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O terceiro volume da série focalizando a obra de George Gershwin, com grande brilhantismo

GERSHWIN CLÁSSICO VOLUME 3 (COM A Orquestra Nacional da ópera de Monte-Carlo, Sarah Vaughan e Hal Mooney e orquestra, álbum Philips/- Phonogram – Recentemente lançada pela Phonogram – e incluída em sua série super de luxo, com os requintes necessários – a coleção revivendo os momentos mais conhecidos da obra de um dos maiores nomes da música americana, clássica e popular, o compositor George Gershwin e dividida em três volumes sob o nome Gershwin Clássico, enquanto o terceiro da série chega agora às lojas. A iniciativa não poderia ser mais louvável: enquanto o primeiro álbum preocupou-se em apresentar, em forma integral, o seu conhecidíssimo Concerto em Fá para Piano e Orquestra, a Rhapsody in Blue e as variações para piano e orquestra sobre a canção I Got Rhythm (em revisão de William C. Schoendelf) e o segundo deteve-se em outros três momentos importantíssimos de Gershwin, suas sinfonias Um Americano em Paris, a Abertura Cabana e a obra cênica Porgy and Bess (lançada em 1935 e posteriormente levada para o cinema, já na década de 50), este terceiro volume mostra sua obra orquestral Rapsódia nº2 para Piano e Orquestra, três prelúdios e algumas de suas mais conhecidas canções, gravadas por todos os cantores americanos de alguma importância. Com o espírito de documentação, Gershwin surgiu numa época em que o jazz estava passando por profundas modificações – de pequenos conjuntos que raramente abrangiam mais de seis músicos compondo dois grupos, um rítmico e outro melódico, passando depois para uma fase de expansão para grandes orquestras e lideradas por maestros brancos (mas o negro continuou a ser o melhor instrumentista, exprimindo verdadeiramente tudo o que tinha, naturalmente, em sua alma sem receber influências externas). E, nos anos 20, quanto maiores se tornaram as orquestras, tanto mais depressa desapareceu a improvisação característica do movimento, até que passou a ser praticamente impossível, nos casos de orquestras sinfônicas envolvidas com o jazz. O movimento em si não foi muito longe, pelo contrário, o jazz sinfônico logo iniciou uma retirada quase que completa, mas serviu para divulgar mundialmente o nome de George Gershwin (mas teve uma continuação na Broadway com os seus espetáculos e também no cinema, em trilhas sonoras) sendo que ele levou os ritmos de jazz (e não, em termos de elementos populares) para as salas de concertos, produzindo obras aclamadas até hoje e deixando uma enorme contribuição à música americana como inteligente e profundo pesquisador de suas verdadeiras raízes, assim como influenciou a maioria dos músicas que surgiram depois dele. Nascido a 26 de setembro de 1898, em Nova Iorque, muito cedo Gershwin revelou enorme paixão pela música. Desde então dedicou toda sua vida a arte musical e apenas com 13 anos já havia começado a tomar lições com o maestro Charles Hambitzer que orientou o aluno para a música erudita. Mas o estudante era um apaixonado pela música popular e dizia que a música do homem comum era sua música dominante, sempre querendo expressar-se através do ritmo da rua. Sua experiência no manejo da música popular veio quando iniciou trabalho numa casa editora de peças musicais, dando ao joven Gershwin a oportunidade de interpretar muitos ritmos e canções. Em 1919, já trabalhando para a Broadway, compôs Swanee para um musical e celebrizada por Al Jolson. Mas o primeiro projeto do compositor tentando unir o popular ao erudito, o qual foi motivo de severas críticas, principalmente por suas orifens, como filho de imigrantes russos judeus que não teve muito contato com as raízes reais folclóricas


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