Programação 28° Ciclo de Avanços em Clínica Psiquiátrica

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Porto Alegre | 23 de maio de 2015 Centro de Eventos AMRIGS

Coordenadores

Adriana Denise Dal Pizol, Lucas Spanemberg e Madeleine Scop Medeiros


8h Credenciamento 8h30-8h45 Abertura

8h45-10h15 Auditório sala 21 sala 22 sala 23

Complexidades da relação entre religião, espiritualidade e saúde mental / Coordenação: Anahy Fagundes Dias Fonseca e Bruno Paz Mosqueiro Violência Doméstica: as drogas são o grande vilão? / Coordenação: Félix Henrique Paim Kessler e Lisieux Elaine de Borba Telles Altas habilidades e superdotação na prática psiquiátrica: tesouros escondidos / Coordenação: Ana Cristina Tietzmann A mulher, a infertilidade e o tempo / Coordenação: Camila Ruschel Selbach e Sheila Vardanega

10h15-10h45 Intervalo 10h45-12h15 Auditório Maldade humana / Coordenação: Carlos Augusto Ferrari Filho e Fernando Lejderman sala 21 Borderlines na cultura hipermoderna: onde ficam os limites entre o normal e o patológico? / Coordenação: Cristina Plentz Pessi sala 22 O continuum depressão-transtornos bipolar-esquizofrenia e os fatores de risco compartilhados / Coordenação: Alexei Gil sala 23 Núcleo de saúde mental e trabalho / Coordenação: Arthur da Motta Lima Netto

12h15-14h Almoço

14h-15h30 Auditório Psicoterapias de orientação analítica: benefícios e iatrogenias / Coordenação: Idel Mondrzak sala 21 Um outro horizonte: a curiosa intervenção terapêutica do uso de bonecas em idosos com demência / Coordenação: Eduardo Hostyn Sabbi sala 22 Autoestima e depressão / Coordenação: Anneliese Formel Couto Cosner e Patrícia Picon sala 23 Esquizofrenia ultrarrefratária: o que pode ser feito além da Clozapina? / Coordenação: Nathalia Janovik da Silva e Rafael Henriques Candiago 15h30-16h Intervalo

16h-17h30 Auditório sala 22 sala 23

A história dos psicofármacos e a psicopatologia psiquiátrica: achados e especulações sobre a natureza dos transtornos mentais / Coordenação: Andrea Poyastro Pinheiro, Flávio Milman Shansis e Lucas Spanemberg Interface entre transtornos neuropsiquiátricos, processos inflamatórios, patologias clínicas e doenças cardíacas / Coordenação: Rose Mary Carvalho Pinheiro Alves Consultoria hospitalar em transplantes: abordagens farmacológicas e dinâmicas / Coordenação: Aline Kives Berger e Nicole Campagnolo

17h30 Encerramento


COMPLEXIDADES DA RELAÇÃO ENTRE RELIGIÃO, ESPIRITUALIDADE E SAÚDE MENTAL COORDENAÇÃO: Anahy Fagundes Dias Fonseca e Bruno Paz Mosqueiro COMPONENTES: Adriana Nascimento, Alexandre Fontoura dos Santos, Bernadette Serra Rego, Carla Papandreus da Silveira, Daniel Gonçalves de Oliveira, Denise Hanisch, Eneida Kompinsky, Jéssica Catarina Machado, Larissa Bittencourt Saggin Fochesato, Leandro Timm Pizutti, Leonardo Gonçalves, Letícia Oliveira Alminhana, Lorena Albandes Cunha, Lucia Zelinda Zanella, Luciana Medeiros Muller, Lucianne Jobim Valdivia, Maria Isabel Nunes Lopes, Marianna de Abreu Costa, Michelle Ponzoni dos Santos, Milena Nardini Bubols, Paulo Rogério Dalla Colletta de Aguiar, Simone da Silva Machado, Simone Teresinha Aloise Campani e Tais Boeira Biazus. RESUMO: A ciência se encontra em um diálogo entre diferentes perspectivas questionando diversos conceitos tradicionais baseados no paradigma científico materialista. Assuntos relacionados à espiritualidade e à religiosidade são constantemente abordados na prática clínica pelos pacientes. Uma rápida pesquisa realizada no Banco de Dados PUBMED revela a existência de 11.181 estudos que tratam do tema “Espiritualidade e Saúde”, utilizando os termos de busca “spirit” and “health” (2015). Estudos realizados nas últimas duas décadas têm apresentado evidências consistentes de que a espiritualidade e a religiosidade dos pacientes influenciam desfechos clínicos de depressão, transtornos de ansiedade, risco de suicídio, entre outros. Tais estudos mostram que é possível abordar esta temática com rigor acadêmico, ampliando nossa capacidade de compreensão desta categoria da experiência humana. Entre as complexidades que nos propomos a debater encontram-se: Quais as fronteiras entre os conceitos de espiritualidade e religiosidade? Como a espiritualidade influencia na saúde do paciente? Como abordar o tema na prática clínica? Como diferenciar experiências religiosas/espirituais de transtornos mentais? Convidamos os colegas a participar deste debate. 3


VIOLÊNCIA DOMÉSTICA: AS DROGAS SÃO O GRANDE VILÃO? COORDENAÇÃO: Félix Henrique Paim Kessler e Lisieux Elaine de Borba Telles COMPONENTES: Alcina Juliana Soares Barros, Andrei Garziera Valerio, Anne Orgler Sordi, Bárbara Sordi Stock, Caroline Galli Moreira, Claudine Saltiel, Gabriel Borges Schwanck, Helen Vargas Laitano, Helena Dias de Castro Bins, José Brasileiro, Lucia Helena Freitas, Maria de Fatima Abreu Rato Padin, Mariana Ribeiro de Almeida, Mateus de Borba Telles, Mayra Pachado, Renata Maria Dotta Panichi e Vivian Peres Day RESUMO: Estudos epidemiológicos mostram um aumento da violência e do uso de drogas pesadas como o crack, na última década, no Brasil. O número de homicídios, por exemplo, já ultrapassou índices epidêmicos nas grandes capitais do país. Contudo, um assunto menos abordado, até em função das estatísticas serem menos conhecidas e também por envolver alguns tabus e preconceitos, é o da Violência Doméstica. Milhares de pessoas, especialmente mulheres e crianças sofrem, muitas vezes caladas, desse mal que acomete a nossa sociedade, e é influenciado por uma forte cultura machista. Enquanto alguns especialistas concordam que drogas e álcool, muitas vezes desempenham um papel importante nas atividades violentas, o seu papel específico não é claro, sendo um paradigma complexo a ser investigado nesta área. Há evidências de que o álcool e a cocaína, juntos ou separadamente, têm propriedades que podem motivar atitudes, comportamentos e ações violentas. No entanto, há muita incerteza sobre as explicações causais. Na verdade, até o momento, apenas o que é possível inferir é a alta proporção de atos violentos quando o álcool ou as drogas estão presentes entre agressores e vítimas, ou ambos. Finalmente, outros autores sugerem que a maior parte do comportamento violento nessa população está mais intimamente relacionada aos indivíduos com transtornos de personalidade como o antissocial. Contudo, inúmeros outros dados têm sido publicados na literatura internacional sobre esse assunto. Nesse sentido, o grupo tem como objetivo dissecar este tema, priorizando uma revisão dos novos achados e possíveis estratégias para enfrentar esse problema. 4


ALTAS HABILIDADES E SUPERDOTAÇÃO NA PRÁTICA PSIQUIÁTRICA: TESOUROS ESCONDIDOS COORDENAÇÃO: Ana Cristina Tietzmann COMPONENTES: Clara de Oliveira Lapa, Clarissa Cazzulo Dirani, Gabriel Behr Gomes Jardim, Patrícia Fuhro Vilas Boas, Marina Hiltl Lima e Julia Almeida Godoy RESUMO: O que é “superdotação” (giftedness)? Como os superdotados chegam aos nossos consultórios? Estamos aptos a identificar esta condição? Que tipos de problemas podem ocorrer quando não identificamos as características de superdotação em nossos pacientes? Trata-se de uma condição complexa - muito além das medidas padronizadas de inteligência - que pode gerar confusões diagnósticas e até negligência por parte dos terapeutas. O objetivo do grupo é trazer para discussão este tema, mais comum em nossa prática clínica do que se imagina.

A MULHER, A INFERTILIDADE E O TEMPO COORDENAÇÃO: Camila Ruschel Selbach e Sheila Vardanega COMPONENTES: Claudia Franzoi Fam Carvalho, Jerônimo de Almeida Mendes Ribeiro, Raquel Forgiarini Saldanha e Rita Chapon RESUMO: Apesar dos esforços para prevenção e seu tratamento, a infertilidade tem se tornado cada vez mais comum. Além de estar relacionada ao declínio da saúde geral da população e ao aumento da prevalência de DST´s (causas), 5


a infertilidade está associada à tendência atual de postergar a maternidade, que resulta em envelhecimento ovariano e no aumento progressivo da necessidade do uso de tecnologias de reprodução assistida. A infertilidade é definida como falha em engravidar após, pelo menos, um ano de relações desprotegidas. Por sua vez, a “infertilidade social” é encontrada em um número crescente de pessoas que, em função do seu estilo de vida ou carreira, procuram a reprodução assistida para engravidar quando sua fertilidade natural diminuir. Além disso, muitas mulheres têm optado pela criopreservação de oócitos. O nosso grupo “avanços em saúde mental da mulher” propõe, neste ano, estudar e discutir os aspectos emocionais e psiquiátricos envolvidos no retardo da maternidade, na infertilidade e no uso de técnicas de reprodução assistida, de forma ampla e seu tratamento adequado.

MALDADE HUMANA COORDENAÇÃO: Carlos Augusto Ferrari Filho e Fernando Lejderman COMPONENTES: Carmen Schmitt Seibert, Eneida Kompinsky, Graziela Stein de Vargas, Lucia Helena Freitas e Tatiana Blochtein RESUMO: Fundamentado em pesquisas realizadas na Universidade de Yale, o cientista cognitivo e professor de psicologia Paul Bloom defende que nascemos com uma noção de moralidade. Em “O que nos Faz Bons ou Maus”, Bloom apresenta o resultado do estudo sobre o conceito de bem e mal por meio da psicologia do desenvolvimento, da biologia evolutiva e da antropologia cultural. Aproveitando as ideias desse autor como um roteiro para o estudo da maldade, o grupo retoma o estudo sobre a importância de aspectos como a empatia e a consideração com o outro na gênese de comportamentos nomeados como maldade. O que nos faz bons ou maus é como se resume o problema que perpassa toda a obra do pesquisador, interessado em compreender um dos pilares de nossa vida em sociedade, que passa pela construção da empatia. “A moralidade muda e pode variar por questões biológicas e ambientais, mas meu interesse está nos aspectos universais”, afirmou Bloom no Fronteiras do Pensamento, edição Porto Alegre, 2014. 6


BORDERLINES NA CULTURA HIPERMODERNA: ONDE FICAM OS LIMITES ENTRE O NORMAL E O PATOLÓGICO? COORDENAÇÃO: Cristina Plentz Pessi COMPONENTES: Adriana Denise Dal Pizol, Ademir Paulo Kirst Junior, Alexandre Kieslich da Silva, Glaydcianne Pinheiro Bezerra, Gustavo Bortoluzzi, Henrieth Angelico Hasse, Kaciara Schenatto Costa, Marcos da Silveira Cima, Maria Ângela Bulhões, Mateus Reche, Rafael Stella Wellausen e Thércio Andreatta Brasil RESUMO: Não é raro que as pessoas a nossa volta apresentem Instabilidade, impulsividade e sentimento de vazio. Em tempos hipermodernos a psicopatologia parece transvestir-se por um lado na falta de um sentido para a vida, por outro na adesão e no fanatismo apaixonado e sem limites. Neste sentido nos perguntamos como definir a psicopatologia em tempos atuais. Revisitando os conceitos de paciente limítrofe e as características do homem contemporâneo, propomos uma discussão acerca da mudança no perfil de pacientes que chegam aos nossos consultórios hoje. Até onde a cultura e a patologia se interinfluenciam, e em que pontos se interconectam? Quais as demandas desses indivíduos, e como iremos tratá-los? 7


O CONTINUUM DEPRESSÃO-TRANSTORNO BIPOLAR-ESQUIZOFRENIA E OS FATORES DE RISCO COMPARTILHADOS COORDENAÇÃO: Alexei Gil COMPONENTES: Ana Carolina Dias, André Krieger Busato e Leila Tannous RESUMO: Os critérios diagnósticos em psiquiatria são reconhecidamente limitados por serem meramente descritivos. Os termos espectro, dimensão e continuum têm sido frequentemente usados em psiquiatria, entretanto, apesar de representarem uma importante alternativa aos diagnósticos categóricos, o suporte científico a esses conceitos ainda é escasso. A depressão e o transtorno bipolar apresentam características clínicas que se sobrepõem à esquizofrenia, principalmente em relação a ocorrência de sintomas psicóticos e, nas formas mais graves e refratárias, quanto ao curso deteriorante, o que torna, muitas vezes, a realização do diagnóstico diferencial bastante difícil. Além do compartilhamento de algumas características clínicas semelhantes, a depressão, o transtorno bipolar e a esquizofrenia também compartilham alguns achados neuroanatômicos e neurobiológicos, tais como a redução de volume cerebral, principalmente nas formas mais avançadas e crônicas e o envolvimento predominante dos mesmos neurotransmissores nessas patologias. Por fim, o grupo revisará os fatores de risco comuns a esses três transtornos, considerando os fatores genéticos, epigenéticos e ambientais mais bem estabelecidos e tentará contribuir para um embasamento teórico mais sólido para os conceitos dimensão, espectro e continuum. 8


NÚCLEO DE SAÚDE MENTAL E TRABALHO COORDENAÇÃO: Arthur da Motta Lima Netto COMPONENTES: Camila Brisolla, Guilherme Starosta e Raquel Roque de Carvalho RESUMO: O grupo apresentará os principais transtornos psiquiátricos que possam ter no trabalho, a sua principal causa. A seguir será feita a discussão de um caso clinico-ocupacional-judicial.

PSICOTERAPIA DE ORIENTAÇÃO ANALÍTICA: BENEFÍCIOS E IATROGENIAS COORDENAÇÃO: Idel Mondrzak COMPONENTES: Alice Becker Lewkowicz, Edgar Chagas Diefenthaeler, Gisha Brodacz, Laís Knijnik, Lizete Pessini Pezzi, Neusa Knijnik Lucion, Sergio Lewkowicz, Suzana Deppermann Fortes e Viviane Sprinz Mondrzak RESUMO: O grupo pensa trazer para o debate, questões que procurem mostrar de que maneira a psicoterapia de orientação analítica pode auxiliar nossos pacientes. Quais seriam os mecanismos de ação e de que forma as mudanças seriam atingidas. O paciente de psicoterapia analítica sempre se beneficia? Quais os momentos em que nós psicoterapeutas somos iatrogênicos? Essas e outras questões serão ilustradas com vinhetas clínicas para serem debatidas com os colegas 9


UM OUTRO HORIZONTE: A CURIOSA INTERVENÇÃO TERAPÊUTICA DO USO DE BONECAS EM IDOSOS COM DEMÊNCIA COORDENAÇÃO: Eduardo Hostyn Sabbi COMPONENTES: Bruno Luiz Guidolin, Carolina Casanova Meneghetti, Cristine dos Santos Chemello, Flavio Merino de Freitas Xavier, Francisco José Pascoal Ribeiro Júnior, Luisa Pavlick Pereira e Simone Bracht Burmeister RESUMO: O aumento da expectativa de vida traz consigo também a realidade de uma maior incidência dos transtornos demenciais neurodegenerativos. Não raro, os quadros incluem alterações comportamentais bastante desgastantes para o paciente, familiares e cuidadores. Ao mesmo tempo em que se estuda o desenvolvimento de medicamentos capazes de combater a progressão da doença, medidas não farmacológicas podem ser de extrema valia no dia-a-dia dos envolvidos. Uma intervenção terapêutica curiosa que tem ganhado atenção cada vez maior dos profissionais especializados é o uso de bonecas para a redução da agitação, possibilidade de interação e a busca do bem-estar nestes pacientes. No entanto, o assunto enfrenta pontos controversos, muitas vezes relacionados ao desconhecimento, posicionamentos ideológicos, implicações éticas e a escassez de estudos bem delineados para suporte dos benefícios desta ferramenta. Partindo da experiência dos integrantes, o grupo amadureceu a ideia, aprofundando os estudos sobre o tema através da revisão de artigos científicos e materiais complementares. A compilação dessa pesquisa é apresentada aos demais colegas no Ciclo de Avanços de forma a compartilhar os achados, gerar a discussão e ampliar o conhecimento. 10


AUTOESTIMA E DEPRESSÃO COORDENAÇÃO: Anneliese Formel Couto Cosner e Patricia Picon RESUMO: Vários estudos têm mostrado a associação existente entre baixa autoestima e depressão. Uma das hipóteses mais aceitas é a do chamado “modelo do tamponamento” (buffering model), no qual se entende que a autoestima serviria como um amortecedor na presença de eventos estressores, podendo levar a uma maior ou menor tendência a depressão. Outros modelos também são sugeridos pela literatura, como aquele que entende que uma tendência primária a depressão pode predispor o indivíduo a eventos estressores, piorando assim sua autoestima. O grupo tem por objetivo realizar uma revisão não sistemática da relação entre autoestima e depressão, estudar e discutir as teorias já mencionadas, entre outras, visando maior compreensão do fenômeno. Um entendimento mais aprimorado do papel da autoestima nas depressões, que na literatura ora aparece como preditora, ora como consequência de quadros depressivos, nos será de grande valia para uma melhor abordagem clinica dos quadros depressivos, sabidamente tão prevalentes na população geral. Assim esperamos obter mais ferramentas para aprimoramento de diagnóstico e abordagem terapêutica de nossos pacientes.

ESQUIZOFRENIA ULTRARREFRATÁRIA: O QUE PODE SER FEITO ALÉM DA CLOZAPINA? COORDENAÇÃO: Nathalia Janovik da Silva e Rafael Henriques Candiago RESUMO: Os transtornos esquizofrênicos são um grupo de distúrbios mentais graves, sem sintomas patognomônicos, que se caracterizam por distorções do pensamento e da percepção, por inadequação e embotamento do afeto, cuja 11


prevalência varia entre 0,6 e 3%. Ela é responsável por 1,1% dos AVAI (anos de vida ajustados para incapacidade) e 2,8% dos AVI (anos de vida com incapacidade). A esquizofrenia refratária é definida como a persistência de sintomas positivos moderados a graves a despeito do tratamento realizado. No Brasil, a definição de esquizofrenia refratária pode ser encontrada no PCDT (protocolo clínico e diretrizes terapêuticas) de esquizofrenia, que considera que se não houver melhora de pelo menos 30% na escala BPRS após a utilização de pelo menos 2 antipsicóticos diferentes por 6 semanas, em doses adequadas, o paciente tem indicação de uso de Clozapina, sendo considerado refratário. Uma resposta incompleta a Clozapina é evidenciada quando há a persistência de sintomatologia psicótica após 6 meses de uso deste antipsicótico, em doses entre 300 e 900mg/ dia. Estes pacientes são denominados ultrarrefratários, cujas opções terapêuticas são escassas, sendo indicado o ECT ou terapia adjunta com outros medicamentos, embora nenhuma delas com indicação clara após avaliação por metanálises. Neste sentido, o presente estudo objetiva revisar e apresentar as evidências científicas que podem embasar a prescrição de tratamento – farmacológico e não farmacológico – para os casos de esquizofrenia ultrarrefratária.

A HISTÓRIA DOS PSICOFÁRMACOS E A PSICOPATOLOGIA PSIQUIÁTRICA: ACHADOS E ESPECULAÇÕES SOBRE A NATUREZA DOS TRANSTORNOS MENTAIS COORDENAÇÃO: Andrea Poyastro Pinheiro, Flavio Shansis e Lucas Spanemberg COMPONENTES: Camila de Araujo Reinert, Daniele Kickhofel Rozales, Gustavo Schestatsky, Júlia Frozi, Larissa Pacheco Garcia, Ledo Daruy Filho, Luis Souza Motta, Mariana Paim Santos e Maurício Weyh Ferreira RESUMO: Desde os primórdios da moderna psicofarmacologia, descobertas acidentais vêm sendo a regra em relação aos medicamentos utilizados para o 12


tratamento dos transtornos mentais. A despeito de uma série de descobertas sobre o funcionamento do cerebral e emocional, o desenvolvimento de novas medicações esbarra ainda na difícil tarefa de definir construtos psicopatológicos com uma base patofisiológica válida. Nosso grupo pretende revisar a história dos psicofármacos, fazendo um paralelo entre o desenvolvimento e uso das medicações com as teorias psicopatológicas em vários momentos das últimas décadas. Das primeiras experiências com barbitúricos e cocaína, passando pelo Prozac (primeiro blockbuster psicofarmacológico) até as modernas medicações atuais, pretendemos apresentar um quadro de nosso atual estágio de conhecimento sobre a área, discutindo nossas limitações e perspectivas.

INTERFACE ENTRE TRANSTORNOS NEUROPSIQUIÁTRICOS, PROCESSOS INFLAMATÓRIOS, PATOLOGIAS CLÍNICAS E DOENÇAS CARDÍACAS COORDENAÇÃO: Rose Mary Carvalho Pinheiro Alves COMPONENTES: Bernadette Serra Rego, Ester Rosári Raphaelli Dal Bem e Paulo Ricardo Alves RESUMO: Os transtornos neuropsiquiátricos é uma das maiores causas de incapacidade funcional no mundo, de modo que todos os esforços possíveis devem ser feitos para diminuir o impacto destas doenças. A subjetividade destes transtornos muitas vezes dificulta a compreensão da morbimortalidade associada, bem como o estudo dos mesmos. Ultimamente, neurologistas e psiquiatras têm voltado sua atenção para o processo inflamatório na fisiopatogenia das 13


doenças mentais. O papel das interleucinas e outras citocinas que participam do processo inflamatório está sendo cada vez mais estudado nestas especialidades. Já existem evidências de que as citocinas estão envolvidas em doenças diversas e variadas como diabetes melito tipo 1, artrite reumatoide, processos ateroscleróticos, bem como esclerose múltipla, doença de Parkinson. Outras doenças neuropsiquiátricas como a esquizofrenia, a depressão e a doença de Alzheimer também parecem ter em sua fisiopatogenia uma participação de um processo inflamatório (inapropriado ou excessivo) que as iniciam e as acompanham de forma crônica. A atual revisão examina a relação entre Transtornos Neuropsiquiátricos, patologias clínicas e a resposta imune inflamatória.

CONSULTORIA HOSPITALAR EM TRANSPLANTES: ABORDAGENS FARMACOLÓGICAS E DINÂMICAS COORDENAÇÃO: Aline Kives Berger e Nicole Campagnolo RESUMO: O presente trabalho tem o objetivo de fazer uma breve discussão sobre a importância do papel da consultoria psiquiátrica em transplantes. Ao interconsultor cabe não somente a função de realizar uma avaliação completa e criteriosa como também, na grande maioria das vezes, realizar intervenções tanto clinicas quanto psicodinâmicas. Além dos pacientes, os familiares também são avaliados e orientados e, conforme a demanda, feitos os devidos encaminhamentos para tratamento. Os transtornos ansiosos e depressivos são muito prevalentes em pacientes com doenças terminais. O período pré-transplante é marcado por um grande comprometimento físico. Os pacientes sentem-se muito fragilizados quando um órgão do seu corpo parou de funcionar. Reações de ajustamento com sintomas depressivos e ansiosos, distorções da imagem corporal, atrasos de desenvolvimento, disfunção sexual e síndromes psicorgânicas são muito comuns. O transplante assume características que estão intimamente ligadas ao ato: provocam emoções profundas e amplas repercussões sociais e econômicas bem como coloca em evidência todos os envolvidos, pacientes, 14


cuidadores e equipe médica. Além da avaliação clínica e cirúrgica, o paciente deve estar apto conforme a avaliação de uma equipe multidisciplinar que contempla os serviços de psiquiatria, nutrição, serviço social e enfermagem. É necessário que o paciente esteja clinicamente estável e emocionalmente bem para ser incluído em lista, pois desta forma, conseguirá aguardar pelo melhor doador, o que determina maior chance de sucesso no procedimento. O período de espera por um transplante costuma ser relativamente grande, pois depende das características do candidato, como o tipo sanguíneo e também da disponibilidade do órgão. Pensando em todos os sentimentos e nos sintomas que observamos durante o acompanhamento, decidimos aprofundar um pouco mais nossos estudos para que possamos prestar um atendimento mais eficaz e diferenciado aos pacientes

Crachás O uso do crachá é OBRIGATÓRIO em todas as atividades, inclusive na área de exposição. As recepcionistas estão orientadas a somente permitir o acesso de pessoas que estiverem usando o crachá.

Certificados Os certificados estarão disponíveis na secretaria a partir das 14h do sábado dia 23/05/2015.

Secretaria do Evento 23/05 – Sábado – 8h às 18h.


Realização:

APRS

Associação de Psiquiatria do Rio Grande do Sul – APRS

Filiada a:

Apoio:


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