68/75 De início comprava os meus relógios apenas em Portugal; visitava as exposições de antiguidades, ia a feiras de rua, percorria o país de norte a sul passando pelas relojoarias mais antigas, relojoeiros e até particulares. Podia-se comprar relógios em 2ª mão muito baratos e foi assim que comecei a fazer a minha coleção. Nessa altura havia pouca gente a interessar-se por este tipo de negócio, e ao longo de muitos anos foi sendo assim. As pessoas foram-me conhecendo e, por fim, já eram elas que me contactavam a propor negócios. Com o decorrer do tempo comecei a arriscar o mercado exterior onde o tema estava muito mais dinamizado. Comecei por Espanha, depois França, Itália, Suíça, Alemanha, Áustria e conheci muita gente que tal como eu gostava de relógios e outros que faziam disto o seu modo de vida. Desenvolvi grandes amizades a esse nível e assim fui crescendo neste Mundo dos Relógios até que, por fim, quando me apercebi estava envolvido no negócio. – Hoje, para além de me ter tornado num dos maiores colecionadores da Omega a nível mundial, faço disto o meu modo de vida. Tornei-me num perito em relógios de coleção e, permitam-me que vos diga, Portugal tem um grande potencial neste negócio. – Não posso deixar de falar do meu Omega “Lawrence da Arábia”, um dos primeiros cronógrafos de pulso que a marca produziu. Trata-se de um dos 3 que estão identificados em todo o mundo. É uma peça fantástica e foi com ele que ganhei há bem pouco tempo o concurso de cronógrafos que o Museu do Relógio em Serpa promoveu. – Quando olhamos para um relógio pela primeira vez, e sentimos aquele click, já se sabe que temos que o comprar. Contra isto nada há fazer… ou se é colecionador ou não se é. Se comprarmos em determinados mercados específicos, se procurarmos casas da especialidade, com tradição, se procurarmos gente que está no negócio, mas que gosta e está com dedicação e seriedade, as hipóteses de concluir um bom negócio é bem maior.