FotoVolt Março 2024

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Notícias 8 Intersolar Summit Brasil Nordeste trará

Feira 30 destaques de produtos e serviços do segmento solar Com pauta abrangente, que inclui congresso e feira, evento vai debater interesses, características e desafios específicos da geração solar na região Nordeste, tendo como pano de fundo as questões nacionais. A exposição paralela deve reunir mais de 60 fornecedores, que apresentarão destaques e lançamentos de produtos, sistemas, serviços e soluções voltadas ao mercado fotovoltaico.

Segurança 40 Proteção contra choques no combate a incêndio em sistemas fotovoltaicos Módulos fotovoltaicos geram energia enquanto expostos à irradiação solar. Esta característica requer medidas de proteção contra choque durante a instalação, as intervenções para manutenção, o descomissionamento e, em caso de incêndio, o combate ao fogo.

Guia 50 Softwares para projeto de sistemas fotovoltaicos conectados à rede Os programas para projetos de sistemas fotovoltaicos estão hoje disseminados nos escritórios de engenharia e integradores de sistemas FV, e sempre há novos produtos e fornecedores. Este primeiro guia de FotoVolt lista algumas empresas ofertantes, as quais preencheram as informações em questionário enviado pela revista. O guia será aprimorado nas próximas edições, com a inclusão de mais empresas e dados.

Projeto 54 Influência das condições de contorno na compatibilidade módulo-inversor Para a adequada alocação de módulos por MPPT, não é conveniente olhar apenas para as folhas de dados de módulos e inversores. É preciso levar em conta também os coeficientes de temperatura pertinentes, o albedo do solo e os fatores de sobreirradiância, os quais dependem da localização do projeto, como demonstra o artigo.

Pesquisa & Inovação 64 Agenda 68 Produtos 70 Publicações 73 Índice de anunciantes 73 Colunas

Veículos elétricos 58 Projeto & Instalação 62 Solar FV em foco 74

Capa Helio Bettega (foto: NewJadsada/Shutterstock) As opiniões dos artigos assinados não são necessariamente as adotadas por FotoVolt, podendo mesmo ser contrárias a estas.

Sumário

Carta ao leitor 4


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Carta ao leitor

A se segguran ançça como pr priior oriidade absoluta Mauro Sérgio Crestani, Editor

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disseminação da energia solar fotovoltaica nos telhados das edificações pelo mundo levantou a importante questão da segurança. Sendo um equipamento em que os componentes geradores (os módulos) produzem eletricidade ininterruptamente enquanto expostos à luz, impõe a adoção de medidas de proteção contra choques para todas as situações de interação de pessoas com o sistema, da instalação à desativação, sem esquecer a necessária mas nem sempre praticada inspeção/manutenção periódica. Se bem projetado, instalado, comissionado e mantido, um sistema fotovoltaico não oferece risco de choque elétrico, posto ser equipamento de classe de isolação II, cujos componentes devem ter isolação dupla ou reforçada (o que, aliás, é referido no excelente artigo, publicado aqui, sobre proteção contra choques no combate a incêndios em geradores FV). E, também, tem baixa probabilidade de iniciar um incêndio, como comprovam estatísticas de países que as praticam a sério. No entanto, isto tem pouca importância para uma categoria profissional especialmente vulnerável a riscos de choque nesses geradores: a dos bombeiros militares. O fogo que atinge um sistema FV, em geral originado no interior da edificação em que este opera, destrói a isolação dupla ou reforçada, expondo partes vivas. Como agravantes, temos a urgência das tarefas do bombeiro em tais circunstâncias e o uso de água para apagar o fogo. A exemplo de países com tradição normativa na área, o Brasil vai em vias de publicar também sua norma de segurança contra incêndio em sistemas fotovoltaicos. O projeto foi elaborado de forma célere e competente pela comissão de estudo CE 024 102 007 do CB-024 da ABNT, como também informa o artigo mencionado, cujos autores são membros da comissão: Celso L P Mendes, renomado consultor (inclusive de FotoVolt e EM), André Luiz Gonçalves Scabbia, coordenador da comissão, e Marcos Rogério Chaves Silva, secretário desta. O artigo aborda principalmente, e de maneira hábil, normas de proteção contra choques, ensaios de exposição de bombeiros aos riscos, normas alemãs e norte-americanas de proteção dos bombeiros, o projeto de norma mencionado (que ainda carece de ir a consulta nacional, ressalte-se), e a importante questão das distâncias de segurança para o esguicho de água.

Intersolar Summit Brasil Nordeste – Por serem os mais importantes do País no setor solar fotovoltaico e áreas relacionadas (armazenamento de energia, hidrogênio verde, instalações elétricas, eletromobilidade), os eventos da série Intersolar têm recebido ampla cobertura de FotoVolt. O Intersolar Summit Nordeste 2024, por exemplo, mereceu em nossa edição anterior uma reportagem-panorama dos principais temas do congresso no contexto do Nordeste brasileiro. Aqui, além de outras informações sobre o evento, que ganha importância a cada realização, trazemos uma amostra do que as empresas expositoras estão preparando para a feira.

Diretores: Edgard Laureano da Cunha Jr., José Roberto Gonçalves e José Rubens Alves de Souza (in memoriam) REDAÇÃO Editor: Mauro Sérgio Crestani (jornalista responsável – Reg. MTb. 19225) Redatora: Jucele Menezes dos Reis PUBLICIDADE Gerente comercial: Elcio Siqueira Cavalcanti Contatos: Eliane Giacomett – eliane.giacomett@arandaeditora.com.br; Ivete Lobo – ivete.lobo@arandaeditora.com.br Pricilla Cazarotti – priscilla.cazarotti@arandaeditora.com.br Tel. (11) 3824-5300 REPRESENTANTES BRASIL: Interior de São Paulo: Guilherme Freitas de Carvalho; cel. (11) 98149-8896; guilherme.carvalho@arandaeditora.com.br Minas Gerais: Oswaldo Alípio Dias Christo – R. Wander Rodrigues de Lima, 82 - cj. 503; 30750-160 Belo Horizonte, MG; tel./fax (31) 3412-7031; cel. (31) 99975-7031; oadc@terra.com.br Paraná e Santa Catarina: Romildo Batista – R. Carlos Dietzsch 541, cj 204, bl. E; 80330-000 Curitiba, PR; tel. (41) 3209-7500 / 3501-2489; cel. (41) 9728-3060; romildoparana@gmail.com Rio de Janeiro: Guilherme Freitas de Carvalho; cel. (11) 98149-8896; guilherme.carvalho@arandaeditora.com.br Rio Grande do Sul: Maria José da Silva – Tel. (11) 2157-0291; cel. (11) 98179-9661; maria.jose@arandaeditora.com.br INTERNATIONAL ADVERTISING SALES REPRESENTATIVES: China: Hangzhou Oversea Advertising – Mr. Weng Jie – 55-3-703 Guan Lane, Hangzhou, Zhejiang 310003; tel.: +86-571 8706-3843; fax: +1-928-752-6886 (retrievable worldwide); jweng@foxmail.com Germany: IMP InterMediaPartners – Mr. Sven Anacker – Beyeroehde 14, 42389 Wuppertal; tel.: +49 202 27169 13; fax: +49 202 27169 20; www.intermediapartners.de; sanacker@intermediapartners.de Italy: Quaini Pubblicità – Ms. Graziella Quaini – Via Meloria 7 – 20148 Milan; tel.: +39 2 3921 6180; fax: +39 2 3921 7082; grquaini@tin.it Japan: Echo Japan Corporation – Mr. Ted Asoshina – Grande Maison Room 303; 2-2, Kudan-kita 1-chome, Chiyoda-ku, Tokyo 102-0073; tel: +81-(0)3-3263-5065; fax: +81-(0)3-3234-2064; aso@echo-japan.co.jp Korea: JES Media International – Mr. Young-Seoh Chinn – 2nd fl, Ana Building, 257-1, Myungil-Dong, Kandong-Gu, Seoul 134-070; tel: +82 2 481-3411; fax: +82 2 481-3414; jesmedia@unitel.co.kr Switzerland: Rico Dormann – Media Consultant Marketing Moosstrasse 7, CH-8803 Rüschlikon; tel.: +41 44 720-8550; fax: +41 44 721-1474; dormann@rdormann.ch Taiwan: Worldwide Services Co. – Ms. P. Erin King – 11F-2, No. 540 Wen Hsin Road, Section 1, Taichung, 408; tel.: +886 4 2325-1784; fax: +886 4 2325-2967; global@acw.com.tw UK (+Belgium, Denmark, Finland, Norway, Netherlands, Norway, Sweden): Mr. Edward J. Kania – Robert G Horsfield International Publishers – Daisy Bank, Chinley, Hig Peaks, Derbyshire SK23 6DA; tel. +44 1663 750 242; mobile: +44 7974168188; ekania@btinternet.com USA: Ms. Fabiana Rezak – 12911 Joyce Lane – Merrick, NY, 11566-5209; tel. (516) 858-4327; fax (516) 868-0607; mobile: (516) 476-5568; arandausa@gmail.com ADMINISTRAÇÃO Diretor Administrativo: Edgard Laureano da Cunha Jr. PROJETO VISUAL GRÁFICO, DIAGRAMAÇÃO E EDITORAÇÃO ELETRÔNICA: Helio Bettega Netto DEPARTAMENTO DE PRODUÇÃO: Vanessa Cristina da Silva e Talita Silva CIRCULAÇÃO: Clayton Santos Delfino Tel.: (11) 3824-5300; csd@arandaeditora.com.br SERVIÇOS Impressão: Ipsis Gráfica e Editora S.A. Distribuição: ACF - Ribeiro de Lima TIRAGEM: 10.000 exemplares FotoVolt é uma edição especial da Revista Eletricidade Moderna, publicação mensal da Aranda Editora Técnica e Cultural Ltda. Redação, publicidade, administração e correspondência: Alameda Olga, 315; 01155-900 São Paulo, SP - Brasil. Tel.: +55 (11) 3824-5300; Fax: +55 (11) 3666-9585 em@arandaeditora.com.br – www.arandaeditora.com.br ISSN 2447-1615


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Notícias

FotoVolt - Março - 2024

Senai-CE inaugura Centro para Transição Energética

Engie conclui aquisição de usinas fotovoltaicas da Atlas

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Engie Brasil Energia concluiu em 6 de março a aquisição, por R$ 3,24 bilhões, de cinco conjuntos fotovoltaicos da Atlas no Brasil, que totalizam 545 MWca de capacidade instalada: Juazeiro, São Pedro, Sol do Futuro, Sertão Solar e Lar do Sol. Os ativos, localizados na Bahia, no Ceará e em Minas Gerais, estão contratados no longo prazo, com 66% da capacidade comercial alocada no ACR e 34% no ACL.

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Engie/divulgação

como a Maersk Training, a Sou Energy e a Makro Engenharia. Além disso, o próprio Sistema FIEC investiu R$ 10 milhões em pesquisa, desenvolvimenoi inaugurado em 5 de março o to e inovação, através do Edital Sesi Centro de Excelência para Transição Senai de Transição Energética. Energética Jurandir Marães Picanço Júnior, no Senai Barra do Ceará, em ForNa cerimônia de inauguração, o taleza. Trata-se, segundo a FIEC, Fedehomenageado, Jurandir Picanço, conração das Indústrias do Estado do Cesultor de energia da FIEC, recebeu de ará, de um dos centros de capacitação Ricardo Cavalcante uma placa em hoprofissional em energias renováveis menagem à sua trajetória profissional mais completos do País. Desenvolvido dedicada ao setor de energias, especialem parceria com a agência de coopemente as renováveis, às quais se devota ração alemã Deutsche Gesellschaft für desde os anos 1970. Segundo CavalInternationale Zusammenarbeit (GIZ) cante, “ao dar o seu nome para o nosso e as empresas Enel Ceará, Sou EnerCentro de Excelência para a Transição gy, Siemens, Maersk Training, Aeris, Energética, mais que lhe prestar uma B&Q e Makro, a unidade conta com justa e legítima homenagem, foi a fortreinamentos sobre hidrogênio verde, ma que encontramos de lhe dizer ‘Muienergia solar, energia eólica e distribuito obrigado por tudo o que você já fez e ção de energia, com infraestrutura forsegue fazendo pela indústria cearense, mada por equipamentos de alto nível pelo desenvolvimento sustentável destecnológico para atender a demanda te estado e pela condução ética e intelide formação profissional decorrente gente da transição energética’ ”. dos novos investimentos verdes. O team leader do Componente de Capacitação da H2 Brasil - GIZ, Klaus Albrechtsen, declarou sobre as motivações da cooperação com o Senai Ceará: “Atualmente, há muito potencial para o hidrogênio verde aqui, para armazenar e transportar energia para a Europa. Em comparação com outros países, o produto será mais barato no Brasil.” A Siemens também terá em breve um laboratório de automação de proNo Centro de Excelência, treinamentos cessos, instrumentaem H2V, energia solar, energia eólica e ção e digitalização no distribuição de energia, com equipamentos Centro. “Queremos de alto nível tecnológico fechar a parceria com O lançamento do projeto do o Senai para que não centro foi realizado em maio precisemos enviar de 2022. Desde então, segundo nossos profissionais o presidente da FIEC, Ricardo para fazer capacitaCavalcante, os investimentos ções em São Paulo. feitos pelo Sistema FIEC supeQueremos trazê-los ram a casa dos R$ 30 milhões, para o Nordeste, dos quais R$ 15 milhões vieram principalmente para de uma parceria com a Enel, o Ceará”, disse o R$ 3 milhões de parceria com a Jurandir Picanço, precursor e gerente da Siemens destaque no segmento de energias GIZ, e R$ 12 milhões de parcede células de Autorenováveis, em frente à fachada rias estratégicas com organizamação de Processos, do centro, batizado em sua ções nacionais e internacionais, homenagem Júlio Cunha. José Sobrinho/FIEC

José Sobrinho/FIEC

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Sol do Futuro, de 81 MWp, é um dos cinco conjuntos adquiridos, que totalizam capacidade instalada de 545 MWca/661 MWp A transação reforça um movimento iniciado em 2015, quando a Engie decidiu pela saída das operações de usinas térmicas a carvão. Nos últimos oito anos a companhia investiu R$ 22 bilhões na transição energética, incluindo aportes em energia limpa e implantação de linhas de transmissão. “Os cinco ativos ora incorporados à Engie Brasil Energia se encontram altamente contratados, o que contribuirá para sustentabilidade dos resultados da companhia. Além disso, se beneficiarão das sinergias com as usinas que operamos nestas regiões. Agora, partimos para a integração final das plantas, tarefa que já conta com time de experts alocado e com um planejamento minuciosamente preparado”, detalhou Eduardo Sattamini, diretor presidente da empresa. Com a aquisição dos cinco conjuntos, a Engie Brasil Energia chega a 9 GW de capacidade instalada reno-


Notícias

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RN ganha Centro de Excelência em Formação para H2V

vável. No País, o Grupo Engie alcança 10,5 GW, somando 1,5 GW relativos à sua participação na Usina Hidrelétrica Serviço Nacional de Aprendizagem de Jirau. Industrial (Senai) e a agência de Atualmente, a Companhia cooperação alemã GIZ inauguraram está expandindo seu parque recentemente o Centro de Excelência gerador em mais 1,7 GW, conem Formação Profissional para Hisiderando a conclusão do Con- Até 2050 a Europa vai gerar 15,3 milhões de toneladas de resíduos de drogênio Verde. A estrutura inclui junto Eólico Santo Agostinho módulos de c-Si e 600 mil toneladas de resíduos de módulos de filme fino estações de ensino capazes de mostrar em 2024, além do Conjunto em condições reais de operação desde Eólico Serra do Assuruá e do Conjunto a geração de energias renováveis para a efeitos retroativos não justificados. Fotovoltaico Assú Sol em 2025. Outros Segundo o tribunal, a diretiva aplicava produção de hidrogênio verde até a investimentos em curso são dedicados os custos de coleta, tratamento, recuobtenção e a aplicação prática do proà implantação de mais de mil quilômeperação e disposição de resíduos (resduto. tros de linhas de transmissão de enerponsabilidade ampliada do produtor) O laboratório implantado para augia elétrica que irão se somar aos 2.700 retroativamente, a painéis fotovoltailas, experimentos e outras atividades km já operados pela Engie no País. cos colocados no mercado desde 13 de voltadas à educação vai funcionar no agosto de 2005. O tribunal considerou, Centro de Tecnologias do Gás e Enerportanto, que a nova diretiva de 2012 gias Renováveis (CTGAS-ER), do Senaipoderia violar o princípio de seguranRN, em Natal. A instalação possui sisça jurídica. temas experimentais de produção do As alterações agora introduzidas hidrogênio, alimentados por módulos estabelecem que os custos de gestão e de energia solar e um microgerador eliminação de resíduos ficam a cargo de energia eólica, que possibilitam a Conselho Europeu alterou legislado produtor dos módulos apenas para realização de cursos com diferentes ção da UE sobre resíduos de equipaprodutos colocados no mercado após níveis de complexidade. A expectamentos elétricos e eletrônicos (REEE), 13 de agosto de 2012. E que a respontiva, segundo a instituição, é que os inclusive módulos fotovoltaicos. As alsabilidade estendida dos produtores primeiros cursos sejam lançados neste terações visam alinhar a Diretiva sobre dos EEE que foram adicionados ao essemestre. REEE (Diretiva 2012/19/EU) com um copo de aplicação da diretiva em 2018 Uma frota de carros em miniatura acórdão da Corte de Justiça da União deverá aplicar-se apenas aos produtos Europeia de 2022, sobre a invalidade é abastecida, no local, com o chamado eletrônicos colocados no mercado após parcial da diretiva devido à aplicação “combustível do futuro”. São cinco essa data. As alterações introduzem retroativa injustificada da responsabimodelos Fcat - Fuel Cell Automotive também uma cláusula segundo a qual lidade ampliada do produtor aos resíTrainer ― automóveis de treinamento a Comissão deve avaliar, até no máximovidos a células de combustível, duos de painéis fotovoltaicos colocados mo 2026, a necessidade de uma revique têm o hidrogênio como fonte de no mercado entre 13 de agosto de 2005 são da diretiva. e 13 de agosto de 2012. energia ― em meio às inovações dispoA votação deste 4 O assunto remonta a 2012, quando de março no Conselho entrou em vigor a diretiva sobre encerra um longo proREEEs, que incluiu os módulos fotovolcesso. O texto das altaicos no âmbito da diretiva anterior terações será assinado e decretou que a partir de 15 de agosto de 2018 valeria um “open scope”, sigpelos colegisladores, nificando que todos os equipamentos publicado no Jornal elétricos e eletrônicos seriam abrangiOficial da UE e entrará em vigor 20 dias dedos pela aplicação da diretiva, a menos pois. Os Estados-Memdaqueles especificamente excluídos. bros terão até 18 meses No julgamento de 25 de janeiro para transpor a direde 2022, a Corte de Justiça da UE tiva alterada para as declarou algumas partes da Diretiva Laboratório para aulas, experimentos e outras atividades educacionais funciona legislações nacionais. no Centro de Tecnologias do Gás e Energias Renováveis do Senai-RN REEE parcialmente inválidas, devido Recycling Inside

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Europa coloca marco temporal para fabricante pagar pela disposição de módulos

Senai-RN

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Notícias

níveis para o ensino sobre aplicações práticas do produto. A tecnologia tem origem na Alemanha. Especialistas da Heliocentris, empresa do país europeu responsável pelos equipamentos, estruturaram o laboratório em conjunto com o Senai. Brasil-Alemanha – O Projeto H2Brasil, que deu origem ao Centro de Excelência para formação de profissionais para o setor, também viabilizou a implantação de cinco hubs regionais de educação e treinamento em centros especializados do Senai no Ceará, Paraná, Bahia, São Paulo e Santa Catarina. O CTGAS-ER foi definido como centro de excelência e líder técnico da iniciativa pela experiência que acumula no setor de energias renováveis e na inserção do gás natural na matriz energética brasileira, assim como pela localização no estado brasileiro que mais produz energia eólica, uma das fontes utilizadas para produção de hidrogênio verde. O desenvolvimento dos laboratórios e o treinamento das equipes de instrutores/as nos seis estados receberam um total de 2,6 milhões de euros em investimentos, o equivalente a R$ 14 milhões. O H2Brasil integra a cooperação entre os governos do Brasil e da Alemanha para o Desenvolvimento Sustentável e é implementado pela Deutsche Gesellschaft für Internationale Zusammenarbeit (GIZ) e pelo Ministério de Minas e Energia (MME), financiado pelo Ministério Federal da Cooperação Econômica e do Desenvolvimento (BMZ) da Alemanha. “Este é um projeto fruto do potencial do Brasil para produção de energia verde e as atividades realizadas nos últimos três anos foram muito bem sucedidas”, disse o vice-presidente do Projeto H2Brasil, Andrej Frizler, em discurso no evento, avaliando que “a parceria com o Senai foi muito importante para prepararmos a capacidade humana que irá sustentar o crescimento da indústria do hidrogênio”.

FotoVolt - Março - 2024

Neoenergia vai fornecer primeira usina FV da Polícia Federal Neoenergia Brasília e a Polícia Federal assinaram recentemente um acordo de cooperação técnica para o desenvolvimento de ações de eficiência energética, que visa à instalação de geração de energia solar fotovoltaica e à troca da iluminação artificial em um prédio da corporação, localizado no Setor Policial Sul, no Distrito Federal. O projeto faz parte do Programa de Eficiência Energética (PEE) da distribuidora, regulado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), e tem como finalidade promover o uso racional de energia, a utilização de energia limpa e renovável, além de contribuir com a descarbonização e diminuir o valor das faturas de energia elétrica da instituição. Pelo acordo será construída uma usina solar de 500 kWp e a estimativa de geração anual é de 728,39 MWh/ ano, o que representa 9% do consumo da unidade policial. Além da usina fotovoltaica, a Neoenergia Brasília vai substituir 4.262 lâmpadas internas ineficientes do local por modelos com a tecnologia LED, que possuem maior luminosidade, duração e qualidade em relação às que existiam no prédio. A troca da iluminação trará uma economia de energia estimada em 98 MWh/ ano e a retirada de 10,6 kW da demanda no período de pico. Ao todo, o projeto representa economia aproximada de R$ 536 mil por ano. A parceria receberá investimento superior a R$ 1,6 milhão. “A inauguração dessa usina contribui não apenas com a questão dos custos da Polícia Federal, mas inaugura também o uso de uma fonte renovável de energia limpa na instituição, o que reforça o nosso compromisso com as ações de descarbonização”, afirmou Ana Mascarenhas, Superintendente de Eficiência Energética da Neoenergia. Já o diretorgeral da Polícia Federal (PF), Andrei Rodrigues, frisou que o projeto é o

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Notícias

Desempenho em solar turbina resultados da Comerc entrada em operação de novas usinas solares fotovoltaicas e o desempenho em geração solar distribuída foram as principais causas para os bons resultados financeiros da Comerc Energia em 2023. Com crescimento de 102,2% em seu Ebitda (lucro antes de impostos, juros, depreciação e amortização), alcançando um total de R$ 654,9 milhões no ano, a empresa divulgou que a maior parte dos lucros vieram no quarto trimestre de 2023, R$ 256,5 milhões, como consequência direta de seus novos negócios solares.

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Para começar, a empresa credita o sucesso ao avanço dos ativos de geração centralizada renovável, cuja capacidade instalada alcançou 2 GW com a entrada em operação das usinas de Hélio Valgas, de 662 MWp, em Várzea da Palma, MG, em novembro de 2023, e da UFV Paracatu, de 267 MWp, inaugurada em dezembro no mesmo estado mineiro. Chegar à capacidade total de 2 GW, segundo comunicado da Comerc, significa já ter atingido em 94% meta anteriormente estabelecida para 2025.

Com Ebitda 102,2% maior em 2023, empresa credita parte dos bons resultados à entrada de novas UFVs centralizadas como a de Hélio Valgas, de 662 MWp O outro destaque do desempenho foi o crescimento do número de clientes na plataforma de geração distribuída. A Comerc saiu de 6 mil registrados em dezembro de 2022 para mais de 50 mil clientes no fim de 2023. Para suportar essa adesão, a Comerc também energizou 35 novas usinas de GD solar em 2023, chegando a um total de 78 instalações solares. Já a atuação no mercado livre de energia ― negócio original e que motivou a fundação da empresa ― registrou 448 unidades consumidoras migradas durante o período, fechando 2023 com mais 422 clientes em fase de migração ao longo de 2024. “Os resultados de 2023 refletem o avanço de nossas verticais de negócio para o cumprimento do plano de negócios definido em 2021”, disse o CEO da Comerc Energia, André Dorf. “Avançamos de forma significativa na implantação das usinas de geração renovável, nos projetos de eficiência energética e no número de clientes servidos pelos negócios nesse período”, finaliza.

Axis capta R$ 120 milhões para novos projetos de GD solar Axis Renováveis captou R$ 120 milhões no mercado para desenvolver novos projetos de usinas solares fotovoltaicas de geração distribuída. Os recursos são provenientes de fundo de investimento em participações de infraestrutura organizado pela Bocaina Capital, gestora dedicada a ativos alternativos. Segundo a empresa, o capital tem potencial para financiar cerca de 40 MW em usinas, em doze estados brasileiros. “Esses novos recursos nos possibilitam entregar o crescimento previsto, implementando novos modelos de negócio. Batemos a marca de 120 MW em projetos desenvolvidos e contratados in-house e temos muita confiança no crescimento da geração distribuída no Brasil”, disse o sócio-diretor da Axis, Rodrigo Marcolino. O coordenador da emissão dos títulos (debêntures) foi o Banco Daycoval, especializado em crédito empresarial e investimentos. Fundada em 2015, a Axis investe e implementa projetos e soluções customizadas de GD solar e tem operação em 19 estados, com mais de 120 MWp em usinas contratadas.

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BYD inicia obras de fábrica de carros elétricos em Camaçari, BA chinesa BYD iniciou as obras de sua fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. O complexo fabril, que aproveita o terreno de ex-unidade da montadora norte-americana Ford, que saiu do Brasil, contará com investimento de R$ 3 bilhões e entrará em

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Divulgação

primeiro da corporação. “Temos mais de 100 unidades da PF em todo País e nosso interesse é ampliar essa parceria”, completou. Em 2023, a Neoenergia Brasília realizou uma série de projetos de eficientização de prédios públicos e assistenciais (escolas públicas, unidades de saúde ― hospitais, postos médicos e instituições filantrópicas), sendo beneficiadas 109 unidades em todo o Distrito Federal, como instalações do Exército, da Aeronáutica e da Universidade de Brasília (UNB), totalizando mais de 118 mil lâmpadas substituídas e a instalação de três usinas solares fotovoltaicas com 229 kWp no total. A distribuidora executou também projetos de eficientização de empresas de serviços públicos, sendo seis unidades de saneamento da CAESB e oito unidades do Metrô. Entre 2021 e 2023, foram investidos R$ 43 milhões com a execução de 30 projetos de eficiência energética. Entre eles, 220 prédios públicos e/ou assistenciais com a substituição de mais de 160 mil lâmpadas, entregas de câmaras de vacina e instalação de diversos sistemas solares fotovoltaicos, como, por exemplo, na sede da Aneel - Agência Nacional de Energia Elétrica, unidades da UNB - Universidade de Brasília, Fundação Oswaldo Cruz e outros.

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Com investimento de R$ 3 bilhões, complexo deve começar a produzir no fim deste ano modelos como o BYD Dolphin Mini, recém-lançado no Brasil



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Notícias

operação no fim de 2024 com capacidade instalada próxima de 150 mil veículos por ano, durante sua primeira fase de implantação. Considerado o maior polo industrial da BYD fora da China, o complexo vai ocupar área total de 4,6 milhões de metros quadrados, adquirida diretamente do governo baiano pelo valor de R$ 287,8 milhões. Na primeira fase de obras, serão construídas 26 novas instalações, entre galpões de produção, pista de testes e outras estruturas que vão ocupar área de cerca de 1 milhão de m2. As antigas instalações do complexo da Ford serão destinadas a fornecedores de partes e peças dos novos veículos. A BYD, que hoje importa seus veículos comercializados no Brasil, vai fabricar na Bahia o BYD Dolphin; o BYD Song Plus, híbrido plug-in com autonomia de 1.000 quilômetros; o BYD Yuan Plus, 100% elétrico; e o BYD Dolphin Mini, recém-lançado no Brasil. A expectativa com a produção local é tornar os carros da marca mais competitivos em termos de preços. Em 2023, a BYD, que também fabrica módulos solares fotovoltaicos e baterias, consolidou-se como líder do mercado de veículos eletrificados no Brasil. Em território nacional, segundo dados da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), a empresa comercializou 2.523 carros elétricos, com 69,8% do segmento. Em veículos híbridos, a BYD também foi a marca que mais emplacou, com 1900 unidades e 28% de participação. Já globalmente, em 2023 a BYD ainda vendeu menos do que a norte-americana Tesla. Ao todo foram 1 808 581 carros, abaixo das 1 830 000 unidades da empresa de Elon Musk. Mas pela primeira vez os chineses lideraram as vendas globais em um trimestre, o que aconteceu no último do ano passado, quando foram comercializados 530 mil veículos da BYD, contra 485 mil da Tesla.

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MME e BNDES criam fundo para apoiar minerais da transição energética MME - Ministério de Minas e Energia e o BNDES - Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social criaram um fundo de investimento em participações (FIP) voltado para apoiar empresas de pequeno e médio porte no desenvolvimento de projetos de minerais estratégicos para a transição energética. O anúncio oficial do fundo foi feito durante a convenção internacional sobre mineração PDAC, no dia 3 de março, em Toronto, Canadá. O FIP Minerais Estratégicos no Brasil tem estimativa de mobilizar até R$ 1 bilhão, com aporte de até R$ 250 milhões do BNDES, cujos recursos serão alocados por meio de seleção de gestor por chamada pública. Com meta de atrair outros investidores nacionais e estrangeiros, responsáveis pelo restante do aporte, o banco de fomento espera investir em 15 a 20 empresas com projetos de pesquisa mineral, desenvolvimento e implantação de novas minas no Brasil. A prioridade será viabilizar projetos dos minerais estratégicos para a descarbonização: cobalto, cobre, estanho, grafita, lítio, manganês, minério de terras raras, minérios do grupo da platina, molibdênio, nióbio, níquel, silício, tântalo, titânio, tungstênio, urânio, vanádio e zinco. Ainda estão incluídos nessa lista fosfato, potássio e remineralizadores, minerais considerados fundamentais para a fertilização do solo. “O Brasil já é o maior produtor mundial de nióbio, o segundo maior de ferro, magnesita e tântalo, o terceiro de bauxita e o quarto maior em vanádio. Somos o país com a quinta maior reserva de lítio, com 1,2 milhão de toneladas. Com esse incentivo, iremos crescer ainda mais e nos tornar o maior fornecedor de minerais estratégicos do mundo”, disse o ministro do MME, Alexandre Silveira.

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O FIP ainda tem como meta induzir a adoção de práticas de ESG pelas empresas investidas. Para isso, estarão abertas a aportes ações de capacitação de mão de obra e de fornecedores, além de processos de regularização do cadastro ambiental rural (CAR), recuperação de vegetação nas áreas afetadas e de gestão eficiente de água e resíduos.

Brasil e EUA têm agora comitê para incentivar hidrogênio verde s governos do Brasil e dos Estados Unidos têm planos de desenvolver estratégias conjuntas para difusão de projetos de hidrogênio de baixo carbono. O marco da parceria foi a criação do Comitê de Ação de Hidrogênio Limpo do Diálogo da Indústria de Energia Limpa EUA-Brasil (CEID, na sigla em inglês), em encontro realizado com representantes dos dois governos em fevereiro, em Brasília, DF. O comitê foi concebido a partir de entendimento entre o Ministério de Minas e Energia (MME) e o Departamento de Energia dos Estados Unidos, firmado entre o ministro Alexandre Silveira e a secretária Jennifer Granholm, líderes das respectivas pastas, em julho de 2023, durante a reunião do G20 em Goa, na Índia. Segundo comunicado do MME, fazem parte das metas do comitê a troca de informações e adoção de melhores práticas para a produção do hidrogênio de baixo carbono, o aumento do comércio bilateral e o incentivo a parcerias e investimentos envolvendo os dois países. A próxima reunião do CEID está marcada para o início do segundo semestre de 2024. Representante do governo brasileiro durante a criação do comitê, o secretário nacional de transição energética e planejamento do MME, Thiago Barral, afirmou na ocasião que Brasil e Estados Unidos já têm construído condições para realizar parcerias para o hidrogênio de baixa emissão de car-

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bono. “Os países têm circunstâncias diferentes, mas têm trabalho em conjunto para destravar milhões de dólares para o desenvolvimento do hidrogênio e mover a transição energética das duas nações”, disse. De acordo com levantamento do MME, o Brasil tem potencial técnico para produzir 1,8 gigatonelada de hidrogênio por ano. Não por acaso, já há anunciados projetos de hidrogênio verde no país que totalizam mais de US$ 30 bilhões em investimentos. Pelo lado governamental, o Brasil lançou em 2023 um plano de trabalho trienal do Programa Nacional do Hidrogênio (PNH2), que tem entre suas metas disseminar até 2025 plantas piloto de hidrogênio de baixa emissão de carbono em todas as regiões do país.

Universidade em Adamantina, SP, instala UFV de 900 kWp oi instalada no Unifai - Centro Universitário de Adamantina, na cidade de mesmo nome no interior paulista, uma usina solar fotovoltaica com 900 kWp de potência instalada, cuja geração aproximada de 116 MWh por mês será toda ela consumida pela instituição municipal de ensino superior (IMES).

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A UFV de geração distribuída, no valor de R$ 4 milhões, foi implementada pela Ourolux Solar. O projeto envolveu a instalação de 1637 módulos de 550 Wp cada. Dividida por blocos, no primeiro deles foram instalados dois inversores de 100 kW e um transformador de 200 kVA, 415/220 V; no segundo, dois inversores de 80 kW, um de 60 kW e um transformador de 220 kVA, 415/220 V; e no terceiro, dois inversores de 100 kW e um transformador de 280 kVA, 415/220 V. A estimativa é de a usina economizar R$ 1 milhão por ano na conta de energia para o Unifai, o que resulta em retorno sobre o investimento em quatro anos, e ainda reduzir a emissão de 443 toneladas de gás carbônico por período. A Ourolux fez treinamento de equipe do centro universitário para gerenciar a instalação solar.

Algar Telecom põe em operação sua quarta usina fotovoltaica

Algar Telecom, operadora de telecomunicações, colocou em operação em Iacanga, no interior de São Paulo, sua quarta usina solar fotovoltaica de geração distribuída, com potência instalada de 2,6 MWp, cuja energia vai gerar créditos de compensação para serem abatidos de unidades consumidoras do grupo na região. Trata-se da primeira no estado paulista, já que as outras três estão em Uberlândia, MG (Capim Branco I e II), e em Bela Vista de Goiás. A energia gerada em Iacanga, de aproximadamente 4,5 GWh por ano, será consumida por unidades da Algar dentro da área de concessão da usina, que no caso é da distribuidora CPFL Paulista. O projeto, construção e o investimento da UFV são da GreenYellow, que também terá contrato de 15 anos de operação e manutenção da usina, a qual ocupa área de seis hectares e conta com 3960 módulos solares fotovoltaicos. Com as quatro usinas em operação, além do atendimento das demandas de suas unidades consumidoUsina implantada pela Ourolux tem 1637 módulos e custou R$ 4 milhões

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to estufa em 53% e atingir 91% de consumo de energia por fontes renováveis de projetos próprios em toda a matriz energética até 2026.

Instalada e operada pela GreenYellow, usina de 2,6 MWp em Iacanga vai gerar créditos para unidades da operadora em São Paulo ras, a Algar deve evitar também uma emissão anual superior a 950 toneladas de CO2. “As usinas fotovoltaicas contribuirão para a nossa matriz energética, que já vem 100% de fontes renováveis, e fazem parte de um conjunto de iniciativas da companhia com o compromisso pela busca da eficiência energética”, disse a vice-presidente da Algar Telecom, Ana Paula Rodrigues Marques de Oliveira. A meta da Algar é reduzir, até 2030, as emissões absolutas de gases de efei-

Solfácil capta R$600 milhões para financiar 20 mil projetos de GD Solfácil acaba de anunciar sua primeira captação de Certificado de Recebíveis Imobiliários (CRI) no valor de R$ 600 milhões, para viabilizar o financiamento de mais de 20 000 projetos de sistemas fotovoltaicos para pessoas físicas e jurídicas. “A operação é a maior já registrada no setor de energia solar distribuída no Brasil e foi emitida pela Kanastra Securitizadora, com o Itaú BBA como coordenador líder”, diz um comunicado da Solfácil. A emissão da empresa, dividida em cinco classes de séries, foi classificada pela Fitch Ratings. A primeira série obteve a classificação de risco AA+, en-

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quanto a segunda série foi classificada como AA. O CRI obteve a classificação de “título verde”. Com essa captação, a Solfácil obtém um custo de capital mais atrativo, o que se traduz em taxas de juros mais baixas para os consumidores finais, tornando o financiamento mais acessível para um número maior de pessoas e impulsionando a expansão da energia solar no País. Certificados de Recebíveis Imobiliários são títulos que geram um direito de crédito ao investidor, por meio de instrumento de captação de recursos destinados a financiar transações do mercado imobiliário. Para Guillaume Tiret, CFO e cofundador da Solfácil, a entrada da empresa no mercado de CRIs demonstra a confiança dos investidores no potencial da energia solar para acelerar a transição energética no País. “A oferta dos CRIs verdes nos permite empoderar os brasileiros através de uma energia limpa, produzida por eles mesmos. Ajudamos também


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os milhares de integradores solares que dependem do ecossistema da Solfácil para fecharem mais vendas”, disse Tiret. Com a emissão do CRI verde, a Solfácil já acumula mais de R$ 1,3 bilhão captado nos últimos nove meses. Em julho de 2023, a empresa captou R$ 418 milhões por meio de um Fundo de Investimentos em Direito Creditório (FIDC). Já em novembro, levantou R$ 250 milhões em linha de financiamento revolvente securitizada com o Goldman Sachs, que atingiu o total de R$ 1 bilhão. A empresa projeta realizar novas captações ao longo deste ano. Em 2022, a Solfácil ampliou o modelo de negócios para, segundo ela, ser o maior ecossistema de soluções solares da América Latina e passou a oferecer a venda e distribuição de equipamentos fotovoltaicos, seguros, sistema de monitoramento de energia, além de um programa de benefícios para os parceiros integradores. Em cinco anos, a Solfácil já financiou R$ 3 bilhões em financiamentos para projetos de energia solar de 100 mil clientes finais.

GreenYellow e Sun Mobi: UFV de 5 MW em SP para venda por assinaturas

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serviço na área de concessão da distribuidora Elektro. O projeto é uma parceria entre a francesa GreenYellow, responsável pelo investimento, implantação e operação da usina, e a Sun Mobi, enertech especializada no serviço de assinatura de energia solar e que se responsabilizará pela gestão, comercialização e relacionamento com clientes. A oferta visa consumidores residenciais e pequenas e médias empresas de mais de 227 municípios paulistas atendidos pela Elektro. Estão na área de concessão da distribuidora municípios da Grande São Paulo, como Arujá, Cabreúva, Caieiras, Francisco Morato, Franco da Rocha, Mairiporã e Santa Isabel, além do litoral paulista, em cidades como Bertioga, Guarujá, Itanhaém, Mongaguá, Peruíbe e Ubatuba. Também podem fazer a assinatura consumidores da região norte do estado, em cidades como Araras, Atibaia, Campos do Jordão, Leme, Limeira, Mogi Guaçu e Rio Claro; da região sul, como Capão Bonito, Piedade, Registro e Tatuí; e na região noroeste, que abrange por exemplo Andradina, Dracena, Fernandópolis, Jales e Votuporanga. O serviço pode ser contratado de forma online, pela plataforma da Sun Mobi. “Esse tipo de contrato de fornecimento de energia solar tem crescido exponencialmente no País, impulsionado pela ausência de necessidade de investimento num sistema próprio de geração de eletricidade no telhado ou num pequeno terreno, além da facilidade do processo de adesão”, disse o sócio da Sun Mobi, Alexandre Bueno.

oferta de serviços de assinatura de energia solar, por meio de geração distribuída compartilhada, tende a se tornar mais comum no estado com maior número de unidades consumidoras do País, São Paulo. Exemplo recente é a inauguração em fevereiro de usina solar fotovoltaica de 5 MW, no município de Américo de Campos, no noroeste paulista, cuja geração será totalmente voltada Usina em Américo de Campos: oferta do serviço de assinatura será realizada pela Sun para o novo tipo de Mobi, para consumidores da área de concessão da Elektro

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Com COP 30, ABGD quer impulsionar GD renovável no Norte om o objetivo de acelerar a ampliação do uso de fontes renováveis na geração de energia na Amazônia Legal, a ABGD - Associação Brasileira de Geração Distribuída apresentou recentemente, em um encontro realizado com a imprensa em São Paulo, um panorama atual e sugestões para o futuro da transição energética na região. Um dos impulsionadores das mudanças é a realização da COP 30, em 2025, na cidade de Belém do Pará. Atualmente, diversas comunidades na Amazônia Legal dependem de combustíveis fósseis, sendo o sistema isolado (Sisol) da região Norte um grande consumidor de diesel. Segundo Aurelio de Andrade Souza, conselheiro e diretor de projetos especiais da ABGD, a estimativa é de que em 2024 o Sisol consuma 1,6 bilhão de litros de diesel, com projeção de despesas de R$ 11,95 bilhões, provenientes da CCC - Conta de Consumo de Combustíveis. “A COP é uma oportunidade de apresentarmos nosso portfólio de soluções e parcerias e de articulação política para alavancar negócios de forma sustentável”, disse. Durante o evento, foram citadas diversas ações realizadas pela entidade na região Norte, como a capacitação e treinamento de técnicos e consumidores de energia no âmbito do projeto “Road Show ABGD Huawei Solar”, a produção do “Guia de Mobilidade Elétrica Fluvial para Amazônia Legal” lançado em evento no ano passado, e participações em eventos técnicos e diversas ações de articulação com o poder público e privado, ONGs, etc. para promoção de políticas públicas favoráveis para energia limpa e renovável. De acordo com a entidade, a cidade de Belém do Pará necessitará de grandes investimentos nos setores de infraestrutura para receber a COP 30, incluindo logística terrestre e fluvial, mobilidade sustentável, construção, acesso

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na, vivendo em comunidades isoladas à energia limpa e renovável, gestão de e remotas na região Norte, atendidas resíduos, inclusão social, treinamento com pequenos grupos geradores movie formação de mão de obra, entre dos a diesel. outras ações. Para Souza, a realização dos projetos depende de articulação política. “A ABGD quer montar uma agenda com o governo do estado para acelerar projetos sustentáveis, como instalação de SIGFIs [Sistema Individual de Geração de Energia Elétrica com Fonte Aché Laboratórios, indústria farmaIntermitente], hibridização de sistemas cêutica nacional, fechou contrato e construção de um barco escola, mocom a Atiaia Renováveis, empresa de vido a energia solar, para treinamento comercialização e geração de energia, e capacitação, entre outras iniciativas”. para se tornar sócio-autoprodutor de energia na usina solar fotovoltaica MaSegundo o conselheiro da ABGD, os ravilhas II, de 27,5 MW, que está em recursos devem ser concedidos pelo governo federal, que projeta investir construção no município de Goiana, R$ 5 bilhões no estado que vai sediar em Pernambuco. a COP. “Mas não basta orçamento, é O contrato de autoprodução por preciso desenvolver, chegar com boas equiparação, muito utilizado por grandes consumidores para “escapar” ideias e fazer essa articulação”, conclui. de encargos tarifários, vai atender a A associação acredita que o aumendemanda do Aché em suas unidades to da participação de fontes renováveis em Guarulhos e São Paulo, no estado na matriz energética dos sistemas isopaulista, em Cabo de Santo Agostinho lados e remotos (off-grid) é uma ten(PE) e em Anápolis (GO), a partir de dência, embora, de acordo com Carlos janeiro de 2025, quando a usina entra Evangelista, presidente da ABGD, a em operação comercial. substituição de fontes fósseis pelas De acordo com o CEO da Atiaia, renováveis encontre muita resistência Rodrigo Assunção, o modelo do conpor parte dos produtores de diesel. trato foi construído em colaboração “Pode-se colocar um banco de baterias com o Aché, o que resultou em solução junto ao gerador a diesel, acoplá-lo customizada e flexível para atender as com energia solar e reduzir em até 40% necessidades energéticas da empresa. o consumo do diesel. Então, é uma “O modelo de autoprodução de enerforma de ampliar a geração distribuída gia traz vantagens em diversos âmbirenovável na Amazônia e reduzir as tos. Nos últimos dois anos, crescemos emissões”, disse Souza. Ainda segundo em 60% nossa capacidade instalada, ele, a transição energética deve ser jusimpulsionados pela diversificação das ta e inclusiva, incluindo as populações fontes de nossos ativos de geração e a tradicionais da floresta que ocupam UFV Maravilhas II faz parte dessa esáreas estratégicas e ajudam na consertratégia de crescimento”, disse. vação do bioma da Amazônia. Atualmente, o estado do Pará conta com quase 73 mil sistemas de geração distribuída instalados, totalizando 826,25 MWp de capacidade e investimentos da ordem de R$ 3,5 bilhões na última década. Dados apontam que há cerca de 1 milhão de pessoas A farmacêutica vai usar a energia da usina da Maravilhas II em suas sem acesso à energia moderunidades de São Paulo, Pernambuco e Goiás

Aché entra de sócio-autoprodutor em UFV da Atiaia

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Segundo comunicado da Atiaia, a energia solar fornecida também vai gerar I-RECs, os certificados rastreados de energia renovável. A transação será concluída após aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e depois do atendimento de condições precedentes.

Gerdau e Newave iniciam as obras do Parque Solar Arinos siderúrgica Gerdau e a Newave Energia anunciaram o início das obras do Parque Solar Arinos, na cidade de mesmo nome em Minas Gerais, que terá capacidade instalada de 420 MWp quando entrar em operação, o que deve acontecer até o fim deste ano. O empreendimento é um dos projetos incluídos na lista de investimento do novo Programa de Aceleração de Crescimento (PAC) do governo federal. Uma cerimônia de lançamento da pedra fundamental do parque solar foi realizada em Belo Horizonte em fevereiro, da qual participaram, entre outros, o presidente Lula da Silva e o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira. Com previsão de investimento total aproximado de R$ 1,5 bilhão, a usina fotovoltaica deve atender a 7% do consumo de energia anual da siderúrgica no Brasil, tomando como base a produção de 2022. Está prevista a redução estimada de 22 mil tCO2 equivalentes por ano. A responsabilidade pela construção e operação da usina será da Newave, plataforma de energias renováveis da qual a divisão de negócios Gerdau Next, fundo de corporate venture capital da siderúrgica, detém 33,33% de participação. O planejamento é que 30% do volume de energia do parque seja destinado à produção de aço pela Gerdau, o que corresponde a 34 MWm, o equivalente ao consumo de uma usina siderúrgica com capacidade de 400 mil toneladas anuais. Segundo Gustavo Werneck, a Gerdau tem uma das menores médias globais de emissão de gases do efeito

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Gerdau/divulgação

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Projeto da usina faz parte do Programa de Aceleração do Crescimento do governo federal (na cerimônia de lançamento, Claudio Ferreira, diretor da Newave Energia, Alexandre Silveira, Ministro de Minas e Energia, Gustavo Werneck, CEO da Gerdau) estufa, sendo menor que a média mundial do setor do aço. “O aço com baixa emissão de carbono é um componente essencial para a descarbonização do planeta, uma vez que ele é fundamental para o desenvolvimento de infraestrutura sustentável e tecnologias de energia renovável”, disse o CEO.

Cadeia produtiva de baterias: Canadá mais bem posicionado que China Canadá passou a ser o país com melhor potencial para construir uma cadeia de suprimentos de baterias de íons lítio de alta competitividade global, segundo ranking anual da BloombergNEF que avalia diversos indicadores de 30 nações. Trata-se da primeira vez que o país norte-americano ocupa a primeira colocação, superando a China. Além de estar em progressiva evolução na fabricação de componentes de todos os elos da cadeia produtiva, seguindo regras de ESG, de acordo com a BNEF pesa muito a favor do Canadá a forte integração com o setor automotivo dos Estados Unidos. Nesse caso, o Canadá tem se beneficiado de incentivos concedidos pela política industrial e fiscal verde do país vizinho ― a Lei de Redução da Inflação (IRA, na sigla em inglês) ―, que também envolve integração de países fornecedores com laços de amizade comercial (friendshoring).

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Mesmo a China ainda tendo a cadeia de suprimentos mais forte do mundo, aponta a avaliação da BNEF, o país asiático precisaria ainda ter abordagem mais proativa em questões ESG em todo o ciclo produtivo e assim tornar seus fornecedores mais competitivos no longo prazo, até mesmo para atender demandas de sustentabilidade de seus clientes globalmente. Além do Canadá, segundo o ranking, toda a América do Norte se beneficia com o compromisso de implementação de políticas voltadas ao desenvolvimento da cadeia produtiva de baterias na região. Os Estados Unidos, que lideram o consumo e têm metas ambiciosas de transição energética, são o terceiro país do ranking. Também o México é um destaque pelos critérios de avaliação do ranking, pois avançou em todas as categorias da cadeia de suprimentos avaliadas pela BNEF, subindo nove posições, para o 19º lugar. Embora escalar uma indústria nacional de veículos elétricos seja difícil para o México, o IRA dos Estados Unidos tem desempenhado papel crucial no aumento das perspectivas do país para atender os setores de veículos elétricos e armazenamento de energia. Segundo a BNEF, o investimento global na cadeia de fornecimento de energia limpa, incluindo fábricas de equipamentos e produção de metais para baterias, atingiu US$ 135 bilhões este ano, com tendência de deslocamento de operações para países de fora da China, principalmente na Europa e Estados Unidos. Prova disso, segundo a BNEF, é que também os países africanos incluídos no ranking ― África do Sul, Marrocos e República Democrática do Congo ― melhoraram suas posições. Com ricos depósitos minerais, as nações africanas têm trabalhado com parceiros globais para expandir seus setores de mineração e iniciar novas instalações de fabricação. Ainda países do Sul e do Sudeste Asiático registraram os maiores avan-


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ços em relação ao ano anterior, com a Índia e a Indonésia liderando o caminho para o crescimento da cadeia de suprimentos. “À medida que os projetos anunciados anteriormente começam a ser comissionados ao longo do ano, espera-se que o ímpeto da região continue, levando a um ajuste na cadeia de suprimentos global”, afirma o relatório da BNEF. Em sua quarta edição, o Global Lithium-Ion Battery Supply Chain Ranking considera 46 métricas individuais para rastrear o potencial da cadeia de suprimentos em cinco categorias igualmente ponderadas: matérias-primas, fabricação de baterias, demanda downstream, considerações ESG e “indústria, infraestrutura e inovação”. Em seguida, atribui uma classificação por categoria, combinadas para dar uma classificação geral.

Para GD, Faro Energy capta R$ 320 milhões no mercado Faro Energy, que atua no desenvolvimento, investimento e gestão de ativos de energia renovável, finalizou em fevereiro uma grande operação de financiamento para projetos de geração distribuída no mercado de capitais no Brasil, com a captação de R$ 320 milhões. “Foi também a primeira vez que a Fitch Ratings avaliou uma transação envolvendo projetos de geração distribuída, com a atribuição de rating AAA na escala nacional”, disse a empresa em comunicado. A transação foi estruturada por meio de um certificado de recebíveis Divulgação

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Operação engloba 71 usinas solares em 14 estados e foi a primeira a ser avaliada pela Fitch Ratings com ‘AAA’ (na foto, UFV Ilha do Mel IX)


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imobiliários (CRI) emitido pela Opea Securitizadora, lastreado em créditos imobiliários devidos por um dos veículos de investimento da Faro Energy. Os recursos serão investidos em 71 projetos distribuídos em 14 estados nas cinco regiões do Brasil, entre eles São Paulo, Rio de Janeiro e Distrito Federal. Sob a coordenação do BTG Pactual e Santander Brasil, a operação atraiu considerável interesse do mercado, informa a empresa, registrando demanda quase duas vezes superior à oferta inicial, o que possibilitou ainda a compressão da taxa inicialmente prevista. Renan Carvalho, gerente de investimentos da Faro Energy, comentou que o interesse da Fitch Ratings em desenvolver uma metodologia específica para operações de geração distribuída foi fundamental para o sucesso da emissão. E ainda que “a atribuição do mais alto rating em escala nacional demonstra a solidez e segurança financeira dos projetos de geração distribuída para novos investidores, e abre as portas para que o setor cresça ainda mais’’. Pedro Mateus, CEO da Faro Energy, lembrou que a Faro Energy foi a primeira empresa a emitir um título verde para Solar GD no Brasil, em 2018, emitiu o primeiro título de dívida sustentável da América do Sul, em 2020, e agora detém a primeira emissão triplo A para solar GD no Brasil. A Faro Energy planeja expandir seu portfólio para mais quatro estados até o final de 2024, alcançando capacidade operacional total de 230 MW e um investimento total superior a R$ 1 bilhão. A empresa desenvolveu uma plataforma tecnológica própria para gestão de seus ativos, tendo controle absoluto de forma remota de todas as suas usinas. O monitoramento em tempo real independe dos equipamentos instalados e reduz a necessidade de intervenção humana, permitindo a escalabilidade do portfólio da Faro e a entrega da energia esperada aos clientes.

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Sertão do Pajeú recebe parque solar de R$ 355 milhões ecentemente entrou em operação no município de Flores, no Sertão do Pajeú (PE), o Complexo Solar São Pedro e Paulo, projeto conjunto das empresas pernambucanas Elétron Energy (60%) e Kroma Energia (40%), que recebeu investimento de R$ 355 milhões. O complexo tem capacidade instalada de 101 MWp e pode gerar 18 000 MWh/mês, energia suficiente para atender 112 mil unidades residenciais, ou aproximadamente 320 mil pessoas, o que corresponde à população total dos 17 municípios do Sertão do Pajeú. Os 153 816 módulos fotovoltaicos instalados ocupam área equivalente a 170 campos de futebol. Em comunicado, o CEO da Elétron Energy, André Cavalcanti, declarou que o Complexo Solar São Pedro e Paulo desempenha um papel crucial na transformação socioeconômica do sertão do Pajeú. “Ao abastecer toda a região, estamos não apenas atendendo às necessidades energéticas mas também promovendo impactos positivos em diversas esferas, como a criação de empregos locais, a promoção do crescimento econômico e a redução das emissões de carbono. [O complexo] será um catalisador para o desenvolvimento sustentável”, disse.

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Entre os impactos do investimento na região, enumerados no comunicado, estão a utilização de áreas pouco ou não produtivas e a redução da utilização de energia de hidrelétricas, com a consequente preservação da água armazenada e melhorias da umidificação da região (com mais precipitações de chuva e mais irrigação). Além disso, ao receber um dos maiores parques de energia solar fotovoltaica do Nordeste, a região tende a atrair mais investimentos. Outro fator positivo é o crescimento na arrecadação, principalmente de ISS e ICMS. Em cerca de um ano de obra, foram gerados 748 empregos diretos, somando obra e operacional, com oportunidades em diversas áreas (como montadores de estruturas e módulos, eletricistas, operadores, técnicos mecânicos e profissionais de limpeza). Desses trabalhadores, mais de 400 foram oriundos de Flores e entorno, sobretudo Serra Talhada e Triunfo, contribuindo para a qualificação da mão-de-obra local. Indiretamente, a estimativa é que o Complexo Solar tenha gerado cerca de 600 empregos. Fotos: Elétron Energy/divulgação

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Complexo São Pedro e Paulo tem capacidade para fornecer energia a todos os 17 municípios da região

O CEO da Kroma Energia, Rodrigo Mello, lembrou que o Sertão do Pajeú é uma área “um pouco mais alta, o que faz com que o nível de radiação da região seja muito bom, além de ter um terreno plano”. A Kroma foi a primeira comercializadora de energia do Nordeste.

Com a conclusão da obra, o parque já está gerando cerca de 40 empregos diretos, sendo metade engenheiros eletricistas, eletrotécnicos e eletricistas, e metade ajudantes de eletricista e profissionais de serviços gerais. “Durante toda a construção do parque, movimentamos economicamente o município. Com a obra, não tinha mais casas para alugar, os restaurantes ficaram lotados e o comércio e armazéns de construção sempre com movimento.



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Uma satisfação que vai além dos benefícios da geração de energia do parque solar”, completou Rodrigo Mello.

Notas Parceria com universidade – Em fevereiro, a Livoltek Power Brasil, fabricante de inversores fotovoltaicos, fez uma apresentação de seus produtos e soluções aos gestores da Universidade Federal do Amazonas (UFAM), em reunião na qual também foram apresentadas pesquisas tecnológicas e inovadoras da Faculdade de Tecnologia (FT) da instituição. O objetivo da aproximação é negociar um acordo de cooperação técnica entre a empresa e a UFAM, com objetivo de desenvolver soluções de energia renovável para a instituição e para a sociedade amazonense. Estava prevista ainda uma visita técnica à FT, para aprofundar questões tanto de P&D quanto de parcerias para desenvolvimento de produtos. O portfólio da Livoltek abrange inversores fotovoltaicos on-grid, off-grid e híbridos, com comunicação IoT, e plataformas em nuvem para monitoramento remoto. A empresa pertence ao Grupo Hexing Brasil. Acordo CorSolar/SolaX Power – A chinesa SolaX Power, fornecedora de equipamentos solares fotovoltaicos e de armazenamento de energia, fechou parceria de distribuição no território brasileiro com a CorSolar, do grupo Melo Cordeiro. O foco principal, segundo comunicado da SolaX Power, é expandir o uso de sistemas de armazenamento por baterias para sistemas solares. O portfólio da empresa inclui inversores fotovoltaicos, soluções de armazenamento de energia, carregadores veiculares e sistemas de gerenciamento de energia. Fundada em 2012 em Hangzhou, na China, e com filiais na Holanda, Alemanha, Reino Unido, Austrália, Japão e Estados Unidos, tem mais de 100 patentes internacionais e 500 certificações de mercado. A parceria com a CorSolar surgiu da demanda prevista de armazenamento de energia solar no Brasil, realidade já observada em outros países, motivada pela inviabilidade de se continuar injetando energia na rede. EcoPower e Bayer: solar no campo – A EcoPower, rede de franquias de instalação de geração solar distribuída, fechou parceria com a empresa química alemã Bayer para estimular a implantação de sistemas solares fotovoltaicos em propriedades rurais: os participantes terão desconto de até 10% na instalação das usinas solares pela EcoPower. O acordo faz parte do programa batizado Pro Carbono da divisão de defensivos agrícolas Agro Bayer, que visa ações de redução de emissão de CO2 na atmosfera na cadeia agrícola. A EcoPower garante entrega de projetos em até 30 dias para


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potências de até 50 kWp e de até 80 dias para usinas acima de 50 kWp. Há um canal do programa Pro Carbono exclusivo para atender os interessados em instalar os sistemas: https://ecopowerenergiasolar.com.br/pro-carbono . Preços menores – O preço médio da energia solar caiu 31% em 2023 no Brasil, segundo estudo realizado pela Solfácil, empresa que atua em financiamento de projetos de geração solar distribuída e em fornecimento de kits solares. Segundo seu “Indicador do Radar”, o valor médio no País caiu de R$ 4,22 por Wp no último trimestre de 2022 para R$ 2,91 por Wp no mesmo período de 2023, uma redução de 31% devida às quedas dos preços dos equipamentos solares, do dólar e dos fretes de importação. A região Centro-Oeste registrou o menor preço médio do País naquele trimestre, com R$ 2,77/Wp (queda de 32%), seguida da região Sudeste, com R$ 2,88/Wp (menos 31%), depois a Nordeste, com R$ 2,92/Wp (-31,7%), a Sul, com R$ 2,99/Wp (-28%), e a região Norte, que teve preço médio de R$ 3,05/Wp (queda de 29%). Super Bowl com solar FV – A final do futebol americano, o chamado Super Bowl, realizada em fevereiro no Allegiant Stadium, em Las Vegas, Nevada, Estados Unidos, teve todo o consumo de energia suprido por fonte solar fotovoltaica. O time Las Vegas Raiders, proprietário do estádio, contou para isso com contrato de compra de energia (PPA) de 25 anos com a concessionária NV Energy, que garantiu 28 MWh de energia durante o jogo entre o Kansas City Chiefs e o San Francisco 49ers, provenientes de usina solar fotovoltaica construída no deserto de Nevada e que conta com 621 mil módulos solares e sistema de armazenamento de energia por baterias. A usina foi desenvolvida pela francesa EDF Renewables e tem energia suficiente para atender também outros clientes da concessionária em Nevada. Importação de módulos – As importações de módulos fotovoltaicos em 2023 indicam estabilização no mercado de energia solar fotovoltaica após o notável crescimento de 70% em 2022, segundo levantamento da consultoria Greener. Os 17,5 GW importados no ano passado representaram redução de apenas 1,7% em relação ao recorde alcançado no ano anterior. Destaca-se no levantamento a aceleração de embarques de módulos nos últimos dois meses do ano, quando o Brasil importou da China aproximadamente 4 GW. Os números indicam crescimento de projetos de geração centralizada viabilizados através de PPAs e contratos de autoprodução firmados entre 2020 e 2022. Já a participação da geração distribuída no volume anual importado diminuiu 10% na comparação com 2022, de 75% para 65%.


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Intersolar Summit Brasil Nordeste trará destaques de produtos e serviços do segmento solar Da redação de FotoVolt

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Nordeste brasileiro, que registra altos níveis de irradiação, está no radar de investidores. Especialistas enfatizam o enorme potencial da região para projetos de geração solar. Segundo a Absolar, o Nordeste é líder em operação solar centralizada no País, com 59,5% do total em operação. Dados da Aneel apontam que a região conta com mais de 7,2 GW em operação, com 291 UFVs, sendo a Bahia a líder, com 2 GW, seguida por Piauí (1,5 GW) e Pernambuco (1 GW). Além disso, conta com 86 usinas em construção, com 3,6 GW no total e 77,7 GW de projetos outorgados. Na geração distribuída, soma 5,2 GW instalados, representando 19,6% do total instalado desta modalidade no País. Os estados da Bahia, Ceará e Pernambuco são destaques na geração solar própria em telhados e terrenos da região. Dados recentes da Absolar apontam o crescimento da geração solar em diversos estados nordestinos. Pernambuco, por exemplo, já recebeu

mais de R$ 4,1 bilhões em investimentos acumulados para a geração distribuída, ultrapassando a marca de 822 MW em potência instalada da energia solar e somando mais de 76 mil conexões solares em residências e empresas, que abastecem mais de 136 mil unidades consumidoras na região. Já a Bahia possui mais de 1,1 GW de potência instalada em cerca de 130 mil conexões operacionais em telhados, fachadas e pequenos terrenos. O Intersolar Summit Brasil Nordeste, que será realizado na cidade de Fortaleza, no Ceará, nos dias 10 e 11 de abril, tem caráter regional e busca

Com pauta abrangente, que inclui congresso e feira, evento vai debater interesses, características e desafios específicos da geração solar na região Nordeste, tendo como pano de fundo as questões nacionais. A exposição paralela deve reunir mais de 60 fornecedores, que apresentarão destaques e lançamentos de produtos, sistemas, serviços e soluções voltadas ao mercado fotovoltaico.

assim debater interesses, características e desafios específicos da geração solar na região Nordeste, mas tendo como pano de fundo as questões nacionais. Desta forma, o evento, organizado pelas empresas Solar Promotion Internacional e Freiburg Management and Marketing International, ambas da Alemanha, e pela brasileira Aranda Eventos e Congressos, do grupo Aranda, que publica FotoVolt, terá programação abrangente, cobrindo temas como geração solar distribuída e centralizada, hidrogênio verde e perspectivas de expansão de uso dos sistemas de armazenamento de energia. Na pauta, está a evolução da geração distribuída na região Nordeste, oferecendo uma visão geral do mercado, com foco na evolução do marco regulatório e desafios para a conexão à rede, bem como os avanços da geração centralizada, abordando experiências


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e desafios relacionados à implementação e operação de usinas fotovoltaicas e também à comercialização de energia elétrica. Outro tema relevante são as perspectivas do sistema elétrico com elevada participação de energias renováveis, cuja discussão visa tratar dos desafios associados, analisar o apagão de agosto de 2023 e suas consequências, além de apresentar oportunidades de negócios em áreas tais como resposta de demanda, reserva de capacidade e prestação de serviços ancilares. Fazem ainda parte da programação debates sobre tecnologia, políticas públicas e cadeia de valor do hidrogênio no Nordeste, incluindo apresentação dos mercados globais de hidrogênio renovável, bem como de oportunidades no mercado nacional. Também serão debatidos os avanços no armazenamento de energia no Nordeste. O Intersolar Summit Brasil Nordeste conta também com uma exposição paralela, que deve reunir mais de 60 fornecedores do setor fotovoltaico. Nesta reportagem, são apresentados alguns destaques e lançamentos desses expositores, como produtos, sistemas, serviços e soluções voltadas ao segmento solar.

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sor sem fio (E-Sens) para medir condições de radiação e temperatura em uma ampla faixa de comunicação e um aplicativo móvel para controle remoto, entre outras opções para medição de curvas I-V. www.bilbos.com.br

Seguro solar A Elétron Seguro Solar, insurtech brasileira especializada em energia solar, apresentará na exposição soluções de seguro solar voltadas a integradores. A empresa pretende destacar como tais profissionais podem utilizar o seguro para fechar mais e melhores negócios, aumentando seu faturamento, e ain-

da mostrar como incluir o seguro no pós-venda para gerar receita extra. As soluções podem ser acessadas na plataforma digital da corretora, que oferece benefícios exclusivos para profissionais do segmento solar fotovoltaico. www.eletronseguros.com.br

Medição de curvas I-V

Revestimento de estruturas

A Bilbos vai apresentar na feira o traçador de curvas I-V de alta precisão, que permite medir até 200 curvas I-V por hora de trabalho em módulos fotovoltaicos ou strings de até 1500 V e 35 A. O equipamento inclui recursos como geração automática de relatórios para reduzir tempo de processamento, medida automática para facilitar a conexão e desconexão dos painéis, sen-

A ArcelorMittal vai destacar em seu estande na Intersolar Summit Brasil Nordeste 2024 o Magnelis, um revestimento metálico com resistência à corrosão superior ao aço com zinco, até mesmo nos ambientes mais agressivos, afirma a empresa. O produto visa garantir maior proteção à estrutura, possui capacidade de autocicatrização, criando uma camada protetora para as regiões perfuradas, bordas e arranhões. Além disso, o uso do Magnelis, de acordo com a companhia, otimiza o processo de fabricação, eliminando a necessidade de pós galvanização ou reparo de bordas, e oferece vantagens, como prolongamento da vida útil das

estruturas solares, redução de custos de manutenção e lead time, e maximização do retorno do investimento. https://brasil.arcelormittal.com/pdf/produtossolucoes/catalogos/catalogo-magneliscompleto.pdf?asCatalogo=pdf

Módulos FV A Astronergy Solar levará para a Intersolar Summit Nordeste o Astro N7, novo produto da companhia. Os módulos utilizam a tecnologia SMBB (Super Multi Bus Bar), junto com Light redirecting film. Segundo a empresa, entre os benefícios agregados pelas novas tecnologias estão: maior confiabilidade, menor perda de resistência, menor risco de microfissuras, maior potência e eficiência. Os equipamentos contam com TOPCon 3.0 Cell Tech, 5,7% a mais de área de wafer retangular, e 25,75% de eficiência média da célula, além de tecnologia de encapsulamento de alta densidade e sem espaçamento. Outras características do Astro N7 destacadas pela fabricante são: aumento da área de geração de eletricidade e da potência do módulo em 23% de eficiência, maior ganho bifacial, sendo 0,3% de transmitância de luz e 85% de bifacial rate. O módulo opera com temperatura mais baixa (1,6% menor que PERC) e possui aumento de 0,6% na geração de energia, além de 97,8% melhor desempenho de baixa irradiação a 200W/m2 e boa geração de energia mesmo com o tempo nublado ou chuvoso, afirma a Astronergy. www.astronergy.com


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Módulo 660 W

Bombeamento solar

Na edição 2024 da Intersolar Summit Brasil Nordeste, a Renovigi destacará o Reno 660W, módulo monocristalino

A SGV Solar, fornecedora de sistemas de bombeamento solar, vai mostrar na feira inversores capazes de converter bombas com potências que variam de 750 W a 400 CV, com aplicações em diversos setores, como agricultura, piscicultura, pecuária e agricultura irrigada. Nesses segmentos, as bombas são alimentadas por energia solar para armazenamento de grandes volumes de água, a fim de garantir a segurança hídrica na produção.

bifacial que apresenta a tecnologia shingled, cuja disposição das células em fileiras escalonadas, interconectadas por um adesivo condutor, permite que o módulo comporte um maior número de células, aumentando a sua eficiência, até 21,2%. Com venda sob demanda, o Reno 660 W também apresenta maior durabilidade devido ao grau de proteção IP68 e a garantia de desempenho (mínimo de 84,95% de seu desempenho nominal) de 30 anos. Além disso, permite uma maior quantidade de módulos em uma string, em função da tensão de circuito aberto de 38,90 V. www.renovigi.com.br

Gerenciamento de usinas FV O software Zeus Power, desenvolvido pela Montê para gerenciamento de usinas fotovoltaicas, será o destaque da empresa na feira. O sistema possibilita monitoramento remoto e controle de ativos, agilizando, de acordo com a companhia, a tomada de decisões. Integrando IA e hardware especializado, oferece informações objetivas para correções imediatas ou programadas, reduzindo o tempo de reparo (MTTR) e maximizando a disponibilidade do sistema, garante a Montê. O software identifica falhas, mobiliza equipes e agiliza reparos, a fim de garantir a rentabilidade do investimento. Também permite dar comando à UFV, programar tarefas específicas para cada departamento, otimizando a gestão de ativos e minimizando o impacto no OPEX. www.monte.rs

sgvsolar.com

Carport monoposte O carport monoposte será o destaque da Modular Estruturas na feira. Segundo a empresa, o equipamento protege os veículos contra as intempéries do tempo, enquanto gera energia solar.

Possui base única, a fim de oferecer estabilidade e economia de espaço, com maior área de manobra. É fabricado com perfil W laminado ultrarresistente, e acabamento com galvanização por imersão à quente. De acordo com a fabricante, a solução conta com instalação rápida e simples e adapta-se a diferentes tipos de terreno.

o diagnóstico de falhas e análise de desempenho. O microinversor conta com design térmico, que proporciona maior geração de energia, garante a fabricante. Possui ainda 4 MPPTs compatíveis com módulos de alta potência para proporcionar maior flexibilidade no dimensionamento de sistemas fotovoltaicos. https://br.sungrowpower.com

Estrutura em PRFV A Sou Energy levará para a feira as estruturas de fixação PRFV (polímero reforçado com fibra de vidro), de produção própria e com 25 anos de garantia. De acordo com a empresa, o PRFV é um material quase cinco vezes mais leve que o aço, possui ótimas propriedades mecânicas, resistência à corrosão, maior durabilidade e ainda reduz o tempo e o custo de instalação. Além disso, a empresa também apresentará as novidades dos equipamentos dos

www.modularestruturas.com.br

Microinversor O novo microinversor S2000S-SA, da Sungrow, que vai ser apresentado na exposição, é equipado com tecnologia Wi-Fi de alcance estendido, que garante uma comunicação estável mesmo em longas distâncias, segundo a empresa. Sua configuração e comissionamento podem ser realizados em malha através de um clique e o equipamento é capaz de traçar de curvas IV a nível de módulo, a fim de otimizar

fornecedores parceiros como a Huawei, Solplanet, Livoltek, Leapton e Hoymiles. https://souenergy.com.br

Inversor híbrido A Solfácil apresentará o inversor híbrido monofásico GW6000-ES-BR20, fabricado pela GoodWe e distribuído no e-commerce da empresa. Entre as características do equipamento estão:



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oversizing CC de até 180%; proteção contra falha de arco elétrico e integração de inteligência artificial (AFCI 3.0); tempo de comutação de fonte de alimentação para cargas prioritárias de apenas 10ms (UPS - Uninterruptible Power Supply), garantindo a continuidade das operações sem desligamento de cargas; e certificação Inmetro (Inmetro 140/2022), assegurando qualidade e conformidade com os padrões regulatórios, segundo a empresa. A Solfácil também reforçará seu reposicionamento de ecossistema para os parceiros integradores, que inclui financiamento, distribuição de equipamentos, sistema de monitoramento inteligente (Ampera), seguros e programa de benefícios para integradores. https://landing.solfacil.com.br

Estruturas fotovoltaicas A Isoeste Metálica vai expor na feira suas estruturas para monoposte e carport. Segundo a empresa, as soluções são projetadas para proporcionar máxima eficiência e durabilidade, oferecendo versatilidade, resistência e suporte ideal para módulos solares em

diversas condições ambientais. A empresa destaca a instalação simplificada e 100% parafusada, e a qualidade do aço utilizado. www.isoestemetalica.com.br.

Comando remoto A PV Operation vai mostrar na exposição a atualização da sua plataforma de

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comando remoto, uma nova funcionalidade integrada ao sistema Scada de usinas fotovoltaicas de GD. Segundo a empresa, a inovação proporciona benefícios significativos em termos de economia de tempo, recursos e otimização dos processos da equipe de O&M, pois o comando remoto dispensa deslocamento de um técnico até o local para realizar tarefas como ligar, desligar a usina ou fazer ajustes nos trackers/inversores. Outras vantagens do equipamento destacadas pelas companhia são: redução de custo HH, rapidez na retomada da geração de energia da usina e maior eficiência operacional. https://pvoperation.com

Inversores A Livoltek vai mostrar na Intersolar Summit Nordeste os novos inversores G4, nas potências 8 kW e 10 kW (monofásicos), e 30 kW e 60 kW (trifásicos), além de novo visual para carregador veicular. Os inversores Livoltek GT1-7.0/8.0/9.0/10.0K-T2 foram desenvolvidos para clientes residenciais com elevado consumo. Com uma corrente de entrada de 16 A, é adequado para

grandes módulos de alta eficiência. Também estão disponíveis com função AFCI integrada. Já os inversores GT3-30~60 kW têm faixa de tensão ultra-ampla, uma relação de superdimensionamento de 130% ~ 150% PV e 110% de sobrecarga de saída. A configuração e atualização são realizadas remotamente. A empresa também apresentará facelift de seus carregadores veiculares, com visual mais moder-



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no e dinâmico. Segundo a empresa, os equipamentos são compactos e fáceis de instalar. www.livoltek.com.br

Gestão para integradores O sistema Aster ERP Solar, destaque da Aster na feira, é uma plataforma para operação, gestão e controle de todos os processos da empresa integradora. Trata-se de um software de gestão empresarial exclusivo para o setor de energia solar. Possui os seguintes módulos: Comercial, Contratos, Projetos, Obras, Compras-Produção-Estoque, Suprimentos-Patrimônio, App do Instalador, Financeiro, RH e Pós-venda/ Assistência. Segundo a empresa, a solução permite centralizar processos e informações da empresa, desde a emissão proposta comercial, passando pelo gerenciamento de tarefas, prazos, estoques, até o controle de satisfação dos clientes no pós-venda, em ambiente compatível com a linguagem técnica do universo da energia solar. www.aster.app.br

Skid A Gimi Itaipu Renováveis vai levar para a feira o Skid Ecosolar GIR, solução indicada para abrigar os equipamentos de proteção, controle, transformação e distribuição de energia. Segundo a empresa, o skid simplifica o gerenciamento e assegura eficiência do sistema elétrico fotovoltaico. O equipamento abriga os inversores e converte a energia proveniente dos módulos, de corrente contínua para alternada, em níveis de tensão adequados. O quadro geral de baixa tensão concentra e interliga ao transformador, que eleva a tensão para conexão à rede da concessionária. Segundo a empresa, uma das

vantagens do sistema é a centralização dos equipamentos elétricos em um único local, o que facilita a manutenção, a montagem, o monitoramento e o controle da energia elétrica, diminuindo os períodos de inatividade e os custos associados. A estrutura concentra os dispositivos de proteção e controle, minimizando os riscos elétricos e possibilitando uma resposta rápida a possíveis problemas, garante a empresa. Por fim, o skid Ecosolar utiliza transformador ecológico, que faz uso de óleo vegetal como meio isolante, ou transformador a seco. www.grupogimi.com.br

Equipamentos fotovoltaicos A Dsoli Distribuidora vai exibir sua gama de equipamentos fotovoltaicos e de infraestrutura elétrica. A empresa fornece desde módulos fotovoltaicos de diversas marcas, como ZNShine, Tsun, Topsola, até inversores da Growatt, Chint, Deye, Foxess, Canadian, além de estruturas metálicas 2P, Ibrap, Pratyc, e materiais diversos de infraestrutura elétrica. A empresa afirma possuir plataforma online intuitiva, que facilita o processo de compra dos integradores, e entrega ágil. www.dsoli.com.br

Componentes FV A distribuidora Bold Energy, que atua em todo o território nacional, vai destacar na Intersolar Summit os componentes fotovoltaicos individuais e também os kits completos que fornece, os quais incluem módulos,

inversores, estruturas de fixação e acessórios para a instalação de sistemas fotovoltaicos. A empresa, que atua no mercado brasileiro há 10 anos, oferece suporte técnico aos clientes. boldenergy.com.br

Distribuição de equipamentos FV O Grupo Centry, distribuidor para projetos de energia solar do Nordeste, vai expor na Intersolar Summit diversos produtos e tecnologias que fornece, como os kits fotovoltaicos. A empresa oferece desde as estruturas até os inversores e trabalha com diversas marcas, como SAJ, Hopewind, Sunpro Power, Renac, Deye, Solar N Plus, Cundetc, Intelbras, entre outras. A partir do segundo semestre do ano, também vai comercializar carregadores para veículos elétricos. https://centry.com.br

Estruturas metálicas A Dynamo Estruturas, especializada no projeto e fabricação de estruturas metálicas para a sustentação de módulos fotovoltaicos, vai destacar na mostra soluções em estruturas para sustentar e proteger módulos fotovoltaicos. Segundo a empresa, as estruturas são fabricadas e projetadas com aço estrutural de alta qualidade para resistir às condições climáticas adversas e garantir a estabilidade do sistema fotovoltaico ao longo do tempo. As estruturas podem ser adaptadas e personalizadas de acordo com as necessidades específicas de cada cliente, tanto para projetos rurais, comerciais ou industriais. www.dynamoestruturas.com.br



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Inversores e armazenamento A Foco Energia levará para a Intersolar Summit Brasil Nordeste soluções de inversores e de armazenamento de energia. A empresa fornece um portfólio de inversores híbridos de 5 kW a 60 kW, da marca Deye, além de racks com baterias high voltage e low voltage. https://focoenergia.ind.br

Inversores, módulos A WEG vai apresentar diversas soluções de seu portfólio na feira. Uma delas é a linha de inversores SIW200G, projetada para residências, que conta

com as proteções necessárias de acordo com as normas e garantia de 12 anos. Está disponível nas potências de 3, 5, 6, 7, 8, 9 e 10,5 kW e possui topologia Fuseless, WIFI integrado, DPS CC e CA do tipo II e funções de proteção de fuga terra e corrente residual (DR).

Outro destaque é o inversor Premium 1x SIW300H M060 L1, também para sistemas residenciais. Além de possuir todas as proteções internas, o equipamento é compatível com baterias. A linha conta com topologia Fuseless, WIFI integrado, DPS CC e CA do tipo II, proteção de fuga terra e corrente residual (DR), além da proteção AFCI. Disponível nas potências de 4, 5 e 6 kW com 10 anos de garantia. Para sistemas de médio e grande porte, a empresa vai mostrar os inversores SIW400G, voltados para ambientes com altas temperaturas. Os equipamentos não utilizam fusíveis convencionais, o que reduz a necessidade de manutenção. Além disso, os modelos de 75 kW e 100 kW possuem tecnologia AFCI. A linha está disponível nas potências de 12, 15, 20, 25, 75 e 100 kW. A WEG também vai destacar na exposição as baterias SBW300, as linhas de inversores SIW500G e SIW610, os módulos solares WPV 550 HMM3 e o novo micro inversor da família SIW100, entre outras soluções. www.weg.net

QGBT O Quadro Geral de Baixa Tensão (QGBT) será o destaque da Carmehil na feira. O equipamento, voltado para

proteção e distribuição eficiente de energia em diversos ambientes, é fabricado com materiais como aço galvanizado, alumínio e aço inox, o que, de acordo com a empresa, assegura resistência e durabilidade. Além disso, a pintura eletrostática a pó em epóxi (método utilizado para aplicação de tinta em superfícies compostas por material condutor de eletricidade) proporciona alta resistência à corrosão, tornando os quadros ideais para ambientes adversos. Certificados com o grau de proteção IP54 contra poeira e jatos d’água, os quadros elétricos da Carmehil podem ser utilizados em várias aplicações, desde residências, infraestrutura, indústrias e usinas de geração de energia. www.grupocarmehil.com.br

Inversor trifásico 220 V Os inversores trifásicos 220 V, que serão apresentados pela Solplanet, são voltados a aplicações em instalações comerciais e industriais. Disponíveis nas potências de 15, 20, 25, 30, 36 e


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37,5 kW, os equipamentos são indicados para redes trifásicas 220 V, podendo ser conectados sem o uso do transformador, reduzindo o tempo de instalação e o custo com equipamentos extras, aponta a empresa. Todos os inversores da Solplanet possuem até 20 anos de garantia. https://solplanet.net

Bomba solar A Intelbras vai mostrar na feira a bomba solar. O equipamento, capaz de realizar o bombeamento de água para abastecimento apenas com energia solar, é voltado principal-

mente para o agronegócio e melhoria da qualidade de vida em áreas remotas e isoladas. A empresa também vai expor o inversor on grid 75 kW 220 V, que conta com 7 MPPTs independentes e eficiência de 98,8%, e o módulo Finame 550 W, produto 100% nacional com código Finame, oferecendo taxas de juros reduzidas e maior prazo de pagamento e carência.

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Distribuição e financiamento A Aldo Solar e a Sol Agora, empresas do grupo Descarbonize, apresentarão em seu estande da Intersolar Summit diversos produtos e serviços. A Aldo, que fornece soluções para geração distribuída, vai destacar as baterias de lítio ferro-fosfato LiFePO4 da UCB, os carregadores veiculares da Growatt e

www.intelbras.com

Tecnologia MLPE A Sirius, distribuidora de materiais fotovoltaicos sediada em Pernambuco, vai destacar na feira a tecnologia MLPE. A empresa afirma ser especialista na distribuição da solução e parceira dos maiores fornecedores do mercado, chegando a co-criar produtos com tais fabricantes. A Sirius oferece assistência ao cliente, suporte técnico e instruções para integradores. energiasirius.com

os inversores híbridos da Deye. Já a Sol Agora, fintech 100% digital voltada para financiamentos de projetos de energia solar, vai mostrar suas soluções personalizadas para integradores e clientes. www.aldo.com.br


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Proteção contra choques no combate a incêndio em sistemas fotovoltaicos Celso L P Mendes, consultor; André Luiz Gonçalves Scabbia, do IPT; e Marcos Rogério Chaves Silva, da Tecpro*

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energia solar fotovoltaica já representa a segunda fonte na matriz elétrica brasileira, com uma potência instalada total de 37 GW e mais de 2,3 milhões de geradores em telhados e fachadas conectados à rede de distribuição; destes, cerca de 80% situam-se em unidades residenciais e 10% no comércio e serviços [1]. De acordo com a Agência Internacional de Energia (IEA, na sigla em inglês), solar é a fonte energética que mais cresce mundialmente, podendo alcançar, no cenário de emissão zero, 6100 GW em 2030, ou 55% da potência instalada global [2]. Desde que observadas as normas técnicas e as boas práticas de projeto e instalação, sistemas fotovoltaicos (SFV) são equipamentos em geral seguros. No que tange à ocorrência de incêndios, o Brasil não dispõe de estatísticas oficiais consolidadas. A experiência dos países pioneiros na tecnologia fotovoltaica, como a Alemanha, mesmo no período mais crítico de crescimento acelerado (20092012), revela taxas de incêndio bastante baixas, da ordem de 0,26%/MW/ ano, com base na potência instalada,

Combate a incêndio em SFV (Foto: Bombeiros de Nenndorf) ou 0,0065%, pelo critério do número de sistemas instalados [3]. Naturalmente, para efeito de comparação, este parâmetro deve ser ajustado à realidade brasileira, considerando as consequências da escassez de mão de obra qualificada e o descaso habitual no País quanto à manutenção regular das instalações. Contudo, as características peculiares dos SFV os distinguem das instalações elétricas típicas de edifica-

Módulos fotovoltaicos geram energia enquanto expostos à irradiação solar. Esta característica requer medidas de proteção contra choque durante a instalação, as intervenções para manutenção, o descomissionamento e, em caso de incêndio, o combate ao fogo.

ções. Trata-se de sistemas de corrente contínua (c.c.) com tensões nominais de até 1500 V, que atuam como fonte principal no suprimento de energia para a instalação consumidora; arcos elétricos em c.c. são de difícil extinção, além de se sustentarem enquanto houver irradiação solar; um SFV possui centenas de conexões em série, cujas falhas, se não devidamente detectadas e interrompidas, são potenciais focos de incêndio; os componentes do SFV estão expostos aos esforços térmicos, mecânicos e dielétricos decorrentes das intempéries, bem como à ação de pássaros, insetos e roedores; os módulos FV, cabos de energia e materiais isolantes poliméricos representam uma carga de incêndio adicional para a edificação; e a negligência na manutenção periódica nestas aplicações pode ter consequências graves. Todos estes fatores contribuem para o aumento do risco de incêndio.

Normas de proteção contra choques SFV são equipamentos classe II, ou seja, todos os seus componentes,

(*) Os autores são, respectivamente, membro, coordenador e secretário da comissão de estudo CE 024 102 007 do CB-024 da ABNT, que em 2023 elaborou o projeto de norma de segurança contra incêndio em sistemas de energia solar fotovoltaica, comentado neste artigo.


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Duração do choque – t

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DC-2

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100 50 20 10 0,1 0,2

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2.000 mA 10 000

Corrente através do corpo – IB

Fig.1 - Efeitos da corrente contínua sobre o corpo humano no sentido longitudinal (Fonte: IEC 60479-1:2018) inclusive os cabos, possuem isolação dupla ou reforçada. A exposição a choques elétricos, portanto, só é possível em caso de danos severos que destruam as duas camadas de isolação das partes vivas, e a vítima tenha contato simultâneo com partes aterradas ou de polaridade oposta. Um SFV corretamente projetado, instalado, comissionado e mantido não representa perigo de choque elétrico. Todavia, em caso de incêndio num SFV, o que frequentemente é consequência de um incêndio de origens diversas, iniciado no interior da edificação, coloca-se uma questão de segurança: uma vez que o fogo destrói as partes isolantes, expondo as partes vivas, e que a incidência da luz solar nos módulos fotovoltaicos mantém a instalação energizada, é possível combater o fogo com água sem risco de choque para os bombeiros? Este artigo procura oferecer respostas. A proteção contra choques está no escopo das normas da série IEC 60479 [4], que abordam os efeitos fisiológicos da corrente sobre o corpo humano e de animais domésticos. Tendo em vista a extensão e complexidade deste tema, em razão das diversas variáveis físicas e da singularidade das reações fisiológicas envolvidas, este artigo não

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que esse diagrama se refere aos efeitos de corrente contínua, fluindo longitudinalmente pelo corpo, de ambas as mãos para ambos os pés. 3. A relação entre a tensão de contato e a corrente de choque é obtida pela lei de Ohm em função da impedância do corpo, grandeza esta que varia de acordo com a influência mútua de múltiplos fatores, a saber: a. a natureza da corrente (c.a. ou c.c.); b. a amplitude da tensão de contato; c. a frequência da corrente alternada; d. o percurso da corrente (mão para mão; ambas as mãos para os pés; mãos para o assento); e. a área de contato com a pele e a pressão de contato exercida; f. a condição da pele (seca, úmida com água ou com água salgada); g. a duração do fluxo da corrente de choque pelo corpo; h. para c.c., o sentido da corrente entre as mãos e os pés (descendente ou ascendente). 4. Além dos parâmetros supra, a impedância total do corpo (tecidos internos mais pele) varia significativamente de indivíduo para indivíduo. Por exemplo, de acordo com a IEC [4], para corrente contínua, percurso mão para mão, condições secas, grande área de contato (82 cm2) e tensão de contato de 1000 V, a impedância do corpo para 5% da população não excede 575 Ω, enquanto para 95% essa impedância alcança 1050 Ω. Acessórios como vestimentas, luvas e botas

comporta uma exposição ampla. Contudo, é possível resumir os princípios da proteção como segue: 1. A corrente que percorre o coração, e não a tensão de contato, é o parâmetro decisivo para avaliação dos efeitos patofisiológicos do choque elétrico. 2. Como ilustra a figura 1, os efeitos do choque são delimitados num diagrama tempo-corrente por uma série de curvas, das quais se destacam três: a, b e c1. A curva a é o limiar a partir do qual é possível ocorrer uma reação de susto provocada pelo choque. A curva b indica o limiar a partir do qual podem ocorrer efeitos fisiológicos mais graves, como contrações musculares fortes e arritmia cardíaca reversível. E a curva c1 representa o limiar em que começa a aumentar a probabilidade de Eletrodo parada cardíaca e fibrilação ventricuJato de água lar – uma alteração desordenada do Esguicho ritmo cardíaco, U desencadeada G 1.000 1. 000 V V pela passagem da corrente, e considerada a causa predoContatos de medição minante de morte por choque elétrico. Fig.2 - Medição de correntes de fuga (Fonte: [3]) Importante grifar

A

Rm


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Tab. I – Distâncias de aproximação mínimas entre o não são contemplados esguicho e instalações elétricas energizadas, para combate no documento IEC em a incêndio com água (VDE 0132). Válidas exclusivamente questão. para as condições de ensaio de tipo referidas. 5. Vale ainda assinalar Baixa tensão Alta tensão até 380 kVca Esguicho multiuso que os choques de ≤ 1000 Vca ou > 1000 Vca ou DIN 14365 CM ≤ 1500 Vcc > 1500 Vcc c.c. produzem efeitos menos severos relatiJato de neblina 1m 5m vamente a choques de Jato compacto 5m 10 m c.a. nas mesmas condiFig.3 - Esguicho multiuso tipo CM ções. O limiar de percepção do choque neblina foram direcioem c.a. é de 0,5 mA, enquanto em c.c. nados para o eletrodo a distâncias é de 2 mA. Analogamente, a fibrilação de 1 m e 5 m da saída do esguicho. Estas distâncias de segurança ventricular apresenta um limiar de cor(tabela I) são determinadas pela rente até quatro vezes mais alto para corrente contínua. norma alemã VDE 0132 [5], comentada mais adiante. c. A tensão aplicada ao circuito de Ensaios da TÜV ensaio foi de 1000 Vcc. Futuramenem escala real te, pode ser necessário repetir estes O relatório Avaliação do risco de ensaios com 1500 Vcc. incêndio em sistemas fotovoltaicos e elabod. Um resistor de 555 Ω (Rm) simula a Fig.4 - Esguicho de jato cônico tipo C ração de conceitos de segurança para mitiimpedância do corpo da mão para os pés, com a vestimenta do bombeiro me norma DIN 14365 (atual DIN gação de risco [3], publicado na Alemaencharcada de água. Cumpre notar EN 15182-3), com bocal de 9 mm, nha em 2015 e nos Estados Unidos em o baixo valor ôhmico deste resistor, pressão de entrada 5 bar, vazão 2018, tornou-se referência internaciojustamente para simular a situação nal. Trata-se de um projeto do Centro 120 L/min, alcance do jato commais desfavorável (worst case). pacto 15 m, ângulo de aspersão de de Pesquisas Jülich, em parceria com e. Foi desconsiderado no ensaio o neblina 15° (figura 3); e a TÜV Rheinland GmbH e o Instituto efeito isolante das luvas e botas dos Fraunhofer de Energia Solar (ISE), de b. esguicho de jato cônico tipo C, bombeiros, o que amplia a margem Freiburg, além de outros colaboradoconforme norma DIN 14365 (atual de segurança dos resultados obtidos. res. Entre os temas abordados, destacaDIN EN 15182-2), vazão ajustável se uma série de ensaios para avaliar a 55/120/215 L/min, ângulo de asTipo de esguicho e meio extintor exposição dos bombeiros aos perigos persão de neblina 60° (figura 4). de choque elétrico nas operações de O esguicho e o meio extintor inResultado - Os ensaios revelam que combate a incêndio em SFV. Os ensaios fluem diretamente no resultado dos em todos os casos (com jato de água compreendem: a medição de correnensaios. O meio extintor usado foi compacto ou jato de neblina, afastes de fuga por meio do esguicho; a tamento de 1 m ou de 5 m entre o água, com condutividade de 630 µS/ esguicho e o eletrodo) a corrente de medição do efeito isolante das botas e cm a 20 °C. Jato de espuma aumenta a luvas; e a análise de risco para adentrar condutividade da água e não deve ser fuga medida no esguicho foi inferior ambientes inundados. A seguir, uma projetado sobre instalações elétricas. a 25 mA, que é o limiar dos efeitos descrição sucinta destes ensaios. fisiológicos mais graves, tais como O tipo de esguicho também é determinante da segurança contra choques contrações musculares fortes, e ficou Correntes de fuga por meio muito distante dos 150 mA, que marca da operação, de modo que, em caso do esguicho de substituição por outros modelos ou o limiar da possibilidade de fibrilação A configuração deste ensaio, reanormas, as especificações técnicas deventricular e de choque letal. lizado ao ar livre em escala real, está vem ser devidamente analisadas e os Efeito isolante da vestimenta, mostrada na figura 2, onde: esguichos submetidos a novos ensaios luvas e botas a. Uma chapa de aço perfurada é o para reavaliar o seu desempenho. eletrodo que simula os módulos No ensaio da TÜV foram empregaPara este ensaio foi montado um fotovoltaicos. dos os seguintes tipos: boneco de 75 kg, em pé sobre uma b. Jatos de água do tipo compacto e a. esguicho multiuso tipo CM, conforchapa de aço aterrada, com o corpo



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envolto em uma folha de Boneco de madeira alumínio, trajando uma vestimenta completa desgastada A pelo uso, do tipo empregado – pelos bombeiros em ações de G U combate. Os resistores que + Resistor Placa metálica simulam a impedância do corpo foram de 555 Ω para o circuito mão para mão e mão para um pé, e 430 Ω para o circuito mão para os dois pés. Uma tensão de ensaio de Fig.5 - Ensaio simulando recinto inundado (Fonte: [3]) 1000 Vcc foi aplicada por meio de contatos fixados na cas, postado num tanque medindo 3 × vestimenta. Resultado - Com a vestimenta seca, 2 m, com um nível de água de 60 cm com luvas e sem botas, as medições (figura 5). O potencial de terra foi coindicaram correntes insignificantes, nectado ao ombro do boneco. Neste abaixo de 1 µA. Em seguida, com circuito foram aplicadas tensões de a vestimenta molhada, com luvas e 500 Vcc a 900 Vcc , com distâncias encom botas, para o percurso da mão tre o condutor vivo e o boneco varianpara um pé, a corrente medida foi de do de 0,5 m a 2 m. apenas 3,66 mA; sem botas, a correnResultado – As medições realizadas te sobe para 1,57 A. Também para o indicaram correntes letais de 0,99 A a 1,77 A passando pelo corpo, todas percurso mão para mão, com as luvas molhadas, a corrente atingiu 1,50 A, muito acima do limiar de 150 mA o que significa choque letal. que delimita a fibrilação ventricular. Pode-se concluir que, com a vestiCom os parâmetros considerados nesta simulação, a faixa de correntes menta do bombeiro seca e completa, um contato direto com partes vivas de potencialmente perigosas tem início a um SFV até 1000 Vcc é seguro. Analopartir de uma tensão de apenas 75 V. gamente, para um fluxo de corrente Em vista disso, é vedado aos bombeide ambas as mãos para ambos os pés, ros, de acordo com os regulamentos como corresponde à posição de combaalemães, adentrar porões ou subsolos te ao fogo com esguicho, a alta resistêninundados na presença de cabos de cia das botas de proteção (em geral > c.c. sob tensão, soltos e danificados. 1 GΩ) limita a corrente a valores seguUma descrição pormenorizada desta série de ensaios pode ser apreciada ros de poucos miliamperes, próximos do limiar de percepção do choque. na referência [3], cuja versão em inglês está disponível em https://www. Ensaio em recinto inundado energy.gov. Este terceiro e último ensaio visa avaliar o perigo para o bombeiro ao Proteção dos bombeiros adentrar um recinto inundado (por conforme as normas alemãs exemplo, um subsolo) no qual que se encontra um cabo de c.c. com a isoPara a proteção dos bombeiros conlação danificada e o condutor vivo tra choques prevalece na Alemanha exposto em contato com a água. O ena norma VDE 0132 [5], que se destina saio foi realizado com um boneco sià instrução de pessoas responsáveis mulando as resistências do corpo, com pelo combate a incêndio e operações os pés assentados em chapas metálide resgate em instalações elétricas e



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edificação para combate nas suas proximidaao incêndio ou resgate de des. O escopo dessa pessoas, devem estar pronorma estabelece: tegidos contra cabos com para o combate com partes vivas expostas, cuja água, no âmbito da isolação possa ter sido baixa tensão, valem destruída pelo fogo. Para os limites superiotanto, as alternativas de res de 1000 Vca e proteção previstas na nor1500 Vcc, enquanto ma se estendem da inspara alta tensão o talação dos cabos de c.c. limite de aplicação externamente à edificação da norma é 380 kV. à instalação desses cabos Estão fora do escopo em dutos resistentes ao sistemas fixos de exfogo, ou ainda embutidos tinção de incêndio, na argamassa que reveste Fig.6 - Chave do bombeiro (Fonte: Eaton) canhões monitores as paredes internas da e outros métodos de edificação. combate, como a inundação de dutos Já no que se refere ao seccionamento de cabos de energia com água ou esdo SFV do lado de c.c., a VDE [6] prepuma. vê, por exemplo, a instalação de um O princípio básico para proteção do interruptor-seccionador com disparo bombeiro durante o combate ao fogo, remoto por subtensão, que secciona consoante a norma alemã, consiste os cabos de c.c. na saída da cobertura em manter uma distância de segurança ou telhado, evitando assim a entrada entre o esguicho e a instalação elétrica, de c.c. na edificação. Este dispositivo como descrito acima e reproduzido na eletromecânico (figura 6) é conhecido já mencionada tabela I. Nota-se uma na Alemanha por “chave do bombeidistinção entre jato de água compacto, ro” (Feuerwehrschalter). Dispositivos que requer uma distância maior, e jato eletrônicos que realizem a redução de de neblina, sendo importante que os tensão para valores seguros diretaesguichos satisfaçam às normas DIN mente na saída dos módulos fotovolsupracitadas, ou a outras tecnicamente taicos foram incluídos na edição de equivalentes e de desempenho testado, 2018 da referida VDE [6]. No entanto, bem como sejam observadas as instruatualmente eles representam na norções de operação dos fabricantes. ma apenas uma alternativa. E inexiste Outras medidas de proteção vinaquele país uma norma de produto gentes na Alemanha, específicas para para tais dispositivos. instalações fotovoltaicas, são definidas pela Regra de Aplicação Perímetro do SFV Área externa ao SFV VDE [6] e visam principalmente evitar a presença de cabos de corrente c.c. contínua no c.a.. c.a interior da edi1ft = 0,305m ficação. Caso U < 80 V em 30 s U < 30 V em 30 s os bombeiros Fig.7 - Sistema de desligamento rápido adentrem a


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Proteção dos bombeiros conforme as normas americanas Nos Estados Unidos, a edição de 2017 do National Electrical Code (NEC) [7], artigo 690.12, alíneas (A) a (D), introduziu a obrigatoriedade de um dispositivo de desligamento rápido (Rapid Shutdown) nos SFV, cujo princípio está ilustrado na figura 7. A principal motivação é tornar mais seguro o combate a incêndios em edificações com sistemas fotovoltaicos, já que eles continuam gerando energia mesmo quando o inversor é desligado. De acordo com o NEC, o sistema de desligamento rápido deve assegurar que, dentro de 30 s do seu acionamento, a tensão de c.c. nos limites do SFV seja reduzida a no máximo 80 V entre dois pontos quaisquer, e entre qualquer ponto e o potencial de terra, e que a tensão de c.c. nos condutores que ultrapassam os limites do SFV seja de no máximo 30 V. Foram desenvolvidas diversas soluções tecnológicas para atender a estes requisitos por meios eletrônicos.

A vez da norma ABNT Conforme FotoVolt (2023) [8], foi constituída no âmbito do Comitê Brasileiro de Segurança contra Incêndio da ABNT (CB-024), em resposta a uma demanda do Comitê Nacional de Combate a Incêndio (Conaci) às instâncias governamentais e normativas competentes, a comissão de estudo CE 024 102 007, com a missão de elaborar uma norma de segurança contra incêndio em sistemas de energia solar fotovoltaica. Dado o caráter de urgência impresso pela coordenação e à participação intensa dos membros da CE, foi possível concluir um projeto de norma no exíguo prazo de um ano, e encaminhá-lo em dezembro de 2023 à ABNT para ser submetido à consulta nacional.


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Tendo como base o documento IEC TR 63226 [9], esse projeto de norma incorporou adicionalmente, atendendo à expectativa do Conaci, um sistema de desligamento rápido inspirado no Rapid Shutdown do código americano (NEC). Aliás, antes mesmo da finalização do projeto de norma ABNT, tal requisito já havia se tornado obrigatório por iniciativa de alguns corpos de bombeiros estaduais, com vigência restrita às respectivas unidades da federação.

Sobre a constatação da ausência de tensão A Norma Regulamentadora NR-10 do Ministério do Trabalho [10], a exemplo da norma europeia EN 50110-1 [11] que lhe deu origem, tem como objetivo garantir a saúde e a segurança dos trabalhadores que, direta ou indiretamente, interajam em instalações elétricas e serviços com eletricidade. A proteção contra choques é parte essencial desse objetivo. Em 10.5.1, a NR-10 exige a constatação da ausência de tensão para considerar uma instalação desenergizada. Qualquer instalação, usualmente dotada de dispositivos de manobra como disjuntores, interruptores ou seccionadores, está sujeita a esse regulamento. Não parece prudente dispensar dessa medida de segurança os dispositivos de desligamento eletrônicos [12]. Quanto aos requisitos da NR-10 de aterramento temporário e equipotencialização dos circuitos, trata-se de procedimentos concebidos para serviços em redes industriais ou redes urbanas de distribuição, ou sempre que haja perigo de retroalimentação por meio do chaveamento remoto inadvertido de outra fonte (por exemplo, um gerador). Esta condição não se aplica a SFV.

Sobre as distâncias de segurança Existem atualmente no Brasil, assim como na Alemanha, mais de dois milhões de SFV instalados em edificações sem dispositivos de desligamento rápido. No máximo, providos de “chave do bombeiro”, que interrompe a linha de c.c. na saída do SFV para o inversor. Em caso de combate a incêndio nesses sistemas, como ilustra a foto na página 40 deste artigo, que outra medida pode proteger os bombeiros contra choque a não ser a observância de distâncias de segurança?

Conclusão A futura norma ABNT para segurança contra incêndio em SFV, elaborada com a contribuição voluntária de profissionais experientes em instalações e de membros do próprio corpo de bombeiros, representa um avanço importan-


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te neste campo. Vale salientar que os benefícios abrangem não apenas as operações de combate a incêndio, mas são extensivos aos serviços de instalação, limpeza, manutenção e descomissionamento, que também dependem de dispositivos de desligamento ou seccionamento seguros e de procedimentos adequados. No que tange às distâncias de segurança para combate a incêndio em instalações elétricas energizadas – necessárias também, na opinião dos autores, quando a constatação da ausência de tensão for impedida pelo fogo no SFV, ou não puder ser executada por ausência de pessoal capacitado para tal – os ensaios realizados, e aqui apresentados, indicam um possível caminho a ser seguido, mas sugere-se que os corpos de bombeiros nacionais definam e apliquem um procedimento comum. Os autores estão à disposição para contribuir com este processo.

Referências [1] Absolar - Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica - Infográfico. 12.01.2024 [2] IEA - International Energy Agency - Renewables 2023. Paris. 2024 Disponível em https://www.iea.org/reports/renewables/. [3] Prume, K.; Viehweg, J. - Forschungszentrum Jülich - Bewertung des Brandrisikos in Photovoltaik-Anlagen und Erstellung von Sicherheitskonzepten zur Risikominimierung. Mar. 2015 [4] IEC 60479-1:2018 - Effects of current on human beings and livestock - Part 1: General aspects [5] DIN VDE 0132 VDE 0132:2018-07 – Brandbekämpfung und technische Hilfeleistung im Bereich elektrischer Anlagen [6] VDE-AR-E 2100-712 Anwendungsregel:2018-12 - Measures for the DC range of a PV installation for the maintenance of safety in the case of firefighting or technical assistance (edição original alemã) [7[ NFPA - National Fire Protection Association - NFPA 70 - National Electrical Code (NEC). 2023 [8] Mendes, C. L. P.; Michels, L. - Proteção contra incêndio em geradores fotovoltaicos. Revista FotoVolt nº 54, Jan.-Fev. 2023, pp. 30-38. Aranda Editora, São Paulo [9] IEC TR 63226:2021 – Managing fire risk related to photovoltaic (PV) systems on buildings. [10] MTE - Norma Regulamentadora NR-10 - Segurança em instalações e serviços em eletricidade. Última modif.: Portaria SEPRT 915, de 30/07/2019). Disponível em https://www.gov.br/trabalho-e-emprego/. [11] BS EN 50110-1:2023 - Operation of electrical installations - General requirements. Disponível em https://www.en-standard.eu/. [12] Muntwyler, U. et al. - Schnellabschaltung nach NEC 2017: Eine sinnvolle Sicherheitsmassnahme oder ein unnötiges Ärgernis? Universidade de Ciências Aplicadas de Berna, Suíça. Laboratório de Fotovoltaica.


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Softwares para projeto de sistemas fotovoltaicos conectados à rede

Os programas para projetos de sistemas fotovoltaicos estão hoje disseminados nos escritórios de engenharia e integradores de sistemas FV, e sempre há novos produtos e fornecedores. Este primeiro guia de FotoVolt lista algumas empresas ofertantes, as quais preencheram as informações em questionário enviado pela revista. O guia será aprimorado nas próximas edições, com a inclusão de mais empresas e dados.

Gdash (31) 97217-0619 contato@gdash.com.br

Solarize (21) 2148-0973 contato@solarize.com.br

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Valentin/Alemanha

Relatórios técnicos e financeiros

Simulação de rentabilidade

Orçamento do sistema FV

Esquemas elétricos

Electro Graphics/Itália

Plantas, cortes, elevações

Sistema de armazenamento

Componentes elétricos c.a. e c.c.

Opções comerciais

Outros

Cálculo de irradiação solar

Itália

Fabricante/País

Geração de documentos

Modelagem BIM

Electro Graphics (48) 2102-7703 info@hiperenergy.com

Modelagem 3D

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Sistemas FV em solo (usinas)

Empresa, Telefone e E-mail

Sistemas FV em edificações

Dimensionamento

Obs.: Os dados constantes deste guia foram fornecidos pelas próprias empresas que dele participam, de um total de 18 empresas pesquisadas. Fonte: Revista Fotovolt, março de 2024 Este e muitos outros guias estão disponíveis on-line, para consulta. Acesse www.arandanet.com.br/revista/fv e confira. Também é possível incluir a sua empresa na versão on-line de todos estes guias. Basta preencher o formulário em www.arandanet.com.br/revista/fotovolt/guia/inserir/

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prestadoras de serviços e parceiras da indústria solar no esforço de criar um meio-ambiente mais limpo. A feira é a oportunidade ideal para discutir a situação atual e as tendências estratégicas dos mercados fotovoltaicos latino-americanos, bem como as inovações tecnológicas e as novas oportunidades de negócios. Com eventos distribuídos em quatro continentes, a Intersolar é mundialmente o principal ciclo de feiras e congressos para o setor solar.

EES _ ___SOUTH AMERICA O evento essencial para baterias e sistemas de armazenamento de energia na América Latina A ees South America e o evento essencial para baterias e sistemas de armazenamento de energia na América Latina, enfocando soluções de armazenamento de energia para apoiar e complementar sistemas energéticos com número crescente de fontes renováveis de energia, e integrando prossumidores e veículos elétricos. A ees South America congrega investidores, concessionárias,

instaladoras, fabricantes e empreiteiras do mundo todo. A feira é a oportunidade ideal para discutir a situação atual e as tendências estratégicas dos mercados fotovoltaicos latino-americanos, bem como as inovações tecnológicas e as novas oportunidades de negócios. Juntamente com a ees Europe em Munique e a ees India em Gandhinagar, o ciclo de feiras ees está representado em três continentes.


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A Eletrotec+EM-Power South America é o evento de infraestrutura elétrica e gestão de energia, enfocando tanto tecnologias de distribuição de energia elétrica quanto serviços e soluções informáticas para gestão de energia aos níveis de rede, de serviços públicos e de edificações. A feira é voltada para

profissionais e empresas dos ramos de projeto, montagem e manutenção de infraestrutura elétrica atuando em geração distribuída a partir de fontes renováveis, redes de distribuição aérea e subterrânea, subestações transformadoras, iluminação pública, instalações industriais e prediais.

POWER2DRIVE SOUTH AMERICA _ ___ A feira e congresso fundamental para infraestrutura de carregamento e eletro-mobilidade na América Latina Em 2024, a Power2Drive South America fará sua estreia como a feira & congresso fundamental para infraestrutura de carregamento e eletromobilidade na América Latina, enfocando a relevância do carro elétrico na matriz energética e na sustentabilidade do transporte no futuro, e apresentando soluções inovadoras de carregamento, conceitos de bateria e modelos de negócios para uma eletromobilidade sustentável. A Power2Drive South America é o ponto de encontro ideal para

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Projeto

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Influência das condições de contorno na compatibilidade módulo - inversor Vanessa Gonçalves e Guilherme Carvalho, da Connectoway Solar

À

medida que o setor solar avança, observa-se uma tendência, particularmente no contexto brasileiro, em direção à adoção de módulos de maior potência. Os módulos de 300 W perderam espaço em 2020 para os de 500 W, e a atual transição para a linha de 600 W já está em curso em grandes usinas. Como evidenciado empiricamente, a tecnologia dos módulos progride a uma taxa superior à dos inversores, tornando imperativo que os fabricantes de inversores se ajustem a essas mudanças. Tais transformações, embora mantenham a eficiência estagnada e aumentem a área do painel, resultam na redução dos custos associados às estruturas fixas devido à menor quantidade de módulos, gerando, consequentemente, uma diminuição do Custo Nivelado de Energia (LCOE, na sigla em inglês). A corrente de curto-circuito do inversor é uma especificação crítica que não deve ser ultrapassada, para não ocorrerem danos à máquina e a perda de garantia. A compatibilidade entre módulos e inversores é avaliada mediante a análise da corrente de curto-

circuito, sendo considerado incompatível o conjunto no qual a corrente de curto-circuito do módulo excede a do inversor. Um exemplo prático pode ser observado na comparação entre o módulo Trina TSM-DEG21C.20 660 Wp e os inversores Huawei Comercial da linha M5. Apesar de uma primeira análise, baseada apenas nos datasheets e considerando a utilização de todas as entradas do inversor, sugerir a compatibilidade, na prática, a situação é diferente. Deve-se analisar que as especificações técnicas das folhas de dados dos módulos são para condições de teste padrões em laboratórios, conhecidas como Standard Test Conditions (STC), que consideram irradiância de

Para a adequada alocação de módulos por MPPT, não é conveniente olhar apenas para as folhas de dados de módulos e inversores. É preciso levar em conta também os coeficientes de temperatura pertinentes, o albedo do solo e os fatores de sobreirradiância, os quais dependem da localização do projeto, como demonstra este artigo.

1000 W/m2, temperatura de célula de 25 °C e espectro da radiação luminosa para massa de ar de 1,5(AM1,5). Na prática, é imprescindível considerar as condições de contorno específicas de cada projeto. A corrente de curtocircuito deve ser ajustada conforme os coeficientes de temperatura pertinentes, o albedo do solo para módulos bifaciais e os fatores de sobreirradiância, que dependem da localização do projeto. A corrente dos módulos fotovoltaicos varia de forma diretamente proporcional à temperatura, sendo maior em ambientes mais quentes. O coeficiente de temperatura Isc, indicado no datasheet, reflete essa variação, como é o caso do Trina 660 Wp com um valor de 0,04 %/(°C). O albedo do solo, que representa a relação entre a quantidade de luz refletida pela superfície e a quantidade recebida, exige uma análise específica do solo ou do material que cobre o solo para correções precisas. Os fatores de sobreirradiância, necessários devido aos efeitos de



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visando à redução do número de strings conectadas. Tmáx 40,0 °C Cada inversor SUN2000Tmín 15,0 °C 25KTL-M5, Albedo 0,1 inicialmente Bifacialidade 70% com 45 móduSobreirradiância 1,1 los conectados, Isc 18,45 A permitiria aumentar o número de módulos em série, realizando assim a conexão de apenas uma string em cada MPPT do equipamento. O novo arranjo proposto seria o seguinte: • String 1: 22 módulos conectados à MPPT1; e • String 2: 23 módulos conectados à MPPT2. O número máximo de módulos conectados em série é determinado pela temperatura mínima local, que corrige a tensão dos módulos, e pela máxima tensão de conexão do inversor, neste caso de 1.100 V. No contexto em questão, a temperatura mínima histórica no nordeste brasileiro permite o máximo de 23 módulos Trina 660 Wp conectados em série. Considerando a mesma abordagem metodológica empregada para ajustar a corrente de curto-circuito à corrente de operação do módulo, é notado que a corrente corrigida (Imp) alcança 20,83 A, excedendo a corrente máxima de operação do inversor, estipulada Tab. I – Condições de contorno do local da instalação da usina: Nordeste brasileiro, Recife, Pernambuco

Fig. 1 – Datasheet Trina TSM-DEG21C.20 660 Wp borda de nuvem, podem ser influenciados pela localização do projeto em áreas com irradiância média superior a 1000 W/m2, como ocorre no cinturão solar brasileiro. A correção das correntes dos módulos pode ser realizada por meio da seguinte fórmula: =

máx

× [1 + ( máx + 35 − 25)] × (1 +

×

)× ,

sendo máx a corrente máxima alcançada, a corrente de curto-circuito para STC, máx a temperatura máxima histórica da região, o fator de bifacialidade, o albedo do solo e fator de sobreirradiância. Vamos considerar um estudo de caso para uma usina instalada em solo localizada no Brasil, mais especificamente em Pernambuco, na cidade do Recife, região Nordeste brasileira, que possui 4 (quatro) inversores SUN200025KTL-M5. Cada inversor está dimensionado com três strings compostas por 15 módulos cada, totalizando 45 módulos em cada equipamento. Dado que a máquina SUN2000-25KTL-M5 possui dois MPPTs (Maximum Power Point Tracking), foi necessário avaliar a viabilidade de conectar um dos MPPTs a duas strings, motivando, assim, uma análise aprofundada dessa possibilidade.

As condições de contorno do projeto estão na tabela I. Substituindo as informações do local da instalação na fórmula apresentada acima, temos: máx

máx

= 18,45 × [1 + 0,0004 (40 + 35 − 25)] × (1 + 0,7 × 0,1) × 1,1 = 22,15

Conforme demonstrado na figura 2, a corrente de curto-circuito deste inversor Huawei é de 40 A, um valor inferior ao necessário para a conexão de duas strings em paralelo, que resultaria em uma corrente de 44,30 A. A sugestão para viabilizar a conexão desses módulos com o modelo de inversor em questão consiste em redistribuir o arranjo dos módulos,

Fig. 2 – Datasheet inversores Huawei 12-25KTL-M5


FotoVolt - Março - 2024

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em 20 A para a topologia de string única. Neste contexto, é crucial destacar que ocorrerá uma limitação da corrente devido à restrição na entrada. Em situações em que os valores se aproximam muito, as perdas associadas podem ser mínimas, porém é importante entender a metodologia do controlador MPPT, que atua de forma contínua para ajustar a curva de corrente em relação à tensão, visando extrair a potência máxima dos módulos. Portanto, o MPPT opera reduzindo a corrente de entrada e, consequentemente, aumentando a tensão, com o propósito de otimizar o ponto de máxima potência. Em circunstâncias em que ocorra uma disparidade significativa entre os valores de corrente de entrada do inversor e de corrente de operação do módulo, é possível que se apresente uma sobretensão no equipamento. Além disso, caso o usuário opte por utilizar o diagnóstico de Curva IxV do inversor nessas circunstâncias, a análise também poderia ser prejudicada, uma vez que o algoritmo projetado não está adaptado para lidar com correntes tão elevadas, resultando em imprecisões e possivelmente em análises incompletas.

Conclusão É de suma importância que os integradores compreendam e apliquem todas as condições de contorno específicas de cada projeto. Uma análise superficial, limitada à comparação de datasheets, é inadequada. No exemplo mencionado, a recomendação para utilizar os inversores da linha C&I da Huawei seria limitar o projeto a apenas uma string em cada MPPT, respeitando a corrente de curto-circuito do inversor e otimizando o aproveitamento da corrente de máxima potência dos módulos.


Veículos elétricos

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O que esperar do mercado de veículos elétricos Rafael Cunha*

“Todas as previsões de crescimento do mercado

brasileiro erraram para menos; nem os melhores cenários previram os números atuais

Histórico e projeções Diversas instituições realizam projeções, considerando cenários diversos, a fim de prever o crescimento de determinado mercado, destacando oportunidades, embasando planejamentos estratégicos dos negócios. No caso da mobilidade elétrica, tivemos uma grande surpresa nos últimos resultados: todas as previsões de crescimento do mercado brasileiro erraram

Hrecheniuk Oleksii/Shutterstock

A

forte ascensão do mercado de veículos elétricos tem deixado até os mais céticos sobre o futuro dos eletrificados atentos aos movimentos das montadoras. Até há pouco tempo, carros chineses não eram bem-vistos no mercado brasileiro, que sempre teve forte influência europeia e americana. Porém, hoje o que mais se comenta no mercado é a invasão dos eletrificados chineses, seja elogiando e torcendo pelo seu crescimento do segmento, seja ainda tecendo críticas e levantando os velhos argumentos de autonomia reduzida ou vida útil das baterias. O ano de 2023 registrou crescimento de 43% no número carros plugin (elétricos puros e híbridos plugin) emplacados. Já o número de vendas de veículos plugin deu um grande salto, de mais de 400%, entre janeiro e dezembro, trazendo aos entusiastas a certeza de que atingimos o ponto de inflexão, a partir do qual não há mais volta.

para menos; nem os melhores cenários previram os números atuais. O trabalho de realizar uma projeção envolve metodologias, o contexto e a direção na qual o mercado está se movendo. Portanto, em mercados novos é natural que erros mais acentuados ocorram ― inclusive esta coluna já tratou de tais erros em oportunidade anterior [ver “Futuro da mobilidade elétrica”, coluna Veículos Elétricos, FotoVolt nº 53, novembro-dezembro de 2022, págs. 72-73.] De acordo com as projeções do 2º Anuário Brasileiro da Mobilidade Elétrica [3], o cenário agressivo, com medidas e incentivos mais arrojados para o setor, resultaria em cerca de 13 700 novos veículos elétricos até 2025, totalizando 36.300 BEVs (Battery Electric Vehicles – Veículos Elétricos a Bateria), com um crescimento médio de 58% ao ano. As vendas de 2023 foram recordes para o segmento, totalizando 52.359 unidades plugin, dos quais 19.310 são veículos elétricos a bateria.

O número de emplacamentos de veículos elétricos em 2023 teve um crescimento de 91% em relação ao ano anterior, sendo impulsionado pelo crescimento da venda dos BEVs, conforme mostra a figura 2. No gráfico da figura 2 é possível verificar dois eventos importantes. O primeiro deles é o crescimento de vendas dos BEV, ultrapassando em poucos meses os PHEV e HEV (respectivamente, Plug-in Hybrid Electric Vehicles, veículos elétricos híbridos plugin, e Hybrid Electric Vehicle, veículos elétricos híbridos). Esse é o chamado “efeito BYD” no mercado brasileiro, decorrente do lançamento por aqui do veículo BYD Dolphin. Com preço de venda de R$ 149 000 e muita tecnologia embarcada, o novo elétrico da marca conseguiu trazer qualidade e um preço altamente competitivo, tornando-se líder de mercado logo após seu lançamento, que ocorreu em junho. Além de um incrível desempenho nas vendas, o BYD Dolphin foi


www.bluemedia.com.br

CARACTERÍSTICAS TÉCNICAS Condutores

2,5mm2 a 6mm2

Diâmetro externo condutor

4,7 a 7mm

Faixa de Temperatura Ambiente

-40°C a +85°C

Temperatura Máxima Limite

120°C

Grau de Proteção (IP)

IP68

Classe de Proteção/Segurança

II

O conector KSE K4 é usado para conexão serial segura e simples de módulos solares fotovoltaicos, em uma única solução atende condutores de 2,5 a 6mm2. Por possuir moderna tecnologia de produção, sistema de

Classe de Sobretensão

III

Tipo de Conexão

Crimpagem

conexão multicontato, componentes e

Material de contato

Cobre Estanhado

Material de isolamento

PA

matéria-prima de alta qualidade, oferta

Tensão nominal (Vdc)

1500V

Corrente Nominal 2,5/4/6mm2

25A/35A/45A

Classe de chamas (flamabilidade)

UL94: V-0

alta estabilidade e segurança nas conexões para todo o sistema.


Veículos elétricos

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Conclusão

eleito o carro do ano 2024 pela “Revista Quatro Rodas”, um renomado prêmio para o segmento automotivo. Além da BYD, há uma contribuição relevante para os números de outra montadora chinesa, a GWM, que obteve um bom desempenho no ano de 2023. Outro ponto notável no gráfico da figura 2 é o pico no mês de dezembro de 2023, seguido de uma queda no mês de janeiro de 2024. Este pico ocorreu devido ao retorno do imposto de importação (IPI) para os carros elétricos, que estava suspenso para incentivo do crescimento do mercado e retornou com alíquotas progressivas, iniciandose em janeiro. Portanto, aqueles consumidores que já tinham intenção de adquirir veículos elétricos no final do ano anteciparam a compra, a fim de garantir um menor valor de compra. Além do mercado brasileiro, o segmento de veículos elétricos no mundo segue em crescimento, sendo esperados para o ano de 2024 que 20% dos novos carros vendidos no mundo sejam elétricos, segundo a Bloomberg NEF. Em 2024 espera-se que a China mantenha seu crescimento agressivo, com 38% das novas vendas sendo elétricos puros. Já na Europa e EUA espera-se um aumento mais conservador, respectivamente de 8% e 13%. A desaceleração no mercado europeu está fortemente ligada ao fim de subsídios aos veículos elétricos. Nos anos mais recentes, os mercados com maiores crescimentos na frota e nos números de venda de eletrificados são os países emergentes, como Índia, Indonésia, Tailândia e Brasil.

8000

O mercado dos veículos elétricos 6000 no Brasil cresceu acima das previsões BEV até dezembro de 2023. Porém o con4000 PHEV HEV texto mudou e agora, com o incremen2000 to de IPI chegando a 35% em julho de 2024, é esperado que ocorra uma de0 jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez jan saceleração nas vendas. Ainda assim deve ser mantido um bom crescimen- Fig. 2 – Vendas de veículos elétricos em 2023 (Fonte: ABVE) to, sendo que o China Europa América do Norte Coreia do Sul Japão Resto do mundo custo mais elevado 15M pode provocar uma preferência 10 em relação a novos elétricos de baixo 5 custo. Outro ponto relevante é o início da industrializa0 ção nacional dos 2017 2018 2019 2020 2021 2022 2023e 2024e veículos elétricos, Nota: Inclui veículos elétricos a bateria e híbridos plugin. Exclui veículos comerciais e de duas e três rodas. Dezembro de 2023 é data estimada para alguns países. 2024 é a previsão da BNEF cenário que deve Fig. 3 – Vendas de veículos elétricos de passageiros no mundo (Fonte: BNEF) se concretizar em 2025 com a inau2021. Disponível em: https://www2.aneel.gov. guração da fábrica da BYD na Bahia, o br/cedoc/ren20211000.html que deve trazer maior competitividade [2] EPBR. Mobilidade elétrica vai demandar no mercado nacional, acelerando o ritmo novos modelos de negócios no Brasil. Dispoda entrada dos eletrificados. nível em: https://epbr.com.br/mobilidadeO contexto global, com previsões de eletrica-vai-demandar-novos-modelos-de20% das vendas de novos carros sendo negocios-no-brasil/ [3] 2º Anuário Brasileiro da Mobilidade Elétrica – elétricos em 2024, sugere que o Brasil, PNME (www.pnme.org.br ) como mercado de rápido crescimento, [4] https://www.abve.org.br/2023-supera-todasestá posicionado para liderar a eletrias-previsoes-94-mil-eletrificados/ ficação, impulsionando não apenas a [5] https://www.abve.org.br/eletrificados-levesmobilidade sustentável mas também o iniciam-2024-com-novo-recorde-de-vendasem-janeiro/ crescimento econômico e a inovação. [6] https://www.bloomberg.com/news/ newsletters/2024-01-09/electric-vehiclemarket-looks-headed-for-22-growththis-year

Referências [1] Agência Nacional De Energia Elétrica: Resolução Normativa Aneel Nº 1.000. Brasília: Aneel,

200 000

199 000 (133 500)

* Rafael Cunha é engenheiro eletricista e COO 150 000

128 000 (80 000) 100 000 50 000

(13 700) 36 300 (13 5085 (2178)

0

59 000 (25 000) 29 000 (9500) 23 23 500 500 (6700) (6700)

2021

2025

Conservador

Moderado

2030

Agressivo

Fig. 1 – Projeções de frota e licenciamento de BEVs (Fonte: 2º Anuário Brasileiro da Mobilidade Elétrica)

da startup movE Eletromobilidade. Nesta coluna, apresenta e discute aspectos da mobilidade elétrica: mercado, estrutura, regulamentos, tecnologias, afinidades entre veículos elétricos e geração solar fotovoltaica, e assuntos correlatos. E-mail: veletricos@arandaeditora.com.br, mencionando no assunto “Coluna Veículos Elétricos”.


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Projeto & Instalação

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Sistemas fotovoltaicos: o grid zero “ Para consumidores com simultaneidade alta e cuja

conexão implique obras de custo elevado, o sistema grid zero pode ser solução técnica e econômica eficiente .

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e tempos em tempos, alguns assuntos em energia solar se tornam coqueluche do mercado. Um deles é o tal grid zero, do qual trataremos a partir dessa coluna.

Entendendo o que é o grid zero O termo grid zero não é o de que mais gosto, na verdade. Podemos entender o grid zero como um sistema de monitoramento e controle que, quando a energia gerada pelo sistema solar é menor que a energia consumida, atuará nos inversores visando limitar a energia gerada, de forma que a energia injetada na rede (ou seja, no grid) seja nula ou limitada ao valor máximo que a rede suporta.

Usos do grid zero Adotamos o sistema grid zero sempre que precisamos limitar ou impedir a injeção de energia, como nos casos abaixo.

Rede reticulada ou network Um uso típico é em sistemas de distribuição reticulados (também conhecidos como network). Nesse tipo de rede de distribuição, a inversão do fluxo de potência nos transformadores de média tensão poderá provocar o desligamento de subestações da concessionária, atingindo inúmeros consumidores. A usina solar do MAM - Museu de Arte Moderna, no Rio de Janeiro, cujo projeto de proteção é de minha autoria,

tem potência instalada de 500 kW mas com limitação de injeção de 75 kW. A limitação ocorre em função justamente da curva de carga do transformador de média tensão da concessionária. Um ponto importante a esclarecer é que os consumidores conectados a redes reticuladas são atendidos em baixa tensão, mesmo em potências superiores a 75 kW. No caso do MAM, por exemplo, a potência disponibilizada pela Light é superior a 900 kVA. Além da Light, algumas regiões de Brasília, atendidas pela CEB, e algumas regiões de Porto Alegre, atendidas pela CEEE-Equatorial, também operam com sistemas reticulados.

Limitações de escoamento de energia injetada Para consumidores que possuem uma simultaneidade relativamente alta de geração e consumo, e que no Orçamento de Conexão apresentam obras de custos elevados, com longas distâncias de recondutoramento, por exemplo, o uso do sistema grid zero poderá ser uma solução técnica e econômica mais eficiente.

Clientes no ACL e com geração junto à carga Algumas concessionárias de energia elétrica têm colocado uma série de obstáculos para a instalação de sistema solares em consumidores no ACL, alegando que estes não podem injetar energia na rede. Essa situação vem sendo agravada agora com a abertura do mercado livre para todos os consumidores do grupo A.

Vinícius Ayrão* Apesar de ser incorreta essa interpretação das concessionárias, muitas vezes faz mais sentido o investimento no sistema grid zero, colocando o sistema solar de geração de energia para funcionar mais rapidamente, do que a discussão inicial com a distribuidora de energia ― depois, o consumidor pode voltar à discussão.

O grid zero precisa ser homologado? Esta é a pergunta de um milhão de dólares. O que segue a partir desse ponto é puramente minha opinião, e outros colegas do setor talvez entendam de forma diferente. A primeira reflexão é: o que é um gerador de energia fotovoltaica com sistema grid zero? É nada mais do que um gerador de energia elétrica em paralelismo constante com a concessionária, mas sem injeção de energia. Simples assim. Sistemas de cogeração em shopping centers, por exemplo, que estão instalados pelo menos desde os anos 90, operam nessa modalidade. Ora, se ao instalarmos um gerador de emergência, com chave mecânica de transferência, sem nenhum instante de paralelismo com a concessionária, precisamos informar quanto à sua instalação, podemos inferir que o mesmo se aplica ao sistema fotovoltaico com grid zero. A segunda reflexão é: que tipo de proteção um gerador grid zero precisa ou não ter? Em uma análise conservadora, sem a preocupação de verificar o tempo de resposta do sistema grid zero, as proteções poderiam ser as mesmas utilizadas nos inversores conectados à rede em consumidores que fazem parte do sistema de compensação de energia elétrica (SCEE).


Projeto & Instalação

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Uma análise um pouco mais aprofundada poderia, talvez, eliminar a necessidade de uma ou outra função ANSI, mas isso dificilmente impactaria no custo da instalação do sistema, propriamente dito. Então, em não havendo uma definição clara da concessionária quanto ao que é necessário, a premissa de utilizar as mesmas proteções empregadas para sistemas de mini e microgeração (MMGD) que fazem parte do SCEE apresenta baixo risco para a empresa executora.

Como analisar a viabilidade de um sistema grid zero? É importante entender que qualquer energia potencial que o sistema fotovoltaico for capaz de gerar, e que seja maior que a energia consumida instantaneamente, não será gerada. Dessa forma, o sistema grid zero ideal é aquele que seja analisado sobre a ótica da energia efetivamente gerada e entregue à carga, e da energia que poderia ter

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sido gerada mas não foi, em função de ser superior ao consumo. Assim, a primeira etapa da análise a ser feita é a da curva de carga do consumidor. Com essa curva de carga em mãos, o projetista deve realizar vários cenários, com diferentes potências de módulos, e modelar as curvas típicas de geração para cada um desses cenários. Após a modelagem de geração, devese comparar as duas curvas (consumo e geração) para cada um dos cenários, e assim será possível verificar a energia que o sistema efetivamente entregará para todos os cenários analisados. Tendo a definição das energias efetivamente geradas, realiza-se uma análise econômico-financeira para cada cenário e, com os resultados dessa análise, se define a melhor opção para o caso concreto.

Observação importante Considerei nesse artigo apenas o uso do sistema grid zero, mas se o combinar-

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mos com armazenamento de energia em baterias poderemos ter soluções mais elegantes do ponto de vista de engenharia e de melhores retornos financeiros. Porém isso é assunto para um outro artigo.

Resumo • O sistema grid zero precisa ser informado à concessionaria de energia; • O sistema grid zero pode precisar de proteção. Na ausência de informações, considere as mesmas proteções de MMGD no SCEE. * Engenheiro eletricista da Sinergia Consultoria, com grande experiência em instalações fotovoltaicas, instalações de MT e BT e entradas de energia, conselheiro da ABGD - Associação Brasileira de Geração Distribuída e diretor técnico do Sindistal RJ - Sindicato da Indústria de Instalações Elétricas, Gás, Hidráulicas e Sanitárias do Rio de Janeiro, Vinícius Ayrão apresenta e discute nesta coluna aspectos técnicos de projeto e execução das instalações fotovoltaicas. Os leitores podem apresentar dúvidas e sugestões pelo e-mail: fv_projetoinstalacao@arandaeditora.com.br, mencionando em “assunto” “Coluna Projeto e Instalação”.

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Pesquisa & inovação

Pesquisa brasileira aumenta eficiência e estabilidade de células de perovskita

Ferreira Assunção, mestrando no Programa de Pós-Graduação em Ciência e Tecnologia de Materiais da Unesp e primeiro autor do artigo. “Mostramos que a adição do material MXene pode não só representar uma realidade viável para a fabricação dos dispositivos mas também mostrar o caminho para essa conquista”, disse o pesquisador, para quem este é um “passo promissor para as metas de produção de energia limpa, mitigação dos impactos ambientais e promoção da indústria brasileira como potência de produção de células solares”.

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quânticos (QD, de quantum dots) mais eficientes do mundo. A célula resultante do estudo demonstrou desempenho excepcional, mantendo a eficiência mesmo após armazenamento de ma estratégia capaz de tornar longo prazo. Liderada pelo professor mais eficientes e estáveis células Sung-Yeon Jang, da Escola de Energia e Engenharia Química do Ulsan Natiosolares à base de perovskita foi publicada por pesquisadores brasileiros nal Institute of Science and Technology em edição recente do Journal of Mate(Unist), a equipe de pesquisadores rials Chemistry C, informou a Agência revelou uma nova técnica de troca de Fapesp. O método foi desenvolvido ligantes, uma abordagem que permite no campus de Bauru da Universidade a síntese de pontos quânticos de peEstadual Paulista (Unesp) e envolve rovskita (PQDs) baseados em cátions o uso de uma classe de materiais orgânicos, garantindo estabilidade excepcional e suprimindo conhecida como MXenes, materiais 2D que combinam metais de defeitos internos na camada transição, carbono e/ou nitrogêfotoativa das células solares. nio, além de um grupo funcional, “Nossa tecnologia alcançou como flúor, oxigênio ou hidroxila. uma eficiência impressionante de 18,1%, [o que] representa Esses materiais apresentam altos a mais alta eficiência entre níveis de condutibilidade elétrica, as células solares de pontos estabilidade térmica e transmitância, que é a capacidade de ser atraquânticos, reconhecida pelo vessado pela luz sem absorvê-la. prestigioso Laboratório NacioMXene Ti3C2Tix foi utilizado como dopante do polimetilmetacrilato, por Segundo comunicado da agên- sua vez aplicado como camada de passivação em células de perovskita com nal de Energia Renovável arquitetura invertida, resultando em eficiência de 22% (NREL) dos Estados Unidos”, cia, o MXene Ti3C2Tix foi utilizado como dopante do material poliafirmou o professor Jang em Algumas etapas da pesquisa, como mérico polimetilmetacrilato, que por nota do Unist. a espectroscopia de fotoelétrons excisua vez foi aplicado como camada de No ano passado, três cientistas tados por raios X, foram conduzidas passivação em células solares de peque descobriram e desenvolveram os no Centro de Desenvolvimento de MaQDs como produtos avançados de rovskita com arquitetura invertida. A teriais Funcionais, um Centro de Pesnanotecnologia receberam o Prêmio camada de passivação tem a função de quisa, Inovação e Difusão da Fapesp Nobel de Química. QDs são nanocrismitigar possíveis defeitos da perovskisediado na Universidade Federal de tais semicondutores com dimensões ta na interação com o ambiente ou pela São Carlos. própria conformação interna do sólido. que variam de alguns a dezenas de O artigo “Interface passivation with nanômetros, capazes de controlar proJá a arquitetura invertida faz referência Ti3C2Tx-MXene doped PMMA film priedades fotoelétricas com base no à posição da camada de perovskita em for highly efficient and stable inverted relação às camadas de outros materiais tamanho de suas partículas. Os PQDs, perovskite solar cells” pode ser lido por que compõem a célula solar. em particular, têm atraído atenção assinantes ou comprado em: https:// O uso do Ti3C2Tix aumentou a efisignificativa devido às suas excelentes pubs.rsc.org/en/content/articlelanding/ propriedades fotoelétricas. Além disciência das células, de 19% para 22%, 2024/TC/D3TC03810F#fn1. so, seu processo de fabricação envolve e também sua estabilidade: os disposimplesmente pulverização ou aplicasitivos atingiram o dobro de tempo de ção em solvente, eliminando a necestrabalho sem queda de performance, quando comparados a dispositivos sem sidade de crescimento em substratos. Rumo às células solares a presença da camada de passivação ― Essa abordagem simplificada permite de pontos quânticos resultados surpreendentes, pois a exuma produção de alta qualidade em mais eficientes pectativa inicial era apenas de remediar vários ambientes de fabricação. a queda de performance causada pela ma pesquisa inovadora na Coreia No entanto, seu uso prático como do Sul deve impulsionar o desenadição da camada isolante de passivacélulas solares necessita de uma tecnoção, segundo o pesquisador João Pedro volvimento das células solares de pontos logia que reduza a distância entre os Divulgação

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Pesquisa & inovação

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Unist/divulgação

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Desempenho fotovoltaico e características superficiais de camadas de PQD por diferentes métodos de troca de ligantes QDs por meio da troca de ligantes, um processo que liga uma molécula grande, como um receptor de ligante, à superfície de um QD. Os PQDs orgânicos enfrentam grandes desafios, incluindo defeitos em seus cristais e superfícies durante o processo de substituição. Como resultado, PQDs inorgânicos com eficiência limitada, de até 16%, têm sido predominantemente utilizados como materiais para células solares. No estudo do Unist, a equipe empregou uma estratégia de troca de ligantes baseada em iodeto de alquilamônio, substituindo efetivamente os ligantes por PQDs orgânicos, com excelente utilização solar. Este avanço permite a criação de uma camada fotoativa de QDs para células solares com alta eficiência de substituição e defeitos controlados. Consequentemente, a eficiência dos PQDs orgânicos, até então limitada a 13% pela tecnologia existente de substituição de ligantes, foi significativamente melhorada para 18,1%. Além disso, as células solares demonstram grande estabilidade, mantendo seu desempenho mesmo após armazenamento por mais de dois anos. As descobertas do estudo foram publicadas online na “Nature Energy” sob o título “Alkyl ammonium iodidebased ligand exchange strategy for high-efficiency organic-cation perovskite quantum dot solar cells” (https:// www.nature.com/articles/s41560-02401450-9).

Mais duráveis, seguras e com maior densidade de energia: são as baterias de água

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ma equipe liderada pela Universidade RMIT, da Austrália, inventou “baterias de água” recicláveis que não pegam fogo nem explodem. “São baterias aquosas de íons metálicos, mas podemos chamá-las de baterias de água”, disse o professor Tianyi Ma, líder da pesquisa, em comunicado da RMIT. Utilizando água para substituir eletrólitos orgânicos, as baterias, além de não iniciarem incêndios nem explodirem, podem ser desmontadas com segurança e os materiais reutilizados ou reciclados, evitando os problemas de eliminação em fim de vida de outras tecnologias. A simplicidade dos processos de fabricação das baterias de água ajuda a viabilizar a produção em massa, disse o professor. “Usamos materiais abundantes na natureza, baratos e menos tóxicos do que os utilizados em outros tipos de baterias, o que ajuda a reduzir os custos de fabricação e os riscos à saúde humana e ao meio ambiente.” A equipe construiu uma série de baterias experimentais em pequena escala para numerosos estudos, incluindo de durabilidade. No mais recente, publicado na “Advanced Materials” (https://onlinelibrary.wiley.com/ doi/10.1002/adma.202400237), eles

resolveram o problema do crescimento de dendritos disruptivos ― formações metálicas pontiagudas que podem causar curtos-circuitos e outras falhas graves. Eles revestiram as partes afetadas com bismuto e seu óxido (também conhecido como ferrugem), criando uma camada que impede a formação de dendritos. A bateria de água também apresenta vantagens em termos de densidade, que é a relação unidade de energia/peso. “Recentemente, fabricamos uma bateria de água de íon de magnésio com densidade de 75 watts-hora por quilograma, o que é até 30% da densidade de energia das baterias de carro Tesla mais recentes”, diz o pesquisador, informando ainda que o próximo passo é aumentar ainda mais essa densidade, desenvolvendo novos nanomateriais para o eletrodo. Para o pesquisador, as baterias de água de íons de magnésio têm potencial para substituir as de chumbo-ácido dentro de um a três anos, e as de íons de lítio daqui a 5 a 10 anos. “O magnésio é mais leve do que metais alternativos, incluindo zinco e níquel, tem maior densidade potencial de energia e permitirá baterias com tempos de carregamento mais rápidos e melhor capacidade para suportar dispositivos e aplicações que consomem muita energia.” Segundo Tianyi Ma, suas baterias são adequadas para aplicações de grande escala, ideais para armazenamento na rede e integração de energia renovável, especialmente em termos de segurança. “À medida que a nossa tecnologia avance, aplicações de menor escala, como em residências e dispositivos de entretenimento, poderão tornar-se realidade.”


29–30

2024

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Agenda

No Brasil Eventos Absolar – Próximos encontros da Absolar - Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica em 2024: H2V Absolar, em 18 de abril em São Paulo; e Mercado Livre Absolar, em 9 de maio em São Paulo. Acesse https://www.absolar. org.br/eventos . Intersolar Summit NE – O Intersolar Summit Brasil Nordeste será realizado no Centro de Eventos do Ceará, em Fortaleza, em 10 e 11 de abril. Constituído de congresso e feira, o evento enfocará energia solar, armazenamento de energia, H2V e outros assuntos. Realização: Solar Promotion, FMMI e Aranda Eventos. Informações: https://www.intersolar-summit-brasil. com/nordeste. Fórum Estadual de Energia Solar – Em 8 de maio acontece o 4º Fórum Estadual de Energia Solar na Universidade de Caxias do Sul (UCS), com programação de 12 horas de palestras, debates e exposição. Realização do APL Metalmecânico e Automotivo da Serra Gaúcha, Sebrae, Sicredi e UCS. Acesse www.forumdeenergiasolar.com.br. CBENS – A próxima edição do CBENS Congresso Brasileiro de Energia Solar, evento bienal da ABENS - Associação Brasileira de Energia Solar, será realizada de 27 a 31 de maio em Natal, RN, com organização do Instituto Senai de Inovação em Energias Renováveis (ISI-ER). Informações em www.abens.org.br/evento.php?evento=3. Rio Energy SumMIT – O Energy SumMIT, realizado em parceria com o Massachusetts Institute of Technology (MIT), acontecerá no Brasil pela primeira vez de 15 a 17 de junho, no Porto Maravilha, Rio de Janeiro. O evento terá como palestrantes renomados professores do MIT e pretende reunir mais de 10 mil pessoas. O foco das discussões são transição energética e sustentabilidade no mundo. Mais informações: https://rd.mittechreview.com. br/energySumMIT_webinar. Enase – O Enase – Encontro Nacional de Agentes do Setor Elétrico acontecerá nos

FotoVolt - Março - 2024

dias 19 e 20 de junho no Hotel Windsor Oceânico, no Rio de Janeiro, RJ. Mais informações em www.enase.com.br. The smarter E – O The smarter E South America acontece de 27 a 29 de agosto de 2024 no Expo Center Norte, em São Paulo, congregando os eventos: Intersolar South America - A maior feira & congresso para o setor solar da América do Sul; ees South America - Feira de baterias e sistemas de armazenamento de energia; Eletrotec+EM-Power South America - Feira de infraestrutura elétrica e gestão de energia; e Power to Drive South America - Feira de produtos e serviços para eletromobilidade. Organização de Solar Promotion International GmbH, Freiburg Management and Marketing International e Aranda Eventos & Congressos. Informações: www.thesmartere.com.br. Intersolar Summit Sul – Em 29 e 30 de outubro acontece no Centro de Eventos FIERGS, em Porto Alegre, RS, a segunda edição do Intersolar Summit Brasil Sul, em formato congresso & feira, abordando entre outros temas solar FV com armazenamento, agrivoltaicos, FV off grid, etc. Realização: Solar Promotion, FMMI e Aranda Eventos. Informações: https:// www.intersolar-summit-brasil.com/sul.

Cursos Senai-SP – O curso de aperfeiçoamento profissional Energia Solar Fotovoltaica Tecnologias e Aplicações, do Senai SP, tem carga horária de 24 horas, com uma turma programada para Osasco, em 11/6 e 20/6. Inscrições em www.sp.senai.br/curso/ energia-solar-fotovoltaica-tecnologias-eaplicacoes/89542. Gratuitos - tecnologias, instalação – A Elgin, fabricante e distribuidora de equipamentos fotovoltaicos, oferece uma série de treinamentos gratuitos online sobre energia solar, com temas como aplicação técnica e comercial para sistemas FV, tecnologias e boas práticas de instalação. Visite https://loja.elgin.com.br/energiasolar/cursos-e-treinamentos-de-energiasolar .

Cursos de solar – O Canal Solar vai oferecer o curso Projeto avançado de usinas solares até 3 MW, em formato online e ao vivo, nos dias 29 e 30 de abril e de 1 a 4 de maio. Mais informações disponíveis em https://cursos.canalsolar.com.br/ agenda-de-cursos-canal-solar/.

No exterior SNEC 2024 – A 17ª Conferência e Exposição Internacional de Geração de Energia Fotovoltaica e Energia Inteligente será realizada em Xangai, China, de 13 a 15 de junho, com organização da Asian Photovoltaic Industry Association e outras entidades chinesas e internacionais. Em 2023, a feira teve mais de 270 mil m2 de exposição com 3100 expositores de 95 países. Acesse: https:// pv.snec.org.cn/. The smarter E/Intersolar Europe – Principal evento mundial do setor de energia solar, composto por feira e congresso, a Intersolar Europe 2024 vai acontecer de 18 a 21 de junho no centro de exposições Messe München, em Munique, na Alemanha, sob a plataforma de soluções de energia The smarter E Europe. Mais informações podem ser obtidas em www.thesmartere.de. RE+ – A exposição e conferência de energias limpas RE+ acontece de 9 a 12 de setembro em Anaheim, Califórnia, EUA. O evento reúne os predecessores Solar Power International, Energy Storage Intern., e Smart Energy Week. Esperam-se mais de 40 000 profissionais e 1350 expositores. Realização da Smart Electric Power Alliance (SEPA) e Solar Energy Industries Association (SEIA). Website: www.re-plus.com. EU PVSEC 2024 – A 41ª Conferência e Exposição Europeia de Energia Solar Fotovoltaica vai ser realizada de 23 a 27 de setembro em Viena, no Austria Center, organizada pela WIP Renewable Energies. A EU PVSEC é um das principais eventos internacionais sobre investigação, tecnologias e aplicações fotovoltaicas. O programa científico da conferência é coordenado pelo European Commission Joint Research Centre. Informações: www.eupvsec.org.



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Produtos

Bombeamento solar A Soprano disponibiliza, por meio da Unidade Fotovoltaico, três modelos de driver para bombeamento solar. As soluções, voltadas principalmente para o agronegócio, a fim de atender às necessidades de bombeamento de água em locais onde a eletricidade convencional é inacessível ou cara, visa reduzir custos operacionais. Entre as características do produto estão a compatibilidade com todos os tipos de módulos fotovoltaicos e bombas AC trifásicas, incluindo qualquer tipo de motor. Opera em ambientes com temperatura de até 60°C, contando com soft start incluído e proteções integradas (OV, OL, UV, Baixa Irradiação). Possui garantia de 18 meses e pode ser configurado para operar 24 horas também com rede AC. O driver 2,2 kW 220 V tem saída máxima de corrente de 9 A e até 3 HP. Já o modelo 4 kW 380 V, que também conta com saída máxima de corrente de 9 A, tem até 5 HP. Por fim, o driver 7,5 kW 380 V possui saída máxima de corrente de 17A e até 10 HP. www.soprano.com.br

BIPV Os módulos Galaxy são produtos BIPV, fornecidos pela Goodwe, projetados para aplicações industriais e comerciais, bem como parques fabris, centros logísticos, armazéns, estufas agrícolas, estações rodoviárias, estações de trem de alta velocidade, etc. Segundo a empresa, o equipamento possui design ultraleve de 5,6 kg/m2 e superfície sem moldura, sendo indicado para coberturas de baixa impermeabilização e suportabilidade de carga. Conta com vidro ultrafino de 1,6 mm, que tem o objetivo de melhorar a capacidade do módulo de resistir a fortes im-

FotoVolt - Março - 2024

pactos de granizo e ventos fortes. Além disso, os vários métodos de instalação e o design integrado também permitem uma instalação rápida e simplificada, resultando em economia significativa de custos devido à redução do tempo de trabalho, aponta a fabricante. Possui dimensões de 2116 x 775 x 3,5 mm e eficiência de 20,4%. www.goodwe.com

Carregadores para VEs A Intelbras fornece uma linha de carregadores para veículos elétricos composta por seis modelos, voltados tanto a consumidores finais como corporativos. O CVE Mini é um carregador portátil, tem conector tipo 2 e faz recargas de até 3 kW. Já o Home é um modelo para residências ou vagas exclusivas, que conta com acionamento via cartão de acesso, conector tipo 2 e potência de 7,4 kW. O CVE City traz um aplicativo de gestão com funcionalidades para uso em condomínios. Através de um cartão de acesso numerado, os usuários conseguem liberar o carregamento enquanto o app fornece tarifação individual, status de recarga e localização de estações. Conta com modelos com 7,4 kW e 11 kW de potência, conector tipo 2 e cabo de 4 metros, além de proteção IP65. Por fim, CVE Business possui display em vidro temperado, e é indicado para estacionamentos privados, empresariais e frotas. Através do aplicativo, é possível fazer a gestão de usuários e carregamentos. Possui conector tipo 2, cabo de 4 metros e pode ser instalado na parede ou com pedestal. Disponível nas versões 7,4 kW e 22 kW. Segundo a empresa, através do aplicativo Intelbras CVE os usuários podem verificar informações, como recargas realizadas ou localização das estações e tarifação, por exemplo. As estações de recarga também são integráveis com o software para gestão Intelbras CVE-Pro que pos-

sibilita fazer a tarifação, rateio de despesas, criação de grupos de usuários e limitação de potência por estação de carregamento, através da plataforma de gestão da estação de recarga. www.intelbras.com/pt-br/ estacao-recarga-veiculos-eletricos

Cabo fotovoltaico O Grupo Prysmian fabrica o cabo Prysolar para instalações fotovoltaicas. Segundo a empresa, o principal diferencial da solução é a maior capacidade para enfrentar condições climáticas adversas que costumam ameaçar a operação ou até mesmo a viabilidade de parques solares, como o forte calor e as possíveis inundações. Conta com maior resistência à água, enquadrando-se na chamada condição AD8. Para lançar este cabo, a empresa desenvolveu um protocolo de ensaios baseado em normas europeias, de forma a garantir uma vida útil superior a 30 anos mesmo em condições de submersão. https://br.prysmian.com/pt

Módulos solares A GCL SI fornece módulos do tipo N com eficiência de conversão de mais de 22,5%. Os equipamentos TOPCon tipo N são monocristalinos bifaciais, projetados, de acordo com a empresa, para oferecer confiabilidade e desempenho, reduzindo LID e LeTID. A GCL SI também fornece módulos solares BIPV bifaciais, que conta com garantia de produto de 12 anos e garantia de saída de energia linear de 25 a 30 anos. O equipamento alcançou classificação A no teste de não combustibilidade de componentes à prova de fogo de materiais de construção, e possui proteção contra superaquecimento e resistência à água. www.gclsi.com



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Publicações

FotoVolt - Março - 2024

Obrigatoriedade do AFCI – A Connectoway Solar lançou recentemente o e-book Portaria 515/2023: entenda por que o AFCI agora é obrigatório no Brasil, que aborda a prevenção dos riscos de arco elétrico e a conformidade aos padrões técnicos e legais, além de servir como um guia prático sobre o que é arco elétrico, quais falhas podem provocálo, riscos e, principalmente,

como se adequar às novas diretrizes legais. A publicação está atualizada em relação à Portaria 515, publicada pelo

Inmetro - Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia em novembro do ano passado, a qual estabelece o prazo de 12 meses para que os fabricantes de inversores e microinversores acima de 120 V e 20 A de corrente de entrada tenham Interruptor de Corrente de Falha de Arco (AFCI, na sigla em inglês) em seus equipamentos. O ebook, com 22 páginas, é ilustrado com fotos e diagramas, além de contar com links ativos para os interessados em aprofundar os temas abordados. Segundo a Connectway, a Portaria do Inmetro é um reforço na segurança dos sistemas fotovoltaicos nacionais e uma atualização da legislação brasileira aos padrões internacionais. O AFCI protege a instalação contra arcos elétricos, que podem ser causados por falhas simples ou complexas nos equipamentos, como falta de manutenção preventiva,

surtos de tensão causada por evento externo, sobrecarga nos circuitos e falhas nos dispositivos de segurança, ou provocados por erro humano, como conexões mal apertadas, além de defeitos nos equipamentos, fios danificados, danos mecânicos, interrupção súbita de corrente, excesso de poeira ou de umidade. O e-book está disponível gratuitamente no site da Connectoway Solar: www. connectowaysolar.com.br.

Geração de energia em comunidades remotas – A UCB, que fornece soluções de armazenamento de energia e fabrica baterias estacionárias, produziu um filme que conta a trajetória de 50 anos de fundação da empresa, destacando sua atuação na implementação de um projeto de geração de energia elétrica solar em

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Santa Helena do Inglês, comunidade de 130 habitantes, localizada a 60 km de Manaus. Segundo a empresa, a instalação de painéis fotovoltaicos e baterias transformou a vida dos moradores, impactando diretamente a economia, a saúde e o turismo na região. O documentário, intitulado “Energia que transforma vidas”, visa, por meio do Projeto Santa Helena, mostrar a realidade de várias regiões da Amazônia Legal, onde quase 1 milhão de pessoas ainda não têm acesso à energia elétrica. O trailer do filme está disponível em https://www.youtube.com/ watch?v=61KcRzP1OIE.

Índice de anunciantes Absolar.......................................... ..........................................69

Geo Design............................. .............................37 e 44

Metallight...................................... ......................................25

Solar Group ................................... ...................................33

AP Systems ............................ ............................28 e 29

GIR ............................................... ...............................................35

Mi Omega...................................... ......................................38

Solis ....................................... .......................................3ª capa

Arcelor Mittal .......................... ..........................5ª capa

Hoymiles ....................................... .......................................45

Nansen............................................ ............................................7

Sou Energy.................................... ....................................21

Boltinox ........................................ ........................................57

Inox-Par................................. .................................10 e 11

Novemp ........................................ ........................................47

Trael ............................................. .............................................55

Clamper......................................... .........................................63

Instituto HF.................................... ....................................72

NTC Somar..................................... .....................................15

Tsun........................................ ........................................2ª capa

Dlight............................................ ............................................65

Instituto Mi Omega......................... .........................16

Pextron ................................. .................................13 e 43

Umbria.......................................... ..........................................48

Embrastec ..................................... .....................................46

KRJ ............................................... ...............................................59

QN Solar........................................ ........................................27

Volts and Bolts ............................... ...............................17

FiberX .................................... ....................................4ª capa

Ludufix.......................................... ..........................................39

Renesola ....................................... .......................................23

Foxess ........................................ ........................................22

Marvitec ........................................ ........................................49

Romiotto ....................................... .......................................19

Gazquez........................................ ........................................61

Megatron....................................... .......................................34

Serrana Solar............................. .............................4 e 5


Solar FV em foco

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FotoVolt - Março - 2024

Solar 2.0: como sistemas de armazenamento trazem novo crescimento da fonte “ Sistemas solares associados a baterias amenizam

André Gellers, Rodrigo Sauaia e Ronaldo Koloszuk *

inclusive os desafios de inversão de fluxo de potência nas redes .

O

crescimento exponencial que o setor solar fotovoltaico vivenciou no Brasil desde 2012 se deparou com importantes desafios em 2023. Mesmo sendo um ano de grandes conquistas para o mercado, com mais de 10 GW de potência adicionada, o resultado foi aquém das projeções de diversas empresas e abaixo do potencial. Fatores regulatórios, dificuldade de acesso à rede elétrica e alegações arbitrárias de inversão de fluxo de potência na geração distribuída solar trouxeram grandes desafios para os empreendedores do setor. Contudo, diversas evidências continuam mostrando que, cada vez mais, a possibilidade de gerar sua própria eletricidade, barata e sustentável, é estratégica para o futuro. As condições geopolíticas trazem uma incerteza sobre as cadeias de suprimentos, inclusive de combustíveis. Os eventos climáticos estão cada vez mais intensos. A qualidade da energia elétrica tem piorado significativamente, com frequentes interrupções de fornecimento, mesmo em grandes centros urbanos. Nesse cenário, os sistemas de armazenamento de energia associados à geração fotovoltaica representam o próximo passo na descarbonização do setor elétrico. Estes sistemas, conectados à rede elétrica, atraem cada vez mais atenção devido às vantagens que proporcionam aos consumidores e usuários, mesmo no atual sistema de compensação de energia elétrica, quando o

excedente é injetado na rede, gerando créditos para abatimento futuro. Embora o preço das baterias de íons de lítio tenha caído 82% em 10 anos, segundo dados da BloombergNEF, com importante aumento de eficiência e de capacidade, seus valores ainda são considerados elevados. Porém, uma análise das vantagens dos sistemas solares com baterias demonstra que os benefícios vão muito além da economia financeira imediata. Eles abrem novas e interessantes possibilidades, sendo uma firme tendência para a consolidação das energias renováveis. A tecnologia de armazenamento de energia elétrica atua no ponto mais crítico para a inserção de fontes renováveis: a variabilidade. Atuando juntamente com sistemas de gerenciamento, as baterias oferecem maior disponibilidade, confiabilidade e flexibilidade, entregando eletricidade mesmo quando a radiação solar (na energia solar) ou o vento (na energia eólica) não estão disponíveis. Com isso, os sistemas de armazenamento garantem a disponibilidade de energia durante eventos de interrupção na rede elétrica, aumentando a segurança energética e a qualidade de vida dos usuários. Sistemas solares associados a baterias amenizam inclusive os desafios de inversão de fluxo de potência nas redes, pela sua capacidade de armazenar excedentes durante o dia, para despacho em momentos mais propícios, facilitando o cumprimento de exigências de conexão das distribuidoras.

As baterias contribuem ainda para ampliar o acesso à energia elétrica em localidades remotas ou isoladas. Neste caso, sistemas solares off-grid (ou isolados) têm beneficiado as populações carentes, dentro de programas sociais estratégicos, como o Luz Para Todos. Assim, possibilitam a descarbonização da Amazônia e do agronegócio. Nos setores comercial e industrial, o armazenamento reduz ou evita a compra de energia elétrica no horário de ponta, quando a eletricidade pode atingir preços exorbitantes. Isto porque o excedente de energia elétrica gerado nos horários de maior irradiação solar pode ser guardado e utilizado durante o horário de ponta, técnica conhecida como peak shaving. Existem muitos outros benefícios do uso de sistemas de armazenamento de energia elétrica associados à geração solar ou renovável que se consolidarão como atividades viáveis e sustentáveis. Alguns exemplos incluem a arbitragem de preços de energia; a gestão da frota de veículos elétricos; a automação de processos fabris; a integração de inteligência artificial em atividades produtivas; entre outros. É inegável que a energia solar fotovoltaica já atingiu uma participação e um papel de destaque na matriz elétrica brasileira. Nos próximos anos, ao ser associada a sistemas de armazenamento de energia elétrica, será possível acelerar o crescimento da fonte solar e elevar sua participação na matriz a patamares cada vez mais altos. * André Gellers é Country Manager da Nansen Solar; Rodrigo Sauaia é CEO da Absolar; e Ronaldo Koloszuk é Presidente do Conselho de Administração da Absolar - Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica.




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