INFOSEIXO BO LE T I M P AR O Q U I AL D E S E I X O AM AR E LO Diretor: Pe. António Martins - Semestral - Dezembro de 2017 - 2ª série - nº 1
Editorial: A festa dos "zombies" adoradores de cones iluminados Vivemos tempos estranhos. Passamos por uma época vazia de valores, vazia de sentido profundo, vazia de identidade e de raiz. Privatizou-se tudo. Valoriza-se apenas o que aparece e é visível aos olhos ou palpável de forma agradável aos sentidos. Muito estranha se tornou a celebração do natal! Sabemos que celebrar o natal é celebrar a festa da vida que se opõem de forma tão objetiva à cultura da morte que parece universalmente aceite e indiscutível. Enorme paradoxo este. Celebrar a festa da vida numa cultura de morte. Celebrar o nascimento de Jesus; caminho, verdade e vida há-de trazer à nossa existência a luz para fugirmos à banalização da vida humana e à discussão fútil e tantas vezes tão mal fundamentada a respeito do seu inicio e fim. Infelizmente transformámos o natal numa festa de “zombies” que deambulam de centro comercial em centro comercial, iluminados por muitas luzes exteriores que tentam disfarçar a falta de luz interior. Transformámos o natal numa festa de cones iluminados, num carnaval fora de tempo cheio de figuras de cores garridas que nos querem levar a consumir e nos fazem desviar do encontro com a simplicidade de um Deus Menino que na máxima simplicidade e pobreza quer fazer presépio no nosso coração. Quem vive vazio por dentro acaba por esvaziar tudo o resto. Acontece isso com o Natal que progressivamente se vai esvaziando até culturalmente do seu sentido original. O Natal deveria propiciar um renascimento do amor e do sentido profundo da vida no coração de todos. A “mornidão” espiritual em que vivemos no Natal deveria ser abalada pela fagulha e luz que nos vem da contemplação do presépio e deste amor eterno e divino que ganha corpo em Jesus. O melhor presente é estar presente. Que consigamos acordar para a celebração da festa da vida e da certeza de que Deus quer estar presente. Nunca estamos sozinhos. Então bom Natal. Façamos o presépio e esqueçamos o cone iluminado. Deixemos de ser “zombies” e não corramos da sua própria festa de aniversário o aniversariante. Bom Natal com VERDADE. Paz, pão e saúde! Pe. António Martins _______________________________________________________________________________ INFOSEIXO - DEZEMBRO 2017
1