APP Informa - nº 02

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ESPECIAL GREVE

Nº 02 - Fevereiro 2015

O POVO NA CASA DO POVO Foto: Joka Madruga

Ocupação do prédio foi fundamental para tentar barrar a aprovação do “pacotaço”. Mas precisamos nos preparar: o governo tentará colocar a sociedade contra a nossa luta

N

os últimos meses, a educação do Paraná tem sofrido ataques brutais por parte do governo Beto Richa (PSDB). Do calote ao fechamento de turmas, a situação só piorou. O ápice foi o envio, para a Assembleia Legislativa do Paraná (Alep), de dois projetos de lei do governo que arrasam as carreiras de professores(as) e funcionários(as) de escola. A iniciativa também prejudica a todos(as) os(as) servidores(as) públicos do Paraná. Diante deste quadro, a nossa categoria decidiu deflagrar a greve geral por tempo indeterminado. Já no primeiro dia de paralisação, 9 de fevereiro, foram realizados atos por todo o Estado. Em Curitiba, um acampamento foi montado em frente à Alep e reuniu mais de 5 mil educadores(as). Além de chamar a atenção da sociedade para os absurdos cometidos pelo governo contra a carreira e o funcionamento das escolas, a categoria discutiu, em uma audiência pública realizada em plena rua, a alteração do regime

de previdência. No segundo dia, a mobilização foi ainda maior. Mais de 10 mil educadores(as) responderam ao chamado e se reuniram em frente à Alep. A terça-feira, segundo dia da greve, foi o “Dia D” da resistência. Mais de 10 mil pessoas estiveram mobilizadas em frente à Assembleia. Durante a tarde, os(as) deputados(as) votaram um requerimento transformando a sessão plenária em Comissão Geral para, então, votar o pacotaço de maldades. Após a aprovação do requerimento, milhares de servidores(as), que permaneciam do lado de fora da Assembleia, ocuparam pacificamente o prédio. A direção da APP-Sindicato avaliou a medida como um ato de desespero em frente à intransigência do governo, que não queria votar e aprovar os projetos sem discussão, de forma autoritária. Após ocuparem o plenário, os(as) educadores(as) decidiram que ficarão no local até o governo retomar as negociações e retirar os projetos da Alep.

MESMO COM MULTAS E SANÇÕES, CORAGEM Claro que a coragem da nossa categoria, e de outros(as) servidores(as) que estão no local, não foi bem recebida pelos donos do poder. Rapidamente, a pedido da presidência da Alep, a Justiça autorizou a reintegração de posse do prédio e a retirada dos(as) trabalhadores(as). Além disso, foi fixada uma multa no valor de R$ 10 mil por hora em que a categoria permanecer no local. O Departamento Jurídico da APP está estudando as medidas que devem ser tomadas contra esta decisão.


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