Monotipia37

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MT: Conte sobre a dinâmica de produção de seus trabalhos. A.C: Valorizo o trabalho em atelier, o de reunir as pesquisas, leituras, prática e experiências para, quando me sento na secretária, iniciar uma nova série de trabalhos. Por vezes, passo os olhos nos textos, nos poemas e nas imagens que tenho guardadas no computador. Abro os livros de outros ilustradores como que para me libertar de vícios e saber filtrar o mais importante. O diário gráfico é também precioso, para o registo e a organização mental de uma ideia antes de começar a trabalhá-la. Depois, gosto de ter o material organizado sempre da mesma forma: as tintas, os frascos com água, os pincéis, panos e papéis. Sóassim posso começar. Tenho sentido mais a necessidade de usar o lápis. Até há uns tempos usava a caneta e o marcador directamente sobre o papel, muitas das vezes sem esboço prévio. Agora não, talvez até por uma questão de melhor organizar o tempo, convidei o lápis para o papel. Depois parto para as manchas, para as transparências e velaturas para, no final, voltar à caneta e ao marcador. Trabalho, por norma, num registo tradicional, com o papel. A passagem para o formato digital ocorre com o Photoshop, onde posso pontualmente saturar ou contrastar alguma cor, para fins


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