ARAUTO - MARÇO DE 2024

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Boletim Informativo da Casa do Povo de Vilarandelo - Concelho de Valpaços

Caros(as) leitores,

Direct. Edit.: DIREÇÃO DA CASA DO POVO DE VILARANDELO - Comp. Luís Cancelinha | Imp. Gráfi ca Sinal - Chaves

MARÇO 2024 | II SÉRIE | NÚMERO 74 | Desde Março de 1974

Editorial

Os meios de comunicação passaram por profundas transformações e adaptações à medida que a sociedade se modifi cava. Alguns deles tornaram-se obsoletos e foram substituídos por outros mais modernos, como o telégrafo, que, aos poucos, deu lugar ao telefone. Outros, no entanto, embora muito antigos, ainda são utilizados como veículos de transmissão de ideias e troca de informações.

Os jornais são um meio de comunicação de massas, uma forma de divulgar notícias, informações, ideias e factos, mas também promovem a conexão entre pessoas e grupos.

O primeiro jornal impresso do mundo surgiu no ano de 1605, em Estrasburgo, França e o primeiro jornal português nasceu um ano depois de Portugal recuperar a independência, a 1 de dezembro de 1640. A Gazeta da Restauração foi acarinhada por D. João IV e seus apoiantes que viram neste periódico “um excelente instrumento de propaganda” de legitimação do novo poder e uma forma de denegrir os feitos dos espanhóis.

Os jornais começaram por ser impressos e hoje são encontrados na forma física e na digital, isto é, o surgimento das novas tecnologias não determinou o fi m da imprensa escrita. Os jornais sobreviveram ao rádio, televisão, e mais recentemente aos computadores, smartphones e à internet.

O “Arauto – Boletim Informativo da Casa do Povo de Vilarandelo”, começou a ser publicado há 50 anos, corria o ano de 1974, e continua a ser um meio privilegiado para divulgação das atividades e notícias de Vilarandelo.

Será uma coincidência o ano da Revolução e da publicação do nosso Arauto? Talvez, mas acredito que o sucesso do jornal benefi ciou com as mudanças democráticas que se seguiram e permitiram uma liberdade de imprensa até então inexistente.

O ano de 1974 é um marco histórico da nossa história recente. A Revolução de 25 de Abril de 1974 dita o início da vida democrática

Montaria da Casa do Pessoal da RTP

página 7

página 4

página 6

Rancho Folclórico de Vilarandelo Carnaval de Vilarandelo A Festa de S. Sebastião página 8

Editorial

em Portugal. O golpe militar conduzido pelo Movimento das Forças Armadas (MFA) põe termo ao regime autoritário do Estado Novo abrindo caminho para a resolução do problema da guerra colonial e para a democratização e o desenvolvimento do país.

Se recuássemos uns anos, até antes do 25 de Abril de 1974, não reconheceríamos Portugal.

Não havia liberdade. Existia censura, a atividade política, associativa e sindical era quase nula e controlada pela polícia política, havia presos políticos, a Constituição não garantia o direito dos cidadãos à educação, à saúde, ao trabalho, à habitação. Não existia o direito de reunião e de livre associação e as manifestações eram proibidas. Portugal mantinha uma guerra colonial e encontrava-se praticamente isolado na comunidade internacional.

A informação e as formas de expressão cultural eram controladas, fazia-se uma censura prévia que abrangia a Imprensa, o Cinema, o Teatro, as Artes Plásticas, a Música e a Escrita.

A atividade política estava condicionada, não existiam eleições livres e a única organização política aceite era a União Nacional/Acção Nacional Popular. A oposição ao regime autoritário de Salazar e depois de Marcelo Caetano, era perseguida pela polícia política (PIDE/DGS) e tinha de agir na clandestinidade ou refugiar-se no exílio.

Hoje é difícil imaginar como era Portugal antes do 25 de Abril de 1974, especialmente para os jovens que já nasceram em Liberdade.

O dia 25 de abril de 1974 trouxe a democracia e a liberdade a Portugal, mas também abriu a porta para avanços sociais na educação, na saúde, na liberdade das mulheres e até a uma mudança de valores.

Num país que antes dependia de instituições privadas ou da benefi cência para socorrer seus doentes, o SNS foi um dos primeiros projetos empreendidos após a revolução.

Segundo o Instituto Nacional de Estatística (INE), em 1970, cerca de 26% da população portuguesa não sabia ler nem escrever.

Os progressos na educação foram especialmente signifi cativos para as mulheres, com uma presença cada vez maior nas universidades. Relembro que no antigo regime a maior parte das meninas não ia à escola e existiam salas diferentes para o sexo masculino e feminino.

A revolução foi uma libertação total para as mulheres. Tinham um papel reduzido, insignifi cante, eram sempre as mais analfabetas, não tinham direitos.

Durante o Estado Novo, a mulher existia para ser a mãe extremosa, a esposa dedicada, uma verdadeira fada do lar. Desde pequenina que era treinada para ser assim, submissa ao poder patriarcal do pai, do irmão e, mais tarde, do marido.

Na ideologia vigente, os direitos da mulher eram quase nenhuns. Não podia votar. Não podia ser juíza, diplomata, militar ou polícia. Para trabalhar no comércio, sair do país, abrir conta bancária ou tomar contracetivos, a mulher

era obrigada a pedir autorização ao marido. E ganhava quase metade do salário pago aos homens. Estas e outras leis foram rasgadas no 25 de Abril.

Com a revolução dos cravos é adotada uma nova Constituição, que entraria em vigor no dia 2 de Abril de 1976, e que consagrou, no artigo 13º, o princípio da Igualdade: “Todos os cidadãos têm a mesma dignidade social e são iguais perante a Lei” e “ninguém pode ser privilegiado, benefi ciado, prejudicado, privado de qualquer direito ou isento de qualquer dever em razão de ascendência, sexo, raça, língua, território de origem, religião, convicções políticas ou ideológicas, instrução, situação económica ou condição social”.

Neste meio século assistimos a uma grande mudança de valores na sociedade portuguesa. É mais tolerante em relação à imigração e em relação a outras comunidades étnicas ou culturais, os portugueses são hoje menos obedientes a valores católicos tradicionalistas.

Também Vilarandelo mudou muito nestes 50 anos e o Arauto é testemunha das histórias, das pessoas e dos acontecimentos. Queria deixar um agradecimento especial a quem, durante todos estes anos e ainda hoje, contribuiu e contribui com as suas histórias, notícias, imagens, poemas, testemunhos, sugestões ou donativos, permitindo que mantenhamos este nosso jornal de que tanto nos orgulhamos.

Parabéns aos 50 anos do Arauto, e que venham mais outros tantos.

Votos de uma boa leitura.

A Presidente da Direção da Casa do Povo de Vilarandelo, Isabel Sequeira

50 ANOS A ESCREVER À MALTA

- 1974-2024 -

O jornal Arauto, uma edição da Direção da Casa do Povo de Vilarandelo, nasceu em março de 1974, com os derradeiros dias da ditadura. Porém, com apenas um mês, no seu nº2, começou a crescer com novos tempos, graças à revolução do 25 de Abril de 1974.

Há uma frase, com enorme signifi cado, que nos diz «Um homem só é homem quando, fizer um filho, plantar uma árvore e escrever um livro». Filhos, os vilarandelenses têm muitos, na terra natal, por esse país fora e espalhados, praticamente, pelos quatro cantos do mundo. Árvores, as gentes do povo plantaram imensas na serra do Piago. Livro, começou a ser escrito com o jornal Progresso e mais tarde, continuado com o Arauto que agora completa meio século de existência. Parabéns!

Não esqueçamos que a História começou com o aparecimento da escrita. Há um provérbio chinês que diz «A melhor memória é o papel e a tinta». Curiosamente, o papel foi inventado na China. A tinta, parte dela, também vem de lá. Lembremos os tempos da escola em que passávamos os desenhos geométricos a tinta da China.

Malteses! Vamos, pois, todos os que têm o dom da escrita, pôr o preto no branco, para dar continuidade ao Arauto. Assim, poderemos garantir a transmissão às gerações vindouras do livro – História de Vilarandelo!

Francisco José Lino Moura

BODAS DE OURO

Em Março de 1974

Estação de Primavera

Nasceu o nosso Arauto Uma pérola cá da terra

Sim, nasceste na Primavera No meio de tanta fl or Que sempre nos conservamos Com carinho e amor!

Nasceste em Vilarandelo

Nosso grande mensageiro

Para deixares mensagens

Por cá e no estrangeiro

Quantas alegrias dás

Ao Vilarandelense emigrado Com tuas notícias De hoje e do passado

Tuas Bodas de Ouro

Hoje nós festejamos

Que esta data se repita Por muitos mais anos

Obrigado Arauto

Por tudo que nos dás E assim participares

Na construção da paz

Viajas e viajaste

Por entre vales e montanhas

Para nos matar saudades

Que por vezes são tamanhas

Hoje se pudesse

Arranjava-te um pelouro

Para melhor festejares

Estas Bodas de Ouro

Nestes 50 anos

Muitas coisas se passaram

Obrigado aos que colaboram

E aos que colaboraram

Tens 50 anos

Ainda estás bem novo

Para te conservares assim

Pede-se ajuda ao povo

José Nogueira Cavalheiro

2 ARAUTO

JUNTA DE FREGUESIA DE VILARANDELO

A Junta de Freguesia de Vilarandelo dá os parabéns ao Jornal Arauto pelas suas Bodas de Ouro. São cinquenta anos ao serviço da informação local, junto da nossa comunidade, dos nossos emigrantes e da região.

Há cinquenta anos atrás ainda nenhum dos membros atuais do executivo era nascido. Recordamos, como comprovam atas da junta, que o executivo, na altura, tomando posse em 15-11-1971 e iniciando funções a 02-01-1972 era constituído por: Presidente: Manuel Terrão Mesquita; Secretário: Manuel Bernardino; Tesoureiro: Américo Seca. Volvidos estes cinquenta anos, muitos outros conterrâneos por aqui passaram e acreditamos que tentaram dar o seu melhor. As juntas de freguesia em Portugal asseguram um conjunto de serviços de apoio à população que vão desde o trabalho de atendimento ao público, até à gestão de equipamentos desportivos, educativos, sociais e culturais. Todos os serviços prestados contribuem para a proximidade e dinâmica da freguesia e estão ao serviço da população. Também o Arauto tem contribuído para essa proximidade, estando ao serviço da população, nomeadamente na divulgação de toda a dinâmica desenvolvida nesta freguesia. Bem-haja!

A Presidente da Junta

Sónia Barreira

50 ANOS. PARABÉNS!

Março de 1974 nasce o “Menino” a quem deram o nome de “ARAUTO” e que veio suceder, seis anos depois, ao “irmão” mais velho, o “PROGRESSO”, depois de este ter sido suspenso em 1968 por falta de verba.

Se o atual “ARAUTO” conta nas suas edições com mais de uma dezena de páginas, a cores, assim não foi no seu lançamento em 74 que nasceu com apenas quatro, a preto e branco e assim se manteve durante décadas (com exceção do Nº 23 de fev. de 1978 que se apresenta com 6 páginas).

Ontem como hoje as difi culdades apresentam-se as mesmas: Verba e colaboração; por isso vale a pena transcrever o artigo de primeira página do ARAUTO nº1 de há 50 anos:

“Sem colaboradores nada podemos fazer. Contamos com a boa vontade de todos.

Recordamos com muita amizade os nossos antigos colaboradores de Lisboa, do Porto, de Luanda, do Brasil, não falando dos amigos colaboradores aqui residentes. Mais uma vez contamos com eles e contamos com uma plêiade de colaboradores novos.

O “ARAUTO” é de todos. Tem de ser de todos e não apenas dos dirigentes da Casa do Povo. É meu, é seu, é nosso. Pois se é nosso temos de amá-lo, acarinhá-lo. CONSTRUÍ-LO como coisa nossa.

Não temos pretensões. Não temos “peneiras”, deixem passar o termo, mas é mesmo assim. Já dissemos que o nosso BOLETIM tem apenas a pretensão de ser uma simples carta familiar. Quem é que não sabe escrever uma cartinha a uma pessoa de família ou a um amigo? Pois então, todos saberão também escrever um artigo para o nosso “ARAUTO”. Entendidos? Não tenham medo de escrever. Bons amigos, quando se resolverem, façam-no com todo o carinho. Tenham apenas o desejo de construir um Vilarandelo melhor, de auxiliar, de colaborar como membro activo da grande família Vilarandelense. Ponham o vosso coração nos vossos artigos e não tenham medo. Aguardamos com muito interesse a vossa preciosa colaboração”. Resta-me, mais uma vez dizer, Parabéns ao Arauto.

Parabéns aos seus colaboradores e, acima de tudo, Parabéns à equipa que, apesar de todas as adversidades, leva este projeto avante. Parabéns aos dirigentes da Casa do Povo de Vilarandelo fazendo votos para que nunca desistam.

José Cancelinha

Olá amigo Arauto, Parabéns pelos teus cinquenta anos…

Parece que ainda foi ontem. Cinquenta são os anos dos talentos, mas também os anos de ter juízo.

Eu já me sinto familiar, já há uns vinte anos que colaboro, para te manter vivo.

Quero agradecer imenso a todos os colaboradores, porque o Arauto é o elo de ligação de Vilarandelo para todo o Mundo.

Desafi o quem entender, que é capaz de fazer melhor, o Arauto estará de páginas abertas para os receber.

Um aniversário cheio de recordações.

Parabéns!

Eduardo Ferreira da Costa

Vilarandelo dos anos 40 Caros amigos e conterrâneos.

Vamos falar do valor que o Jornal da Casa do Povo teve, tem e sempre terá.

A gente nova não sabe como era Vilarandelo nos anos 40-43. Não havia luz, água da rede, rádios, televisões, casas de banho. Não tínhamos nada e foi nessa data, mais ano menos ano, que o Sr. Guedes, marido da D.ª Amélia Castelo, professora primária, muito estimada na nossa terra, que se juntou

ao Sr. Professor Trigo e através do fi nanciamento da Inatel compraram a casa ao Sr. Manaças e fundaram a Casa do Povo. Nomearam para secretário o Sr. António Coroado para tomar conta da instituição.

A primeira coisa que foi feita foi dar um espaço para a Banda Musical ensaiar e guardar as suas coisas, pertencendo à Inatel. Depois compraram um grande rádio a bateria e, como ninguém tinha rádio, aos domingos o salão da Casa do Povo enchia para ouvir o relato de futebol e as notícias. Depois apareceu o primeiro problema, a bateria descarregou e não havia onde carregá-la. Foi assim que o meu pai Álvaro Mitras lhes resolveu o problema, oferecendo-se para tirar a bateria carregada da sua velha Chevrolet e colocar no rádio trocando a bateria carregada. Isso durou vários anos. Assim as pessoas fi zeram-se sócios pagando um escudo, depois dois e quinhentos ou cinco coroas, o que veio a valer muito para as reformas, uns tempos mais tarde, quando foi implementada a Segurança Social. Houve uns anos em que a Casa do Povo esteve praticamente fechada, sem qualquer atividade e, por sorte para Vilarandelo, o Sr. Padre Ribeirinha veio como pároco para cá e começou logo a interessar-se pelo desenvolvimento da sua terra. Passou-se a por a Casa do Povo em ação, nomeando-se Presidente, em conjunto com o Sr. João Doutor. Como pouca gente sabe quem ele era, eu vou dizer: era pai das minhas primas Adelaide “do Bolocha” e Lurdes “do Monteiro”. Pôs a Banda Musical em ação, fundou um grupo de futebol, inscrito na Federação de Vila Real, chegando a ser Vilarandelo a melhor equipa dos campeonatos.

A seguir fundou o jornal Clarim da Verdade e através do futebol e do jornal, Vilarandelo passou a ser conhecido a nível nacional. A seguir fundou o Rancho Folclórico também fi liado na Federação de Vila Real.

Depois comprou o terreno para o campo de futebol integrado na Inatel, entregando o campo do Toural à Junta de Freguesia, da qual ele fazia parte. As obras do Toural foram feitas pela Junta de Freguesia e fundou o jornal o Progresso, começando a enviá-lo para os nossos emigrantes, começando também a vir verbas para o jornal e outras obras através do jornal, que mais tarde passou a chamar-se Arauto. O Arauto continuou a levar notícias para o mundo passando a nossa aldeia a vila.

As obras continuaram e mais tarde o Sr. Padre Ribeirinha abdicou de ser padre, passando a professor, casou com a D.ª Amélia Coroado e como o Sr. Normando entrou para a família, passou mais tarde a ser o responsável pela Casa do povo e todas as obram que foram feitas, como toda a gente sabe e vê, sempre com o Arauto a divulgar os nossos hábitos, costumes e potencial.

É por isso que eu peço aos responsáveis atuais que nunca deixem acabar o jornal, pois ele é o principal responsável por tudo o que está feito em Vilarandelo. Que o Arauto seja para sempre um bem adquirido da nossa história. Obrigado.

Fernando Teixeira Lopes Utente do Lar da Casa do Povo de Vilarandelo

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ARAUTO

O Rancho Folclórico da casa do Povo de Vilarandelo e os 50 anos do Arauto

A relação entre o rancho folclórico da Casa do Povo de Vilarandelo e o Arauto é muito estreita. Mas antes de tudo temos de recuar ao antigo boletim “Progresso”. Tanto o Progresso como o Arauto são autênticos documentos de informação histórica e divulgação de Vilarandelo, das suas gentes e associações. Desde os anos 60 que Vilarandelo tem o privilégio de ter dois jornais (primeiro o Progresso, depois o Arauto) a informar e divulgar as notícias da nossa terra. A existência do nosso atual Rancho Folclórico deve-se a um embrião, que nasceu de três ranchos que se formaram nos três principais bairros da nossa terra: o bairro de Baixo, o bairro do Outeiro e o bairro da Levandeira. Cada bairro tinha seu rancho que se formava quando era necessário fazer-se alguma obra social e de muita importância em Vilarandelo. Eram organizados cortejos de oferendas e os valores recolhidos serviam para obras como: a Casa do Povo, a casa do Pároco, o Centro paroquial, bem como e entre outras coisas ajudar a reorganizar a Banda Musical, fundar um grupo coral e um rancho Folclórico. No início dos anos 60 as ajudas do estado eram pouquíssimas por isso tinham de recorrer à solidariedade e união do povo para a realização dessas obras.

O grupo de folclore infantil foi fundado por volta de 1966/67 através da Alcininha, principal impulsionadora deste grupo. Mais tarde, o Jornal Arauto informa da continuação do rancho infantil que esteve em inatividade durante algum tempo.

O Rancho folclórico seguiu o seu caminho, para além do grupo infantil foi criado já nos fi nais dos anos 70 por um grupo de jovens um outro grupo folclórico e mais uma vez o Arauto divulgou esta notícia:

Cada vez que havia um festival ou actividade feita por estes dois grupos de folclore, a sua divulgação era feita pelo nosso Arauto.

Também noticiado pelo Arauto, foi em 1987, o ponto de viragem do nosso Rancho Folclórico. Depois de um grande trabalho de recolhas na nossa região contactamos a federação do Folclore Português para nos ajudar através do apoio técnico. Foi um trabalho sério que nos catapultou para centenas de festivais nacionais e internacionais (França, Suíça, Hungria, Alemanha e Espanha), bem como atuações nos grandes festivais nacionais do Algarve transmitidos pela RTP e posteriormente em outros canais nacionais.

Hoje, apesar das difi culdades por falta de gente, somos muito respeitados no meio do folclore português e por todos os Vilarandelenses e não Vilarandelenses que gostam de folclore. Tudo isto em parte pela grande divulgação que o nosso arauto faz e fez do Rancho Folclórico. Agradecemos ao Arauto que durante estes 50 anos foi e é o grande divulgador da cultura de Vilarandelo. Bem-haja e que continue por muitos anos!

O Presidente do Rancho Folclórico Paulo Pascoal

O jornal da nossa Casa do Povo

São já muitos anos a ler o jornal da nossa Casa do Povo. Ainda há tempos recordei o primeiro jornal que saiu, o Progresso, no ano de 1961, em Janeiro. Enchi-me de alegria a recordar o Festival de Ranchos. Eram 3 ranchos de cada bairro: o da Levandeira, o do Bairro de Baixo e o meu que é o Bairro do Outeiro. Nas muitas fotografi as dos ranchos, recordei as pessoas que trabalharam nesse festival: o meu pai, o meu marido e também o meu fi lho mais velho, que fazia parte do rancho. Foi com alegria que passei muitas noites a fazer fl ores de papel para enfeitar as saias das bailarinas.

Também gostava de ler a página dos ausentes, onde muitos dos nossos conterrâneos escreviam cartas com notícias de onde estavam a trabalhar longe das suas famílias.

Recordo ao ler o jornal o grande homem e em tudo que fez em Vilarandelo, o professor Ribeirinha Machado, que se fosse vivo, tinha a minha idade. Muito agradecemos o que ele fez por Vilarandelo.

Continuo a ler o jornal com muita alegria. Penso que há menos pessoas a escrever no jornal. Era bom que os mais novos pudessem contar no jornal coisas para os mais velhos saberem a vida atual.

Eu continuarei a ler o jornal com muito gosto.

Amélia Reis Magalhães (99 anos)

Utente do Lar da Casa do Povo de Vilarandelo

A importância do ARAUTO

Como mesmo o nome indica, o Arauto é um termo que se refere a um mensageiro ofi cial da Idade Média, que levava as ordens, as declarações de guerra e de paz a todos os cantos do reino.

Para mim o Arauto na nossa terra é importante, faz chegar a todos os vilarandelenses espalhados pelos cantos do mundo as novidades, notícias da vila de Vilarandelo. Assim atenua um pouco as saudades da terra.

Aqui neste pequeno jornal podemos divulgar todos os acontecimentos da nossa instituição e mostrar um pouco daquilo que nós fazemos com gosto, entre notícias, opiniões, ilustrações e algumas fotografi as.

Educadora

4 ARAUTO

Jornal Arauto – Boletim

Informativo da Casa do Povo de Vilarandelo

Parabéns Arauto!!!

O jornal arauto teve o seu início há cinquenta anos, vindo assim substituir o jornal progresso, primeiro jornal da casa do povo de Vilarandelo. Desconhece-se ao certo o motivo da sua criação, bem como o término do anterior. Mas falando do Arauto, qual seria realmente o intuito deste jornal com notícias predominantes da nossa terra de Vilarandelo? Seria apenas dar informação, demonstração de poder de uma pequena localidade, ou mesmo só uma valorização da terra e das suas gentes? Na altura, a existência de um jornal numa localidade como a nossa, era talvez equiparado a uma cobertura 5G na sua implementação. Sendo que durante muito tempo foi o meio de informação para várias centenas de pessoas, quer as que residiam em Vilarandelo, quer as que o recebiam ou levavam para as suas terras, ou para os países onde se encontravam a residir. Reconhecendo-lhe a função de informar ou relembrar sobre atividades, notícias, recordações, histórias de vida, homenagens, entre outros, sempre foi visto como um meio de comunicar os acontecimentos da nossa terra e da nossa gente.

O jornal arauto, mesmo contendo predominantemente informação da nossa Vila, tem a sua devida importância, tornando-se há muito indispensável para muitos leitores e até colecionadores. Numa era de internet, formatos online, o jornal Arauto em formato papel, detém uma grande importância, quer para quem não tem acesso às tecnologias, quer mesmo para quem não troca uma boa leitura tão antiga, em prol dos ecrãs dos tantos aparelhos agora existentes. Apesar de conter informação já muitas vezes transmitida pelas redes socias, é recebido com entusiasmo, iniciando-se de imediato a leitura do mesmo, senão que o digam os nossos caros leitores das valências da Casa do Povo, que fi cam chateados quando o jornal não chega aquando da data prevista. Para além da divulgação de informação, serve em muito para ocupar o tempo, pois o mesmo traz recordações, provoca risadas, motivos de diálogo após a leitura de um artigo, servindo mesmo no combate à solidão e à depressão, pois durante a leitura tudo se esquece, direcionando as atenções apenas para aquele pedaço de papel, mas que tanta diferença pode fazer na vida de muita gente. Assim, o jornal acaba por ser de todos e de ninguém, acaba por ser de quem com ele colabora e de quem o lê - e não de quem o ignora - e ao que ele pode fazer para quem o considera um bem. Convido - mais uma vez - a quem pretender ser um colaborador do jornal, partilhando histórias, notícias, poemas, artigos de informação, entre tantos outros suscetíveis de publicação, que o faça, basta enviar os seus artigos identifi cados para o email: arauto2005@gmail.com.

Parabéns Arauto, parabéns aos seus criadores, parabéns a todos que de algum modo contribuem para que não termine de publicar as suas informações e que num dia não reste apenas na memória de quem com ele partilhou, na cadeira, tantas das suas histórias.

O Diretor do Jornal Arauto Tiago Barreira

Parabéns Arauto pelo 50ª Aniversário

Em Março de 1974, ainda eu, comodamente instalada no útero de minha mãe, na altura residente em Luanda, Angola, nasceu em Vilarandelo o ARAUTO. Este primeiro número foi apresentado como uma “prenda” entregue “com a alma a transbordar de alegria e esperança” a todos os Vilarandelenses. Os Directores e Editores desta primeira publicação tinham como grande aspiração “prender com laços de muito amor todos os Vilarandelenses à sua TERRA” e desejavam que o Arauto fosse “SIMPLES, AMOROSO, FRATERNO COMO UMA CARTA DE FAMÍLIA”.

Também eu, com quase cinquenta anos de vida e agora em Vilarandelo, tenho o privilégio de colaborar com esta “família”, de contribuir modesta e humildemente na entrega deste presente continuado, graças à vontade da Direcção da Casa do Povo de Vilarandelo e à generosidade de muitos conterrâneos. Parabéns a todos, a todos os que tiveram a ideia e contribuíram, durante estes cinquenta anos,

O Jornal Arauto no Lar de Idosos O dia em que chega o Jornal Arauto ao Lar de Idosos é sempre um momento de grande entusiasmo. Primeiro, porque é uma forma de os utentes terem de acesso à informação do que acontece em Vilarandelo, depois porque já estão habituados a lê-lo há tantos anos que já se tornou uma rotina. Principalmente para os idosos de Vilarandelo, ler o jornal da Casa do Povo é um hábito de uma vida.

Vários utentes escrevem artigos para o Arauto, lendo-os e mostrando-os posteriormente à família com muito um orgulho.

É também no jornal que se divulgam as atividades em que os utentes participam, através de artigos com registos fotográfi cos e, por isso, os jornais são guardados religiosamente.

A leitura do jornal também é uma importante atividade de estimulação cognitiva, promovendo hábitos de leitura e exercitando a memória. Alguns autores consideram mesmo que a leitura, em algumas doenças como o Alzheimer e a demência, pode ajudar na sua prevenção, sendo vista como uma das medidas mais simples e efi cazes.

Além disso, ler o jornal Arauto assegura sempre momentos de diversão e de entretenimento entre os idosos, porque possibilita a interação entre eles, amigos e familiares.

Marta Alves

Diretora Técnica ERPI

Casa do Povo de Vilarandelo

para que se mantivesse, aos que actualmente o elaboram, aos que o escrevem, aos que o entregam, aos que o lêem e aos que insistem e persistem para que perdure.

“O «ARAUTO» é de todos. Tem de ser de todos e não apenas dos Dirigentes da Casa do Povo.(…) Pois se é nosso temos de amá-lo, acarinhá-lo. CONSTRUÍ-LO como coisa nossa.” Lia-se na primeira página do Arauto, no número 1, num artigo destinado aos colaboradores. Passados estes cinquenta anos, podemos dizer que este propósito se mantém. Tentamos criar rubricas novas, entramos em contacto com vários conterrâneos, no sentido de colaborarem com artigos e até sugestões e se, porventura, são sempre os mesmos a colaborar, é porque mais ninguém mostrou interesse em fazê-lo, pois o lema mantém-se: O Arauto é de todos, de todos os interessados em mantê-lo como coisa nossa, da nossa Vila.

Resta-me desejar longa vida ao Arauto, que se vá mantendo de boa saúde e que a boa vontade de muitos/alguns faça com que esta “tradição” da terra se mantenha por tantos ou mais anos.

O que é um Jornal?

Jornal é o nome dado ao primeiro meio de comunicação em massa criado. Foi sem dúvida o único meio de comunicação com o qual os nossos antepassados se podiam inteirar sobre o que acontecia ao seu redor e pouco mais além. Os jornais são um veículo de notícias.

O Arauto da Casa do Povo de Vilarandelo não é diferente, ao longo dos seus 50 anos este jornal tem noticiado os mais diversos eventos, histórias e atividades tanto da instituição, como da comunidade.

Através do Arauto, mantem-se a comunidade e família dos utentes que frequentam o Centro de Dia e Serviço de Apoio Domiciliário atualizados sobre o quotidiano e vivências dos seus idosos na instituição. Este espelha o que os utentes fazem nos nossos serviços, abrindo a porta para possíveis novos utentes.

O nosso Arauto é um jornal feito de contos, reportagens ou fotos estampadas, guardando com carinho memórias que remetem às histórias dos utentes. Tudo isto em páginas que mantêm vivos e eternizados momentos e vivências que fazem parte de um “Álbum da Vida” dos nossos leitores.

A Equipa Técnica CD e SAD

5 ARAUTO

Arauto 50 anos de vida

O nosso jornal está de parabéns.

Já passaram 50 anos a informar e a dar notícias. Este jornal é muito importante porque retrata os eventos mais relevantes de Vilarandelo. Relembra eventos passados e presentes, pessoas e muito mais que esta gente de Vilarandelo e arredores viveram e vivem.

É sempre uma honra relembrar as nossas origens, tradições, cultura, gastronomia e muito mais. Costumo escrever artigos para o jornal Arauto há muitos anos. Faço votos de ter saúde para continuar a escrever porque me deixa muito feliz.

Este jornal é o orgulho da terra de Vilarandelo e para todos nós representa a alma de um povo como mensageiro da boa nova.

Desejo que este jornal tenha muitos mais anos de vida.

Obrigada a todos. Um bem-haja.

Carminda Fidalgo

Utente do Lar da Casa do povo de Vilarandelo

O Arauto e a APPACDM de Valpaços

Desde novembro de 2012 que a APPACDM de Valpaços se instalou em Vilarandelo, ocupando “provisoriamente” parte das instalações da antiga EB 2/e, na Av. Senhor dos Milagres, com a sua primeira resposta social o Centro de Atividades Ocupacionais.

Iniciaram-se as atividades com várias limitações do ponto de vista logístico, mas com a missão de garantir uma resposta de qualidade a Utentes com deficiência e a apoiar as suas famílias nas respostas adequadas às suas necessidades.

A resposta que, à partida se pensava ser temporária, tornou-se permanente, mudou de nome para Centro de Atividades e Capacitação para a Inclusão (CACI) mantendo-se até aos dias de hoje. Foram, entretanto, criadas mais duas respostas sociais: outro CACI, e um Lar Residencial em Valpaços.

Na APPACDM de Valpaços acreditase que a Instituição, tal como as pessoas, não são “ilhas”, dependemos uns dos outros e nós estamos cá porque a comunidade tem apoiado as nossas causas, tem abraçado os nossos projetos e mais importante do que tudo: têm um carinho manifesto pelos nossos Jovens! É precisamente neste sentido, que enaltecemos o trabalho levado a cabo pela publicação “Arauto”, permitindo-nos divulgar as nossas atividades a pessoas que, por vezes, não se cruzam connosco.

Parabéns pelos 50 anos de publicações.

“Os Maltezes”

Comissão de Carnaval da Casa do Povo de Vilarandelo

Caros Vilarandelenses, Chegou mais um Carnaval ao fim. Após vários contras, conseguimos trazer pelo 26 º ano consecutivo um Carnaval digno que os Vilarandelenses merecem. Atrás deste Grande Desfile Carnavalesco, vem uma grande logística, muitas dores de cabeça, muitas horas de trabalho, muitas horas de sono perdido, que a maior parte das pessoas não tem noção do que realmente é. Somos apenas uma equipa de 7 elementos, que trabalhamos por amor à nossa Vila, não queremos receber louvores, apenas queremos que tenham noção do trabalho que realmente é feito pela Vila. Nem sempre tomamos as melhores decisões, mas tentamos sempre fazer o melhor. Este ano tivemos uma ajudar extraordinária de todas as Associações de Vilarandelo, das Valências da Casa do Povo de Vilarandelo, da instituição APPACDM de Valpaços, da Associação EU+ TU = MUITOS, que fizeram um trabalho fantástico, desde da montagem dos carros alegóricos, às atuações feitas ao longo do Cortejo. Isso sim é a união, a força!! Obrigada as todos. Também, quero agradecer a todos os nossos patrocinadores, sem exceção, sem vocês não seria possível. Agora já estamos a trabalhar para que 2025 seja ainda melhor.

Quero ainda felicitar este fantástico jornal ARAUTO, pelos seus 50 anos. Os artigos aqui publicados são de máxima importância para todos saberem o que se passou na nossa querida Vila. A informação passada é clara e aprazível. Parabéns! Bem-haja!

A presidente

Odile Da Rosa

Banda Musical Vilarandelo

Um novo ano que começa e uma nova época que a nossa Banda Musical enfrentará com muita dedicação e profissionalismo.

Como em todos os anos anteriores, lá vamos sobrevivendo, com algumas dificuldades pois há sempre alguns músicos que saem da banda e apesar de haver bastantes aprendizes, muitos deles ainda não têm capacidades para integrar a Banda Musical (mas lá chegarão).

Já temos bastantes serviços agendados para este ano, principalmente na época de verão, mas daremos início oficial desta época de 2024 no dia 24 de Março com um concerto na Feira do Folar em Valpaços e na semana seguinte no dia 30 de Março estaremos na aldeia de CanavesesValpaços.

De modo a relembrar os longos e duradouros anos desta instituição, também este ano celebraremos o aniversário da nossa Banda Musical, será no dia 9 de Junho com programa ainda a designar. Por fim deixamos o nosso agradecimento especial a todos os músicos, familiares, patrocinadores, colaboradores, amigos, pois sem eles não haveria banda.

A todos o nosso muito obrigado A Direção

6 ARAUTO

Vilarandelo e Valpaços acolheram a 18º

Edição da Montaria da Casa do Pessoal da RTP

Classificada como uma das melhores de Portugal, a 18ª Montaria da Casa do Pessoal da RTP foi realizada no coração do nordeste transmontano, em colaboração com a Associação Clube de Caça e Pesca de Vilarandelo, no passado dia 24 de Fevereiro, nesta vila.

Esta, que é a festa de inverno de muitas localidades transmontanas, recebeu cerca de 350 pessoas, oriundas das mais diversas localidades de Portugal, bem como alguns emigrantes e estrangeiros.

A caça engrandeceu as terras transmontanas. Quem nos visitou deliciou-se com as nossas iguarias e também com as nossas paisagens. Note-se que a caça é um ancestral agente dinamizador do comércio local e do mundo rural.

Esforço, trabalho, empenho e dedicação, tornaram este evento uma mais valia para engrandecer o concelho de Valpaços e a freguesia de Vilarandelo.

Num dia frio e ventoso e com alguma chuva, os monteiros e matilheiros corresponderam em toda a sua plenitude para que esta montaria se tornasse um sucesso, conseguindo apurar 23 javalis.

Sabores genuínos e transmontanos foram provados durante o evento: alheiras, linguiças, presunto, folar, queijos, pão, doces e licores caseiros… deliciaram o palato de todos, que ainda tiveram a oportunidade de adquirir os mesmos ao som de concertinas e músicas genuinamente transmontanas, numa feira de produtos regionais, organizada pela Junta de Freguesia de Vilarandelo.

Num ambiente festivo, à noite foi ainda levado a cabo um delicioso jantar, acompanhado de homenagens, sorteios, desfile de moda e animação. A satisfação espelhada no rosto dos participantes foi proporcionada por uma organização exemplar, que em harmonia com a natureza, fez cumprir o respeito pela caça!

A Direcção da Associação

Clube de Caça e Pesca de Vilarandelo

Curiosidades da Vila

Feira dos Santos

No dia 9 de Novembro, após dias consecutivos de chuva, o sol decidiu aparecer para que os nossos conterrâneos e visitantes pudessem dar uma voltinha à Feira dos Santos. Há tradições que se vão perdendo, no entanto há uma que insiste em ficar – O “pretinho da sorte ou da fortuna”. Quem visitou esta feira, pelo Largo do Toural, pode confirmar que aqui ainda se segue esta tradição. Ninguém sabe ao certo como surgiu

este amuleto, que atrai a sorte e boas energias, certo é que milhares de pessoas o trazem sempre consigo na carteira. Há também quem o coloque no carro, num móvel à entrada da casa, no quarto dos filhos, ou no trabalho.

O “pretinho da sorte”, peça de barro pintada a frio que mostra um pretinho a segurar uma moeda, indica remontar ao tempo da abolição da escravatura, no século XVIII. A moeda que o pretinho segura representaria o seu primeiro salário de homem livre – e o curioso amuleto asseguraria ao seu detentor um ano de felicidade.

Há muita gente que acredita que só se o Pretinho for roubado a alguém, é que terá a força dum amuleto. Na minha opinião esta ideia está completamente errada, pois o acto de roubar por si só, já atrai azar e má energia. Se quer bem a alguém, ofereça-lhe um pretinho da sorte, mas terá de o pagar ao vendedor, pois só uma aquisição honesta associada ao gesto de afecto, o activará de forma a atrair prosperidade e boas energias.

TOD@S AO PALCO

O Projeto ‘Tod@s ao Palco’ é um projeto apoiado pelo Programa de Apoio em Parceria Arte e Coesão Territorial que resulta de um acordo celebrado entre a DGARTES e o Iscte – Instituto Universitário de Lisboa / Observatório Português das Atividades Culturais (OPAC).

Será implementado no território do Alto Tâmega e Barroso pelo TEF - Teatro Experimental Flaviense, CRL, em parceria com a Câmara Municipal de Valpaços, a Associação Eu+Tu=Muitos, a Casa do Povo de Vilarandelo e a Junta de Freguesia de Santa Valha. Indo ao encontro ao objetivo do programa supracitado, visa fomentar a coesão territorial, corrigindo assimetrias regionais no acesso à criação e fruição culturais.

Acresce referir que o projeto Tod@s ao Palco, com a duração de 24 meses, se enquadra no domínio da criação e consiste na implementação de atividades que promovam à população do Concelho de Valpaços o acesso à cultura, enquadrado na listagem de municípios elegíveis no âmbito do programa. Assim, como resultados teremos a criação de 2 peças de teatro a levar a palco na sede deste concelho, consubstanciadas na recolha de contributos para a elaboração dos textos, através de técnicas didáticas e a sensibilização para a cultura, criando também um documentário final. Os resultados finais aliam o know-how do TEF aos saberes e tradições da população de Valpaços.

A relevância deste projeto prende-se com o facto de potenciar experiências enriquecedoras e inovadoras ao nível das competências pessoais e sociais do grupo-alvo, ao mesmo tempo que procria a convivência descentralizada e intergeracional. O contacto com o teatro que é crucial para a preparação das crianças e jovens envolvidas para o mundo atual, pois fornece ferramentas úteis para o seu futuro, tornando-os mais capacitados para aprender a lidar com o público, desenvolvendo o seu pensamento crítico e o trabalho em equipa, ao mesmo tempo que permite a valorização e a preservação da cultura local.

7 ARAUTO

Lembrais-vos de mim?

A Festa de S. Sebastião

20 de janeiro. Dia de festa na aldeia, especialmente no Bairro do Outeiro. É dia do padroeiro do nosso bairro, o mais próximo dos meus vizinhos. É dia de São Sebastião. Logo, no dia anterior, se embelezava o seu altar e se limpava convenientemente a sua capela. Ao mesmo tempo que, o Sr. Hélder Cardeal, exímio armador de Vilarandelo, entronizava a sua imagem no andor, ornamentando-o com os mais lindos cetins que ele, alfinete a alfinete, acolchoava e donde sobressaía o vermelho (esta a cor que “pertence” a este Santo; talvez por ser a cor do sangue do seu martírio). Não se esquecia o Sr. Hélder de completar a ornamentação com belos cordões ou fustões coloridos e algumas bolas de vidro pendentes e de várias cores que, com o movimento, refletiam a luz em todas as direções. Logo pela manhã do dia 20 de janeiro, repicava a “sineta” anunciando a festa, abriase a porta principal da capela para que os fiéis pudessem entrar à vontade podendo assim agradecer, ao Santo, as Graças recebidas e deixar, também, as suas oferendas. Para isso, ao lado da entrada principal da capela, era colocada uma giga onde seriam depositados os ex-votos de agradecimento a São Sebastião, protetor, que era, da humanidade contra a peste, a fome e a guerra. Constavam estas oferendas, essencialmente, de peças de fumeiro (Salpicões, linguiças, pés e orelhas de porco…).

Sempre que males maiores os afligiam, costumavam, então, rogar os fiéis ao Santo:

Martel S. Sebastião

Das malinas médico sagrado, Na fome, na peste e na guerra

Serás nosso advogado.

(in monografia de Valpaços)

ESTILHAÇOS

Truz, Truz, Truz

Sobe o pano e mostra o palco da vida

Médicos, Polícias e Professores

Toda a gente deprimida.

Chamavam preto ao Costa, Mas vem aí um Monte- Negro

Que nos faz a vida negra.

Se não arranjas lugar no teu partido

Vai pr’ó chega

Que é o partido dos descontentes.

Todas as bombas que dão à Ucrânia

É para destruir a Ucrânia

Ficamos sem Ucrânia e sem Ucranianos.

Se quiseres que o teu carro ande muito

Põe pneus do Hamas à frente

E Israelitas atrás.

Por volta das 10 horas, iniciavam-se as funções religiosas, com S. Sebastião presente, também ele, no seu andor, no largo em frente à sua capela que se encontrava apinhada. Sendo janeiro “geoso”, como diz o povo, pela manhã, sempre se estava mais reparado e quente lá dentro. A celebração era presidida pelo Senhor Reitor, paramentado de encarnado como prescreve a “Lei Litúrgica”, uma vez que as celebrações dos Santos Mártires, pedem o vermelho, porque participaram na morte de Cristo, como suas testemunhas.

Celebrava-se, então, uma “Missa Solene”, de que constava, também, um lindo e apropriado sermão, onde de elogiavam as virtudes do Santo Mártir e que muito tocava os corações de quase todos os presentes. Era costume, também, durante a celebração, serem entoados “lindos e desafinados” cânticos, aqui e ali, entrecortados pelos murmúrios das preces das mais idosas. Na celebração não faltava, também, o turíbulo, emanando doces odores de incenso que se espalhavam por toda a capela, sendo mesmo notados no seu exterior.

A Missa quase a acabar e começa, então, o Mestre da banda musical, a perfilar os seus homens na estrada, ao lado da capela, esperando o início da procissão, para seguirem atrás do pálio.

Davam início ao “cortejo três homens, vestidos” com opas, vermelhas e brancas, levando a Cruz de Nosso Senhor e duas lanternas, onde ardiam duas velas de cera que a ladeavam. Eram eles que marcavam o ritmo de andamento da procissão. Seguiam-se alguns estandartes figurativos de santos da devoção do povo e só então é que vinha o andor, carregado em ombros por quatro jovens, alguns, ou mesmo todos, cumprindo promessa. Só então seguia o Pálio e, logo atrás, a banda.

Era, então, o cortejo fechado pelo povo que, respeitosamente, nele participava.

No Cruzeiro, virava à esquerda e rua abaixo continuava até que, em frente à casa do nosso conterrâneo António da Rosa Lopes (sobrinho), virava novamente à esquerda, para

Diz o Marcelo, que o povo é quem mais ordena

Mas o povo ordenou uma maioria

E ele botou-a abaixo.

Mandem vinho para o Algarve

Porque de água estão eles rodeados.

A Mariana Mete Água

É mandá-la p’ró Algarve

Para resolver o problema da seca.

Para se fazer um golpe de estado

Mobilizavam-se forças armadas com tanques de guerra

Agora com uma mentira

Manda-se um Governo abaixo.

A Misturadora Geral da República

Faz mais estrondo que verdade

Qualquer dia fica gaga.

se embrenhar no Bairro onde percorria diversas ruas, indo desembocar na estrada N213-1 donde, na reta final, seguia até à capela. Vinha agora menos gente do que no início, uma vez que, alguns ao passarem por suas casas, por lá ficaram, principalmente mulheres, pois, tinham o almoço para adiantar.

Alfaias litúrgicas e outros instrumentos religiosos guardados e arrumados, com o largo ainda bem composto de gente, dá-se, então, início à rematação das oferendas.

E quem melhor que o “rematador oficial” (eu não conheci outro), o Sr. Manuel Pascoal, para esse efeito?

Desimpedidas as escadas da Capela, põe-se o Sr. Pascoal, no cimo das mesmas, junto ao cesto com as oferendas e, uma a uma, as vai entregando a quem as tenha licitado pelo maior lanço. Tudo entregue, sem nada que tenha ultrapassado meia dúzia de escudos. Finda a arrematação, acaba-se também aqui a Festa de S. Sebastião. “Para o ano há mais e que seja, pelo menos, como esta”. Ouve-se dizer, aqui e ali.

A capela de São Sebastião em Vilarandelo

Para os católicos, além de ser padroeiro da cidade do Rio de Janeiro, São Sebastião é considerado o protetor da humanidade contra a peste, a fome e a guerra.

A Madeira é um jardim

Mas tem os bichos da madeira

Que roem até ao fim.

As que veem do Brasil são gémeas

As de cá só gemem.

As Brasileiras veem de lá encaixotadas

Depois cá é que as montam.

Baixam a saia, sobem a blusa

Mostram o umbigo

E toda a gente se lambuza.

Os partidos são demais

Falta o conduto na mesa

Com as eleições gastam mais

Basta…. Chega…

Eduardo Ferreira da Costa

8 ARAUTO

Soldado português

Tem sempre todo o valor

Fez honrar a sua pátria

Servindo-a com todo o seu amor!

Quando deixa a sua terra

E vem para militar

Despede-se de entes queridos

Que fi cam todos a chorar?

Se também comovido

Sem poder dizer nada

Seu pensamento é uma seta

Do coração da namorada?

Mas enfi m, coragem e ânimo

O que se há-de fazer

Vou prá vida militar

Cumprir assim o meu dever!

Oh não chore minha mãe

Que me faz desanimar

Tristeza de uma mãe

Que dá um fi lho para militar.

Adeus rapazes amigos

Que a todos quero abraçar

Lembrai-vos do vosso amigo

Que vai para a vida militar?

Adeus querido amor

Não fi ques desanimada

Tão depressa que regresse

Cumprirei a minha palavra?

A viagem no comboio

Foi sempre muito animada

Mas com o coração triste

Dos segredos da namorada?

Fui-me chegando ao quartel

Para entregar a guia

Fazer apresentação

Ao primeiro da companhia?

Ele mandou-me tomar banho

E o meu cabelo cortar

Depois receber a roupa

Para me poder fardar

Camisas, ceroulas e lençóis

Cinto e fato de cetim

Botas e num bivaque

Nunca me tinha visto assim

Depois também capota

E a caixa a servir de mala

Camas, lençóis e mantas

E agora já sou magala

O capote que me deram

Causava-me afl ição

Com meio metro de sobra

Andava a barrar o chão

A vida de um Soldado

Com respeito à calça

Até me metia confusão

Porque dentro da mesma calça

Cabia outro fi gurão

Do janelo nem se fala

Ficavam as mãos escondidas

As mangas eram tão grandes

Que tinham dois metros de compridas

A camisa era tão dura

Que parecia de madeira

Era ela de pano cru

Que até fazia coceira

As botas eram tão grandes

Pareciam barcos de velas

Porque se podia navegar

No meio do mar dentro delas.

Eu já soldado então

Andava admirado

Quando olhava para a calça

Ficava todo espantado

Depois começa a instrução

Aprendo a marcar passo

Também outros manejos

Com todo o desembaraço.

Esquerdo, direito, um, dois

Quatro à direita, rodar

São as primeiras coisas

Que começam a ensinar.

Depois atingir o alvo

Também temos de aprender

E depois recebemos a arma

Para com ela combater.

Firme, sentido, ombro, armas

E depois apresentar

Em seguida ombros, armas

E depois descansar!

E vai seguindo a instrução

Até vamos acampar

Em barraquinhas de bivaque

Para nelas pernoitar!

Também vamos aprendendo

Postos dos nosso superiores

E eles nos dão instrução São eles nossos professores

E há cabos furriéis

E sargentos; o primeiro é

O ajudante alferes tenente O capitão major e comandante!

Enquanto somos galuxos

Temos as praças veladas Depois eles são licenciados

Ficamos nós a batê-los

Se me calo tenho castigo Se falo sou castigado Não sei como hei-de viver Nesta vida de soldado Quando quero sair à rua As botas levo engraxadas Mas o sentinela da porta Logo se põe a examina-las.

O meu nome de batismo Já ninguém mo quer chamar N.º 951 foi

O nome que vim usar!

Aprendi a fazer a cama Coisa que eu nunca fi z Mas um dia que eu me case Já a mulher é mais feliz

Tenho que fazer de lavadeira Se quero roupa lavada Porque o pré é muito pouco E não chega para nada!

Até da própria namorada

Logo fi quei abandonado

Na última carta me disse Que já não ligava ao soldado!

Estendi o braço à bandeira

E quis por ela jurar

A dar pela Pátria a vida Sempre do inimigo a salvar!

Quem não presta para a Tropa; não presta para Nada, é tacho velho sem fundo; É bilha belha furada!

Muitos trabalhos passei Para aprender a instrução Prepara-te ó soldado Diz o nosso Capitão!

Assim andamos três meses Sempre cheios de canseiras Quando vem o fi m de Agosto Vamos nós jurar bandeira Então passamos a prontos Deixamos uma trabalheira Mas vamos fazer guarda Com espingarda e cartucheira

Dia sim dia não Uma guarda fui fazer Já tenho os meus ossos Moídos de nas Tábuas adormecer!

Assim vamos andando Até acabarmos o tempo Para sermos licenciados Se não houver contra tempo!

Depois então despedimo-nos Cá do nosso quartel Sargentos e ofi ciais E mais o que houver!

Adeus meu comandante Todos os ofi ciais Sempre usamos respeitar Nossas ordens legais!

Adeus meus sargentos Em breve vos vou deixar Vou visitar a minha terra E o caminho do lar!

Adeus soldados e cabos Camaradas nossos amigos Vamos para a nossa terra Para o lado das raparigas

Adeus tarimbas adeus Onde eu as noites passava Adeus cama de aço Onde o meu corpo descansava

Adeus mochila adeus Pá de guerra e bornal Adeus cantil de aço Que nunca nos demos mal!

Adeus prato do rancho Também copo do café Pá de guerra de algibeira Assim mesmo mesmo é que é!

Adeus parada da guarda

Adeus à secretaria Adeus ao lindo quartel Onde as guardas fazia!

Adeus rapazes da minha idade Vou terminar neste dia Adeus caserna grande Onde as noites dormia!

Adeus rapazes amigos

Vou terminar neste dia Adeus castelo de Almourol Adeus quartel de Engenharia!

Os dias que aqui passei Nunca me vão esquecer Hei-de-me sempre lembrar Onde foi o meu sofrer!

Agora que vou embora Para junto de meus pais Adeus quartel Tancos Adeus para nunca mais!

António Sousa, Sonim Utente de SAD

9 ARAUTO

AS MINHAS MEMÓRIAS DE VILARANDELO

Vilarandelo da minha memória era uma aldeia, constituída por bairros, bem distintos, que se estendem ao longo da estrada que liga Chaves a Mirandela. Com a Igreja Matriz ao centro, rodeada do Bairro do Saco e do Bairro da Caçónia, ao cimo, em direção a Chaves (poente), o Bairro da Levandeira; na direção de Santa Valha (norte), o Bairro de Santo Antonio, mais conhecido pelo Bairro de Baixo e, para nascente, o Bairro do Outeiro, mais na saída para Valpaços. O seu termo está situado na transição da Terra Quente para a Terra Fria, com predominância desta, dando origem a culturas bem diferenciadas: a Terra Quente com a produção de vinho, azeite e trigo e a Terra Fria com a batata, castanha, centeio e gado bovino (lameiros). A altitude média da povoação é de 632,5 m, com 630 m, junto à Igreja e Bairros do Saco e da Caçónia, 620 m no Bairro de Baixo, 610 M no Bairro do Outeiro e 670 no Bairro da Levandeira. Estas diferenças na altitude faziam-se notar, também, nas condições climatéricas, pois, no Inverno, com frequência, havia neve e ventos fortes na Levandeira, enquanto, o Outeiro estava submerso em nevoeiro.

Por aqui, passaram Iberos, Celtas, Celtiberos, Lusitanos, Romanos, Bárbaros (Suevos e Visigodos), Vândalos, Muçulmanos (Mouros), e Judeus, o que deu causa a essa “caldeirada”, típica das pessoas transmontanas. Os Lusitanos, que povoavam mais o centro do actual país, mas de quem nos consideramos herdeiros e descendentes diretos, depois de derrotados pelos Romanos, permitiram que este se tornassem donos da Peninsula Ibérica, no Ano 218 A.C. onde dominaram até ao ano 419 D.C., quando entretanto foram expulsos pelos Visigodos e outros povos, ditos “bárbaros”, sendo estes expulsos, por sua vez, em 711 pelos Muçulmanos (Mouros), que se mantiveram na Peninsula Ibérica até ao Séc. X V (1 492). Todos esses povos deixaram marcas e vestígios, hoje, ainda, visíveis, sobretudo, os resultantes da romanização. São exemplos disso, em Chaves, as termas, recentemente descobertas, bem como, a Ponte de Trajano, e, no nosso concelho, a Ponte Romana de Vale Telhas, conhecida por ponte do Arquinho, comprovando que a rede viária que ligava Braga a Astorga, era integrada por uma “variante”, que passava por Vilarandelo, como atesta o marco miliário, que, hoje, está no Toural. A Muradelha é um castro, construído por algum desses povos, antes da romanização; à volta da mesma, nasceu a “civitatis”, razão pela qual, ainda hoje, as terras de cultivo naquele lugar são designadas por “cevidade. O meu pai dizia que havia ali uma nascente de água que possivelmente servia a muradelha e a cevidade, mas que eu nunca consegui encontrar. Vilarandelo, além da Igreja Matriz, tem quatro capelas: a do Espirito Santo no, agora, Cemitério, transferido há 200 Anos do adro da Igreja, a qual, anteriormente, servia a Levandeira; a Capela de Santo António no Bairro de Baixo, talvez do Século XVIII; a de S. Sebastião, do sec. XVI, no Bairro do Outeiro e, a mais recente, a do Senhor dos Milagres, em cujo recinto envolvente se continua a fazer a festa anual no último Domingo de Agosto. As mais antigas, devem ter estado ao serviço da Ordem de Malta, sob a dependência da vigairaria e comenda dessa ordem, localizada, em S. João de Corveira. Os referidos Bairros estão ligados por uma rua principal que tem o nome da distinta Professora D. Amélia Castelo. Conheci sempre Vilarandelo com duas feiras, nos dias 9 e 23 de cada mês, as quais faziam inveja às demais dos distritos de Vila Real e Bragança, só suplantada pela Feira dos Santos de Chaves. Reunia gente de todo o lado, para vender, comprar e trocar tudo quanto é possível imaginar, no campo do Toural, com exceção do gado suíno, em grande parte, de

raça bísara, que era no Bairro da Levandeira, também em lugar próprio para o efeito. Na parte central do campo do Toural estava instalado o único campo, permanente, de futebol do concelho, com as balizas fi xas, de madeira de castinceiro; daí, saíram boas equipas, a equipa Principal e a dos Acampados, que deram muitas alegrias a Vilarandelo.

Tenho gratas recordações de jogar á bola, com os meus amigos com uma bola de trapos, (a não ser, quando a neve pegava), no adro da Igreja, junto á escola dos rapazes, que era a única Escola masculina no meu tempo; uns descalços e outros, talvez metade, com socos cerrados com brochas de ferro, todos indiferentes às caneladas e topadas que este últimos infl igiam nos primeiros e entre si.

Não havia luz elétrica e no Inverno, só dois alunos levavam brasas num alcatruz, para aquecer os pés. Durante aqueles meses, não se escrevia, nem se faziam contas no Quadro nem nas lousas, porque os dedos estavam engaranhados. Quando havia neve, jogava-se á bolada com a mesma, uns contra os outros e faziam-se grandes bonecos e enormes bolas com a ajuda dum estadulho atravessado ao meio que se rolava, acumulando neve endurecida, que durava oito a quinze dia a desfazer-se.

Recordo, no tempo delas (aí, por Maio) as célebres trovoadas, que iluminavam a aldeia. Era um encanto vê-las a desenvolverem-se, depois do toque das Avé Marias, hora da miudagem recolher a casa para a ceia. Nuvens carregadas vinham dos lados de Bragança, da Sª da Assunção, de Santa Comba e da Montanha e como que se combinavam para se dirigirem juntas e em simultâneo para Vilarandelo. Chegadas, aqui, iniciavam um festival de tremendos trovões e faíscas, riscando todo o céu, iluminando tudo e todos, ao mesmo tempo que despejavam cargas de água, por lapsos de tempo, quase sempre superiores a uma hora. Metiam medo e, na altura, eu pensava serem castigos divinos por causa do nosso mau comportamento. Também me recordo de vendavais, alguns com mais de 100 Km/hora, o que me levava a imaginar como teria sido o ciclone (Tempestade de Inverno), ocorrido, em 14 de Fevereiro de 1941, que derrubou o imponente Campanário da Igreja Matriz, reconstruído, mais tarde, mas com uma altura bastante inferior à do derrubado.

Recordo o Reco do Santo, conhecido , hoje, por Toninho, por ser o reco de Santo António, bicho que percorria todos os cantos da aldeia, fazendose anunciar pelo toque da campainha, que trazia na coleira. Ninguém lhe fazia mal ou enxotava, pois, gozava de liberdade total, não obedecendo a ninguém, nem sequer ao Regedor. Era alimentado pelo povo, que o engordava até estar pronto para ser vendido, em hasta pública, cujo produto revertia a favor do santo, seu protetor. Lembro-me da partilha do burro, que se fazia, do alto do campanário da Igreja, na quadra do carnaval: três ou quatro dos mais atrevidos foliões da aldeia, armados com um embude, que servia de megafone, trepavam, pela calada da noite, as escadinhas, que conduziam até junto dos sinos…e começava a partilha do animal, que era retalhado, de modo a que a distribuição satisfi zesse os habitantes; estes, fi cavam de ouvido atento, atrás das janelas, ora receosos, ora curiosos por saberem o que lhes cabia. No dia seguinte, era o falatório geral, acompanhado de comentários chistosos sobre as pessoas, sobretudo sobre as que tinham recebido as partes mais impúdicas do bicho, normalmente, solteironas ou alguma das mais levantadas da aldeia. Os distribuidores/retalhantes, que, sempre, procuravam o anonimato, nem sempre fi cavam ao abrigo da promessa de umas estadulhadas por parte de quem se sentia mais ofendido, sendo que era zanga de pouca dura, pois, tratava-se de uma brincadeira/ tradição, que acabava por ser compreendida por

todos. Recordo a algazarra da miudagem a correr pela rua principal do Bairro de Baixo, no Sábado de aleluia, enxotando os invisíveis judeus para Rebordelo (considerada terra de judeus e marranos), quando do rebate dos sinos da Igreja Matriz, pelas 10 horas; E que dizer do enorme braseiro da noite de Natal em frente á escadaria da Igreja Matriz, que durava várias noites e dias, alimentada pela lenha surripiada pelos jovens que nesse Ano, tinham ido ás Sortes (inspeção militar)?. Parece que ainda oiço a chiadeira típica dos carros de bois, quando carregados com os produtos da agricultura, desafi nando e afi nando com silvos graves e agudos, conforme o eixo do carro e o terreno que pisavam e lembro, com saudade, o ritual do mata-bicho, que o patrão dava aos trabalhadores contratados “às sêcas” para a descavada das vinhas e outros trabalhos agrícolas, que decorriam do nascer ao por do sol. Os jeireiros entravam para o pátio, dirigiam-se para a adega, onde o criado principal da casa tinha colocado uma bandeja com um pão de centeio puro e escuro, de 3 kilos, uma faca sapateira mirandesa, nozes, fi gos comuns e abêboras secas, uma caneca de barro preto de Nantes com aguardente e um cálice de vidro grosso. Agarravam o pão e encostando-o ao peito, cortavam uma boa côdea com uma faca mirandesa, acabada de afi ar na desgastada soleira da porta e ensopavam-na em aguardente, que comiam com as nozes e fi gos. No fi m, emborcavam pela goela abaixo um cálice da mesma aguardente, que, essa sim, dava nome ao cerimonial, pois matava a fome, que era o bicho mais temido de todos.

Vilarandelo, tida, então, como a maior aldeia de Trás-os-Montes, perdeu o protagonismo que tinha, pela proximidade da sede do concelho, que Passos Manuel criara em Valpaços, no ano de 1853. Tem cruzeiro/pelourinho no Bairro do Outeiro (imóvel de Interesse público, por fazer conjunto com a capela de S. Sebastião), símbolo religioso/administrativo. Foi saqueada e pilhada em 15 de Novembro em 1846, no seguimento do combate de Valpaços, na Guerra da Patuleia, entre cartistas e elementos do movimento da Maria da Fonte, às ordens do marquês de Sá da Bandeira, bem como, foi, ocupada, em princípios do sec. XX, quando do movimento dos três T (Tétés, Taraitas e Turibios) por militares de Cavalaria do Porto e de Chaves, tendo os cabecilhas e familiares fugido para a Ribeira Pequena. Este movimento, combinado com Carrazedo Montenegro, visava o assalto ao edifício das fi nanças, que chegou a ser pilhada e os seus papéis destruídos, como forma de contestação de um imposto, almejando, alguns, com esse gesto, contrariar a transferência, em 31 de Dezembro de 1853, da sede do concelho de Carrazedo para uma pequena e desinteressante aldeia, que, então, era Valpaços, em detrimento das duas mais importantes e populosas aldeias, Vilarandelo e Carrazedo. Consta que a intentona falhou porque os de Carrazedo arrepiaram caminho, quando se aperceberam da passagem, por ali, da cavalaria do Porto.

Pelo seu passado, pela sua História, pela sua situação geográfi ca, privilegiada para doenças do foro respiratório, sanatório natural, como ouvia dizer em pequeno, o Vilarandelo da minha memória é bem retratado nas sábias palavras de Miguel Torga, com que termino esta crónica de saudade: “Homens de uma só peça, inteiriços, altos e espadaúdos, que olham de frente e têm no rosto as mesmas rugas do chão. (...) vê-se que os motiva apenas uma exacerbação de puras e cristalinas virtudes, que só não são teologais porque Deus não quer. Fiéis à palavra dada, amigos do seu amigo, valentes e leais, são movidos por altos sentimentos que matam ou morrem…Bata-se a uma porta, rica ou pobre, e sempre a mesma voz confinada nos responde: - Entre quem é…”

João Tété

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Poema de Carnaval

Por ser dia de Carnaval

Já deve desconfi ar

Quem lhe escreveu esta carta Foi só para a enganar

Eu tenho toda a certeza

Que vai fi car contente

Mas a pessoa que lhe escreveu

É de longe e está ausente

Que quase que adivinhava

De quem vai desconfi ar

Mas fi co bem ciente

Que se deve de enganar

Você por ser tão esperta

Não sabe quem a levou ao engano

A pessoa que lhe escreveu

É um rapaz muito estranho

Vou-lhe dizer quem eu sou

Para não fi car a cismar

A minha terra é Coimbra

Sempre nela hei-de habitar

Vira a folha se queres saber

Quem foi que a enganou

Para ver se me conhece E se sabe quem eu sou

Não me chega a conhecer

Por isso fi ca enganada

Para o engano ser mais certo

A carta lhe mando multada

Para não saber de quem vai

O correio lhe troquei

E fi co bem satisfeito

Por ser eu quem a enganei

Se chegar a descobrir

E se souber quem eu sou

Pode mandar-me dizer

Para saber se adivinhou

Eu lhe vou explicar

Para saber quem eu sou

Sou um rapaz que a ama

E que você nunca o amou

Carnaval 2024

Este ano, como já é tradição em Vilarandelo, cumpriu-se o desfi le de Carnaval. A APPACDM de Valpaços teve mais uma vez a oportunidade de participar, respondendo ao convite feito pela Comissão do carnaval “os Malteses” e desta vez com o tema “O Mundo Ideal “. Durante o cortejo, os utentes desfi laram ao ritmo da fanfarra da instituição, distribuindo animação. Além disso, foi apresentada uma atuação relacionada com o tema, em frente ao Toural. Esta atuação foi uma réplica do espetáculo protagonizado em Vila Real no Sarau Cultural que assinalou o Dia Internacional das Pessoas com Defi ciência. Desta forma, asseguram-se os objetivos de valorizar as tradições e fomentar as relações interpessoais e momentos de diversão. Salienta-se que o feedback foi extremamente positivo do publico presente.

Com as indicações que lhe dou Já me deve perceber Leia com atenção

Que a carta lhe há-de dizer

Eu vou-lhe dizer que é Este perfeito rapaz Quando vai pela rua acima Mora na rua de trás

Já lhe digo tudo certo Para a menina acreditar Por ser o dia do entrudo

Que lá me deve de encontrar

Digo-lhe o número da casa Também o número da rua Eu moro na rua nova Minha casa é perto da tua

Por hoje a enganar Não diga nada a ninguém Não faça andar estas letras

Por essas bocas além

Eu sei que vai conhecer A minha caligrafi a

Guarde só para si Para me contar um dia

Se quiser pode guarda-la Para descobrir quem sou E depois já pode ver Quem foi que a enganou

Por isso não pense mais Que isso não se deve descobrir E quando for descoberto Vai-se encher de rir

Esta vai dar que pensar Mas é segredo seguro Só pode ser descoberto Quando você for meu futuro

A tua simpatia e beleza Espero de a ligar Não será mais ninguém Se consigo não casar

Por ser dia de enganos Mentir é que não sei Se você me desprezar Com outra não casarei

António Sousa, Sonim Utente de SAD

Cantar dos Reis

A APPACDM de Valpaços, CACI de Vilarandelo, saiu às ruas da terra para cumprir com a tradição do Cantar dos Reis. Esta atividade decorreu na segunda semana de janeiro de 2024 e teve início na Junta de freguesia, percorrendo os vários estabelecimentos locais e inclusive na casa do povo de Vilarandelo. Esta atividade tem o propósito de assegurar não só as tradições, como também proporcionar momentos de partilha e convívio entre os nossos utentes e a população local.

XVI Aniversário da APPACDM de Valpaços

Como forma de celebração de aniversário, APPACDM de Valpaços saiu às ruas de Vilarandelo para tirar fotografi as simbólicas. Esta comemoração decorreu no 27 de novembro de 2023 e teve início na junta de freguesia percorrendo as várias ruas com a população terminando na Casa do Povo de Vilarandelo. Ao longo do percurso, fomos sempre recebidos com simpatia e carinho que tornaram este dia ainda mais especial! Assim, assinalamos e celebramos a data de fundação, reconhecendo todas as pessoas e instituições que ao longo destes 16 anos apoiam a nossa missão.

A Direção da APPACDM de Valpaços

11 ARAUTO

Atividades de Animação

Utentes ERPI e Centro de Dia

Os utentes do ERPI e Centro de Dia têm a possibilidade de participar num leque variado de atividades. Para estas valências existe um plano semanal onde constam as atividades que os nossos utentes podem realizar. A semana é preenchida com Atividades de Cuidados de Manutenção e Reabilitação; Atividades LúdicoRecreativas; Atividades Intelectuais e Formativas e Atividades Espirituais e Religiosas. Para além do plano semanal de atividades existe ainda um conjunto de atividades que designamos de Culturais/Sociais que incluem todas as datas festivas Ex: Carnaval, São Martinho, Dia Mundial da Dança entre outras.

Com uma população cada vez mais envelhecida é fulcral que tenhamos em mente e acima de tudo que coloquemos em prática o envelhecimento ativo nos nossos utentes. O envelhecimento ativo tem por objetivo permitir envelhecer com dignidade, mas acima de tudo viver bem durante todo o processo. Trata-se de otimizar oportunidades de participação, segurança e saúde para melhorar a qualidade de vida à medida que vamos envelhecendo.

As atividades que são desenvolvidas trazem muitos benefícios para os nossos utentes nomeadamente:

- Aumento do Bem-estar psicológico, evidenciado por sentimentos de felicidade, satisfação e estabilidade emocional;

- Aumento do Bem-estar físico, permitindo manter e aumentar o grau de autonomia;

- Aumento da atividade cerebral, permitindo manter o cérebro ativo por meio de estímulos, prevenindo a perda de memória;

- Interação social, que permite cultivar as relações entre pares.

O que alguns dos nossos utentes têm a dizer sobre as atividades:

“Gosto de fazer tudo, cantar, dançar, fazer ginástica. Sou uma viúva-alegre. Quando estou ocupada passo melhor, com mais alegria e prazer.” (Cândida Fidalgo, Utente Centro de Dia).

“Antes de vir para o Centro de Dia não fazia nada disto, agora tenho outra vida, estou ocupada, gosto de todas as atividades e estou com os meus amigos.” (Celeste Sá, Utente Centro de Dia)

“Gosto mais da Ginástica porque sinto que me faz bem e faz falta. Gosto de estar todos juntos, é um passatempo bonito.” (Matilde Rosa, Utente Centro de Dia)

“Gosto de pintar, gosto das festas e dançar. Faz-me sentir bem e alegre”. (Maria da Graça Utente ERPI

“Gosto da ginástica, gosto de me mexer, gosto do bingo e do dominó. Sinto-me bem quando estou ocupada”. (Teresa Sancas Utente ERPI)

“Gosto da ginástica e dos trabalhos manuais. As atividades fazem-me bem, distraiome, faz passar bem o tempo e não estamos feitos pamonhas.” (Lurdes Avelas Utente ERPI)

“Gosto de ler e escrever para conservar o que sei. Gosto da ginástica para me poder fi rmar nas pernas.” (Henrique Leite, Utente ERPI)

“Gosto de todas as atividades, gosto de “espalhar” para esquecer um pouco da minha vida. Aqui sinto-me bem, estou muito bem.” (Augusta Chilombo, Utente ERPI)

“O que gosto mais é da ginástica porque me faz bem à saúde e mexo-me. As atividades fazem com que esteja ocupado e não passo o dia a olhar para o ar.” (Anselmo Izeda, Utente ERPI)

“As atividades são boas para passar o tempo, estamos ocupados e não pensamos em outras coisas.” (Francisco Perdigão, Utente ERPI) O Jornal Arauto permite dar a conhecer algum do trabalho diário que desenvolvemos com os nossos idosos. É uma das formas que os familiares dispõem para poder acompanhar o dia-a-dia dos utentes e assim se sentirem mais próximos. Para além da divulgação é também uma mais-valia para a captação de novos utentes.

Sandra Oliveira Técnica Superior de Desporto

Dia 12 de Fevereiro os utentes do ERPI e Centro de Dia comemoraram o Carnaval. Com os seus disfarces deram asas à folia carnavalesca e disfrutaram de uma tarde divertida repleta de partilha.

Sandra Oliveira Técnica Superior de Desporto

CANTAR OS REIS

No dia 08/01/2024 celebramos o dia dos Reis. Com alguns utentes do ERPI e Centro de Dia deslocámo-nos ao Jardim de Infância para Cantar os Reis e recordar tradições. Antigamente cantavam-se os Reis para celebrar a visita dos três Reis Magos para pedir esmolas e donativos.

Sara Moreiras Animadora Sociocultural

Celebração Festa de Natal

No dia 21/12/2023 celebramos a Festa de Natal com os utentes do ERPI e do Centro de Dia. Preparamos um teatro muito divertido e umas canções para alegrar esta festa. Os utentes fi caram felizes. A seguir houve bailarico e diversão. Foi um natal cheio de amor e alegria para todos nós.

Sara Moreiras Animadora Sociocultural

12 ARAUTO

São Martinho

A atividade de São Martinho foi realizada a 13 de Novembro. Na referida atividade participaram os utentes do ERPI e Centro de Dia. Os utentes dançaram, cantaram e conviveram entre si. Terminamos a celebração com um lanche onde não faltaram fêveras, castanhas, caldo verde e uma bela jeropiga.

Sandra Oliveira

Técnica Superior de Desporto

São Vicente

No dia 22/01/2024 celebramos a Festa em Honra ao nosso Padroeiro São Vicente. A festa foi celebrada com os utentes do Centro de Dia e do ERPI onde todos dançaram e se divertiram com a música e no fi nal com um lanche delicioso.

Sara Moreiras

Animadora Sociocultural

Dia do Idoso

Dia 2 de Outubro celebramos o Dia Internacional do Idoso com os utentes do ERPI e Centro de Dia. Para assinalar esta data que para nós é tão especial contamos com a presença do Grupo “Bemmoufi nto”. Foi uma tarde muito bem passada repleta de alegria e emoção que culminou com um lanche convívio entre os intervenientes.

Técnica Superior de Desporto

Dia do Obrigado

Segundo a tradição, onze de Janeiro celebra-se o dia do muito obrigado. Sendo assim, também eu Fernando Teixeira Lopes, utente desta instituição Lar de Idosos da Casa do Povo de Vilarandelo, quero aproveitar para dizer muito obrigado a toda a esta boa gente, a quem eu tanto devo, pelo bem que me tem tratado. Começando pelas cozinheiras, pelas colaboradoras da sala de jantar, limpeza dos quartos, tratamento de roupa, ajudando-me quando a minha saúde não me deixa fazer tudo o que preciso pelos meus próprios meios.

Em suma, globalmente, dandome toda a ajuda que preciso, e que lhes é possível. Como não é possível eu dizer “muito obrigado” a todas particularmente, vai o meu muito obrigado para todas em geral.

Quero mencionar particularmente o trio da nossa enfermaria: Doutora Ana Morgado, Enfermeira Leonor Cancelinha e Enfermeira Amy Antunes, a estas senhoras não poderia deixar de lhes dizer “Muito Obrigado” diretamente pois têm sido incansáveis comigo. Se não fossem elas talvez já não estivesse deste lado. Por isso, do fundo do meu coração, muito obrigado. Que Deus vos ajude como vocês me têm ajudado a mim.

Também não podia esquecer das nossas animadoras que tanta paciência tem comigo para me ajudar a criar forças, por isso, Muito Obrigado Professora Sandra e Sarinha.

Como não podia deixar de ser, também quero agradecer do fundo do coração à nossa Equipa Técnica, que tanto tem trabalhado para que esta instituição continue a ser uma grande casa. Por isso, muito obrigado Drª Marta Alves, diretora técnica e a sua assistente Dona Carminda Calado.

Fernando Teixeira Lopes

Utente do Lar de Idosos

Casa do Povo de Vilarandelo

Quando eu era pequenina

Quando eu era pequenina

Perguntei à minha mãe

Serei rica ou serei pobre

Ou serei feliz também.

E a minha mãe também

Não tem nada para me dar

E a minha mãe coitadinha Peço-lhe pão e ela fi ca a chorar

Ó minha mãe da minha alma

Ó meu pai do coração

Duzentos anos que eu viva Não vos pago a criação.

Tenho medo à morte

Tenho medo de morrer

Anda a morte pelo mundo Oh meu Deus que hei-de eu fazer.

Subi ao cipreste Cheguei ao meio caí Cipreste das mortalhas Tinha de morrer, morri.

Já lá vem quem me lavava

Minha rica lavadeira Que me deixava a roupa de neve Na naquela fresca ribeira.

Ceifeira que andas à ceifa A ceifar o trigo, a ceifar o trigo, Ceifa as penas à minha alma Ceifa-as e leva-as contigo.

O coração e os olhos

São dos amantes leais Quando o coração tem pena Logo os olhos dão sinais.

Carminda Fidalgo

Utente do Lar de idosos da Casa do povo de Vilarandelo

13 ARAUTO

Centro de Dia: Um Refúgio para Idosos

Quando falamos no apoio e cuidados aos idosos. a família ocupa um lugar fundamental na prestação deste auxílio. Contudo, a família tem passado por alterações devido à evolução da sociedade e o seu papel no apoio aos idosos tem diminuído.

Deixando a família de assegurar os cuidados, estes são assumidos por diferentes respostas sociais. O Centro de Dia é uma delas.

O Centro de Dia é uma resposta social que visa a manutenção da pessoa idosa no seu seio familiar, desempenhando um papel vital na promoção do bem-estar e na melhoria da qualidade de vida da pessoa idosa.

É proporcionado ao idoso um espaço onde se podem reunir, interagir e participar em atividades socioculturais, que são essenciais para combater a solidão e o isolamento, problemas comuns enfrentados por muitos idosos. A interação social que ocorre no Centro de Dia promove a saúde mental e emocional, reduzindo o risco de perturbações mentais tais como: depressão e ansiedade.

Os depoimentos que se seguem, recolhidos junto dos nossos utentes ilustram a satisfação e a importância de frequentar o nosso Centro de Dia:

“Centro de Dia, foi uma coisa boa que veio aqui para a nossa terra. Porque muita gente, às vezes era o que me acontecia a mim, os meus filhos estão a trabalhar e eu tinha de ficar só. E assim, a gente convive aqui. Ri-se, diverte-se. Eu até digo às vezes umas parvoíces, mas isso faz parte da vida. Porque às vezes estão tristes e eu façoas rir. E eu gosto muito de estar aqui, porque quando eu venho para aqui, toda a gente dizia que eu que não ia parar aqui. Muita gente veio ter comigo: tu não paravas e então agora? Ó filha, a gente tem de se habituar, não é? E afinal já vai fazer três anos que aqui estou.

O Centro de Dia é ao agrado de toda a gente. Dou-me com toda a gente. E eu gosto de estar aqui, eu vim parar aqui, porque estive muito mal. E eu sinto-me bem aqui. E no dia que não venha, estou mesmo mal. Às vezes não estou bem, mas chego aqui, parece que até fico alegre. E Deus tem me ajudado tanto! Digo a toda a gente olha lá, ao menos a gente está ali, tem sempre gente a vigiar, a gente, não falta cá nada, não é? E temos todos os confortos aqui. Eu gosto de vir, eu quero vir para aqui porque me sinto aqui bem.

Quero agradecer a todos os funcionários do Centro de Dia, porque nos tratam com muita delicadeza, não há defeito nenhum a apontar, porque eles não sabem o que nos hão-de fazer mais.”

Ana Borges, utente de CD há 4 anos

“Eu estou muito contente aqui, se não estivesse…. Eu e o meu marido lembramo-nos de vir para aqui, mas eu vim na frente. Mas depois ele naqueles dias encontrou-se mal, doente… Foi para o médico e já não veio para casa vivo…. Já cá estou há 8 anos.

Ainda há bocado estive a pensar, aqui temos alegria, cantamos, rezamos o terço. E também temos quem nos ponha a fazer atividades, não fui a escola, mas já aprendi coisas novas. Nunca larguei aqui, porque gosto de cá estar. Enquanto me puder mexer e saiba a minha cabeça é para aqui que venho. Isto digo mesmo ao rei. Sou amiga de todas as funcionárias e não tenho queixa nenhuma. Só tenho é bem a dizer. É de coração que o digo, não é a fingir.”

Mª Eugénia Mateus, utente de CD há 8 anos

A Equipa Técnica CD e SAD

A importância do Serviço de Apoio Domiciliário na qualidade de vida dos Idosos

Nos finais da década de 70 do século XX começa-se a falar em Portugal nos cuidados ao domicílio, por forma a dar resposta às necessidades existentes entre a população idosa. Contudo foi na década de 90 do mesmo século que se consolidaram os serviços no contexto das políticas de apoio aos idosos. Entende-se por SAD os serviços que são prestados a Idosos residentes numa comunidade, com vista à sua permanência no seu meio familiar e social.

São objetivos do SAD contribuir para a melhoria da qualidade de vida das pessoas e famílias; prevenir situações de dependência e promover a autonomia; prestar cuidados de ordem física e apoio psicossocial aos utentes e familiares, de modo a contribuir para o seu equilíbrio e bem-estar; apoiar os utentes e familiares na satisfação das necessidades básicas e atividades de vida diária; colaborar ou assegurar a prestação de cuidados de saúde. Na prossecução dos seus objetivos e na implementação das suas atividades, o SAD conta com uma equipa de profissionais: assistente social, psicóloga, educadora social, ajudantes de ação direta e auxiliares de serviços gerais que se deslocam aos domicílios e desempenham tarefas de acordo com a necessidade de cada idoso.

O SAD tem se revelado uma resposta de preferência por parte do idoso para colmatar carências e satisfazer as necessidades básicas e gerais, este serviço é cada vez mais procurado pela população idosa, uma vez que permite e facilita a permanência no domicílio. Para alguns é o único apoio que recebem, ou porque não têm qualquer retaguarda familiar, ou caso exista, não consegue/está disponível para proporcionar bem-estar e qualidade de vida às necessidades do seu idoso.

Os depoimentos que se seguem, recolhidos junto dos nossos utentes ilustram a satisfação e a importância do Serviço de Apoio Domiciliário:

“Mal fizeram o Apoio Domiciliário eu aceitei logo. Acho que fui das primeiras pessoas a ter o Apoio na altura que abriu há ‘pra’í’ vinte anos. Também tinha os meus pais comigo na altura e elas vinham cá todos os dias tratar da minha mãe e mais tarde da minha sogra e dado a minha saúde precisei muito. Entretanto os meus pais faleceram, mas eu quis sempre continuar porque também tenho os meus problemas de saúde desde nova.

Eu acho este apoio muito bom porque eu preciso muito e enquanto me quiserem lá vou manter o apoio.”

Utente de Vilarandelo.

“Já estou com o apoio há mais de três anos. Primeiro precisei da limpeza e da comida, mas depois pedi para passar a receber só a comida e a teleassistência. Precisei de apoio porque vim para casa com um braço deslocado, mas gostei tanto da vossa simpatia e segurança que fiquei na mesma com os vossos serviços quando fiquei melhor.

Era para ser temporário, porque eu ainda me mexo bem, mas como gostei tanto de vocês continuei. É muito bom termos isto e o apoio de vocês. Sempre que preciso vocês estão sempre prontas a ajudar e isso é mesmo muito bom.”

Audete Aleixo, Vilarandelo.

“Olhe eu pedi apoio há mais de seis anos à ‘mor’ da minha mulher, ela precisava de ajuda no banho e assim por causa dos ossos, que já quase não podia andar, e eu também precisei de ajuda nisso. Depois a minha mulher faleceu e eu precisei de ajuda na limpeza e pronto também fiquei ligado a todas e quis continuar.

Eu gosto tanto, porque sabe são uma ajuda e uma companhia, são tão simpáticas e naquele bocado que cá vêm já não me sinto tão sozinho.”

António Sousa, Sonim.

“Solicitei o Apoio Domiciliário à Casa do Povo de Vilarandelo porque tinha boas informações e queria o melhor para a minha mãe que tinha partido a bacia e estava acamada. Como eu, como principal cuidadora dos meus pais, não tinha possibilidades de sozinha lhe dar aquilo que as vossas prestadoras de serviços lhe proporcionam, que é fazer a higiene diária e proporcionar-lhe um acordar com um sorriso nos lábios, não hesitei em contactar os serviços.

Estou mesmo muito contente pelo carinho, pelo profissionalismo e pelo bemestar que todas juntas damos à minha mãe. Muito obrigada a toda a equipa.” Maria José Pessoa, principal cuidadora dos pais, Sonim. A Equipa Técnica CD e SAD

14 ARAUTO
“Se a montanha não vai a Maomé, Maomé vai à montanha.”

Ao longo dos anos tem-se verifi cado um aumento da esperança média de vida e, naturalmente, um aumento da população idosa. Este aumento, aliado com a desertifi cação e com a transformação do papel da família, traz consigo desafi os e consequências, nomeadamente o isolamento social, o agravamento do declínio cognitivo associado ao processo normal do envelhecimento e outras alterações como a ansiedade e a depressão. Perante isto, incluir psicólogos nas equipas de Serviço de Apoio Domiciliário torna-se importante.

Esta intervenção dos Psicólogos junto das pessoas seniores, em contexto domiciliar, tem como principais objetivos combater o declínio físico e intelectual, a solidão, o isolamento social, bem como promover independência, autonomia, participação na vida social, adaptação ao envelhecimento, melhoria das capacidades cognitivas e da qualidade de vida na velhice.

Estes objetivos fazem todo o sentido ser praticado em casa do idoso, no seu domicílio, na sua zona de segurança e conforto. Por ser a sua zona de maior conforto, é no domicílio do utente que conseguimos perceber pistas que poderão ajudar a compreender melhor determinados sintomas psicológicos apresentados, bem como entender a dinâmica familiar e todos os outros aspetos que poderão parecer insignifi cantes, mas que na verdade importam bastante.

Posto isto, sendo os psicólogos profi ssionais preparados para desempenhar um conjunto de papéis em diferentes contextos da vida dos idosos, a psicologia não tem apenas a única função de apoiar psicologicamente o idoso, mas também pode ajudar nas atividades instrumentais da vida diária, bem como no desenvolvimento das competências sociais.

A Equipa Técnica SAD

Higiene Pessoal

No dia 21 de Novembro de 2023, realizou-se uma formação sobre a Higiene Pessoal dirigida aos utentes do Lar e Centro de Dia da Casa do Povo de Vilarandelo.

Muitas vezes, o avançar da idade causa perda da capacidade para cuidar de si mesmo e, consequentemente, da higiene pessoal do idoso. A higiene íntima dos idosos é importante para a prevenção de infecções, assaduras e possíveis lesões. Por diversas razões, alguns idosos não têm o costume de tomar banho diariamente, nem mantém adequadamente hábitos comuns de limpeza. É preciso orientar o idoso e seu cuidador sobre a importância de se realizar devidamente a higiene pessoal.

A lavagem das mãos é muito importante, pois tem o objectivo de prevenir infecções, portanto todos os cuidadores e familiares devem realizá-la antes e depois de qualquer cuidado realizado com o idoso. Da mesma maneira devemos manter todos os objectos, utensílios, roupas e equipamentos utilizados com o idoso, sempre bem limpos.

Os idosos são mais propensos a adquirir infecções justamente pelos diversos problemas de saúde que geralmente os acometem e pela diminuição da protecção do sistema imunológico. A higiene corporal do idoso, além de proporcionar conforto e bem-estar, é um factor importante para a recuperação da saúde.

A higiene oral do idoso, boa alimentação e visita regular ao dentista são de extrema importância para a sua saúde geral, inclusive para os que utilizam prótese dentária, pois podem estar mal instaladas, o que faz com que o resto dos alimentos permaneça indevidamente nos espaços em torno da mesma.

Durante a limpeza da boca, o cuidador deve observar a presença de feridas nas bochechas, gengivas, lábios e em baixo da língua e comunicar à equipe de saúde. É comum que pessoas doentes tenham o apetite diminuído, mas é preciso estar atento. A recusa em se alimentar ou a agitação no horário das refeições pode ser decorrente de prótese mal adaptada, cárie, dentes fracturados, feridas, alterações e infl amação das gengivas. A forma como um idoso se veste diz muito sobre a sua higiene pessoal. Muitas vezes, os idosos têm difi culdade

em se movimentar, mas isso não quer dizer que sejam desleixados na sua maneira de vestir. O ideal é usar roupas mais largas, práticas e confortáveis, sempre levando em consideração as condições climáticas e o conforto psicológico associado ao bem-estar do idoso, assim como ele sentir-se confortável e seguro.

A barba do idoso deve ser feita com lâminas comuns ou com um barbeador eléctrico. Além de reduzir o crescimento de bactérias, o barbear melhora o conforto do paciente ao remover pelos que poderiam provocar irritações e produzir uma aparência descuidada.

Para o idoso é fundamental ter uma correcta higiene pessoal, promovendo sempre a sua independência, para assim ser preservada a sua qualidade de vida.

15 ARAUTO
Enfª. Leonor Cancelinha Enfª. Amy Antunes

Clube de Futsal da Casa do Povo de Vilarandelo

Conversa de bola (diretor, pai/ mãe) - fi cção

Diretor: “Bom dia, então também estás aqui hoje?”

Pai/Mãe: “Bom dia, pois, tem de ser! Vim trazer o atleta à bola, estava tão bem a dormir! O Clube bem que podia ir buscá-los a casa, levá-los ao jogo e deixálos novamente em casa. Não me importava nada de pagar!”

Diretor: “Ah, ah, ah! Então não gostas de acompanhar os jogos?”

Pai/Mãe: “Gostar até gosto, mas gosto mais quando o jogo é em Vilarandelo.”

Diretor: “Ai sim? Então? Mas qual é a diferença?”

Pai/Mãe: “É que sendo em casa, levanto-me mais tarde, trago a “vedeta” ao pavilhão e sempre posso ir até ao café um bocadinho ou voltar para casa enquanto eles jogam.”

Diretor: “Mas não fi cas a ver o jogo?”

Pai/Mãe: “Para quê? Pouco tempo joga, nem sei o que anda aqui a fazer, a passar tempo e a fazer-me perder tempo a mim. Por isso é que nos jogos fora se puder não vou. Às vezes até estou livre, mas se o clube o transportasse era melhor, assim aproveitava para fazer outras coisas.”

Diretor: “Mas no outro dia, num jogo, jogou o tempo todo, nunca saiu.”

Pai/Mãe: “Sim, também me disseram, mas não vi, foi no tempo que estava a fumar um cigarro talvez. Mas digo-te já que também é um abuso, onde já se viu uma criança jogar o jogo todo?! Depois vai cansado para casa.”

Diretor: “E dos treinos o que dizes?

Pai/Mãe: “Oh, estais sempre a repreender as crianças, sempre a insistir para defender assim, atacar assado, as posições defensivas, as posições ofensivas, o que fi zeram bem, o que fi zeram mal, deviam era deixa-los andar à vontade.”

Diretor: “Mas na terça queixastete que parecia uma balbúrdia, andavam todos aos gritos e aos pontapés à bola, cada um fazia o que queira, num tal de treino livre.”

Pai/Mãe: “Claro, não podem fazer o que querem, têm de ser repreendidos e ensinados, caso contrário, não andam aqui a fazer nada, nem aprendem coisa alguma.”

Diretor: “Humm, pois!!!! E referente aos jogos, está tudo bem? O teu fi lho vem sempre aos treinos e aos jogos? ”

Pai/Mãe: “Olha depende, tem dias que me diz que não lhe apetece ir treinar e eu digo-lhe que faça como entender. Muitas vezes até me esqueço de avisar e é verdade que nem custava nada, nem pago as mensagens, ahahah. E… também quando perdem, depois no treino seguinte levam

sermão e preparação física e não gosta nada disso.”

Diretor: “Pois eu não concordo com a tua opinião, claro está que prioritariamente vem o bem-estar da criança, mas e o compromisso estabelecido com o clube, com os restantes atletas, com a possibilidade de tanto o clube como os coleguitas saírem prejudicados por causa de apetites? Então não houve tempo para perceber - antes da inscrição - se querem participar ou não? Inicia-se um projeto tendo em conta a sua viabilidade, tomando como certo a palavra e o compromisso ou outros projetos poderiam ser criados, sendo assim. Os treinos, após as derrotas, têm vertente teórica, pois - apesar da vitória não ser o mais importante - temos de passar a mensagem dos motivos que deram origem à derrota, o sentimento transmitido não pode ser o mesmo, caso contrário eles não iriam distinguir as diferenças, entre outros motivos para ser assim, são métodos utilizados de muitos existentes.”

Pai/Mãe: “Mas se não quer ir, que queres que faça?”

Diretor: “No mínimo deves transmitir ao atleta o que é um compromisso, uma responsabilidade assumida e que falhando vai prejudicar terceiros. Tentar explicar porque deve ou tem de ir e se no fi nal a postura for a mesma, então claro comunicar a desistência, pois a felicidade do atleta vem primeiro.”

Pai/Mãe: “Exatamente é o que eu tenho vindo a fazer, insisto…. já que queria, agora tem de ir e de participar até ao fi m.”

Diretor: “Mas ainda agora disseste que era para fazer como entendesse.!!! Assim terá noção que será tudo à sua vontade. Se disser que não quer ir à escola, também dizes que faça o que quiser? Ou às outras atividades em que está inscrito?”

Pai/Mãe: “Espera, a escola é de carácter obrigatório e as outras atividades não, pago para lá andar, não vou agora andar a pagar uma coisa e a criança não querer ir, já agora!…”

Diretor: “Pois eu entendo que o compromisso deva ser igual seja numa atividade a pagar ou gratuita, se bem que sendo gratuito - sistema em vias de extinção- seja baseado em princípios, ensinando algo à criança, passando o tempo ou mesmo só se divertindo, ainda assim devemos ter empenho no projeto… Acontece um pouco da mesma forma por todos os escalões e mesmo em outros

clubes amigos: não vêm treinar, não avisam ou avisam na hora do treino e nos jogos fazem igual. Têm disponibilidade de pavilhão melhor que quase todos os clubes do distrito e não aproveitam. Se algumas equipas tivessem esta sorte decerto aproveitariam melhor. Em alguns escalões quase é preciso carta com intimação para responderem a um evento. Há alguns anos atrás, eu e outras crianças, íamos de bicicleta para os treinos e para os jogos do GDValpaços. Não era possível ao GDV dar as regalias da atualidade aos mais jovens, se diziam que não nos queriam, ou não estávamos selecionados para pertencer ao plantel, pedíamos para fi car, prometíamos evolução e empenho, se nos diziam que havia um treino, nos queríamos dois, se dois, queríamos três, não dormíamos no dia anterior ao jogo… atualmente pede-se por favor para treinarem e jogarem, se não são convocados é uma alegria, parece que andam todos obrigados. Se antes pedíamos aos pais para nos levarem, agora informam os pais que não querem ir, se antes nos obrigavam a fi car em casa, agora suplicam para que saiam, se antes fi cávamos felizes por apanhar bolas, agora fi cam tristes por jogar pouco, ou por jogar muito, ou por não jogar.”

Pai/Mãe: “Sim, sim, outros tempos… com pouco, faziase muito! Seja como for agradecemos pela dedicação, preocupação e carinho. Temos momentos de muita alegria, aprendizagens e convívio durante a época. “

Nunca ninguém agradará a todo o mundo, assim basta sermos nos próprios e seguirmos o que delineamos, ouvir as opiniões e as críticas, sem nunca desviar a atenção do real objetivo traçado. Na maioria das vezes, apenas damos valor às coisas quando acabam e a nossa continuidade depende de todos. Assim, critique, dê opiniões, colabore, participe, mas não desista daquilo em que acredita. Hoje não está tão bem, amanhã poderá estar esplêndido! É melhor aproveitar agora que tem, do que se arrepender depois, por não ter. Todos - e apenas com todos na mesma direção - poderemos rumar ao sucesso.

Obrigado a todos os treinadores, delegados, colaboradores, pais, atletas, adeptos e patrocinadores por seguirem juntos com o CPV.

O Presidente do CPV Tiago Barreira

16 ARAUTO

ANIVERSÁRIOS Lar ANIVERSÁRIOS Lar

17 ARAUTO
Leite 23/01/1927 Justes (Vila Real)
Lopes 28/01/1925 Santa Valha Judite Morais 29/01/1931 Sá Matilde Rosa 17/10/1938 Vilarandelo Anaísa Medeiros 21/12/1933 Alpande
Henrique
Emília
ANIVERSÁRIOS Centro de Dia
Pimenta 04/11/1929 Vilarandelo
Rito 06/10/1937 Ervões Júlia Almeida 16/11/1929 Vilarandelo Maria Baía Vinagre 17/11/1938 Vilarandelo Augusta Chilombo 23/11/1947 Vila Real
Mitras Lopes 07/12/1933 Vilarandelo Fernanda do Canto 17/11/1962 Vassal
Morais 11/12/1930 Vilarandelo Albertina Ramos 17/12/1936 Vilarandelo
Polónio 17/01/1931 Vilarandelo Dulcina Madureira 17/02/1951 Sá
Pimenta 06/02/1931 Ervões
do Amparo Silva 02/11/1943 Sonim
da Conceição Martins 15/12/1933 Barreiros
Izeda 06/01/1944 Vilarandelo Maria Teresa Florêncio Teté 02/02/1945 Vilarandelo
Pereira 28/10/1945 Vilarandelo
Mairos 09/02/1933 Vilarandelo Leonilde Olaia 20/02/1933 Vilarandelo
Eugénia Mateus 05/11/1930 Barreiros
Mavilde Madureira 02/12/1953 Vale de Telhas
Luisa Pires 01/01/1963 Bustelo (Chaves)
Maria
Amândio
Maria
Conceição
Rosa
Carminda
Maria
Anselmo
Laura
Narcisa
Maria

Donativos

Maria

Carlos

Carlos

Jorge

Maria

José

Maria da Graça Mesquita Valadares Guedes

Estela Rito Salsa, maçã, abóbora

Fátima Guedes Tomate e pimento

José Contente Pêras

Estela Rito Salsa, feijão verde, maçã

Nestle Iogurtes

António Feijão Jerupiga

Talhos Eduardo Fígado de vitela

Ester Carneiro Abóbora

Banco alimentar Maçã

Carla Lopes

- Oferta de um telemóvel para que os idosos do lar possam comunicar com os familiares via internet

João Monteiro

- Oferta de um tablet para que os idosos do lar possam comunicar com os familiares via internet

A Deolinda na nossa vida

A Deolinda veio para nossa casa em 1965, vinda de África, de casa de um irmão da minha mãe, o Tio Xana. Foi para nós todos uma mãe, amiga, confidente,

enfermeira, psicóloga, professora. Punha-nos na ordem quando era preciso, mas com uma ternura imensa. Nunca lhe faltava uma graça, até acabarmos. Todos às gargalhadas com as asneiras que se iam dizendo. Ralhava aos nossos pais por fumarem muito e ajudou muito a nossa mãe nas fases mais difíceis. Fazia-nos os melhores bolos de anos do mundo! A Deolinda estava sempre em casa. A Deolinda estava sempre a cozinhar, a rir, a aquecer-nos, fosse como fosse. Quando éramos pequenos, dormíamos agarradinhos a ela durante uma sesta ou um pesadelo de noite. Deu-me dois presentes importantes na minha vida: a Bíblia e o Isalita, livro de cozinha. Mais tarde fez-nos colchas brancas de

crochet, com as suas próprias mãos, para o nosso enxoval. Quando ia de férias um mês, escrevíamo-nos mutuamente, como se fosse estar fora um ano! ….

A Sra. Carolina passava lá os invernos por causa da sua tosse… Era um amor, sempre alegre com piadas, sempre bem disposta e pronta a ajudar. Contava-nos anedotas como nunca tínhamos ouvido, histórias matreiras do campo, enquanto descascávamos favas num alguidar. Mais tarde, quando morreu o Sr. Francisco, nunca mais tirou o preto. Foi ela que nos ensinou a coser, na velha máquina de costura SINGER!

A Deolinda foi a madrinha de baptismo da Rita, minha fi lha, com muita alegria nossa. Acompanhounos sempre depois de os nossos fi lhos nascerem. Foi o pilar da nossa família, sempre um exemplo de amor. Está entranhada em nós, faz parte de nós todos.

Obrigada querida Deolinda.

Ana Rita Monteiro

Teresa Marta

António Maria 5 de Fevereiro 2024

Aqueles que amamos nunca morrem, apenas partem antes de nós!

Agradecimento

A família de Olga de Jesus Murteira vem, muito sensibilizada, agradecer as inúmeras provas de pesar e carinho que lhe foram manifestadas aquando das exéquias fúnebres do seu ente querido

Agência Funerária Mariana Lino Lda. - Vilarandelo

Agradecimento

A família de Maria Garcia Magalhães vem, muito sensibilizada, agradecer as inúmeras provas de pesar e carinho que lhe foram manifestadas aquando das exéquias fúnebres do seu ente querido

Agência Funerária Mariana Lino Lda. - Vilarandelo

Agradecimento

A família de Izaura Ferreiro Machado vem, muito sensibilizada, agradecer as inúmeras provas de pesar e carinho que lhe foram manifestadas aquando das exéquias fúnebres do seu ente querido

Agência Funerária Mariana Lino Lda. - Vilarandelo

Agradecimento

A família de Deolinda Lopes Pascoal vem, muito sensibilizada, agradecer as inúmeras provas de pesar e carinho que lhe foram manifestadas aquando das exéquias fúnebres do seu ente querido

Agência Funerária Mariana Lino Lda. - Vilarandelo

Agradecimento

A família de Amândio Martins Teixeira vem, muito sensibilizada, agradecer as inúmeras provas de pesar e carinho que lhe foram manifestadas aquando das exéquias fúnebres do seu ente querido

Agência Funerária Mariana Lino Lda. - Vilarandelo

18 ARAUTO
O ARAUTO PARA O LAR PARA O JARDIM DE INFÂNCIA PARA A CASA DO POVO OUTRAS OFERTAS
GÉNEROS Anónimo 10,00 € António José da Rosa Brandão 20,00 € António Bragado de Carvalho 20,00 €
Nogueira Polónio Borges 10,00 € Júlia Reis 20,00 €
da Rosa 10,00 € Anónima 10,00 €
PARA
EM
Ana
Manuel
Helena de Almeida Esteves 15,00 € Carlos Brandão de Almeida 10,00 € Francisco Avelelas de Almeida 30,00 € Francisco do Vale Taveira 10,00 € António dos Santos Lopes 20,00 € Alice Vaz Borges Friões 10,00 €
Maria Alves Taveira 20,00 €
de Fátima Pereira Cancelinha Fernandes 10,00 € Eduardo Sá da Rosa 10,00 €
Pereira de Morais
20,00 €
Rafael
Matilde
Garcia
Morais
25,00 €
Almeida
Brandão Almeida 25,00 €
Friões Taveira 10,00 €
Cândida
Conceição Vítor 25,00 €
Lopes de Almeida 30,00 €
Gonçalves 30,00 €
de Jesus Gonçalves Medeiros 10,00 €
Vicente
Manuel
Elvira
Lopes 10,00 €
Adelino José Ferreira
Deolinda
Vale Valente 50,00 €
Pinto do
Alves Ferreira 20,00 €
50,00 € Matilde Pereira de Morais Garcia 10,00 € Matilde Pereira de Morais Garcia 10,00 € Anónimo 500,00 €

“A Casa da Cruz”

Alberto não disse que não ao sobrinho e chegou na véspera do casamento a Mirandela, acompanhado por Júlia, sua mulher, e por um dos fi lhos, o Fernando que andava pelos 17 anos. O outro, Alfredo, o mais velho, fora para Coimbra onde estudava leis para depois, como desejava, vir a ser advogado na capital. Vieram de comboio pela Linha do Tua até Mirandela onde tinham à espera uma cómoda “charrete” que o futuro sogro de Valentim fez questão de mandar por um criado para os esperar e trazer até às Lagoas e que era puxada por uma bela e possante parelha de cavalos.

Palmira e Ana já tinham ido uns dias antes para as Lagoas para, assim, ajudarem nos preparativos da festa e com elas levaram um galo, dois perus e dois leitões, para além de outros produtos da terra. Não era que na casa da noiva faltasse alguma coisa. Valentim casava na mais farta da aldeia, mas simplesmente porque Rita e Manuel Portelinha também queriam contribuir para que a festa do casamento do fi lho mais velho fosse um êxito e não faltasse que comer aos convidados, e não só, pois que haveria para toda a gente da pequena aldeia das Lagoas. Estaria uma longa mesa posta na eira junto à casa e lá comeria quem quisesse e foram muitos os que vieram. Nem sequer os ciganos, os do grupo de Iria, faltaram à festa. Assim que souberam do casamento para ali se dirigiram e quinze dias antes já estavam acampados nas redondezas. Foi a própria Iria que o soubera pelas bocas de Palmira e Ana pois que a partir daquele dia da festa em Sá, a ciganita não perdia oportunidade de passar pela Casa da Cruz a pedinchar e a troco de uma sina lida na palma da mão em ininteligível rima, a maior parte das vezes, lá enchia o bornal, ora com uma cesta de batatas ou uma abada de castanhas se era o tempo delas, ora com um bocado de carne gorda da pá, um pão da tarandeira e até, algumas vezes, lá caía uma alheira ou mesmo

meia dúzia de ovos quando começavam já fi car retardados e antes que se estragassem melhor era mesmo dá-los.

No dia da boda, ainda era de madrugada e já toda a Casa da Cruz andava alvoroçada para que tudo fi casse em ordem e os animais acomodados antes de partirem para o casório e, ora a cavalo, de carroça ou mesmo a pé, pois que não havia transporte para todos, lá partiram tomando o caminho para o Salgueiro e dali para a Lama do Vale que depois era só descer mais um pouco e estava-se nas Lagoas. Lá chegaram ao início da manhã. Todos vestiam as melhores roupas que tinham e calçavam o que melhor possuíam mesmo quando esse melhor não era mais que um simples par de alpergatas. O forno já estava aceso, aliás, durante toda a semana não deixara de trabalhar e nem sequer tivera tempo de arrefecer uma vez que as duas forneiras não lhe davam descanso, e pelo ar já pairava o cheiro dos assados e por toda a casa a azáfama também era grande. Uma mesa estava posta para que à chegada, os convidados, pudessem matar o bicho se assim o entendessem. Havia pão de trigo, fatias de presunto, rodelas de salpicão e linguiça, folar acabado de fazer e bolinhos de bacalhau. Tudo isto podia ser regado com vinho da casa, branco e tinto, jeropiga ou café de cevada ainda a fumegar.

as já casadas aos comentários das mais novas.

A noiva, que seu pai levava pelo braço para junto ao altar a entregar ao noivo, abria o desfi le. Logo atrás em fi la indiana e aos pares vinham os restantes convidados por ordem de categoria ou de proximidade familiar com a nubente. Vinha a mãe da noiva que fazia par com o seu fi lho mais velho, seguiam-se os tios depois os irmãos de ambas as partes. João emparceirava com Ana ( já que Adelaide, como é óbvio, não fora convidada) e logo a seguir Palmira que caminhava ao lado do primo Fernando que viera de Lisboa.

A capela estava toda ornamentada com as mais lindas fl ores que eram, quase todas, rosas brancas e amarelas que aos molhos para ali tinham sido levadas pelas duas raparigas e orientadas pela “senhora zeladora” que não se fartava de dizer que nunca na vida dela tinha visto a capela assim tão bem ornamentada e que “ O nosso Santo Amaro bem o merece para que nos livre das entorses e das manqueiras e de todas as maleitas dos ossos.”

com eles ou nada tivessem a ver com o assunto. O padre olhava de soslaio para uns e para os outros sem no entanto deixar de prosseguir com os conselhos ao novo casal: “...e lembrai-vos que a partir de agora tendes de ser os dois a puxar para o mesmo lado como faz a junta de bois unida pelo mesmo jugo, porque “conjugar” quer dizer isso mesmo, que estais junguidos com o mesmo jugo. E como na junta dos bois em que um dos animais é mais forte também no casal o homem é mais forte do que a mulher devendo ser ele a indicar para que lado puxar tendo ela a obrigação de o seguir. Porque a mulher veio da costela do homem...” e a palestra alongavase de tal maneira que os mais novos, e não só, já bocejavam e pensavam que aquilo nunca mais acabava pensando no banquete que os esperava e que a conversa do padre estava a ser uma grande seca.

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De regresso a casa formou-se novamente o cortejo nupcial com os recém-casados à frente seguidos pelos restantes convidados, todos em fi la e aos pares, sorridentes para toda a gente que à beira do caminho os aplaudia e lhes dava vivas, com as raparigas mais novas atirandolhes pétalas e bagos de arroz desejando-lhes assim as maiores felicidades na nova vida agora iniciada.

Marcada que estava a cerimónia religiosa para o meiodia o cortejo saiu da casa da noiva pouco depois das onze e meia em direção à capela onde Valentim já esperava acompanhado pelos pais e pelos tios, Alberto e sua mulher. Alguns populares, poucos, também esperavam na capela para assim garantirem um lugar o mais à frente que pudessem, ninguém queria perder pitada da cerimónia. Os restantes preferiram esperar perto da casa da noiva ou ao longo do percurso para ver passar o cortejo nupcial que depois seguiriam até à capela.

A cerimónia foi simples mas...”bonita” – nos dizeres de todos quantos assistiram, especialmente no das velhas beatas que não se fartaram de dizer que o altar estava muito lindo e que, até, o Sr. Padre António falara muito bem para os noivos.

Piago Berries é uma empresa de produção de pequenos frutos e seus derivados, situada na Região de Trás-os-Montes, na Vila de Vilarandelo entre a terra fria e a terra quente do concelho de Valpaços, Portugal. Tem um clima com características únicas, Invernos muito rigorosos e Verões muito quentes e secos, que lhe permite gerar produtos de excelência. As compotas são confecionadas de forma artesanal, com frutas da época, mantendo a tradição, sem corantes nem conservantes, onde é possível sentir os aromas e os sabores únicos da fruta.

Piago Berries é uma empresa de produção de pequenos frutos e seus derivados, situada na Região de Trás-os-Montes, na Vila de Vilarandelo entre a terra fria e a terra quente do concelho de Valpaços, Portugal. Tem um clima com características únicas, Invernos muito rigorosos e Verões muito quentes e secos, que lhe permite gerar produtos de excelência.

As compotas são confecionadas de forma artesanal, com frutas da época, mantendo a tradição, sem corantes nem conservantes, onde é possível sentir os aromas e os sabores únicos da fruta.

Piago Berries company produces small fruits and its derivatives, located in the region of Trás-os-Montes, in the village of Vilarandelo between the cold and the hot land of the county of Valpaços, Portugal. It has a climate with unique characteristics, very rigorous winters and very hot and dry summers, which allows it to generate products of excellence.

“Que bonita que vai a Mariazinha!...” – Exclamava uma ou outra rapariga das casadoiras. “Peis pudera! Alindada pela senhora de Lisboa! Nós cá não temos disto!” – Retorquiam

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A uma esquina estava também à espreita do cortejo a cigana Iria que não se conteve quando em frente a ela passou Palmira mais o seu par, o primo Fernando, e rindo atirou-lhe: “ já tem namorado menina Palmirinha?” – Palmira deitou os olhos ao chão e corou o que não passou despercebido à cigana que, assim que teve ensejo, se aproximou de Ana para lhe perguntar como se chamava o par de Palmira. “ Chama-se Fernando e é o primo dela que veio de Lisboa.” – Respondeu-lhe a rapariga que ainda perguntou à cigana: “Ainda me hás de dizer o que era aquela história dos casacos de burro.”

Keeping the tradition alive, the jams are manually prepared with seasonal fruits, without coloring or preservatives, where you can feel the aromas and the unique flavors of the fruit.

O Padre António era o Reitor de Vilarandelo e viera de propósito para realizar este casamento e tinha sempre, nestes momentos, umas palavras de ocasião para proferir dirigidas especialmente aos nubentes ao lhes lançar a bênção: “Ego conjugo vobis in matrimonium...” - prosseguindo depois com um circunstancial discurso cujas comoventes palavras faziam por vezes fungar de comoção uma ou outra viúva mais sensível ou soltar um profundo suspiro a alguma daquelas que iam vendo a idade a avançar e que iam fi cando para tias e que não viam maneira de arranjar casamento. Os homens, esses, disfarçavam com uma tossidela como se não fosse

Keeping the tradition alive, the jams are manually prepared with seasonal fruits, without coloring or preservatives, where you can feel the aromas and the unique flavors of the fruit. Produtor

Produtor

19 ARAUTO
/ Producer Bruno Miguel de Carvalho Pascoal (+351) 963220259 / 961045303
/ address
da Caçónia, n.º 18
Vilarandelo | Portugal piagoberries@gmail.com
Morada
Rua
5430-636
/ Producer Bruno Miguel de Carvalho Pascoal (+351) 963220259 / 961045303 Morada / address Rua da Caçónia, n.º 18 5430-636 Vilarandelo | Portugal piagoberries@gmail.com AMORA BLACKBERRY CEREJA
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Piago Berries é uma empresa de produção de pequenos frutos e seus derivados, situada na Região de Trás-os-Montes, na Vila de Vilarandelo entre a terra fria e a terra quente do concelho de Valpaços, Portugal. Tem um clima com características únicas, Invernos muito rigorosos e Verões muito quentes e secos, que lhe permite gerar produtos de excelência. As compotas são confecionadas de forma artesanal, com frutas da época, mantendo a tradição, sem corantes nem conservantes, onde é possível sentir os aromas e os sabores únicos da fruta. Piago Berries company produces small fruits and its derivatives, located in the region of Trás-os-Montes, in the village of Vilarandelo between the cold and the hot land of the county of Valpaços, Portugal. It has a climate with unique characteristics, very rigorous winters and very hot and dry summers, which allows it to generate products of excellence. Keeping the tradition alive, the jams are manually prepared with seasonal fruits, without coloring or preservatives, where you can feel the aromas and the unique flavors of the fruit. Bruno Miguel de Carvalho Pascoal (+351) 963220259 961045303 Morada address Rua da Caçónia, n.º 18 5430-636 BLACKBERRY CHERRY FRUTOS VERMELHOS RED FRUITS BLUEBERRY STRAWBERRY fb.com/piagoberries.pt piagoberries@gmail.com
NOTA: Este romance será publicado, por capítulos, em Arautos posteriores. Não perca os próximos “episódios”!
Romance

A CRECHE

O carnaval dos pequeninos

O carnaval é uma época de muita alegria e criatividade… É uma época de explorar e de muita magia à mistura.

Festa de Natal

A festa de natal na Creche é um momento especial para as crianças, mesmo sendo tão pequenas.

No dia 21 de Dezembro convidamos todos os pais/irmãos para virem à nossa escola. Os meninos, com a ajuda dos mais crescidos, cantaram 2 músicas, dançaram e lancharam com a sua família.

No fi nal, tiveram a visita do amigo Pai Natal que, como se portaram bem, trouxe presentes fantásticos. Foi uma tarde de muitas alegrias para os nossos pequeninos…

Encontros Intergeracionais

Depois de uma paragem, retomamos os nossos Encontros Intergeracionais, encontros estes importantes para os nossos utentes. Tanto para os nossos pequeninos, como para os nossos idosos.

Estes encontros fortalecem o relacionamento, promovem a troca de ideias, de conhecimentos entres as duas faixas etárias, favorecendo a formação e a consolidifi cação de vínculos, que permitem para além da troca de experiências, o compartilhamento destes conhecimentos,

No dia 12 de Fevereiro, os meninos vieram para a escola mascarados, tiveram um dia cheio de brincadeiras…

ideias, atitudes, crescimento e por fi m evolução. Realizamos os encontros nos dias 20 de outubro, 28 de novembro, 12 de dezembro, 16 de janeiro e 22 de fevereiro. Aqui os meninos e os idosos ouviram histórias, cantaram músicas, realizaram atividades de plástica e dançaram.

São sempre momentos muito ricos em aprendizagens.

Descubra as Diferenças

Horizontal:

2 – Ofício que ainda hoje se mantem na Vila; 4 – Mês das festividades da Vila; 7 – Bolsa de levar na mão ou nome de rua; 8 – Sitio onde se faz o azeite; 9 – Professora que tem nome de rua; 14 – Pessoa que cria objectos de barro;

Vertical:

1 – Associação da Casa do Povo; 3 – Utensilio utilizado para fazer furos no cabedal; 5 – Comissão organizativa do Carnaval; 6 – Jornal que festeja os 50 anos; 10 – Ingrediente principal numa salgadeira; 11 – Jornal mensal publicado em Janeiro de 1961; 12 – Aglomeração de pessoas; 13 – Valência da Casa do Povo de Vilarandelo;

Elaborado por Sofia Barreira

Soluções:

20 ARAUTO
Vertical: 1-rancho; 3-sovela; 5-malteses; 6-arauto; 10-sal; 11-progresso; 12-povo; 13-infantário Horizontal: 2-pastor; 4-agosto; 7-saco; 8-lagar; 9-amélia; 14-oleiro
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