Escrevo aqui, em barro queimado, minha alma que há muito chora, meu corpo que há muito padece, meus olhos que, por muito tempo, aguardam o meu eu mais puro, lavando e levando de dentro para fora os meus gozos de curumim, que um dia terei de volta.
Pernas calejadas de uma estrada da qual fui parte, estrada essa que outros padeceram, pararam e perderam partes, partes votadas ao algo maior, algo Deus, Deus esse que se há de atender alguma prece. Padeça sobre meus ombros o ímpeto de votar por cima e ser gozo que o eu pequenino não pode ser/ter. Desse pedido, que o barro queimado não se torne moldado de novo por mãos de muitos que o tocaram. Que o barro queimado não se dissolva na água, água que lavou meu eu. Eu, esse que a prece concedeu.