta para as vigas das paredes, e posteriormente para a estrutura principal, possibilitando otimização das cargas como um todo, consequentemente, edificações mais altas (LAWSON, OGDEN & GOODIER, 2014). O travamento do módulo é obtido por vigas ou cabos em “X” (figura 27), cruzando as

Figura 27: Travamento do módulo Fonte: SMITH, 2010

paredes, por revestimentos intertravados, ou por simples apoios externos.

38

3.4.2 Módulos Abertos Os módulos total ou parcialmente abertos tendem à ser estruturas mais resistentes aos módulos fechados. O fato deve-se à sua concepção, com colunas feitas em perfis tubulares quadrados, laminados à frio, e vigas feitas em perfis “U” com abas inclinadas e conexões flangeadas. Os vãos entre as colunas, em seu comprimento, variam de 6 a 12 metros, sendo que as secções podem variar de 20 a 35 centímetros,

Figura 28: Módulo Aberto Fonte: Fonte: SMITH, 2010

tanto em altura quanto em largura (LAWSON, OGDEN & GOODIER, 2014).

Devido às grandes seções das vigas, os espaços gerados entre pisos e forros são amplos, possibilitando boa área para locação das instalações de serviço, como elétrica, hidráulica e refrigeração.

Colunas

intermediárias

podem ainda ser adicionadas entre as principais, para fins de transporte, ou para projetos específicos onde as

Figura 29: Módulo Aberto Rígido Fonte: Fonte: SMITH, 2010

seções das vigas devem ser menores.

Os módulos abertos podem ser fabricados ainda como uma armação rígida completamente soldada (figura 30), com perfis tubulares quadrados, usualmente com seções de 25x15 centímetros método

(SMITH,

construtivo

2010).

Este

proporciona

o

emprego de janelas com pé-direito total, bem como melhores alinhamentos

Figura 30: Fachada Modulada Fonte: SMITH, 2010

de suas faces, consequentemente, acabamentos mais eficientes e fachadas mais harmoniosas (figura 29).

39

3.4.3 Módulos Pods Os Pods geralmente são unidades menores, abrigando funcionalidades de pequenos banheiros (figura 34), áreas de serviço ou cozinhas (SMITH, 2010). Foram concebidos para atender a demanda de grandes empreendimentos, cujo pavimento tipo é altamente replicado, e as unidades independentes de personalização devem ser padronizadas. O sistema ainda não é uma prática comum no Brasil, devido às questões culturais, de padrões construtivos e práticas projetuais.

Figura 31: Módulos Pods Fonte: SMITH, 2010

3.4.4 Considerações Uma vez observados os tipos de unidades modulares e suas características, pode-se ter uma breve inclinação quanto a escolha dos módulos metálicos abertos, fabricados em estrutura rígida, para emprego na edificação proposta, considerando sua fácil concepção e versatilidade, tanto estrutural quanto estética.

A cidade de Joinville se sobressai em quantidade e variedade do setor industrial, possuindo fabricantes e distribuidores de perfis tubulares e estruturais, matéria prima para concepção dos módulos. Outro setor bem estabelecido, conforme levantamentos do anual Joinville em Dados, é setor de serviços, necessário para a transformação dos materiais, como cortes, soldagens e acabamentos.

40

4

ESTUDOS DE CASO Aqui serão apresentados e analisados estudos de caso relacionados com a

proposta tema desta pesquisa. Serão abordados preferencialmente centros ou complexos comerciais, edificações com grande visibilidade e fluxo de pessoas, que utilizam Containers ou módulos de Container em sua estrutura. Ainda serão abordadas edificações apenas pelo arranjo volumétrico dos módulos.

Os estudos de caso selecionados fornecerão as informações necessárias para a concepção desta proposta, quanto à localização, apropriação do lote, programa de necessidades, pré-dimensionamentos, partido arquitetônico e volumetria.

4.1 BDP: Boxpark Croydon O Boxpark Croydon, localizado na George Street 99 - Croydon, Londres – Reino Unido, é um complexo que se desenvolve junto à praça de uso misto Ruskin Square, e ao lado da estação East Croydon, realizando a conexão entre estes com eventos gratuitos, e atividades comerciais e gastronômicas, oferecidas por comerciantes independentes. O design proposto pelo escritório de Arquitetura BDP, cria um salão comercial semifechado, portanto, há um foco em seu núcleo, com as unidades dispostas em seu torno, bem como espaços de terraço ao ar livre (BOXPARK, 2017).

A mudança de nível entre o acesso da estação e a Dingwall Road possibilita o acesso de

pessoas

por

múltiplas entradas e níveis, gerando

Figura 32: Boxpark Croydon exterior Fonte: Boxpark 2017

uma provocação espacial e movimento pelos fluxos da estação. Os Containers Marítimos são elementos intimamente associados à marca Boxpark. O BDP acredita que há algo de mágico em tomar esse objeto, mundano e onipresente, e transformálo em algo desejável e transformador (BOXPARK, 2017). Foram utilizados ao todo 96

41

Containers,

dos

quais

4

unidades não sofreram nenhuma alteração. Toda a montagem se deu como um grande quebracabeça resultado Figura 33: Boxpark Croydon Acesso Fonte: Boxpark 2017

3D,

ainda

que

final

o

pareça

enganosamente simples.

Devido ao empilhamento não regular dos Container, as colunas para absorver cargas eventuais foram adicionadas às unidades inferiores. O orçamento total do empreendimento foi de 3 milhões de Euros, resultando em um complexo com 47 restaurantes (BOXPARK, 2017). A estética bruta e industrial integra-se com a linguagem básica de design da Boxpark, característica frequentemente replicada nas suas instalações.

Figura 36: Boxpark Croydon Circulação Fonte: Boxpark 2017

Figura 34: Boxpark Croydon Implantação Fonte: Boxpark 2017

Figura 35: Boxpark Croydon Aberturas Fonte: Boxpark 2017

42

Figura 39: Boxpark Croydon Planta-baixa Fonte: Boxpark 2017

Figura 38: Boxpark Croydon elevação sul Fonte: Boxpark 2017

Figura 37: Boxpark Croydon elevação norte Fonte: Boxpark 2017

43

4.1.1 Contribuição do estudo de caso O Boxpark Croydon foi selecionado como estudo de caso devido suas características comerciais. A edificação como um todo encontra-se em um ponto nodal de grande fluxo, gerado pela estação de trem, além de possuir bons visuais, sendo uma edificação predominantemente térrea. O entorno é caracterizado com grandes prédios modulares com pele de vidro, criando um contraste pela brutalidade do Container.

Além destes fatores, a arquitetura modular dos Containers pode ser apreciada pelo usuário durante sua refeição. Pessoas que trabalham nos prédios comerciais do entorno o utilizam para este fim. O transporte público é de evidente abrangência e qualidade em seu entorno. Imagina-se que sua implantação se deu para suprir a demanda por alimentação após a conclusão do complexo de negócios Ruskin Square.

O Container é evidentemente o principal elemento do partido arquitetônico, combinado com grandes decks e lounges em madeira. Sua modularização é visivelmente geometrizada, buscando eficiência e economia.

Conforme se vê na planta de térreo, para cada 5 unidades de restaurante há uma unidade de serviço, com espaços de preparo e armazenamento de alimentos, gerando combinações de 6 unidades e totalizando aproximadamente 170 m² cada.

Para os banheiros se dedicou uma área de aproximadamente 55 m², enquanto os escritórios e atividades administrativas ocupam 85 m².

Os suportes de instalações elétricas, hidráulicas e de dados ocupam apenas uma unidade. A praça de alimentação no pavimento térreo, ocupa uma área de aproximadamente 625 m², enquanto as superiores distribuem-se juntas em 340 m².

Nos fundos do pavimento térreo, duas unidades recebem suprimentos para posterior distribuição interna, onde há áreas de manobra para carretas.

A edificação possui em seu programa de necessidades, setores e fluxos típicos de restaurantes e pequenos shoppings, como docas de carga e descara, estoques alimentícios e de produtos de venda, câmaras refrigeradas de higienização e preparo, grandes áreas de circulação, praças de alimentação e afins.

44

4.2 LOT-EK: Escola Aberta da APAP (Anyang Public Art Project OpenSchool) A Open School APAP Seul, é uma estrutura

em

contêineres

que

foi

concebida como um espaço aberto, e posicionada ao longo da beira do rio local, para incentivar o espaço recreativo da orla e permitindo que os usuários sejam visitantes, espectadores e atores da edificação.

O espaço foi concebido utilizando

Figura 40: APAP Open School Implantação Fonte: APAP, 2017

oito Containers, rotacionados à 45 graus, formando, de sua vista superior, uma grande flecha, apoiada em pilotis, 3 metros sobre a margem do rio (APAP, 2017). Abaixo da edificação, no nível da rua,

estrategicamente,

grande

circulação

passando

pela

segue

de

área

uma

pedestres, destinada

a

proporcionar encontros, ambientes de repouso, contemplação e reuniões.

Ainda edificação,

abaixo a

da

sombra

produzida

pelos

Containers,

gera

espaço

microclima

um

agradável, proveito

Figura 41: APAP Open School acesso Fonte: APAP, 2017

no

tirando também

da

topografia, que gera um anfiteatro

público,

com

Figura 42: APAP Open School Galeria Fonte: APAP, 2017

vista da paisagem de toda a orla do rio (APAP, 2017). Mais ao seu centro, aos olhos do visitante, o acesso é convidativo, feito através de um Container inclinado. Em seu ponto mais alto há outra área de contemplação e apresentações, com espaços de socializações para a comunidade, como uma pequena praça (APAP, 2017).

45

Logo pavimento,

acima, os

no

artistas

primeiro residentes

possuem dois ateliês à sua disposição, voltados

para

a

grande

área

de

exposições. Próximo ao acesso principal, há uma parede sólida com várias furações em diferentes níveis, que proporcionam uma breve espiada da paisagem à fora, independente da altura do observador (APAP, 2017). O encaixe em 45 graus dos Containers permite ótima ventilações cruzada, através das bandeiras instaladas Figura 43: APAP Open School Observatório Fonte: APAP, 2017

em suas faces menores. O terraço conta com acesso através de Container inclinado, gerando expectativa ao observador, que ao acessá-lo, é imediatamente surpreendido pela vista da paisagem e pela clara localização da edificação no tecido da cidade, antes ocultada pela vegetação. Ao lado do rio, os transeuntes têm o olhar atraído para a edificação, com suas cores amarelo industrial vibrante e preto, além de sua única volumetria peculiar, tornando-a ponto de referência na localidade (APAP, 2017).

Figura 44: APAP Open School Inserção Fonte: APAP, 2017

Figura 45: APAP Open School Fachada Leste Fonte: APAP, 2017

46

4.2.1 Contribuição do estudo de caso A APAP Open School foi selecionada como estudo de caso pela forma peculiar com a qual se apropriou das unidades de Container, com seções em ângulo e acessos inclinados, gerando um elemento de certa forma orgânico. Apesar de estar ligeiramente obstruída pela vegetação que margeia o rio, suas cores e formas a tornam um elemento de destaque.

A edificação possui interiores que evidenciam a contemplação da paisagem, apesar de não possuir grande fluxo de usuários. Com as unidades apoiadas sobre uma estrutura metálica robusta, se conseguiu melhor aproveitamento das áreas inferiores, proporcionando diferentes usos sociais.

4.3 AXIS ARCHITECTS: Citizen M Hotel O

Citizen

M,

em

Bankside Londres, é um hotel da rede de mesmo nome, cujo conceito focouse na concentração das necessidades

realmente

úteis dos clientes durante uma outras deram

viagem, funções

todas de

lugar

as luxo à

funcionalidade (CITIZENM, Figura 46: Citizen M Hotel Fachada Fonte: CitizenM 2017

2017). O hotel possui 192

acomodações de 14 m² cada, sendo unidades modulares pré-fabricadas, que foram simplesmente anexadas à edificação.

A edificação localiza-se em uma área pós-industrial de Londres, e para adequar-se ao entorno, os arquitetos a referenciaram ao passado, através da aplicação dos mesmos materiais utilizados nos armazéns que compunham a localidade, os tijolos de areia.

47

A rede optou para a nova edificação uma disposição que otimizasse as áreas internas sociais, para tal, os módulos foram dispostos alinhados em sequência, formando um corredor circundante

e

um

pátio

interno

central

(CITIZENM, 2017). Se aproveitou do vidro para gerar permeabilidades e integração social, bem como terraços e jardins semifechados.

CitizenM (2017) explica que a fachada é trabalhada com as sobreposições das unidades modulares que compõe as acomodações, gerando

uma

irregularidade

orgânica,

Figura 47: Citizen M Hotel Sobreposições Fonte: CitizenM 2017

combinada com os painéis de concreto que simulam os padrões de tijolos de areia.

Figura 48: Citizen M Hotel Acomodações Fonte: CitizenM 2017

Figura 49: Citizen M Hotel pátio interno Fonte: CitizenM 2017

Os acessos principias, do lobby e do café, ocorrem através de portais em madeira, seguindo a tipologia da fachada (CITIZENM, 2017). Ambientes internos sociais proporcionam diferentes momentos aos hóspedes, tanto para trabalho, quanto para o lazer.

Todas as acomodações possuem o mesmo padrão de qualidade, com pequenos boxes para banho conjugados com uma bancada funcional, onde estão pias, cofre, frigobar, e suporte de energia e comunicação (CITIZENM, 2017).

48

O ambiente é completamente gerido por tablet, controlando temperatura do ar e da iluminação, até a abertura das cortinas e altura da cama.

Figura 50: Citizen M Hotel Compatibilização Fonte: CitizenM 2017

Figura 52: Citizen M Hotel Térreo Fonte: CitizenM 2017

Figura 51: Citizen M Hotel Acabamentos Fonte: CitizenM 2017

49

Figura 53: Citizen M Hotel 1° Pavimento Fonte: CitizenM 2017

Figura 54: Citizen M Hotel Acomodação Tipo Fonte: CitizenM 2017

50

Figura 55: Citizen M Hotel Pavimento tipo Fonte: CitizenM 2017

Figura 56: Citizen M Hotel Corte acomodação Fonte: CitizenM 2017

51

4.3.1 Contribuição do estudo de caso O Citizen M Hotel foi escolhido como estudo de caso por evidenciar seu método construtivo modular. Já na fachada se vê os módulos metálicos empilhados e sobrepostos, apoiados sobre estrutura de pilares e paredes de concreto. Novamente se vê a geometrização destes elementos, buscando tanto a eficiência da estrutura como um todo, quanto a padronização das acomodações, já que se trata de um hotel.

Este fato também favorece a contemplação do método construtivo da edificação através da permanência do hóspede em seu interior, bem como nos momentos sociais da própria estadia. Conforme se vê em planta, o térreo possui área de convivência de aproximadamente 590 m², enquanto as áreas funcionais, de apoio, serviço e armazenamento ocupam 480 m².

O partido arquitetônico da edificação parte do tijolo de areia dos antigos galpões que compunham a malha do bairro, estes estão representados no revestimento externo e na própria sobreposição aleatória dos cômodos na fachada. No primeiro pavimento de acomodações, 42 módulos de aproximadamente 2,5x6,8 distribuem-se em uma área de aproximadamente 730 m², enquanto as circulações geram 250 m².

Os módulos foram ordenados espelhados, combinando os shafts das redes de utilidades dos banheiros, apropriando-se também de parte do forro para esta função.

A edificações está harmoniosamente inserida na malha de edifícios que a circunda, as molduras de 2,5x3,0 metros geram ritmo e continuidade ao alinhamento predial.

O método construtivo modular da edificação acaba quase que camuflado perante ao mesmo sistema adotado pelas edificações do entorno, uma vez que o Reino Unido é o berço das construções modulares. Como trata-se de uma região de característica hoteleira, os serviços de transporte públicos e de turismo são evidentes, desde pontos de taxi e paradas de ónibus, até grandes racks de locação de bicicletas.

5

DIAGNÓSTICO DA ÁREA DE INTERESSE Este capítulo transcorrerá sobre o local para implantação da proposta de

edificação de atividades gastronômicas em módulos metálicos, suas características geográficas, urbanísticas, arquitetônicas e sociais. Uma breve comparação entre o

52

local escolhido e algumas das características dos estudos de caso apresentados será desenvolvida.

5.1 Escolha do Lote O lote escolhido para a proposta localiza-se na cidade de Joinville (figura 56), sendo esta, a maior do estado de Santa Catarina. A cidade ainda é o terceiro maior polo industrial da região sul do Brasil. Entre as atividades mais desenvolvidas da indústria, destacam-se os setores da metalurgia, metal-mecânico, têxtil e químico.

Joinville contempla ainda a maior região de expansão metropolitana do norte/nordeste do estado (JOINVILLE, 2017).

Figura 57: Principais acessos de Joinville Fonte: Joinville em dados 2017

53

Os principais acessos à cidade ocorrem através das rodovias, BR-101, SC-418, BR-280, e SC-108. O principal acesso se dá através do pórtico da cidade, localizado na rodovia BR-101, mais precisamente na divisa entre os bairros Glória e Vila Nova.

A área de interesse localiza-se no bairro América, cuja densidade populacional estimada é de 2,74 mil habitantes por km². A população tem renda média mensal de 5,74 salários mínimos (~R$5.378,4), dos quais 52,9 são mulheres e 47,1 homens.

Estima-se que a população atual esteja na casa de 13 mil habitantes, distribuídos em sua malha urbana delimitada de 4,54 km² (JOINVILLE, 2017).

Figura 58: Bairro América. Fonte: Joinville Bairro a Bairro 2017.

54

Conforme gráficos a seguir, quanto ao uso do solo, observa-se que o bairro é predominantemente residencial, onde as atividades de comércio e serviço ocupam apenas 13,6% do total dos lotes analisados, contra 80,4% dos residenciais. A faixa etária predominante no bairro é a dos 26 aos 59 anos de idade, aproximadamente 7,2 mil pessoas.

Figura 59: Faixa Etária bairro América Fonte: Joinville em Dados 2017

Figura 60: Uso do Solo bairro América Fonte: Joinville em Dados 2017

A rua Max Colin comporta o lote escolhido, dado resultante da análise da quantidade de estabelecimentos gastronômicos por via, realizada para entender o fenômeno de “Via Gastronômica” que ocorre não apenas em Joinville. Foi realizado um levantamento dos estabelecimentos comerciais gastronômicos, que servem refeições em horário de almoço e/ou janta, como bares e restaurantes.

Foram excluídos da análise as casas de shows e estabelecimentos fechados de entretenimento noturno. A tabela a seguir apresenta os dados levantados das duas vias que apresentam a maior quantidade de estabelecimentos gastronômicos na cidade de Joinville.

55

Estabelecimentos Gastronômicos Rua Max Colin n° Pizzaria do Fritz 2560 2 Hamburguês Hamburgueria 2560 3 Petisqueria Caxias 2535 4 Capitão Space 5 Rodrigues Lanches 2058 6 Mistura Fina 2048 7 Mais Bier Brewpub 1950 8 Rocki'n Bier 1914 9 Don Boni 1901 10 Brothaus Pães e Doces 1828 11 -OPA Boteco 1589 12 -Niu Sushi 13 -Villa Pescara 14 -Nono Mio 15 -Don Barcelo 16 -Bistrô do Grão 17 -OPA Grill 18 Strike 7 1531 19 Restaurante Emmendörfer 1483 20 Bar e Restaurante Marabá 1524 21 Brasileirinho Delivery 1246 22 OPA Store / Garagem OPA Bier 1195 23 Palatare Restaurante 1000 24 Mosteiro Pub 776 25 Totens Pizzaria 635 26 Alles Picanha 441 27 Barão Choperia 441 28 Bruthus Hamburgueria 349 29 Futuro Burguer King 30 31 32 Extensão 2600 m Média de 1 estabelecimento a cada 89,66 m

QT 1

Rua Visconde de Taunay Confeitaria XV Paddock's Lanches Paiol Choperia R7 Bar e Restaurante -Seattle Rock Café -Buena Vibra Café e Bar -Prime Dog Hot Dog Vegas Bowling O Fornão Pìzzaria Fatirella Pìzzaria -Hullen Pizzaria -Chimarrão Churrascaria -OPA Pizza -Didge Steake House Água Doce Cachaçaria Madrileño Cocina Internacional Slice Pizza Restaurante Arte em Café Hōsu Sushi Alles Gute Hamburgueria Zum Schlauch Subway Guacamole Dona Francisca Choperia Rubicon Wine & Emporium Kib's Cozinha Arabe Pinus Restaurante e Choperia La Taska Restaurante Bar Nhac Temaki Biergarten Hummm Pizza na Pedra Joinville LaPadocca Extensão (km) 1 estabelecimento a cada

Figura 61: Estabelecimentos Gastronômicos Max Colin x Visconde de Taunay.

Fonte: Do autor

n° 45 136 230 146 166 206 240 299 343 368 398 420 440 465 523 550 555 662 702 788 856 874 1000 1136 1174 1183 1223 1241 1400 m 43,75 m

56 Unidades

Figura 62: Usos Gastronômicos - Rua Max Coloin.

Fonte: Google My Maps

Figura 63: Usos Gastronômicos - Rua Visconde de Taunay.

Fonte: Google My Maps

Figura 64: Gastronômicos - Duque de Caxias x Henrique Meyer. Fonte: Google My Maps

57

Nota-se que a rua Visconde de Taunay, que leva o título de Via Gastronômica de Joinville, possui poucos estabelecimentos gastronômicos a mais em relação a rua Max Colin, e que alguns destes estabelecimentos estão agrupados no mesmo lote.

Sua distribuição é regular na atual via Gastronômica, enquanto na Max Colin, ocorre em pontos específicos.

Pode se dizer que o título de via Gastronômica de Joinville é atribuído a rua Visconde de Taunay devido a concentração destes estabelecimentos gastronômicos, em maior evidência no trecho entre as ruas Duque de Caxias e Henrique Meyer. Tornase evidente a demanda por estabelecimentos gastronômicos em ambas as vias.

Da mesma forma, a proporção destes pela extensão da via, menor no caso da Max Colin, sendo esta, a via escolhida para a implantação da proposta tema desta pesquisa.

A implantação de um centro gastronômico na rua Max Colin poderá promover a atividade dos demais estabelecimentos do mesmo uso, podendo esta via, ter notoriedade igual ou superior à Via Gastronômica de Joinville.

A implantação desta edificação poderá beneficiar o setor gastronômico da cidade como um todo, sendo o festival gastronômico associado ao setor turístico da cidade bem como às datas das suas maiores atrações.

O lote escolhido para a implantação da edificação, localiza-se em um ponto intermediário entre os já consagrados points gastronômicos da rua Max Colin, podendo promover uma regularidade e continuidade desta atividade no decorrer da via.

No quesito da qualidade das cidades e dos ambientes urbanos, a edificação poderá promover a melhor segurança da localidade, uma vez que poderá gerar maior fluxos de pessoas, tanto durante o dia quanto à noite. Gente circulando pelas ruas e calçadas gera segurança através de uma vigilância informal, os “olhos da rua” como caracteriza Jane Jacobs (JACOBS, 2013). A escolha do lote, baseada nos fatores supracitados, baseou-se também no entorno imediato. O lote escolhido é uma parcela de um terreno desocupado desde o ano de 2013, e de outro lote, adjacente que comporta uma edificação em ruínas, disposto na altura do n°804 da rua Max Colin.

Torna-se evidente a demanda por estabelecimentos gastronômicos em ambas as vias. Da mesma forma, a proporção destes pela extensão da via, menor no caso da Max Colin, sendo esta, a via escolhida para a implantação da proposta tema desta pesquisa.

58

Figura 65: Points Gastronômicos rua Max Colin. Fonte: Google My Maps.

Figura 66: Centralidades Gastronômicas. Fonte: Google My Maps.

59

O Lote A escolha do lote, baseou-se também no entorno imediato. O lote escolhido é uma parcela de um terreno desocupado desde o ano de 2013, disposto na altura do n°804 da rua Max Colin. Como se pode observar, optou-se pela junção das áreas de dois lotes que estão voltadas para esta faixa viária. A área correspondente ao lado direito da seleção em vermelho pertence ao lote de inscrição imobiliária nº 13-20-3206-0919, enquanto a área ao lado esquerdo, pertence ao lote nº 13-20-32-06-1065.

A Justificativa baseia-se, entre os fatores já citados, na atual característica destas duas parcelas de lote. Enquanto o lote 13-20-32-06-0919, na esquina das ruas Max Colin e Araquari, comporta uma edificação em ruína; o lote 13-20-32-06-1065 é categorizado como baldio desde o ano de 2013, atualmente utilizado como estacionamento pelos comerciantes do entorno imediato.

60

Figura 67: Ruína, Max Colin x Araquari, lote 13-20-32-06-0919. Fonte: Do Autor.

Figura 68: Baldio, Max Colin lote 13-20-32-06-1065. Fonte: Do Autor.

Figura 69: Lote Resultante. Fonte: Do Autor. Base: SIMGEO

61

Como se observa, a junção das parcelas dos dois lotes cria um último lote, agora de esquina. Considerando que a edificação em ruína será demolida, uma vez que resta dela apenas as paredes que compõe seu perímetro, a cobertura já não existe. As Características e índices do lote resultante são as seguintes: •

Área de 2528,0 m²

•

Testada de 58,16+7,86+34,93m,

•

Largura de 63,42m, fundos de 40,11m

•

Perímetro de 204,5m

•

Totalmente na cota de elevação +5,0m

•

Topografia plano

•

Zoneamento AUAE AS-05

•

Coeficiente de Aproveitamento 1,0

•

Taxa de Ocupação máx. 60%

•

Taxa de Permeabilidade 20%

•

Gabarito máx. 9,0m

•

Recuo Frontal 5,0m com afastamentos laterais e fundos 1,5m A Nova Lei de Ordenamento Territorial descreve o zoneamento onde o lote está

inserido como área urbana de adensamento especial (AUAE): regiões que não apresentam predominantemente fragilidade ambiental, possuem boas condições de infraestrutura, sistema viário estruturado, transporte coletivo, equipamentos públicos comprovadamente capazes de absorver a quantidade de moradores desejada, mas que apresentam predominância de características paisagísticas, históricas, e/ou de residências

unifamiliares,

não

sendo

recomendáveis

populacional pleno.

Figura 70: Classificação de Usos. Fonte: ver...............

para

o

adensamento

62

Quanto aos Requisitos Urbanísticos para Uso do Solo, a atividade de Alimentação é permitida, desde que em Faixa Viária, até 100m em vias perpendiculares à esta.

Apesar de os Índices Urbanísticos permitirem a implantação de um empreendimento de grande porte, de forma a aproveitar todo seu potencial, o objetivo da edificação proposta está focado na qualidade do ambiente de transição entre público e privado, e não no simples e deliberado aproveitamento total dos índices.

5.2 Clima

Quanto ao clima, a área escolhida encontra-se em uma região classificada como predominantemente úmida mesotérmica, com microclima classificado como super-úmido, apresentando umidade relativa média anual de 76% (JOINVILLE, 2017).

As temperaturas médias anuais ficam em torno de 21°C, com máximas de 32°C e mínimas de 11°C. Em sua face leste, o terreno ainda possui sua cobertura vegetal original, do tipo floresta submontana. Conclui-se que a edificação será desenvolvida com a preocupação com a integridade de sua estrutura, quanto a ação da umidade.

5.3 Incidência solar e eólica

A área escolhida encontra-se orientada, em sua maior dimensão, no sentido sul-norte. Como está no hemisfério sul, a face que recebe maior parcela de luz solar é a fachada norte, bem como, na parte da tarde, a fachada oeste. A variação máxima dos trajetos do sol, de acordo com as estações do ano, está representada nas figuras 67 e 68.

A velocidade média dos ventos predominantes na região está na média de 10km/h, variando sua orientação (figura 66) conforme as mudanças de temperatura das estações do ano. No verão, predominam os ventos Leste/Nordeste, no inverno, os ventos Sul/sudeste.

63

Figura 71: Direção dos ventos em Joinville Fonte: De Mello e Maria Novais de Oliveira (2015)

64

Figura 72: Trajetória Solar Solstício de Inverno Fonte: suncalc.net

Figura 73: Trajetória Solar Solstício de Verão Fonte: suncalc.net

65

5.4 Transporte Público, Circulação Pedonal e Ciclo viária Quanto à cobertura de transporte público coletivo, há no entorno imediato quatro pontos de parada, que ficam à curtas distâncias a pé, do local escolhido. Oito linhas alimentadoras cobrem os pontos de parada na rua Max Colin, proporcionando tempo mínimo de espera de 10 minutos. A rua oferece também boa qualidade das circulações de pedestres no raio de ação definido, com surpreendente continuidade dos níveis de calçadas.

Figura 74: Cobertura TPU. Fonte: Google My Maps.

A rua oferece também boa qualidade das circulações de pedestres no raio de ação definido, com razoável continuidade dos níveis de calçadas. No binário as circulações apresentam boas qualidades, com as devidas sinalizações instaladas. Há também, sistema de controle de velocidade dos automóveis, onde a velocidade máxima permitida é de 60 km/h.

Figura 75: Qualidade Via, Max Colin.

Fonte: Google Street View.

Figura 76: Qualidade Via, Timbó. Fonte: Google Street View.

66

5.5 Tráfego

Com a conclusão das obras da rua Timbó, paralela imediata à Max Colin, o conjunto das duas ruas passou a atuar como um Binário, no qual a rua Timbó segue em direção ao centro, e a Max Colin no sentido bairro. Outro fator de relevante importância é a caracterização da rua Max Colin como um eixo comercial e de serviços, com forte característica gastronômica.

O acesso ao lote selecionado poderá ocorrer convenientemente através da rua Araquari, e com saída para a rua Max Colin. Os maiores fluxos ocorrem na rua Max Colin, caracterizada com uma via arterial, que distribui o tráfego na direção centrobairro, fato que promove boa visibilidade para o lote. Quanto ao tráfego de veículos, a região pode apresentar transito lento nos horários de pico, podendo em certos casos, congestionar a rua Max Colin em mais da metade de sua extensão, durante o período entre às 17:30 e 19:00 horas.

Figura 77: Trânsito Max Colin Fonte: Google Maps

67

5.6 Entorno Imediato

O levantamento abaixo apresenta as manchas das edificações dispostas no raio de ação de 500,0m onde o lote escolhido encontra-se no centro. Além da grande diversidade de usos para o atendimento de pessoas, há também os usos residenciais, ocorrendo em sua maioria, através de casa térreas isoladas. Grandes prédios residenciais também estão dispostos no decorrer da rua, representando grande parte do consumo das atividades ali oferecidas. Esta característica é favorável uma vez que pode oferecer um regular fluxo de consumo gastronômico que será oferecido na edificação.

LOTE ESCOLHIDO RESIDENCIAL COMERCIAL SERVIÇOS INSTITUCIAL ENTRETENIMENTO DESOCUPADO

Figura 78: Entorno Imediato. Fonte: Do Autor.

Entre as edificações mais significativas destacam-se: Brothaus Pães & Doces, Parque Opa Bier, Opa Boteco, Strilke 7, Sociedade Cultural Lírica, Garagem Opa Bier, Bezerro Grill, e o Ginásio Ivan Rodrigues. Estas edificações possuem atividades voltadas para a gastronomia, lazer e entretenimento, que contribuem para gerar um fluxo regular de pessoas, vindas de vários locais da cidade em diferentes horários.

68

Quanto à Arquitetura, algumas edificações apresentam características marcantes, que podem ser levadas em consideração na composição da proposta. A diversidade de modelos também é ampla, poucas edificações apresentam estilos visivelmente definidos, são na maioria dos casos, edificações pensadas para serem funcionais, através de uma estrutura com menor custo possível.

As edificações indicadas a seguir, apresentam certo apelo arquitetônico, uma vez que atraem a atenção do observador através de suas formas não convencionais.

A Idelli Ambientes (figura 82) apresenta

sua

fachada

com

elementos modernos, em vidro e concreto.

Com

efeito

de

estreitamento do frame externo da estrutura. A composição é atrativa Figura 79: Idelli Ambientes Fonte: Google Street View

e

convidativa,

apresentando,

como parte necessária do empreendimento, grande permeabilidade para o interior.

O prédio da AMUNESC (figura 84) é com certeza a edificação mais destoante da região. Como uma “locomotiva” com ornamentos que remetem os galpões industriais, ela descansa com sua fachada ovalizada voltada para a rua.

A

edificação

concessionária

da

Chevrolet,

atual a

Figura 81: AMUNESC Fonte: Google Street View

Metronorte (figura 83), apresenta a estética fabril dos antigos galpões industriais da cidade de Joinville. A cobertura em estilo shed, é o elemento de maior identificação, com sobreposições que se intercalam, de

Figura 80: Metronorte Fonte: Do autor

forma a proporcionar entrada de luz natural.

69

O centro veterinário Cães e Gatos (figura 85), apresenta a mais similar estética à que se quer propor, ainda que somente em sua fachada.

As

colunas

do

pé-direito,

distribuídas uniformemente, dão a leve impressão

de

modulação.

Sem

uso

evidente, o segundo nível da fachada Figura 82: Centro Veterinário Cães e Gatos Fonte: Google Street View

tornou-se apenas uma circulação.

5.7 Considerações.

Comparando os estudos de caso apresentados, com os levantamentos supracitados, é evidente que as características favoráveis principais podem ser reproduzidas e alcançadas na proposta. A área escolhida intenta maximizar repercussão da edificação como um todo, e a disseminação do método construtivo modular, considerando seus benefícios, principalmente no quesito sustentabilidade, perante os métodos convencionais.

Assim como no estudo de caso Boxpark Croydon, a área selecionada localizase em um eixo de serviços, onde os fluxos buscam atividades secundárias nesta edificação. Enquanto o Boxpark atende a demanda por alimentação do complexo de negócios Ruskin Square, a edificação proposta atenderá a demanda por alimentação e serviços de quem trabalha em seu entorno.

A APAP Open School oferece bons visuais da paisagem em que está inserida, sendo a orla do rio uma das poucas linhas de vegetação na malha urbana da cidade de Seul. A área escolhida, da mesma forma, oferece visão privilegiada do entorno. Em seu ponto mais alto será possível contemplar a mancha de vegetação a sudoeste do lote, caracterizada como uma área de relevante interesse ecológico.

O hotel londrino Citizen M está localizado no centro da cidade, de forma que atende com eficiência a demanda do turismo, estando há alguns minutos de caminhada dos principais pontos turísticos de Londres. Ainda que o entorno não ofereça atrativos turísticos, à não ser gastronômicos, edificação proposta poderá gerar relevante interesse deste setor, uma vez que se intenta atrair os olhos do observado para sua modulação.

70

6

CONDICIONANTES PROJETUAIS

Quanto aos sistemas de segurança de prevenção e combate a incêndio, a regulamentação se dá pelo órgão do Corpo de Bombeiros Voluntários De Joinville.

Este possui em seu centro de atividades técnicas a quantidade de 34 instruções normativas pertinentes à segurança em edificações. As 34 instruções normativas abordam diferentes situações de segurança, de forma que nem todas serão aplicadas à edificação proposta.

Quanto as leis de uso e ocupação de solo, são regulamentadas pela Secretaria de Planejamento Urbano e Desenvolvimento Sustentável da cidade de Joinville.

Recentemente a regulamentação foi atualizada para a LEI COMPLEMENTAR Nº 470, de 09 de janeiro de 2017 que, redefine e institui os instrumentos de controle urbanístico.

Quanto a legislação pertinente às questões construtivas da edificação, são aplicadas as instruções apresentadas no Código de Obras da cidade de Joinville, LEI Nº 667/1964. Também será consultado o Catálogo de Normas Técnicas elaborado pelo Sindicato da Construção (SINDUSCON), que apresenta de forma estruturada as normas aplicáveis em cada elemento e etapas da construção.

7

PROPOSTA

Este capítulo apresentará as características da proposta arquitetônica, tema desta

pesquisa,

fundamentada

pelos

conhecimentos

adquiridos

em

seu

desenvolvimento. Aqui estarão evidenciadas as escolhas relacionadas ao conceito, diretrizes, partido arquitetônico, programa de necessidades, fluxograma, implantação e proposição volumétrica.

71

7.1 Conceito e Partido arquitetônico

Quando se frequenta um restaurante ou quando se busca simplesmente um local para realizar uma refeição, a maioria das pessoas encontra exata e simplesmente isto, o momento da refeição em si, e nada mais, se segue para as atividades no restante do dia. Em contrapartida, quando se frequenta um bar ou pub, se espera uma atmosfera compatível com a atividade.

A edificação proposta busca relacionar estas atividades, e integrá-las com o momento de estar, da refeição, e o momento de conviver e descansar. Não simplesmente se alimentar, e seguir seu caminho. O momento antes e pós refeição pode ser um momento contemplativo, um momento reservado, dando o real sentido a importância da refeição.

Restaurantes geralmente são edificações térreas, por uma questão de fluxos e pela questão do convite, permeabilidade e acessibilidade, o “adentrar” ao alcance dos olhos. Se busca neste estudo, um rompimento gradual do público com o privado, onde uma praça realiza o convite à edificação sem muros. Um local onde o usuário possa ter um momento reservado, não das outras pessoas, mas das atividades alheias ao momento da refeição, do estar, e do descanso.

A Modulação, Container Marítimo e o movimento das embarcações.

A modularidade da edificação por si só já a conceitua, o módulo metálico é o sucessor do container, leia-se container marítimo. A homenagem é natural, o conceito do módulo aqui utilizado está intrinsecamente relaciono com o container marítimo. A referência ocorre nas sobreposições, nos reflexos dos espelhos d’água, no modal de transporte marítimo, onde a edificação descola-se do terreno, flutuando sobre os espelhos d’água e ainda nos ângulos das embarcações e no design marítimo.

Oque? - Complexo Gastronômico e de Convivência. Para se encontrar, estar, se alimentar e descansar à sombra de uma árvore, ou ao lado do espelho d’água.

Onde? - Joinville, bairro América, predominantemente residencial, com via arterial mesclada de comércio, serviços, gastronomia.

72

Para quem? - Para quem precisa se alimentar, e tirar proveito de um ambiente de qualidade, antes e depois da refeição. Para quem gosta de se encontrar em um lugar diferente, para quem quer simplesmente estar, sem compromisso.

7.2 Diretrizes

A proposta de edificação para esta pesquisa nasceu primeiramente da inquietação quanto aos métodos construtivos em voga no Brasil, o tijolo e a argamassa, uma vez que os métodos construtivos modulares são mais eficientes.

Outra importante questão foi a sustentabilidade ambiental, diretamente relacionada com o método construtivo, outra vez desfavorável nos métodos convencionais.

Posteriormente se buscou a integração da proposta com o setor gastronômico da cidade de Joinville, procurando oferecer “mais”, entregando uma concepção que mesclasse gastronomia e convivência.

Se propôs uma relação íntima com o entorno, para que a edificação se tornasse convidativa, permeável e acessível, um rompimento gradual do público com o privado.

Se buscou ao máximo aproveitar a ventilação e iluminação naturais, manipulando os eixos da edificação para a otimização destes fatores, uma vez que se optou por uma edificação térrea com subsolo.

Se busca também a valorização da mão de obra e serviços tecnológicos de Joinville, e o enriquecimento do setor gastronômico.

73

7.3 Programa de Necessidades e Pré-dimensionamento O Programa de necessidades para a edificação proposta baseou-se nas recomendações do Roteiro para implantação de Restaurante Popular, que estabelece as condições e configurações mínimas para projetos deste segmento, como segue a imagem abaixo.

Figura 83: Programa de Necessidades de Restaurante Popular. Fonte: Popular 2017......

O Programa de necessidades proposto aborda, além dos itens citados, ambientes de convivência e descanso, e bares que complementam as atividades da edificação em diferentes turnos, bem como os setores eventuais e de apoio da edificação.

74

Figura 84: Programa e pré-dimensionamento proposto. Fonte: Do Autor.

7.4 Fluxograma O Fluxograma proposto se dividiu em dois grupos, de clientes, e de serviços, indicando as circulações e fluxos de entrada e saída de insumos típicos do uso.

Figura 85: Fluxograma de Clientes. Fonte: Do Autor.

75

Figura 86: Fluxograma de Serviços. Fonte: Do Autor.

7.5 Ensaio Volumétrico e Setorização.

No ensaio volumétrico a importância da orientação dos eixos da edificação já foi posta em prática, considerando os fatores ambientais como ventilação, e a visibilidade de quem circula pela principal via de acesso, Max Colin.

O recorte do terreno para comportar o subsolo foi pensado para que integrasse também um ambiente aberto, semicoberto pela projeção do pavimento térreo.

O recorte do terreno foi regido também pelo conceito, onde a edificação descola-se do terreno.

Todo o complexo se dispôs orientado na direção nordeste, aproveitando toda a testada do terreno de esquina, como se verá na implantação. À área de estacionamento e circulação de veículos se destinará os fundos do lote, ao sul, buscando romper com a tradicional disposição usualmente à frente das edificações. Quanto aos acessos, se buscará um alinhamento em cruz, paralelo ao eixo nordeste do lote.

76

TÉRRE

SUBSOL

RECORTE

Perspectiva sem escala

TÉRREO

RECORTE Perspectiva sem escala

T+S+R

Perspectiva sem escala Figura 87: Ensaio Volumétrico. Fonte: Do Autor.

77

Setorização no Subsolo

Setorização no Térreo

• • • • • • •

UNIDADES GASTRONÔMICAS REFEIÇÕES INTERNA LOUNGES/CONVIVÊNCIA APOIO REFEIÇÕES/CONVIVÊNCIA EXTERNA CIRCULAÇÕES VERTICAIS SANITÁRIOS/VESTIÁRIOS

Figura 88: Setorização. Fonte: Do Autor.

Se definiu 7 setores principais, partindo das diretrizes e do resultado do estudo volumétrico, como se vê na legenda ao lado. A setorização apresentada busca gerar encontros através da disposição das circulações e das unidades gastronômicas.

Figura 89: Implantação Proposta. Fonte: Do Autor

78

7.6 Implantação

79

Como se pode ver, toda a área de testada do lote é aproveitada comportando as áreas de estar e de convivência externas, uma praça que envolve a edificação.

A transição do público com o privado passa despercebida. A calçada pública invade os limites do lote, tornando-se uma extensão desta, preenchendo esta área com equipamentos de permanência. A sombra das árvores sobre os bancos.

1-O estacionamento foi locado aos fundos, para não interferir no contato da edificação com a circulação nas calçadas e na rua. A disposição das vagas segue os eixos do projeto.

2-Os eixos acompanham o sentido natural do campo de visão do transeunte, no sentido oeste. Quando este vê a edificação como um todo, se depara com a fachada principal, nordeste, voltada para si.

3-A cobertura vegetal foi disposta protegendo a fachada norte, que recebe a maior parcela de iluminação, oferecendo também um clima agradável às áreas de convivência externas.

4-A modulação é visível em toda a testada, os módulos foram sobrepostos, como se estivessem “navegando” no sentido nordeste. Os jardins sob as árvores complementam o movimento como se fossem marolas.

5-Os dois acessos principais à edificação ocorrem junto à esquina das ruas Max Colin e Araquari. A ponte de acesso ao térreo fica ao lado da escala para o subsolo.

6-Na eventualidade de expansão, que se apropriará da área de cobertura, a disposição dos novos módulos será realizada por guindaste nesta área.

Figura 90: Subsolo Proposto. Fonte: Do Autor.

80

7.7 Subsolo

81

1-Na elaboração da planta de subsolo se buscou integrar a área de refeições interna com o pátio externo, onda há uma atmosfera livre do ruído do trânsito, com sombra proporcionada pela projeção do térreo, harmonizada com os espelhos d’água e jardins. Para tal, não há paredes que separam estes dois ambientes, apenas esquadrias com pé direito total, grandes aberturas para proporcionar ventilação cruzada e permanente, uma vez que se trata de um subsolo.

2-Os acessos foram dispostos cruzados, uma forma de proporcionar encontros, uma vez que há 3 unidades gastronômicas no subsolo. O acesso ao térreo, pelo interior do subsolo, é realizado através da escada do lounge, onde naturalmente haverá a troca de olhares.

3-O subsolo E o térreo integram-se através de conexões verticais, rasgos nas modulações permitem a troca de olhares entre os dois níveis.

4-Os sanitários dos clientes ficam reservados das outras atividades, e foram dimensionados para comportar uma lotação de 100 pessoas no subsolo.

5-Como há uma unidade gastronômica com cocção independente, se fez necessária a instalação de um duto para exaustão através de ventilação forçada.

Durante o dia, a unidade gastronômica do restaurante leste demanda maior uso e atividade. No período da noite, os bares, que possuem a agradável característica de estar no subsolo, regem os fluxos, ainda que possam ocorrer usos simultâneos.

Figura 91: Térreo Proposto. Fonte: Do Autor.

82

7.8 Térreo

83

1-O acesso principal à edificação ocorre no térreo através de uma ponte, remetendo ao marítimo. O transeunte que se aproxima sente a edificação solta do terreno, mas só percebe o subsolo ao adentrar a área de convivência externa.

2-Assim como no subsolo, grandes aberturas preenchem a fachada ao alcance imediato dos olhos, promovendo permeabilidade. A rua vê o que ocorre em seu interior, que por sua vez, retribui.

3-As aberturas vistas acima do observador no subsolo, agora se invertem, dando continuidade aos encontros.

4-O Acesso à edificação através do estacionamento é centralizada, tanto na disposição do próprio acesso, quanto o momento da edificação que este revela.

5-Quem acessa o subsolo tem a vívida a sensação do que ocorre no térreo enquanto desce as escadas, sendo provocado a acessá-lo, agora através da escada do lounge.

6-Apesar de segregado pelas aberturas do subsolo, as áreas de convivência estão imediatamente à vista das alas de refeição.

7-A disposição dos módulos nos sanitários (3x7,5m) viabiliza a eventualidade de expansão, atuando como módulos POD, sendo replicados neste momento. O mesmo ocorre com as circulações verticais.

8-Os fluxos da principal unidade gastronômica ocorre conforme planta de fluxos (prancha 10).

84

7.9 Cortes Transversais

1-Os atuam

brises de

três

maneiras: protegendo a fachada norte da maior parcela de luz; gerando movimento e um convite ao subsolo; e remetendo as formas dos

navios

de

containers.

2-As conexões verticais entre térreo e subsolo

permitem

ampla visibilidade dos pontos

chave

atividades

das da

edificação. tendência

de

a se

acompanhar o modo de preparo das refeições, as áreas de cocção tornaram-se permeáveis aos olhos do usuário.

4-Da forma,

a

mesma sala

de

administração/nutrição, possui visão integral das atividades da área de cocção.

Figura 92: Cortes Transversais. Fonte: Do Autor.

3-Seguindo

85

7.10

Cortes Longitudinais

1-O reservatório de água

comporta

a

improvável capacidade de

100

pessoas

no

térreo e 100 pessoas no subsolo, considerando o consumo de 25 litros por

refeição.

Dessa

forma foi estabelecido um reservatório de 5mil litros

em

Polietileno,

uma vez que é um material mais leve.

2-Apenas

um

acesso, o Oeste, não se relaciona imediatamente com o ornamento no sentido contrário dos que ao subsolo convidam.

3-Quem pelas

circula

áreas

convivência

de

externas

possui visão tanto das atividades

do

térreo

quanto do subsolo, com mais intensidade para com este último, uma vez que possui um pátio externo.

O

guarda-

Figura 93: Cortes Longitudinais. Fonte: Do Autor.

subsolo, recebendo um

86

corpo exigido por lei, é convenientemente aproveitado no conceito marítimo da edificação.

4-As circulações verticais internas, 1 de clientes e 1 de serviço, conectando as duas maiores unidades gastronômicas, ocorre através escada balanceada, nos moldes da NBR-9077.

5-As calhas de capação de água pluviais, nos níveis mais baixos, estão estrategicamente posicionadas sobre o eixo das colunas estruturais dos módulos, de forma a comportar no interior da própria estrutura, os tubos responsáveis pela sua destinação.

6-As aberturas para as janelas dos sanitários do subsolo possuem contenção no nível das circulações, e fundo permeável.

7.11

Fachadas Os materiais e tecnologias definidas para o projeto integram-se com o método

construtivo. Como os módulos são metálicos, há flexibilidade e liberdade na fixação dos componentes. Os brises metálicos são compostos pelos mesmo materiais dos módulos, tubos estruturais de seção quadrara. Os elementos filtrantes são os mesmos materiais vistos no guarda-corpo, tubos SCH10s em inox, diâmetro de 42,0mm agora pintados na cor cinza acetinado.

As esquadrias em sistema Heiki permitem abertura total, e foram definidas com vidros transparentes, aproveitando a luminosidade natural e revelando as atividades do interior da edificação. O complexo não tem restrições quanto ao público alvo, mas se busca, através das cores, atrair a juventude e as tribos urbanas. O tom de amarelo utilizado provoca emoções como alegria, estimulação, calor, positividade e inovação, contrastando com os tons de cinza dos módulos e da textura de concreto das placas cimentícias de revestimento externo.

Nas calçadas se optou pelo tradicional revestimento em Paver. Este, adentra o limite imaginário do lote e se intercala gradualmente com o piso das áreas de convivência externas, em concreto frisado, com formas que remetem a sobreposição

87

dos módulos. Nas áreas de estacionamento, os revestimentos escolhidos foram o Paver, para as circulações, e Piso grama para as vagas, ambos sendo permeáveis.

Para o preenchimento de grama, se optou pela

tradicional

grama

esmeralda

(Zoysia

japonica), a mesma que compõe os jardins. Nas áreas de circulação do estacionamento foi escolhido um piso em concreto, com formato quadrado, mas disposto alternadamente, como as formas dos módulos da edificação.

Para compor o paisagismo das áreas de Aroeira Salva (Schinus molle), uma vez que é tipicamente utilizada em arborização urbana.

Possui ótima adaptabilidade em diferentes climas, produz eficiente sombra, e sua copa atinge diâmetros de até 6 metros.

Na

estrutura,

se

utilizaram

diferentes

modulações, partindo da seção de 3x3 metros, com diferentes comprimentos. Resultando em 24un de 3m, 16un de 6m, 4un de 7m, 6un de 7,5m, 4un de 9m e 5un de 12m, distribuídas em ambos níveis da edificação.

Figura 95: Módulos Utilizados. Fonte: Do Autor.

Figura 94: Fachadas. Fonte: Do Autor.

convivência externas, se optou pela arvoreta

88

7.12

Detalhes construtivos

Figura 96: Estrutura Modular, calhas, rufos e drenagens. Fonte: Do Autor.

89

Figura 97: Detalhe do Brise. Fonte: Do Autor.

90

7.13

Perspectivas Preliminares

91

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