Para lá da Ponte

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Para Lá da Ponte 2022/2023

Polo 3
Índice Apresentação e contextualização ………………….…… Página 1 Estação de S. Bento ………………………………….….. Página 3 Palácio de Cristal ………………………………………... Página 9 Caves do Vinho do Porto ………………………………... Página 11 Porquê tripeiros? ……………………………………....... Página 14

APRESENTAÇÃO E CONTEXTUALIZAÇÃO

O presente e-book foi desenvolvido no contexto do Projeto “Para Lá da Ponte”, pelos alunos do polo 3 do Arco Maior, nas sessões das disciplinas de Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) e de Viver em Português (VP).

Na disciplina de TIC os alunos começaram por recolher informação, através de pesquisa, seleção e armazenamento criterioso de informação, sob a forma de textos e imagens respeitante a locais/instituições de referência da cidade do Porto.

Seguidamente, na disciplina de VP, os textos foram trabalhados e organizados de acordo com os requisitos estabelecidos para a elaboração de um livro eletrotónico.

Por fim, produziu-se e publicou-se este livro, em suporte eletrónico, tal como agora se apresenta.

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ESTAÇÃO DE S. BENTO

APRESENTAÇÃO DA ESTAÇÃO DE S. BENTO

A Estação Ferroviária de Porto - São Bento, igualmente denominada Estação de São Bento, e originalmente Estação Central do Porto, é uma interface da Linha do Minho, que serve a cidade do Porto, em Portugal. Situada na Praça de Almeida Garrett, no Centro Histórico do Porto, a estação afirmou-se como um dos principais monumentos na cidade, sendo especialmente célebre pelos seus painéis de azulejo. O edifício, de influência francesa, é obra do arquiteto portuense José Marques da Silva. A estação entrou ao serviço, de forma provisória, no dia 8 de Novembro de 1896, só tendo sido oficialmente inaugurada em 5 de Outubro de 1916.

LOCALIZAÇÃO

A Estação Ferroviária de São Bento está situada no Centro Histórico do Porto, na Praça Almeida Garrett. Esta estação distingue-se pela sua beleza e singularidade, por isso facilmente atrai a atenção

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ARQUITETO

José Marques da Silva nasceu no nº 113 da rua Costa Cabral, no Porto, a 18 de outubro de 1869. Realizou a instrução primária e iniciou a sua formação como arquiteto na Academia Portuense de Belas-Artes, onde foi aluno, entre outros, de António Geraldes da Silva Sardinha, João Marques de Oliveira e António Soares dos Reis.

DATAS IMPORTANTES NA CRONOLOGIA DOS CAMINHOS DE FERRO EM PORTUGAL

1856 - Inauguração dos caminhos de ferro em Portugal

1861 - Chegada do comboio à fronteira com Espanha

1862 - Ligação entre Lisboa e Porto

1875 - Inauguração da Estação Ferroviária de Campanhã

1896 - Inauguração da Linha Ferroviária em Portugal

1900 - Colocação da primeira pedra na Estação de S Bento

1916 - Inauguração da Estação de S. Bento, a 5 de outubro de 1916, dez anos depois da Implantação da República em Portugal.

HISTÓRIA DA ESTAÇÃO DE SÃO BENTO

O nome original foi Estação Central do Porto. A estação encontra-se no Largo da Feira de São Bento, perto da popular muralha fernandina. Foi necessário demolir o que restava do Convento de São Bento de Avé-Maria para que a construção da Estação Central do Porto fosse realizada.

Na época, tal momento representou o início do desenvolvimento de novas dinâmicas na configuração do Centro Histórico do Porto. Posteriormente, foram surgindo outras edificações e eixos de circulação na cidade portuense.

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LENDA DO FANTASMA DA ESTAÇÃO DE S. BENTO

Em 1834, Joaquim António de Aguiar, conhecido como “mata frades”, teve influência na saída de um decreto que ordena a extinção das ordens religiosas em Portugal. Assim, assiste-se à extinção imediata das ordens masculinas e consequente apreensão das suas propriedades, à proibição de que novas freiras professassem os seus votos e à extinção dos conventos após a morte da última freira que lá residisse.

O convento de S. Bento de Avé-Maria viria então a dar lugar, nas antigas hortas do bispo, à estação de São Bento, a estação central dos caminhos-de-ferro da cidade, cuja portaria governamental que concedia a ordem, teria sido publicada a 5 de novembro de 1888.

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Ainda por 1888, o pessoal das obras iniciou o apuramento de medidas, para dar início aos trabalhos de demolição e, o convento começou a ser arrasado após a morte da última abadessa, D. Maria da Glória Dias Guimarães, a 17 de maio de 1892.

Efetivamente pouca gente ouviu falar nesta freira, cuja história virou lenda da estação de São Bento, sendo recordada como um "fantasma" doce e recatado, teimoso em vida e deambulante em morte. Enquanto o edifício se desmoronava, as abadessas iam morrendo, uma a uma, sendo que a última apenas morreu mais de 58 anos após a extinção das ordens religiosas em Portugal.

Diz-se, portanto, que o fantasma teimoso, embora sereno, que prolongou a extinção dos conventos percorre, ainda hoje, os corredores da estação. Os ouvidos mais atentos afirmam ouvir as suas rezas nas horas mortas da estação, quando o movimento e ruído são menores.

Ao longo dos anos foram-se perpetuando várias histórias, entre as quais de que em certas noites, ainda é possível ouvir as rezas da última abadessa a ecoar pelos corredores das alas da estação.

O ÁTRIO DA ESTAÇÃO DE S. BENTO

O PINTOR

Jorge Colaço (1868-1942) foi um artista multifacetado na primeira metade do século XX. Foi pintor a óleo, ilustrador, caricaturista e pintor de azulejos. Trabalhou na Fábrica de Sacavém e na Fábrica Lusitânia, Lisboa.

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DESCRIÇÃO DOS AZULEJOS

O átrio principal da estação está revestido de azulejos, causa pela qual tanta gente visita este local. São cerca de 20 mil azulejos, que levaram 11 anos a concluir pelo pintor Jorge Colaço. Estes representam cenas da história e vida portuguesas. Estão retratados, entre outros momentos, o Torneio de Arcos de Valdevez, e a apresentação de Egas Moniz, o Aio, com os filhos, ao Rei Afonso VII de Leão e Castela.

CURIOSIDADES

A linha ferroviária foi inaugurada em 1896, mas o primeiro comboio que ali chegou ainda não tinha nenhuma estação à sua espera. Só em 1900 é que se iniciaram as obras da atual estação, da autoria do famoso arquiteto Marques Silva, que fez a sua formação no Porto e em Paris. O edifício foi inaugurado a 5 de outubro de 1916, na presença de uma eufórica multidão. No entanto, apenas no dia da inauguração, o arquiteto se deu conta que havia esquecido de incluir no seu projeto uma sala de espera para os passageiros e uma bilheteira!

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PALÁCIO DE CRISTAL

O QUE É O PALÁCIO DE CRISTAL

O Palácio de Cristal foi um edifício que existiu no antigo campo da Torre da Marca, na freguesia de Massarelos, na cidade do Porto, em Portugal, e foi inaugurado em 1865. O Palácio de Cristal original acabou por ser demolido em 1951 para dar lugar ao Pavilhão dos Desportos, hoje Pavilhão Rosa Mota.

HISTÓRIA DO PALÁCIO DE CRISTAL

No campo da Torre da Marca, havia uma torre militar, datada do século XVI, do tempo de D. João III, com o intuito de orientar os barcos no Douro. Na primeira metade do século XIX, esta torre foi demolida, por altura do cerco do Porto, devido a uma investida das tropas miguelistas.

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Alguns anos mais tarde, em 1861, teve início a construção do Palácio de Cristal, desenhado pela mão do arquiteto inglês Thomas Dillen Jones. O Palácio de Cristal foi concebido para acolher a Exposição Internacional Portuguesa, mostra onde se expunham as novas conquistas industriais e comerciais, à semelhança do que acontecia em Londres. O rei D. Pedro V marcou presença no lançamento da primeira pedra.

O palácio está rodeado de jardins, que são um aprazível espaço verde. Estes possuem grande variedade de plantas, canteiros de flores e majestosas árvores, como: palmeiras, plátanos e tílias. Neles passearam-se famílias e namorados, poetas e cidadãos anónimos. Aí tinham lugar as festas mais importantes, como aquelas que animavam as quadras do Natal, do Carnaval ou do inevitável S. João.

PORQUE É QUE O PALÁCIO DE CRISTAL FOI DEMOLIDO?

O Palácio de Cristal foi mandado demolir em 1951, para dar lugar ao Pavilhão dos Desportos, com objetivo de receber o Campeonato Mundial e Europeu de Hóquei em Patins, no ano de 1952.

POR QUE RAZÃO CONTINUAMOS A CHAMAR-LHE PALÁCIO DE CRISTAL?

O nome por que era conhecido o edifício em vidro existente até 1951, ano em que foi demolido e dado esta destruição desagradou população tripeira, esta refere-se-lhe, até hoje, pelo mesmo nome de então.

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QUANDO FOI CRIADO O VINHO DO PORTO

Apesar dos primeiros vestígios de videiras na região duriense datarem de há 3.000 anos, a primeira menção documentada sobre o vinho do Porto remonta a 1675, altura em que já era procurado internacionalmente.

PORQUE É QUE O VINHO DO PORTO É DOCE?

Além do clima único em que as uvas crescem e se desenvolvem, a fermentação das uvas não é completa, sendo interrompida dois ou três dias depois do início, pela adição de aguardente vínica neutra com teor alcoólico a rondar os 77º. Esta combinação torna o Vinho do Porto bastante doce, porque os açúcares das uvas não se transformaram completamente em álcool, e mais forte do que um vinho normal – a rondar os 20º de álcool.

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MAIORES PRODUTORES DE VINHO DO PORTO

João Álvares Ribeiro e Francisco Ferreira (Quinta do Vallado), Cristiano Van Zeller (Quinta do Vale Dona Maria), Dirk Niepoort (Niepoort Vinhos), Francisco Olazabal (Quinta do Vale Meão) e Tomás Roquette (Quinta do Crasto).

A Symington Family Estates é o principal produtor de vinhos de Porto de categorias especiais, detendo as marcas Graham 's, Dow' s, Warren 's, Smith Woodhouse, Quinta do Vesúvio, Martinez, Gould Campbell e Quarles Harris.

HISTÓRIA DO VINHO DO PORTO

Já se produzia vinho no Alto Douro desde pelo menos o século III, somente para o consumo local. Foi apenas a partir do final do século XVII que se iniciou o caminho que levou o Vinho do Porto ao que é hoje.

Nessa época, a França, principalmente Bordeaux, era o principal fornecedor de vinhos para o mercado inglês. Porém, disputas políticas entre França e Inglaterra levaram o Rei Charles II da Inglaterra a decretar embargo aos produtos franceses, inclusive o vinho. Isso aumentou a procura dos comerciantes ingleses pelos vinhos da Península Ibérica. Na altura, Portugal e Inglaterra já possuíam laços comerciais diferenciados. Os comerciantes ingleses tinham o direito de residir em território português e de comercializar em condições de igualdade com os locais.

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Os primeiros vinhos a serem importados pelos ingleses teriam sido aqueles produzidos mais próximos à costa, na região do Minho. Porém, os vinhos leves e adstringentes, produzidos num clima muito húmido, não foram do agrado dos consumidores ingleses, o que levou os comerciantes a procurar vinhos mais robustos.

Encontraram a qualidade que queriam no Alto Douro, região quente e árida. No entanto, o escoamento da produção por terra era impossibilitado pelo terreno montanhoso, e o vinho precisava ser escoado de barco pelo Rio Douro, até a cidade do Porto. Os comerciantes passaram, assim, a estabelecer-se na cidade do Porto, local de onde o vinho seguia viagem para a Inglaterra.

PROCESSO DE VINIFICAÇÃO DO VINHO DO PORTO

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PORQUÊ TRIPEIROS?

No ano de 1415, construíam-se nas margens do Douro as naus e os barcos que haveriam de levar os portugueses, nesse ano, à conquista de Ceuta e, mais tarde, à epopeia dos Descobrimentos. A razão deste empreendimento era secreta e nos estaleiros os boatos eram muitos e variados: uns diziam que as embarcações eram destinadas a transportar a Infanta D. Helena a Inglaterra, onde se casaria; outros diziam que era para levar El-Rei D. João I a Jerusalém para visitar o Santo Sepulcro. Mas havia ainda quem afirmasse a pés juntos que a armada se destinava a conduzir os Infantes D. Pedro e D. Henrique a Nápoles para ali se casarem…

Foi então que o Infante D. Henrique apareceu inesperadamente no Porto para ver o andamento dos trabalhos e, embora satisfeito com o esforço despendido, achou que se poderia fazer ainda mais. E o Infante confidenciou ao mestre Vaz, o fiel encarregado da construção, as verdadeiras e secretas razões que estavam na sua origem: a conquista de Ceuta.

Pediu ao mestre e aos seus homens mais empenho e sacrifícios, ao que mestre Vaz lhe assegurou que fariam para o infante o mesmo que tinham feito há cerca de trinta anos atrás aquando da guerra com Castela: dariam toda a carne da cidade e comeriam apenas as tripas. Este sacrifício tinha-lhes valido mesmo a alcunha de "tripeiros".

Comovido, o infante D. Henrique disse-lhe então que esse nome de "tripeiros" era uma verdadeira honra para o povo do Porto. A História de Portugal registou mais este sacrifício invulgar dos heróicos "tripeiros" que contribuiu para que a grande frota do Infante D. Henrique, com sete galés e vinte naus, partisse a caminho da conquista de Ceuta.

Ficha Técnica

Professora TIC: Ana Maria Carvalho da Silva

Professora de VP: Raquel Rocha

Recolha de informação (texto e imagens): alunos do Arco Maior – Polo 3

https://agrupamento.dpedro.net/

Fonte de informação (texto e imagens): Internet

Agradecemos Fotos e vídeo do IVDP, fotos de Domingos Alvão

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