Estrelas cadentes

Page 1

Meu voar é lento lento como o teclar na vertigem do encontro do Alguém do alguma coisa virtual pois na terra meus pés não conseguem estabilizar Espero ser pólen espero ver meus poemas publicar ou sejam minhas viagens como Ulisses Onirismos pensamentos ainda neste barco inventado no reino de Eros e nem pedra sou do seu império nem Vénus me abriu caminho Uma Afrodite me amou e num esquecimento me largou sentada num salão de luxo ostentando sua novas condições sociais E neste barco a remos me deixaram para depois de dias a navegar fugi voei entrei nesta gaiola dourada onde poisei (Carlos SEMEDO-2013-SINTRA)


Comprei um charro de milho Pedi ao meu amigo quimbanda Um copo marufo E sentado junto a uma tonelada de milho vigem Saído das terras do Huambo Olhei horizontes de contratados Descarregando as maçarocas para o silo Nenhuma lenga lengalenga no ar Só ruido dos corpos humanos suando catinga Eu apontava as toneladas para serem pagas Aos Fazendeiros comprando o braço de obra Com poucos angolares Gastos depois nas cantinas Onde se embebedavam talvez para esquecer O estado da almas as mulheres abusadas e os filhos sem escola as sanzalas sem luz nem água corrente. Mas ao longe as ralas cantavam sinal De novos passos mais armas….e eles não sabiam ainda Porquê (CARLOS SEMEDO-2013-SINTRA)


Poema de esperança poema de oração Poema de Amor Poema onde um ventre vê sair de si O momento da copla A foto feto no útero as primeiras fraldas O primeiro mamar na sua mama gorda De leite de amor de Paz de tranquilidade Agora tudo se muda naquele adeus O bebé cresceu fizeram-no militar Vai a África cumprir ordens dos milionários Deixar de ser seu menino deixar seu calor Deixar a sua inocência numa guerra Sem explicação Mãe chora mãe dói mãe desespera Sua obra-prima poderá Nunca mais voltar (CARLOS SEMEDO-13/08/2013)


Despertei Com teu sorriso de madrugada Senti o calor Das tuas palavras O fogo das pestanas Ou o erótico De duas mamas orgulhosas De sua pujança Verdade de um corpo Ainda jovem Mesmo numa idade onde já não há futuro mas vivo amando até ao orgasmo final. Depois abertas as pálpebras descobri serem apenas páginas vazias de imagens prometidas Apenas palavras escondidas em corações sem eco no papel nem uma solitária Vénus surgiu impressa... (Carlos Semedo- 27-07-2013)


LAURA

Trago-te Nos braços do vento Norte Não como neve Mas como calor

Desse teu corpo Cadente em terra fria Gélida de desamor Descrente em ti Tão forte

Indelével

E ao chegarmos deitarte-ei Na praia de Varela Ao sabor dos quentes

ventos Tropicais Ai talvez ressuscites Ergues-te Novamente Vénus do

Geba


VIRGEM DO GEBA Oiço tua escrita teclando Uma vida num ar diferente Dos coqueiros e caju fresco Oiço a balançar das ancas no pilão, no batuque Teus peitos meigos saltam E braços bailam com as folhas das palmeiras E hoje balanças ao cu duro Tens um amante procurando O que África te pôs No corpo E levou-te Deixaste ali a virgindade do colégio Teu corpo ainda baila Mas trancado a esse mulato Como hera na parede.


VERÃO SEM SOL 1 Neste Sol Que Não nasce para todos Nem desce Às praias Aos campos Nesta saudade Que não existe Perdeu-se o Verão

Penso no vegetar Nas gaiolas onde Pulamos Das procuras Que não achamos

Dos ricos Em bons iates Caraíbas Paquetes luxuosos Que não empobrecem Dos pobres que não comem Não gozam férias Para subsistir Das crianças violadas Dos políticos


VERÃO SEM SOL 2 Dos governados em bicha Como rebanhos De mansos carneiros Com muita lã para explorar Penso Nas Mulheres Que se esquecem De si De todo O erotismo das praias E contido Em corpos cobertos Bikinis ou topless Dos xailes Dos que são idosos Encurralados em lares Escondidos em quartos Solitários Ou bailinhos de caridade Nem ao Sol podem passear Penso agora Em mim Nos dedos Que não aquecem

Em procura de ti


NASCI E MORRI 1 ACORDEI E UM POEMA URGIU NOS MEUS DEDOS CAUSADOS POR SONHOS ONDE ME RECORDEI DE MEMÓRIAS RECENTES COM IMAGENS REAIS DESTA MENTE ACORDADA FUI VER SE HAVIA PROMESSAS CUMPRIDAS DE CORPOS DESPIDOS MULHERES FEITICEIRAS E COMO UM RELAMPAGO A DESAPARECIDA SURGIU. PUBLIQUEI. INDISTINTAMNETE ESCOLHI PARTILHAS E DE UMA DELAS SURGIU UMA FRASE DE ALERTA "AO LER SENTI-ME MOLHADINHA!" OU SEJA UM ORGASMO QUE PALAVRAS !


MOVIMENTARAM AS MONTANHAS DE CARÊNCIA. HOJE AO FIM DA TARDE ESSA MULHER ME ROGOU "APAGUE AOS POEMAS QUE POSTOU FIQUEI CHEIA DE PROBLEMAS. SENTI VERGONHA EM NÃO VER QUEM ME AMOU FIQUEI COM VERGONHA POR QUEM ME DILATOU TALVEZ TALVEZ MAIS UMA ALMA AMORDAÇADA EM COMPROMISSOS LEGAIS ESCONDIDA NUM SORRISO CORTADO SEM APELO Á DIGNIDADE PIOIS ERA E APENAS É UM SIMPLES POEMA! (CARLOS SEMEDO-O1-08-2013


Fotos da cronologia Meus dedos procuram pele aveludado sabor a capim olhos de jacaré pernas de gazela Procuro luar no teu sorriso o por de sol vermelho alaranjado do topo da baía das Gatas ou das lagostas da Ilha na Luanda no Mindelo em Varela Sinto o marfim dos teus dentes o negro da tua pele tão macia Anha...mas apenas me sinto sentado numa cadeira vendo teu sorriso na foto do Face e lendo uma poesia tão doce afro-brasileira. Não há orgasmo nada senão nostalgia


Pediste um poema 1 Para trovar Em tom sofrido SaĂ­do do nosso teclado Notas menores Em sons gemidos Orgasmos nĂŁo sofridos Mas

Mesmo interiormente desejados Sons trinados Gargantas ardentes Por poemas vivos

De gantas mortas


PEDISTE-ME UM POEMA 2 Mas de corpos unidos Num gesto só Disfarçamos Diferenças Do se ou não ser Em canto alentejano Arrastado Em notas quentes Lábios ardentes Sumo do laranjal Borregos ensopados Queijos frescos de ovelha Em pratos E vinho em canecos De barro MAS SENTIMOS TUDO É APENAS VIRTUAL


SOU UM POETA BIOLÓGICO

Escrevo o que sinto A lava Saltar de meus olhos passando pelos miolos Matando costumes De escolher Temas Para clientes Não me vendo Sou biológico Natural talvez besta Talvez malcriado Talvez brutal Ma poeta "capado” não Apenas Dois dedos sobre um teclado Vomitando meu interior Não me vendo Não me vendem Nem me publicam Escrevo com o coração Alma turbulenta Agitada Sentimentos Submersos em erupção Estes poemas biológicos são


NAVEGAR

OLHA O SOL DA PRAIA... OS COQUERIROS DO TEU JARDIM OS ADEUSES DAS PALMEIRAS... PARA MIM E ESSA AREIA ONDE DSCANSA UM CORPO LINDO DE MULHER E NESTE ESPERAR ASSIM DE TU NEM ÓCULOS NE SORRISOS BREJEIROS ME CHEGARAM AO PORD ESOL DOMINGUEIRO ALARANJADO QUEDEI MEUS VERSOS PARA ESCREVER VISÕES

ONDE JÁ NÃO FAÇO CASTELOS NEM BRINCO COM MEUS IRMÃOS NEM ME TRANSO EM TI...

OU SIM... TÃO LOUCO COMO PÁSSARO LOUCO SEM RAMOS ONDE

CANTAR. AQUI




ODOR DO TEU CORPO Os sentidos foram-nos dados para utilizar olhos para ver lindos corpos de mulheres, desnudados virgens ou usados em minhas loucas viagens em sonhos enlatados por mim O nariz cheira o teu odor de banho em espuma de alecrim ou alfazemas das deusas do amor A língua, rígida de medo, Ou sibilina nas palavras ou serpente alada no teu corpo, morena do outro lado do sonho no paraíso virtual e as mãos, as mãos que cantam matam, Guerreiam arranham e amam percorrem a estrada de um ventre num caminho amaciado dos seios ainda jovens como papoilas frescas O indicador não serve só para apontar é o génio alente do clitóris numa madrugada sem lençóis. Afinal um orgasmo virtual é um início de amor amado com todos os sentidos


Afrodite minha Mulher virtual o amargo é o depois quando recolhemos aos lençóis sem marcas do milagre da vida Afinal também há calor virtual afinal afinal sempre podemos voar de pontos muito distantes e viver um momento final Ninfa agradeço a confiança de tuas palavras o doce dos teus gestos Fui e vim em asas de meu anjo e voltei confiante de ti


MORTE LENTA Rebuçados na boca seca E ávida Não me adoçam E meu hálito é de amargura Nem o mar solto Me Conduz deste estado Não acreditando em amanhã Verificando os sins que nada São Tudo nos oferecem Mas pouco nos dão Apetece.me desistir Da velhice abraçar Entrando num asilo Comendo a horas, vendo televisão, Correndo para a morte Num mar chão Onde não sei nadar. E nada deixo aos que me amaram Nem fotos, nem livros Só poemas dispersos não publicados Esta é a sombra é verdade Só me resta vestir Uma farda de prisioneiro E nunca mais cantar.


Levantei-me hoje de manhã Acordando não encontrando estar vivo Mas inteiramente de corpo espirito Como posso suportar difamações ao virtual? Como suporto a ignorância do mundo virtual de comunicação? Senhoras fogem dos que falam na webcam Como o do diabo e submetem-se isolamentos onde a solidão grita todo o dia? Podemos viajar, podemos conversar, podemos viver e até podemos amar Louvo quem criou a net, a imagem, pois na minha prisão involuntária é aqui meu passeio alegre emotivo poético cara a cara e não consigo saltar desta cadeira nem sétimo andar Abro a janela para a Serra de Sintra vejo o sol, o luar, o castelo do outro lado o mar o oceano que apenas posso cheirar Tenho poemas quentes dentro de mim, como os vou comunicar? Lá fora andam os coveiros os meus carcereiros Não quero vegetar nunca Sou corpo morto mas alma acordada nascida para cantar


INCERTEZA Nada nos pertence! Somos apenas fantasmas Figuras flutuantes Vamos e vimos Como marés Madrugadas e por de sol Mas menos reais Mais fantasia Onde descansam as mentes reais Saídas das net com votos de esperança Não há certezas de nada! Hoje apanhei um pequeno raio de sol Um canto dum pássaro Fora duma gaiola mas sempre rouxinol Sinto-me isolado Como a ilha do Bugio Mas ela é um ecossistema E eu apenas um animal para caçar Já não me sinto madrugada Nem racional Mas um cisne

A valsa da Morte Dançar


ALIENAÇÃO Ainda hoje não escrevi e a noite j á chegou com uma serena brisa da serra e a maresia do oceano. Os pássaros recolheram, os cidad ãos no sofá esticado Amam as novelas na televis ão Os maus e os bons, amores desesperados Ou ladrões assassinados por outros ladrões Dinheiro guerra pelo dinheiro Amor e sexo se baralham Assim se constroem sonhos e medos papões Ou deuses divinos astros charlat ões Ou meninas trancando ainda de babete Num grito de liberdade que nem sabe apalpar Não há nada que as ensine respeito por si Que o dinheiro não é marido Pois no meio de tanto amor Aparece um menino musculoso e rico por encontrar. Quero a realidade dos bairros da lata e da fome, a verdade Que se sofre mês, dia a dia, noite a noite, Na fábrica No escritório, Na enfermaria, Nas aulas dadas a chorar. Morreu o conceito de Justi ça apoia-se publicamente a corrup ção Não sou não preconceituoso nem popular Apenas me resta o desejado VERDADE no meu já fraco coração


CARCAVELOS

Brisa leve Poeira Dançando Na areia pisada

Areias Mar Mar descansando Céu azul Sol quente muito areia pisada quente Ondas Na Mar Bikinis descansando Fatos de banho B r i n c a n a s Muitos corpos Esculturas ALI bonitos ABANDONADAS Homens, garrafões, sardinhas Esperando serem Vinho, pão devoradas Muito vinho Vendilhões Sorvetes Vagabundos Muitos vagabundos Crianças Castelos Medo choro Muito choro Grupos Muitos grupos Mulheres Almoços Marmitas Muitas marmitas Corpos cansados Preguiçam na areia Mar Sol rubro e poente


Hoje é um dia DA MÃE A mais que ontem Chato Cheio de Sol Que nada me dirá De bom nem bemvindo Apenas me encharca de saudade Das nossas conversas Sobre meus divórcios, Mãe, Eu odiando-as e tu não Porque eras boa Aceitavas nossos erros Fazias a minha dietas Para emagrecer Gostavas de meus beijos Carinhosos Que hoje ninguém quer receber Nem toda a minha ternura Esgotada em casamentos Fúteis

Hoje há Sol mesmo sem ti Mãe Aquele Sol da nossa África Em tempo de cacimbo Onde havia canoas a pescar Me lembro tu meu mano negro Davas de mamar No mesmo peito onde me saciavas, Mãe Saudades dos meus irmãos mortos Já contigo no Céu Comendo chabéu Ostra seca atroz feito em panela Negra do fumo da lenha Lambendo cajus frescos Hoje está Sol Mãe porque ainda existes No meu coração despedaçado Já idoso só cantando poemas Que ninguém lê E teimosamente me chamo poeta Ou seja pateta Onde procura Esconder O que não te posso Já dar bem quente Um beijo de até amanhã Adeus Mãe Vou viver Ou antes tentar Num até um dia Aí te encontrar TEU FILHO TOZÉ


QUEM ÉS QUEM SERÁS QUEM SEJAS Apareceste assim sensual sem palavras ou antes Muitas Que as perdi tentando apenas guardar imagens Dessa noite Sempre em crescendo de corpos belos e pungentes Todos registei Como fotógrafo poeta e homem sensual também Mas tu Neste sorriso de comparação pois dizias que o peito Da outra Era feio e o teu mais belo mais direito Te desafiei Abre-te também e mostra essa oferta divina Depois desliguei Mas esta cabeça já doida esqueceu teu nome Mas este sorriso Ficou mais alguma postura me deste que em poemas Transformei És uma sinfonia de Belo e teu corpo entra em mim E a ti me entreguei


ESSA FOTO É MINHA NÃO TENHO NADA A ESCONDER,POETA SOU AMANTE SEM FREIO Contigo nos braços como contas de um rosário em mão calejadas de onanismo e solidão, nem cantatas nem poemas poderão diminuir esta dor esta tristeza de meus lábios não se molharem em teus seios ou passear nesse ventre em espasmos de volúpia santificado de incertezas. Sonhei estar num barco à vela em teu Oceano Naufraguei no lençol frio Onde adormeço meus anseios... (CARLOS SEMEDO-2013-SINTRA)



Esta mensagem este poema já não encontrará teus olhos para ler Não os verei mais Mas tu aquela garota irreverente sem igual estarás em mim eternamente não muito tempo pois brevemente te irei ver. Nunca te menti e as palavras que trocámos os momentos que vivemos onde comias milho onde bebias chá ou bolinhos caseiros ficam no nosso baú secreto aquele que levaste agora contigo onde estavam meus poemas, minhas lágrimas meu coração Eras linda como ser Humano meiga, doce e refilona deste-me momentos de calor nas noites frias teus passos de dança não saem de mim agarrei-os na memória como saudade saudade de te ter perdido

Até nossas zangas nunca duraram éramos duas almas errantes companheiras nesses momentos Este é meu derradeiro poema meu anjo por tudo quanto me deste te fico grato Apenas te faltou pintar definitivamente nosso retrato... Descansa em Paz






Hoje irradiei um pedaço de mim porque afinal o que pensara ser um sinal não passou de um momento amargo

desigual procurei ocultar minhas certezas enterrar histórias de mim e sentir um calor mais real ou tão como sonho NÃO HÁ IGUAL ideal NEM POSSE não transmitido APENAS PALAVRAS por sucessivas vagas QUENTES de mentiras VERDADEIRAS OU FALSAS fugas a um direito Como viver aqui de ver quem me dizia no mundo virtual amar se fugimos do mínimo mas com objeções infantis prezar de dois olhos obsessivas num ecrã sendo o seu se olhar EU rosto com rosto mais forte que NOSSO bafo com bafo e SEM NOSSO sorriso com sorriso' Mais UMA VEZ nem um gesto num momento de ternura me dizer ADEUS!



E Se O Verão Fosse E Se O Verão Fosse Amor Paz E Que As Marés E Os Ventos Onde Nos Banhamos, Respiramos, Corremos Em Liberdade Física E Mental Em Locais Onde Haja Espaço Ondas Mansas Pinheiros Bravos Ou Morangos Silvestres Na Encosta De Uma Serra Cujo Topo Sejam Castelos Ainda Vivos Com Interiores Ajardinados Bancos E Ciprestes Verão E Vida Liberdade Verão E Vida Paz Amor Amor …


AFRICANO EM LISBOSBOA/2 Confusão Gritos Milhares de pés Berraria nos bairros (Não são tabancas não) Anúncios murais Croças vendilhões Turbulência... Polícia agressiva (não são negros nem tabancas não) Prédios altos, arranha-céus Autocarros tufantes Fábricas fumarentas poluentes Sol cinzento TUDO VEJO À PORTA DO CAFÉ ONDE VEGETO (e eu gosto da solidão das florestas virgens das minhas tabancas e arrozais)


MULHER LIRICA Sentada frente a mim ( talvez nua) Teus seios rejubilam e não os vejo Por me desejares e manteres a mácula Mas teus doces dedos d e seda calejados Já estão na floresta Desse corpo quente procurando o ponto de colagem ao orgasmo E brevemente Um espasmo de prazer Fará a tua vida renascer.


EM TRANSE Em transe me deito no colo De Morfeu e me deixo embalar em palavras Suadas de êxtase Morfologia de sentidos impressos neste caos Desesperança total De mim De ti Pois não consigo tr ansmitir -me Só exaltando estas sór didas imagens De amor e amor e de orgasmos sofridos em apenas palavras Não masturbações solitárias Em noites perdidas sem ti. Meu amor de aqui e além Ausente deste cor po envelhecido Numa saudade sem figura Nem cor Apenas Esper ma imaginário De um desespero De existir sem viver Num estado de alma perdida Va g a b u n d a O fantasma num barco S o l i t á r i o e s c o n d i d o n a bruma.


sono s贸


OS SENTIDOS FORAM DADOS Par a utilizar olhos par a ver lindos cor pos de mulher es, desnudados vir gens ou usados em minhas loucas via gens em sonhos enlatados por mim O nariz cheir a o teu odor de banho em espuma de alecrim Ou alfazemas das deusas do amor A língua, rígida de medo, Ou sibilina nas palavr as ou ser pente alada no teu cor po, mor ena do outr o lado do sonho no par aíso vir tual e as mãos, as mãos que cantam matam, guer r eiam ar r anham e amam per cor r em a estr ada de um ventr e num caminho amaciado dos seios ainda jovens como pa poilas fr escas O indicador não ser ve só par a a pontar é o génio alente do clitóris numa madr ugada sem lençóis. Afinal um or gasmo vir tual é um início de amor amado com todos os sentidos Sem r ochas Feliz como rio solto no leito

Num or gasmo de esper ma e pr azer


DEFINIÇÃO Em todo o espaço onde me passeio Vir tualmente Me sinto inseguro Pelo que não sou Penso ser E nas ne gas das vo zes solicitadas Me enxergo indesejado como Por ta-vo z de uma ver dade Ta l ve z s ó m i n h a Pouco a pouco Me sublimo nesta solidão Sem meio nem principio E já não sei quem sou Procuro uma imagem de cavaleiro amante Ou poeta galante sem musas Aqueles corpos nus que se desnudaram Num ecrã sem receio de mim fugindo Apenas delas até se reencontrarem Enquanto me deser tam de ausência Sem pré-aviso de g r eve sem g rito de aler ta Resignadamente me encolho num desper tar Agoniado de mim como idoso iner te Que já sou


QUE FAZ O POETA Que faz o poeta Todo o tempo senão gritar Estou só Não me questionem Oiçam-me Estendam as mãos longos Com ou sem anéis Nada significado Nada nos sela Somos pedaços de nuvens esfarrapadas Procurando o Sol Todas as madrugadas Ou estrelas numa autoestrada De Esperança O poeta não finge Quando como uma Mãe sente Nascer dentro de si O Amor Perola sem perola Apenas Mulher


Penso em ti esguia e bela libanesa serena serpente de olhos rasgados flor de jardim sem cacos

Amas um homem sentes ter assassinado a solidĂŁo Feliz como rio solto no leito sem rochas Ontem me disseste" apaga esse foto com o homem meu amor minha asa delta" Senti tanto medo em quem ĂŠ for te e sabe lutar Nunca temas foge desse pavor Agar r a a Felicidade ĂŠ tua e dele mais ninguĂŠm Nada mais lindo do que se assumir como num por de sol do calor!


adrugada de 25 de Abril

NOITE ERRA CERRADA

ÃO SE OUVIAM AS CHAIMITES NO SILÊNCIO A NOITE PENAS UMA VOZ DE COMANDO NA RÁDIO NÓS SABÍAMOS QUE ESSA MADRUGADA ERIA UM NASCER DE SOL IFERENTE OM ARMAS FLORIDAS OSTOS DE ÂNSIA SPERANÇA RENASCIDA 5-04-2013 IBERDADE DIGNIDADE NDEPENDÊNCIA MA MADRUGADA DE Abril SEM CHUVA EM RECEIOS NDE OS MEDOS SE SUMIRAM NO ORIZONTE UM CLARÃO DE ESPERANÇA UM ACREDITAR UM SONHAR UM MUDAR RUGIR DOS MEDOS AS PIDES AS PRISÕES ARBITRÁRIAS NDEPENDÊNCIAS JÁ DEVIDAS MORTE DO COLONIALISMO ALSO SUPORTE DE UMA ECONOMIA E PÉS DE BARRO AÍ À RUA...DEIXARA A FARDE CAMUFLADA COM SABOR A SANGUE A GUERRA COLONIAL SEM ARMAS ME JUNTEI AOS CAMARADAS CHOREI PORQUE ERA NOVAMENTE


Afrodite Minha Mulher vir tual o amargo é o depois quando recolhemos aos lençóis sem marcas do milagre da vida Afinal também há calor vir tual afinal afinal sempre podemos voar de pontos muito distantes e viver um momento final Ninfa agradeço a confiança de tuas palavras o doce dos teus gestos Fui e vim em asas de meu anjo e voltei confiante de ti


EVA

FOSTE CRIADA TAPANDO TUA FONTE DA VIDA COM A M ÃO NOMEADA COMPANHEIRA DO HOMEM NA SOLIDÃO TEUS PEITOS SÃO BELOS CORRENDO COM O ANDAR ENCHENDO LÁBIOS DE HOMENS E CRIANÇAS CONCEBIDAS DENTRO DO SEU CORPO SEIVA DA VIDA PARTO DE DOR PARTO DE ENTREGA PARTO DE MÃE E AVÓ DOCE SOFRIMENTO MENSTRUAL NASCENTE DE ORGASMOS DE AMOR SEMENTES FERTILIZADAS ÉS OU PALMEIRA OU CASTANHEIRO VIOLADA AMADA ODIADA CANTADA CHORADA MÃE AFINAL FRUTO TÃO DELICADO DIGNO DE UMA DENTADA ETERNA

DE AMOR


onde o “sonho comanda A vida” E deixo meus poemas tão pobres a estes corpos Lindos Campos de arroz nascente Gazelas deslizando como riachos sem freios e nada se inverte só a luz do poente transpiratório maduros laranjas doces como as Bolama Oiço saudosamente os sons das marimbas que em criança tocava na cubata de Nhá Maiandi Saudades os choros onde eu roubava frango assado à cafreal bem coberto de malagueta vermelha como o por de sol Saudosamente ouço a trovoada jorrando raios de luz sobre o rio assustando apenas as ralas Hoje me sento num teclado tosco branco de alma negra africana


Como posso suportar difamações ao virtual? Como suporto a ignorância do mundo virtual de comunicação? Senhoras fogem dos que falam na webcam Como o do diabo e submetem-se isolamentos onde a solidão grita todo o dia? Podemos viajar, podemos conversar, podemos viver e Até podemos amar Louvo quem criou a net, a imagem, pois na minha prisão involuntária é aqui meu passeio alegre emotivo poético cara a cara e não consigo saltar desta cadeira nem sétimo andar Abro a janela para a Serra de Sintra vejo o sol, o luar, o castelo do outro lado o mar o oceano que apenas posso cheirar Tenho poemas quentes dentro de mim, como os vou comunicar? Lá fora andam os coveiros os meus carcereiros Não quero vegetar nunca Sou corpo morto mas alma acordada nascida para cantar


Tu que estás roída de amor envolta em paz podre sob manto de saudade corpo longo piscina seca olhos no era mãos sem posição Procuras resposta mas só encontras imagens Afinal não vives és robot sem dono para te comandar com palavras que amas não conselhos mas sussurros doces mas distantes Bela adormecida precisas de um príncipe encantando que pegue em ti docemente como tua saudade e beije teus lábios frios com a doçura de um retorno ...mas não há realidade


DESAMOR EM QUATRO CENAS CENA 1 A afir mação do amor Só como sexo Ficou expr essa No silêncio dos gestos Enquanto o mar cantava Cheio de vida CENA 2 Na antecâmar a da cena Pr epar a -r acionalmente A Acão, Cena Pr onta Uma mata densa Ar ejada pela brisa marítima Salpicada de gotas de espuma Como ador no Do cenário um sol CENA 3 Os ator es vestidos de pessoas Mas sombr as de Homens fr ustr ados Sur gir am ansiosos Expectantes fugindo da fr ustr ação Com uma mentir a E na sombr a do ar vor edo pousar am Seus cor pos ofe gantes nus Numa fricção fr enética Esfomeada de sentido


CENA 4 O orgasmo soou em gargantas secas De verdade, mas com prazer. A batalha fora ganha E o pénis vitorioso saltou da vagina Húmida e num breve instante Depois de um beijo quente Surgiu o desafio do depois de ali Fora do cenário e das personagens CENA 5

Desespero do nada Num adeus sem retorno Beijos quentes desparecidos Abandonaram os papéis Onde limparam suas secreções Num chão ainda húmido De suor os despojos seriam mais tarde No carro do lixo enquanto Gatos e cães percorriam As ruas ciosas Num gesto de verdade Cena 6 E o oceano escurece Emitindo sons De vagas descontentes Lavando "pecados“ ( CARLOS SEMEDO-2013-SINTRA)


Che gaste ao Ecrã Só Como Ser eia Molhando os demais Mas tuas gotas são mágicas E me tr ansfor mar am Num príncipe alado Que desceu junto de ti Beijando -te A maldição se quebr ou E numa linda mor ena essa ima gem mulher se tor nou e num Mundo ir r eal como que caçando borboletas per cor r o flor es do mato em sanzalas ou quimbos

ou ta bancas onde se come ar r o z em ca baças com peixe seco e molho de mancar r a e ou meus dedos tocam teus olhos distantes a gor a em cima de pinheir os ver des dos Pir enéus mas nada é fantasia ne g r a uma luz ir r adia e tr az claridade sol quente semelhança ou desigualdade indefinida em sintonia com nossos ser es


PALAVRAS CRUZADAS Mentira no fundo do mar em concha partidas deixem o tubarões viajar só papam peixe miúdo a cantar com guelras vermelhas prontos para assar Pérolas ou antes perlas pois conchas mortas só as dão para enfeitar pescoços femininos passeando ao luar Ou em balões amarelos cor do por do sol ou aves de arribação procurando onde pescar Vou criar página no Facebook e chamar Sopa de letras ocas a desovar


Abaixo o snobismo 1 Dia cinza sem sol tão fosco como este homem eu e ainda sinto as palavras escritor só" poder escrever" sem erros ortográficos.. imagens não convencionais nas capas

ou seja naïf não! quem ensinou o aleixo a ler...quem olhou tão bem o não definido do van Gogh quem além da corte real odiou o Bocage por sonetos eróticos como é possível calar António Boto sinto arrepios na pele pelos conceitos ou preconceitos de quem mamou sumo da caju colheu mangas no quintal nadou no bengo apanhou lagostas à mão na baía de luanda


ABAIXO O SNOBISMO/2

ou andou na ar eia vestido de br anco louvando IEMANJÁ quem pode ser africano com saliva aristocrática cheirando a patrãozinho negar as decisões do quibanda ou do soba eu vivi lá no meio da fogueira que queima o caju para assar a castanha eu bebi o vinho do coco eu lambi a mar ufo e comi caranguejo e ostras sem pagar nada ao oceano ir mão nascemos per to do capim viemos para o puto virámos tugas.. calçamos sapatos estudámos na univer sidade... o que nos diferencia então? podemos ser diferentes em filosofia politica económica mas nunca aceito negar mos a nossa identidade é que o som do batuque comanda meus sonhos

de amor e liberdade...


Procura-se promessa Surgiu como tornado. Bicos duros entusiasmados. Dedos esguios. Ligeiros Imitando gestos porno. Prazer demonstrar vagina sexy Ocultando olhos ainda mais. Orgasmo apenas molhado Mas Toda sua personagem Escondida. Tu despida Peito generoso Deixaste meu corpo Saciado Mais sedento ainda De ti t達o bunda T達o flor no cabelo Deixaste a promessa De aquecer este corpo De imagens de ternura Sexo Alado como candeia Em dia escura por ti iluminado.


ESSE PEITO ESSE SORRISO ONDE ME ENCANTO APENAS SABOREANDO O IRRADEAR DESSSE ALTAR UMA PROMESSA SINT0-ME BARQUEIRO NUM MAR TRANAQUILO NEAVEFGANDO NOS TEUS SEIOS COM ONDAS DE TERNURA DESESJO IMENSAMENTE BEIJÁ-LOS SENTI-LOS NESTES DEDOS ENRUGADOS, MAS NO TEU COPO PERDIDOS NA PESQUISA DUM PORTO DE ABRIGO


PÕR DO SOL O Sol nasce em todas as madrugadas dos dias Distribuindo vida onde toca sombreando peles humanas Brilhando em olhos sem óculos em rostos sem pinturas Em almas sem poesia em poesias sem poetas A noite vem rouba-lo de nós levando os vivos À procura de poiso para pernoitar num até amanhã Com retorno mas há sempre

alguém que numa praia Deserta se desnuda numa saudação ao sair da Estrela Numa oração de cabelos ao vento de peitos satisfeitas Pela salinidade do seu corpo sem idade mas não sereia E duas estrelas cadentes num orgasmo de paz se despedem E serenamente as constelações brilham saudando A Lua ilumina agora de corpos bailando Enquanto suas doces ancas de luar se vestem



PRINCESA MOURA DE VIAGEM

Ligeira mala posta levas -te tua corte a terras mourisca De alfarrobas Medronheiro selvagens numa serra ainda com javali Transformados em versos Saídos desse teu ventre já benzido de amor Quentes Como castanhas assadas no fogueiro em casas ainda de colmo Palavras Amêndoas doces coloridas de sentimento em transe Num querer fugir Com ave de migração para um oceano bem azul Ou castelo Onde nasceu um príncipe encantado que nunca te beijou Ou papagaio Africano de asas coloridas já fracas só com pios para te cantar (António Leite de Magalhães-06/10/2013-sintra)


Tanto palavreado fotos intimas receio em ser verdadeira Em nascer aqui comigo numa ilha virtual no Oceano Fingimos momentos quentes sem luz nem sol nem o plasma nada nos uniu senão imaginação Nem tu nem Eu Não posso sair a correr se não ando, Não posso voar se não tenho avião meu único terreno é o teclado do computador onde procuro Ar Livre virtual com palmeiras e coqueiros e pés de manga Não suporto mais ansiedades nem mais nenhum adeus sem retorno Por aqui fico esperando pela Barca do Inferno


Sorriso sensualmente irónico Jovem Mulher sorriso sensual agarotado juvenil Suave Entra de pés mansos no nosso écran com eróticas Sugestões E sempre pianinho armar barafunda de frases Palavrões Motor da discussão permanente onde há infinito Nem além E todos seguem em carreiro como ratos afilados Por flauta E a magia reside neste rosto desconhecido sem corpo Mas ocupado Até palavras belas em formas de poemas resulta Tão natural Omo se não houvesse Inverno frio ou quente Verão Naturalmente Te entornas de preconceitos despida nua com sorriso De mar ou lua Onde gosto senta num banco ler ouvir e meus versos eróticos disfarçar


Os poetas Amaram Os músicos Cantaram Os pintores pintaram e Deus criou a Mulher Africana Juntou um Sabor de Malagueta De gazela Voando De pàssaro colorido Depois ternura volupia Queixume E sapiência Minha África distante Quero ser adormecido Por uma bajuda dançante Peito solto ao vento Anca rodando em girassol Minha Xuxa distante onde amei repousadamente uma alma cansada de guerra Mariamdi, estás aqui junto de mim em geito de saudade de teus braços quentes palavras sábias E nas minhas musas de Cabo Verde ainda quedam nestes versos doentes Sintra-06-072012


Perto de ti estou estrela cadente sobrando-me Apenas Os lábios e os dedos Sequiosos ávidos De te sentir bem perto colada Como numa constelação chamada nós dois Não sei não Se prossiga só E caia num outeiro menos fértil Para me sentir de novo banal Em solidão repartida Já estás rosa no teu quintal De lenço branco dependurado Com elegância anel de ouro no estendal


António José Jacob Leite de Magalhães, com um pseudónimo criado em Angola por motivos políticos, Carlos Semedo, colaborou aí com o jornal Diário chamado “ABC DIÁRIO DE ANGOLA” Numa coluna onde defendeu o atual cardeal Prof.dr.Alexandre do Nascimento e outros sacerdotes. Ganhou o prémio Infante D. Henrique, internacional, Ainda como aluno, promoveu a obra de Óscar Ribas Contra todos e tudo, mas estando realizado como intelectual Ao ver uma Universidade com o nome dessa figura impar da Literatura de Expressão Portuguesa. Na Guiné, ainda colonial, publicou um caderno com seus Versos, e regressado por medidas coercivas a Portugal, E só após o dia 25 de Abril de 1974 fez parte das campanhas De alfabetização, teatro- no Grupo de Teatro de Mem Martins- e Dirigiu um grupo de declamação tipo jograis, com os quais participou em várias Campanhas eleitorais, já como militante e responsável no Concelho de Oeiras


Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.