DEC Notícias - Ano Letivo 2020 - 2021

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DEC

Notícias 2020/2021 ENGINEERING CIVIL & STRUCTURAL TOP 200

CIVIL ENGINEERING TOP 150

O DEC rumo ao futuro


Índice 2 Mensagem do Diretor do DEC 5 Entrevista - Jorge nuno Pinho V. Almeida E Sousa

VEJA NESTE NÚMERO

11 Alguns dos Novos Professores Associados (Nuno Simões, Rui Simões) 15 Trabalhos e testemunhos de Professores do DEC (Adelino Ferreira, Aldina Santiago e Rita Ferreira) 18 A Palavra aos Funcionários: Dulce Marques

19 O antigo NEEC 21 Os novos núcleos de estudantes (NEEC e NEEA) 23 Funcionários aposentados (D. Lucinda e Joaquim Cordeiro da Silva)

Nota Editorial Este está a ser um ano ainda mais difícil do que o anterior. Com muito atraso aqui está o DEC Notícias, que procurou captar uma parte ínfima do que se passou no Departamento de Engenharia Civil neste último ano letivo, pois o tempo passou muito depressa, entre muitas preocupações e trabalhos. O que é certo é que cá estamos, com uma capacidade de adaptação que acaba por nos surpreender a todos.

Edição

Os problemas são diversos, e as preocupações relativamente ao futuro, nosso e do DEC, também. Vamos aguardando e trabalhando serenamente.

Editora: Anabela Ribeiro Colaboradores neste Número: Professores João Coutinho, Arminda Almeida, Jorge Nuno V. Almeida e Sousa, Nuno Simões, Rui Simões, Aldina Santiago, Rita Pereira, Adelino Ferreira. Funcionária da secretaria Dulce Marques. Presidente do antigo NEEC Joel Simões. Presidente do atual NEEC, Bernardo Fernandes. Presidente do NEEA Filipa Beça.

Endereço: Departamento de Enge1 | DEC Notícias | 2020/2021

Consultem o site para informações importantes sobre a oferta formativa do DEC, renovada e que aí vem. Na página seguinte uma mensagem do nosso Diretor.


Mensagem do Director do DEC, Professor João Coutinho

Uma parte do futuro acontece sem avisar, outra sere- ano letivo 2021/2022 com a implementação de quatro mos nós a criar novos cursos (duas licenciaturas e dois mestrados) resultantes da reformulação dos dois mestrados integrados Os anos 2020 e 2021 têm sido marcados pela vivência (Engenharia Civil e do Ambiente) que deixam de recede uma situação inédita com o surgimento da pandemia ber alunos. Num percurso onde se foi diversificando a COVID-19, algo de novo e inesperado a que nenhum de oferta formativa do DEC, indo ao encontro de potenciais nós tinha sido exposto. No início de 2020 começou a necessidades de mercado usando as múltiplas valências mostrar-se um futuro com vida própria, que exigiria a especializadas existentes, e procurando um posicionatodos uma adaptação rápida na profissão e a alteração de mento estratégico no panorama nacional do ensino da hábitos arreigados - como já tinha ficado escrito, era Engenharia, atingiu-se o número apreciável de 17 cursos tempo de abandonar as roupas usadas, já com a forma de Licenciatura, Mestrado e Doutoramento, mais 2 curdo nosso corpo, e esquecer os nossos caminhos, que nos sos não conferentes de grau (mantendo-se ainda o MIEC levam sempre aos mesmos lugares… e o MIEA potencialmente a funcionarem durante mais 4 Assim, a partir de 10/março/2020 foram, bruscamente, anos só para os alunos DEC que decidam não mudar interrompidas as aulas presenciais na UC, o corpo do- para os novos cursos’2021): cente confinou (tal como a população em geral) e teve 1 - Licenciatura em Engenharia Civil • LEC'2021 de comutar de imediato para o ensino online, os funcionários colocados quase todos em teletrabalho, com um 2 - Mestrado em Engenharia Civil • MEC'2021 mínimo a tomar conta do edifício que passou a estar fe3 - Licenciatura em Engenharia do Ambiente • chado. Era inédito! Em setembro de 2020 iniciou-se o LEA'2021 novo ano letivo com ocupação parcial e distanciamento nas salas de aula em lugares marcados, aulas híbridas 4 - Mestrado em Engenharia do Ambiente • MEA'2021 (parte dos alunos online) e a possibilidade de rotação dos 5 - Mestrado em Construção Metálica e Mista • MCMM alunos na parte presencial do ensino. Em 21/ 6 - Mestrado em Eficiência Acústica e Energética p/ uma janeiro/2021 foram interrompidas de novo as atividades Construção Sustentável • MEAECS presenciais e os exames passaram a modo remoto. O segundo semestre iniciou-se de novo com mais um con- 7 - Mestrado em Reabilitação de Edifícios • MRE finamento e aulas à distância, até que em 19/abril/2021 8 - Mestrado em Engenharia de Segurança aos Incêndios houve o retorno ao sistema de aulas híbridas. As dificul- Urbanos • MESIU dades iam surgindo, e ressurgindo, mas puderam contar 9 - Mestrado em Gestão Sustentável do Ciclo Urbano da com a pronta colaboração do corpo docente e dos funciÁgua • MGSCUA onários. 10 - Mestrado em Mecânica dos Solos e Engenharia GeMas, em particular no DEC, acresceram outras dificuldaotécnica • MMSEG des e exigências, com a diminuição de recursos (humanos e financeiros) traduzindo isso uma contração 11 - Mestrado em Gestão da Mobilidade Urbana • acelerada do Departamento, uma consequência de o nú- MGMU mero de alunos ter vindo a decrescer muito no passado 12 - Doutoramento em Engenharia Civil • PDEC recente (o DEC chegou a ter cerca de 1200 alunos há 13 - Doutoramento em Engenharia do Ambiente • PDEA duas décadas no único curso que lecionava então, a antiga Licenciatura de 5 anos em Engenharia Civil), embora 14 - Doutoramento em Construção Metálica e Mista • a tendência se tenha invertido nos últimos três anos. DCMM. Acresce ainda a especial necessidade da preparação do 2 | DEC Notícias | 2020/2021


Mensagem do Director do DEC, Professor João Coutinho (continuação)

15 - Doutoramento em Engenharia de Segurança ao In- na prestação de serviços especializados. cêndio • DESI Lendo os sinais dos últimos tempos advinha-se a neces16 - Programa Doutoral em Planeamento do Território • sidade acrescida de uma gestão exigente do DEC no fuPDPT turo próximo, defendendo a reputação do departamento, promovendo a inovação e envolvendo todos num esforço 17 - Programa Doutoral em Sistemas de Transportes • que só pode ser coletivo. Mas os desafios vão sendo PDST mais exigentes, muitas vezes sob o espreitar de outros 18 - Curso de Especialização em Eficiência Acústica e saberes, sejam os que se ligam ao digital, sejam os que Energética dos Edifícios • CEEAEE nos empurram para as preocupações da sustentabilidade 19 - Curso de Formação Avançada em Acústica de Edi- qualquer que seja a sua vertente. Donos de um saber que sustenta em segurança o mundo físico e dá suporte a tufícios • CFAAE do o resto que nele existe, que cria e mantém edifícios e É natural que o acréscimo da oferta formativa tenha aucidades com exigências crescentes, bem como redes de mentado a necessidade de esforço de gestão, um pouco transporte e outras infraestruturas, trata da gestão da distribuído pelos ocupantes da vasta estrutura organizaágua, da geração de energia, etc., o grande desafio podecional do DEC evidenciada numa longa lista onde todos, rá consistir em passar mais a olhar para o futuro com a oferecendo ao coletivo o seu esforço, fazem a máquina lupa não do saber específico e naturalmente muito espeDEC funcionar afinada e sem percalços. cializado de cada um, mas dos saberes cruzados, passada O edifício DEC, já com mais de duas décadas, apesar da que foi há muito a infância feliz da presente inquietude. magreza crescente dos orçamentos nos últimos dois anos, foi objeto de diversas intervenções de manutenção (infiltrações de águas pluviais em múltiplas localizações da cobertura e lanternins, recuperação de parte da fachada principal, e intervenções diversas no interior (fissurações de paredes, pinturas, etc.)). Estão em curso os processos de adjudicação de outras obras previstas no Órgãos de Gestão e Estrutura Organizacional do DEC 2019/2021: plano de intervenções, como sejam a recuperação e substituição de estores exteriores bem como a pintura e recuConsultar no website do DEC peração de várias superfícies externas do edifício. Durante este mandato há a contabilizar três pedidos, concretizados, de aposentação de docentes (um nas Estruturas, dois na Geotecnia, um destes por limite de idade) e de dois funcionários (um dos quais de laboratório). Todas as verbas libertas não revertem a favor do DEC.

À beira de perfazer meio século o ensino da Engenharia Civil na UC, não há dúvida que se percorreu um longo caminho de inovação na oferta formativa, na crescente realização de trabalho científico devidamente reconhecido que nos colocou em posição singular nos rankings internacionais, cimeira entre os cursos da UC, bem como 1 3| |DEC Semestre 2020 DECNotícias Notícias| |2º2020/2021


A edição de 2021 do QS TOP UNIVERSITY RANKING BY SUBJECT apresenta a Engenharia Civil (Civil and Structural Engineering) da UC no Top 200. Em análise estiveram indicadores que resultam da aplicação de inquéritos a empregadores e a peritos académicos, bem como indicadores bibliométricos da base de dados Scopus/Elsevier. Foram avaliadas 1453 universidades de todo o mundo.

A edição de 2021 do GLOBAL RANKING OF ACADEMIC SUBJECTS (SHANGHAI RANKING), um dos mais prestigiados rankings internacionais do Ensino Superior, coloca no Top 150 a área de Engenharia Civil (Civil Engineering) da UC. Em análise estiveram indicadores como artigos científicos publicados, o seu impacto na respetiva área e a nível internacional, entre outros. Foram avaliadas mais de 4.000 universidades de todo o mundo em 54 áreas específicas de ensino e investigação.

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Jorge Nuno V. Almeida e Sousa

Entrevista ao Professor Jorge Nuno V. Almeida e Sousa Caro Professor, acabou de adquirir o estatuto de Professor Jubilado do Departamento de Engenharia Civil da Universidade de Coimbra. Porque uma carreira nunca acaba, começamos pelo final: o que pretende fazer no futuro na área da Geotecnia?

Em primeiro lugar gostaria de deixar um testemunho de como encarei o facto de, por limite legal de idade, ter tido que jubilar no passado dia 3 de novembro. Encarei-o como um acontecimento natural para alguém que, como eu, escolheu o serviço público para a sua realização profissional, mas não tendo vontade de o comemorar, antes sentindo uma certa nostalgia por considerar, provavelmente sem muita razão, que a velhice, enquanto perdas de capacidades físicas e psíquicas, não estaria assim tão perto e, também, um certo receio pelas possíveis dificuldades de adaptação às mudanças inerentes a esta nova etapa da vida com tempo livre de constrangimentos impostos pelas normas e regras do trabalho. Naturalmente que no meu projeto de vida reorganizado a Geotecnia continuará a ter um papel preponderante. Em primeiro lugar, colaborando no nosso departamento, sempre que a área para isso me solicite, nas funções legalmente definidas que os professores jubilados podem exercer, como sejam a orientação ou coorientação de dissertações de

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mestrado e de teses de doutoramento, a participação em júris para atribuição de grau de mestre ou de doutor e a lecionação de algumas temáticas em unidades curriculares cujos respetivos responsáveis julguem importante aproveitar a minha experiência no domínio. Ainda no âmbito do ensino da Geotecnia, um projeto que gostaria muito de concretizar, se e quando isso for possível, seria o de colaborar com a Universidade de Lúrio em Pemba, Moçambique, instituição onde estive por duas ocasiões lecionando unidades curriculares para as quais não havia disponibilidade de docentes. Essa experiência foi para mim extraordinariamente enriquecedora, ao constatar, apesar de todas as limitações e dificuldades existentes, a enorme vontade de aprender da generalidade dos estudantes e a superior capacidade de alguns deles. Nessa futura colaboração, o que me propunha a fazer tem a ver com a ajuda na montagem do Laboratório de Mecânica dos Solos e a formação dos docentes na área da Geotecnia. Também na área da Geotecnia, pretendo continuar a realizar trabalho de consultoria, agora que parece que vai existir um maior investimento do estado na construção de infraestruturas, nomeadamente no domínio dos transportes, como é o caso da construção de novas

linhas do Metropolitano de Lisboa e do Metro do Porto. Finalmente, um projeto que muito gostaria de concretizar tem a ver com a escrita de um livro que trate da conceção, do projeto, da construção e da reabilitação de obras subterrâneas, particularmente de túneis, e que, simultaneamente, consiga ajudar os estudantes que se iniciam nesta temática e servir de manual de apoio à prática profissional de um engenheiro geotécnico. O que representa esta área no contexto da Engenharia Civil? Tendo em atenção que na grande maioria da Estruturas de Engenharia Civil a sua conceção e o seu dimensionamento são em parte, ou, mesmo em muitos casos, no essencial, controlados pelo comportamento hidráulico e mecânico dos maciços terrosos ou rochosos onde estão implantadas, facilmente se percebe o quão importante é a área da Geotecnia no contexto da Engenharia Civil. E esta importância deverá aumentar com a utilização cada vez mais intensiva do espaço subterrâneo, como consequência da tendência a priorizar a melhoria da qualidade de vida com o menor impacto ambiental possível, que faz com que se torne inaceitável para a sociedade a ocupação desenfreada da superfície.


Jorge Nuno V. Almeida e Sousa dos fornecidos pela instrumentação da obra que será confirmado o projeto efetuado ou introduzidas eventuais alterações. É por isto que poderemos dizer que o projeto de muitas obras geotécnicas só estará verdadeiramente concluído quando a obra estiver terminada. Chiado

Esta deve ser preservada para atividades nobres como moradia, trabalho e lazer, enquanto as atividades de infraestrutura, como transporte e armazenamento, devem ser transferidas para o subterrâneo. Mas não apenas na Engenharia Civil a Geotecnia é importante, já que ela tem ganho nos últimos anos cada vez mais destaque em problemas associados ao Ambiente e à Sustentabilidade, como sejam, entre muitos outros, a prevenção de desmoronamentos e de deslizamentos, o tratamento e o armazenamento de resíduos, a migração e a dispersão de poluentes nos maciços e nos respetivos aquíferos. Em relação a outras áreas de especialização, todas elas, naturalmente, também importantes no contexto da Engenharia Civil e responsáveis pelo mercado de trabalho de um engenheiro civil ser amplo, já que ele é capaz de atuar nos mais diversos setores, gostaria de salientar um aspeto que torna o trabalho em Geotecnia, nomeadamente no domínio do projeto, diferenciado e, do meu ponto de vista, mais aliciante. Ele tem a ver com o facto de um geotécnico trabalhar com materiais naturais, cujas características mecânicas têm uma variabilidade muito maior que a de materiais fabricados, muitas vezes até com controlo de

qualidade, como é o caso do betão ou do aço. Assim sendo, as obras geotécnicas, sobretudo aquelas que têm um grande desenvolvimento longitudinal, o que dificulta a definição de um modelo geológico realmente representativo das condições reais, são realizadas em circunstâncias previsivelmente incertas.

Terreiro do Paço

É sem dúvida um dos Professores que deixa uma marca mais profunda nos alunos que frequentaram e frequentam este Departamento, pelas suas notórias capacidades pedagógicas. Que mensagem deixaria aos novos alunos? Alguma frase que gostaria de deixar e que tivesse a oportunidade de se tornar ‘famosa’? Das várias mensagens que tenho pretendido, nos últimos anos, transmitir aos novos alunos na unidade curricular de Introdução à Engenharia Civil, gostaria de salientar duas. A primeira é, fundamentalmente, destinada àqueles alunos que ao longo do curso irão confirmar o acerto da sua escolha inicial, enquanto a segunda se destina àqueles outros que, pelo contrário, vão verificar que o curso os não satisfaz, os está a preparar para algo de que não gostam ou para o qual sentem que não têm as competências que julgam necessárias. Aos primeiros, gosto de os alertar para aquela sensação de insegurança que no início da sua atividade profissional muiPauloaoCatrica tos engenheiros civis sentem, constatarem o facto do conhecimento que foram adquirindo ao longo dos anos que passaram pelos bancos da Escola não ser o suficiente para uma atuação plena no mercado de trabalho

Isto faz com que, como um famoso geotécnico (Peck) já falava em 1969, os resultados dos cálculos devam ser encarados como meras hipóteses de trabalho, a serem alteradas ou confirmadas durante a construção. Deverá ser com base na análise e interpretação dos resulta6| DEC Notícias | 2020/2021


Jorge Nuno V. Almeida e Sousa Esta situação justifica-se, em grande parte, pela grande abrangência que um curso de Engenharia Civil tem, o que torna razoável admitir que os recémdiplomados não possam ser uns profundos conhecedores de todas as suas possíveis áreas de intervenção. E que medidas eles devem tomar para minimizar esse risco? Sem dúvida que valorizar o conhecimento das ciências básicas que lhes é transmitido nos primeiros anos do curso, habituarem-se a estudar por livros e de forma autónoma, procurarem envolver-se em atividades de investigação ou de prestação de serviços à comunidade a decorrerem no departamento e a frequência de estágios em empresas, lhes irá permitir durante o curso unir a teoria à prática, melhor os preparando para os desafios profissionais que encontrarão no futuro.

Já aos segundos, lhes lembro que tudo devem fazer para ser felizes. E ser FELIZ é muito mais fácil se trabalharmos naquilo que gostamos, naquilo que sentimos que somos capazes de fazer bem. Assim sendo, os alerto para que o mais cedo possível façam a sua escolha e tomem a decisão sobre desistirem do curso e procurarem outros caminhos para os quais se sintam mais vocacionados. Mas também lhes chamo a atenção

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para que se a mudança não for feita durante o curso, nunca será tarde para a fazerem. E dou-lhes o meu exemplo pessoal. Licenciei-me em Engenharia Civil dez anos depois de ter concluído o curso de Engenharia Eletrotécnica. E fui muito feliz enquanto docente de Engenharia Civil. Como vê o passado/presente/futuro do Departamento de Engenharia Civil da Universidade de Coimbra? O que mudaria? Quando em 1983 entrei para assistente do DEC, estava ele albergado no edifício da Física no hoje chamado Polo I da Universidade, a atividade existente se reduzia quase exclusivamente ao ensino, sendo praticamente inexistentes a atividade científica desenvolvida e a prestação de serviços à comunidade. A situação começou a alterar-se nos anos seguintes com o regresso dos primeiros colegas que haviam feito o seu doutoramento em universidades estrangeiras. Para além da atividade pedagógica, os docentes do departamento começaram a fazer investigação e a realizarem trabalhos para o exterior. O crescimento da atividade científica e tecnológica, nas diferentes áreas temáticas da Engenharia Civil, e mais tarde

nas de Engenharia do Ambiente, ao longo dos anos foi tão significativa, que hoje todos os docentes do DEC são doutorados, muitos na Universidade de Coimbra e alguns em instituições de referência a nível mundial, e o seu trabalho é reconhecido nacional e internacionalmente, como é bem traduzido por variados indicadores, como sejam projetos de investigação, publicações, “rankings” internacionais, etc. Também na transferência de saberes e na prestação de serviços à comunidade a atividade desenvolvida no DEC tem, em muitas das áreas temáticas, sido reconhecida, verificando-se, mesmo, que alguns dos docentes têm estados envolvidos em projetos de algumas das obras mais importantes e emblemáticas executadas no país. Se nestas duas atividades, investigação e prestação de serviços ao exterior, a situação atual do departamento me parece suficientemente consolidada para que o futuro seja perspetivado de forma otimista, o mesmo não posso dizer no que respeita ao ensino. Em primeiro lugar porque julgo que o “sistema” não lhe atribui a importância que lhe é devida, desvalorizando-o demais em relação às outras atividades, nomeadamente à de investigação, a que um docente está obrigado. Exemplo disso é a importância dada na avaliação do desempenho do docente à componente da investigação, em detrimento da dada à docência, o que pode levar, e tem levado, a que alguns elementos do corpo docente não se sintam realmente motivados à elevação das práticas pedagógicas e ao empenhamento efetivo nas atividades letivas de acompanhamento e de avaliação dos estudantes.


Jorge Nuno V. Almeida e Sousa Depois por causa da pouca procura que os mestrados integrados da responsabilidade do departamento têm tido nos últimos anos, com particular relevância no de Engenharia Civil, como consequência da sua menor atratividade devido à forte contração do setor do estado da construção civil e, ainda, do facto de o recrutamento de estudantes nacionais para todos os cursos da Universidade de Coimbra estar demasiado concentrado na região Centro, zona de baixa densidade populacional e com o tecido empresarial demasiado enfraquecido. Em relação a este último aspeto abordado, gostaria de salientar o grande esforço que tem sido feito pelo departamento na promoção e divulgação dos seus mestrados integrados com o objetivo de aumentar a sua atratividade, logo o número de estudantes que os procurem para um nível mais de acordo com as necessidades do país. Também me parecer ser de extrema justiça referir o esforço feito nos últimos 5/6 anos no aumento da oferta formativa a nível de Mestrados de Especialização Avançada e (ou) de Formação ao Longo da Vida, oferta esta que, complementada com aquela que existe, já há mais anos, a nível de programas doutorais, deve fazer do nosso departamento aquele que no país maior número de ciclos de estudo disponibiliza à comunidade. Queria também referir que, do meu ponto de vista, esta última alteração legislativa que acabou com os mestrados integrados e implementou o sistema de licenciaturas e de mestrados de continuidade não é favorável ao DEC nesta luta para aumentar o número de alunos inscritos nos seus cursos, já que me parece poder vir a facilitar futuras transferências para a frequência do mestrado naquelas duas instituições, IST e FEUP, localizadas em regiões do país onde o tecido empresarial é mais

possante e a oferta de emprego é bem maior. Ainda uma breve referência à reformulação dos planos dos cursos que o departamento foi obrigado a fazer como consequência da alteração legislativa

de que falei acima. Em relação aos cursos de Engenharia Civil não posso deixar de dizer que não consigo concordar com algumas das alterações feitas ao nível das unidades curriculares da licenciatura, nem com o número exagerado de mestrados criados. Julgo que estas alterações, já aprovadas pela A3ES, não vão ajudar a atrair mais estudantes. Deus queira que eu esteja enganado, porque o DEC merece continuar a ser uma escola de referência a nível nacional e para que tal aconteça necessita de ter estudantes nos seus cursos. Por fim, nesta questão sobre como vejo o departamento, não posso deixar de agradecer ao pessoal não docente, cada vez em menor número, pelo papel extremamente importante que tiveram, e continuarão a ter, na história do DEC. Para além da competência e rigor sempre manifestados, pela enorme maioria, no exercício da sua

atividade, o seu espírito de cooperação deve ser salientado. Em todos os anos em que estive no departamento, nunca encontrei resistência a nada do que solicitei que fosse feito. Sobre a questão do que mudaria, res-

ponderei falando num assunto que não tem a ver apenas com o DEC, mas antes com toda a Universidade de Coimbra e, provavelmente, com todas as universidades portuguesas. Esse assunto refere-se à Avaliação do Desempenho da Atividade Docente. Não discuto a necessidade dessa avaliação, apenas a forma como ela é feita e aos resultados a que conduz. Uma avaliação justa deveria ser capaz de distinguir as pessoas. Todos nós conhecemos docentes que têm em todas as áreas de intervenção um desempenho excelente e outros que, pelo contrário, têm na maioria dessas áreas um desempenho não relevante. Estes casos são, no entanto, exceções e isso deveria ser traduzido nos resultados da avaliação. Deveriam ser baixas as percentagens de docentes classificados como excelentes ou dos classificados como não relevantes. Não é isso que acontece.

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Jorge Nuno V. Almeida e Sousa Uma percentagem muito significativa é classificada como excelente, existindo mesmo departamentos da FCTUC que já tiveram 100% de excelentes. Isto não é justo, sobretudo quando comparamos com o que acontece com a avaliação do pessoal não docente. Aqui, só uma muito pequena percentagem pode ser classificada com a nota mais elevada. Quais os momentos mais marcantes da sua vida enquanto a) aluno; b) docente da Universidade de Coimbra? Como aluno, posso referir dois momentos marcantes. O primeiro tem a ver com a entrada na Universidade de Coimbra em outubro de 1968 para os preparatórios de Engenharia Eletrotécnica. Vivi em Lisboa na infância e na adolescência, vindo apenas a Coimbra passar as férias nas casas das minhas duas avós. Na da avó paterna, aos Arcos do Jardim, falava-se muito da Universidade de Coimbra, dos seus Mestres e dos seus Doutores, e daí surgiu o meu desejo de para aqui vir estudar. Sempre considerei esse desejo como um sonho não realizável, já que vivíamos a pouca distância do IST e não acreditava que os meus pais isso permitissem. Foi então para mim uma surpresa bem agradável quando, uns dias antes de se iniciarem os exames do antigo 7º ano, levantei a questão e eles com ela concordaram. Foi essa a primeira vez que escolhi Coimbra para viver. O outro momento marcante enquanto aluno que gostaria de referir tem a ver com o facto de ter tido como docente o Engenheiro Rui Furtado, já que foi ele que me despertou o interesse pela Geotecnia mas, mais do que por isso, pelo que aprendi com a sua maneira de estar na vida, caracterizada por uma permanente vontade de tudo aprender e tudo compreender. Enquanto docente, o primeiro momento marcante relaciona-se com a minha

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contratação em 1973 para assistente no Departamento de Engenharia Eletrotécnica da FCTUC a convite do Professor Carlos Sá Furtado, que pelo modo entusiasta com que vivia a Escola me despertou um imenso gosto pelo ensino. Na altura, escolhia entre duas opções de trabalho disponíveis (bons tempos): LNEC ou Hidroelétrica do Cávado. Mas surgido o convite, não hesitei. Segunda vez que escolhi Coimbra para viver. Uma dúvida me assalta: a minha opção teria sido a mesma hoje? Outro momento marcante como docente relaciona-se com a escolha feita pela Geotecnia. Não só pelo muito gozo que me dá trabalhar na área, mas também pelo grupo fantástico que, desde sempre, conseguimos formar. Mais que boas relações de trabalho entre todos nós, existe uma profunda amizade que nos faz vibrar com os sucessos de cada um e nos faz sentir como nossos os problemas e as dificuldades dos outros. Espero que este bom ambiente perdure por muitos e bons anos na área, primeiro passo para que o grupo de Geotecnia da Universidade de Coimbra se torne a principal referência nacional no domínio. Não posso também de deixar de referir aqui como momento marcante a conclusão do meu doutoramento. Demorou, mas deu-me muito prazer fazêlo e fazê-lo nas condições em que, por opção própria, o fiz. Enquanto o preparava, nunca deixei de exercer a minha atividade docente normal, lecionação de unidades curriculares e orientações de teses de mestrado, e prestei serviços à comunidade de significativa relevância, podendo salientar a consultoria prestada em várias obras, nomeadamente no projeto e construção de alguns dos maiores túneis rodoviários no Continente e na ilha da Madeira e de diversos túneis e de duas estações Baixa-Chiado e Telheiras, do Metropolitano de Lisboa.

Mas naturalmente que numa carreira de tantos anos não há só momentos bons a relembrar. Há outros, não muitos francamente, que me entristeceram. Particularmente marcantes para mim foram as decisões do Conselho Científico da FCTUC que, em claro desrespeito pela dignidade da pessoa humana, valor que considero fundamental do constitucionalismo contemporâneo, não deu a nomeação definitiva a três colegas nossos. Colegas que exerceram a sua atividade no nosso departamento durante muitos anos de forma exemplar em muitos dos domínios da sua atuação, particularmente na docência, como são bem elucidativos os resultados dos inquéritos pedagógicos todos os anos realizados junto aos estudantes, nunca se negando em colaborar naquilo que fosse necessário em prole do departamento, sem alguma vez questionar o que daí poderiam vir a obter para proveito próprio. Anseio para que justiça ainda um dia lhes possa ser feita. De entre as muitas histórias que tem para contar escolha uma que ache que o caracteriza. Para além do ensino, duas das coisas que mais prazer me propiciaram na vida foram o convívio com os amigos e jogar futebol. Durante mais de 25 anos conseguiconciliar no DEC estes dois prazeres. Todas as semanas eram organizados jogos de futsal entre a equipa dos professores e diferentes equipas de alunos, que acabavam quase que invariavelmente com um convívio e umas boas cervejas no Bar do Pavilhão Jorge Anjinho. Em mais de 90% das ocasiões, a vitória, por vezes folgada, foi da equipa dos professores, já que ela tinha um guarda-redes praticamente intransponível e que até às vezes fazia uma “perninha” à frente.


Jorge Nuno V. Almeida e Sousa O tal guarda-redes era tão bom que até fazia parecer que tipos como o Luís Picado, o Luís Simões da Silva, o Tó Zé Antunes, o Paulo Coelho, o António Pedro, entre outros, parecessem que jogavam alguma coisa. Bons tempos esses…. O que é um aluno de Engenharia Civil? Um aluno de Engenharia Civil é, em primeiro lugar, alguém que soube fazer a escolha certa, alguém que escolheu preparar-se para uma profissão com grande impacto social, uma profissão que procura soluções criativas que façam a diferença na vida das pessoas nos mais variados domínios da atividade humana. Mas para bem se preparar para ela e para todas as suas exigências, o aluno deve já ter determinadas aptidões.

Em primeiro lugar, gostar das ciências exatas, fundamentalmente de Matemática e Física, já que as soluções de

muitos dos problemas que a um engenheiro civil se colocam passam pela interpretação do fenómeno físico e pelo estabelecimento e resolução de um modelo matemático que o consiga traduzir. Mas um engenheiro civil não se limita a fazer alguns cálculos. Em qualquer projeto de Engenharia Civil, a primeira fase consiste na conceção da obra, e para isso aos conhecimentos das ciências físicas e matemáticas, adquiridos por via de estudo, experimentação e prática, há que juntar o engenho. Assim, um aluno de Engenharia Civil deve aliar a lógica à criatividade e, ao mesmo tempo, não ter medo de inovar. Uma outra característica da profissão é a necessidade de trabalhar com equipas multidisciplinares e com profissionais de outras áreas. Isto exige facilidade de comunicação e espírito de liderança, com sensibilidade para identificar as habilidades e limitações de cada

um dos membros da equipa. Ainda uma outra aptidão que julgo, que hoje em dia, um aluno de Engenharia Civil deve possuir é a sensibilidade para as questões ambientais e a compreensão da importância da questão da sustentabilidade, uma vez que a Engenharia Civil é uma das profissões mais importantes quando se pretende aliar o progresso à manutenção da qualidade de vida das gerações futuras. Por fim, uma aptidão importante que, julgo, um aluno de Engenharia Civil, ou de qualquer outro curso, deve ter é a de reconhecer os seus limites, o saber até onde pode chegar. É esta aptidão que eu valorizo muito nas unidades curriculares do último ano do curso. Digo muitas vezes que mais facilmente passo um estudante que sabe pouco mas que sabe que sabe pouco, do que um outro que pode saber um pouco mais mas que julga que sabe muito.

Gala do MIEC, 2017

Alunos e Professores do DEC 10| DEC Notícias | 2020/2021


Nuno Simões é Doutorado em Engenharia Civil do Departamento de Engenharia Civil pela Universidade de Coimbra, coautor de 55 artigos em revistas internacionais com arbitragem científica e em mais de 145 comunicações em conferências (nacionais e internacionais). Publicou mais de 25 artigos ou textos em revistas nacionais. Orientou 6 teses de doutoramento e mais de 50 dissertações de mestrado

Exemplo de Projeto Europeu com a Indústria

Exemplo de Projeto em Co-promoção com a Indústria

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Colaborou na criação do Itecons - Instituto de Investigação e Desenvolvimento Tecnológico para a Construção, Energia, Ambiente e Sustentabilidade. É atualmente Vice-Presidente do Itecons. Enquanto Supervisor Técnico e Científico do Itecons promoveu a criação e crescimento da Secção de Higrotérmica e da Secção de Caixilharias e Revestimentos Exteriores. Também esteve na origem do Grupo de Energia da Secção da Consultoria, o qual supervisiona atualmente. Coordenou a Comissão Executiva do grupo de trabalho responsável pela revisão do Decreto-Lei n.º 80/2006 referente ao Regulamento das Características de Comportamento Térmico dos Edifícios, a convite da DGEG e da ADENE, e que conduziu à publicação do Decreto-Lei n.º 118/2013. Tem mantido colaboração no atual processo de revisão, que pretende dar resposta à Diretiva Europeia n.º 2018/844. Esteve na origem da criação das disciplinas relacionadas com a Gestão de Energia em Edifícios nos cursos de Mestrado Integrado em Engenharia Civil e Engenharia do Ambiente. É membro da Comissão de Coordenação Científica e de Gestão e da Comissão para os Assuntos Pedagógicos e Académicos da iniciativa Energia para a Sustentabilidade (EfS) que oferece o programa de Mestrado em Energia para Sustentabilidade e de Doutoramento em Sistemas Sustentáveis de Energia da Universidade de Coimbra (pertencente ao Programa MIT-Portugal). Em termos de plano de intervenção no futuro, continuará a apostar numa linha de investigação assente no desenvolvimento de técnicas avançadas de experimentação e o desenvolvimento e aplicação de modelos avançados de simulação em transferência de calor e massa. Pretende que a evolução do desenvolvimento destas técnicas se sustente, enquadrada em projetos de investigação com a indústria. Pretende manter um compromisso grande com o DEC-FCTUC, onde é docente desde o início de carreira; com a ADAI-LAETA, enquanto membro da equipa de investigação perante a Fundação para a Ciência e Tecnologia; e com o Itecons, onde é Vice-Presidente, Supervisor Técnico e Científico / Investigador. Tenciona continuar a apostar na angariação de projetos de investigação junto da indústria e com outras entidades nacionais e internacionais, contribuindo para o prestígio da Universidade de Coimbra enquanto universidade global.

Exemplo de Projeto de ação coletiva

12| DEC Notícias | 2020/2021


Rui Simões O Professor Rui Simões é docente do Departamento de Engenharia Civil - FCTUC desde 1990, ano em que concluiu a Licenciatura em Engenharia Civil. Concluiu o Mestrado em Estruturas em 1995 e o Doutoramento em Mecânica das Estruturas e dos Materiais em 2000 com uma tese na temática do comportamento das ligações em estruturas mistas aço-betão. Enquanto docente já lecionou diversas disciplinas, maioritariamente da área das estruturas metálicas e mistas, no Mestrado Integrado em Engenharia Civil e no Mestrado e Doutoramento em Construção Metálica e Mista. Orienta ou orientou cerca de 70 teses, incluindo de doutoramento, mestrado e mestrado integrado. Desenvolve investigação científica integrado no Centro de Investigação ISISE – Institute for Sustainability and Innovation in Structural Engineering. É autor ou coautor de mais de uma centena de publicações, incluindo 27 artigos científicos em revistas internacionais citadas no ISI Web of Science. Participou em diversos projetos de investigação nacionais e internacionais, onde se destaca o projeto INOV_LAMI do qual resultou uma patente. Autor ou coautor 6 livros técnicos na área das estruturas metálicas e mistas.

Participou em mais de meia centena de trabalhos especializados de engenharia civil através da ACIV para diversas entidades públicas e privadas, nacionais e internacionais. Mais recentemente destaca-se a participação na equipa do ISISE que desenvolveu um estudo experimental em ligações metálicas de grandes dimensões, à escala real, para o Long-Baseline Neutrino Facility, um megaprojeto a construir nos Estados Unidos da América, liderado pelo CERN – European Organization for Nuclear Research (figura seguinte).

13| DEC Notícias | 2020/2021


Desempenhou diversos cargos de gestão no DEC e FCTUC: Coordenador de Área Científica, Presidente da ACIV, Coordenador do Curso de Mestrado Integrado em Engenharia Civil, Membro do Conselho Pedagógico da FCTUC. Atualmente é Subdiretor do Departamento de Engenharia Civil com o pelouro da gestão académica e membro da Comissão Cientifica. Membro Sénior da Ordem dos Engenheiros – Região Centro, especialista em ESTRUTURAS. Membro e Vogal do Conselho de Administração da CMM – Associação Portuguesa de Construção Metálica e Mista. Sócio da ACIV – Associação para o Desenvolvimento da Engenharia Civil. Membro do Conselho Editorial da revista Metálica, editada pela CMM. Avaliador de projetos da ANI. Membro do Comité Técnico TC9: Execution of Steel Structures do ECCS – European Convention for Constructional Steelwork. Presidente da Comissão Técnica CT 182 do Instituto Português de Qualidade, responsável pela tradução e implementação da norma EN 1090 em Portugal. Membro da Comissão Técnica CT 115/SC3 para tradução e implementação do Eurocódigo 3 em Portugal.

Planos de futuro O Prof. Rui Simões tem tido uma atividade profissional bastante diversificada enquanto docente e engenheiro. É a profissão que escolheu e na qual se sente completamente realizado. Pretende intensificar a investigação na área das estruturas mistas, nomeadamente no desenvolvimento de técnicas e produtos que permitam otimizar o seu desempenho e facilitar os processos construtivos. No ensino pretende continuar a contribuir positivamente para a qualidade da formação dos engenheiros e engenheiras do futuro e para a promoção do prestígio do DEC. Como mantém o gosto pela escrita de livros técnicos, encontra-se atualmente a escrever mais um.

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Professor Adelino Ferreira Artigos relacionados com a situação pandémica ‘Covid19’

Alguns artigos publicados através da investigação desenvolvida por alunos e docentes da área de Urbanismo Transportes e Vias de Comunicação e que incidiram sobre o tema ‘COVID19 e Mobilidade’ Tamagusko, T., Ferreira, A. (2021), Mobility Patterns of the Portuguese Population During the First Year of the COVID-19 Pandemic: A Longitudinal Study. Preprints 2021, 2021030689 (doi: 10.20944/preprints202103.0689. https://www.preprints.org/manuscript/202103.0689/v1 Hasselwander, M., Tamagusko, A., Bigotte, J., Ferreira, A., Mejiab, A. and Ferranti, E. (2021), Building back better: The COVID-19 pandemic and transport policy implications for a developing megacity, Sustainable Cities and Society (WoS Journal), 69, 102864, 112. https://doi.org/10.1016/j.scs.2021.102864 Tamagusko, T. and Ferreira, A. (2020), Data-driven approach to understand the mobility patterns of the Portuguese population during the COVID-19 pandemic, Sustainability (WoS Journal), 12, 9775, 1-12. https://doi.org/10.3390/su12229775

15| DEC Notícias | 2020/2021


Professora Aldina Santiago—Projeto EVACUARFLORESTA Decisões e Planos de Evacuação em Cenários de Incêndio Florestal PCIF/AGT/0061/2019

O Projeto de Investigação “Decisões e Planos de Evacuação em Cenários de Incêndio Florestal – EvacuarFloresta” foi recentemente ganho pelo Instituto para a Sustentabilidade e Inovação em Estruturas de Engenharia (ISISE), no âmbito do terceiro concurso de projetos de Prevenção e Combate de Incêndios Florestais, aberto pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia em 2020. O projeto iniciará em março deste ano, 2021, terá a duração de 3 anos e será coordenado pela Prof. Aldina Santiago e pelo Investigador Luís Laím. Contará com a participação de uma equipa interdisciplinar de diferentes parceiros/ centros de investigação: ISISE da UC, Núcleo de Investigação Científica de Incêndios Florestais (NICIF) da UC, Instituto Jurídico da Faculdade de Direito (IJ) da UC, CITTA da UC, Centro de Inovação e Competências da Floresta (SERQ) e a Escola Nacional de Bombeiros. A decisão de quem, como e quando evacuar a população durante um incêndio é uma missão bastante complexa e delicada. Uma evacuação é muitas vezes um evento imediato e os resultados bem-sucedidos dependem de um planeamento prévio cuidadoso, de uma correta gestão e ordenamento do território, de uma boa avaliação dos riscos, de uma notificação adequada, de uma resposta comunitária segura e atempada, bem como, das entidades do sistema nacional de emergência.

(https://www.twincities.com/2017/06/18/ portuguese-radio-says-25-people-killed-in-forestfires/)

(https://sicnoticias.pt/pais/2017-09-11-Extinto-fogona-Serta-que-comecou-sexta-feira)

Como um sistema de apoio à decisão de evacuação de regiões urbanas em ambiente rural, este projeto terá os seguintes objetivos: i) caracterizar o território, com a identificação e avaliação da demografia existente, das redes de transporte reais e do atual planeamento/ordenamento territorial, que podem levar a problemas significativos na evacuação durante um evento de incêndio de elevada perigosidade; ii) estimar o risco de evacuação; iii) prever o comportamento e tipo de pessoas envolvidas; iv) estudar o impacto de três cenários como planos de emergência para as comunidades: evacuação, abrigo em refúgio e/ou abrigo em casa (ou combinações parciais), fornecendo orientações sobre as circunstâncias que favorecem a evacuação e aquelas que não; v) determinar veículos de apoio, horários e rotas requeridas sob incertezas na população de evacuados, tempo disponível e propagação do incêndio; e vi) privilegiar a consciencialização e a educação da população para esta temática (utilizando acções de disseminação), promovendo a resiliência das populações. O Projecto abrerá algumas bolsas de investigação durante os próximos três anos. Para os interessados, mantenha-se atento! 16| DEC Notícias | 2020/2021


Professora Rita Carvalho - Artigo (revista Water) Md Nazmul Azim Beg, doutorou-se em Engenharia Civil na Especialidade de Hidráulica, Recursos Hídricos e Ambiente, na Universidade de Coimbra em 2019. No decorrer do seu doutoramento, foi desenvolvimento um modelo em OpenFOAM® que permite simular escoamentos incluindo sólidos suspensos. O modelo foi aplicado recentemente ao caso de uma instalação experimental na Universidade de Sheffield que inclui uma conduta intersetada por uma caixa de visita e foi validado com os resultados experimentais. O trabalho foi publicado na forma de um artigo na Water Journal, "CFD Modelling of the Transport of Soluble Pollutants from Sewer Networks to Surface Flows during Urban Flood Events", https://www.mdpi.com/2073-4441/12/9/2514 , o qual teve destaque do editor para exibição na página principal e posteriormente selecionado como *Editor's Choice Article of Water Journal.

Rita Carvalho:

É possível continuar a trabalhar, apesar das atuais dificuldades. Pode ser mais difícil o trabalho experimental mas pode sempre recorrer-se à componente numérica. As atuais ferramentas permitem a realização de reuniões online onde se pode discutir resultados. Perspetivo um bom ano de 2021 no nosso Departamento.

17| DEC Notícias | 2020/2021


Dulce Maria de Almeida Marques Apoio Administrativo Secretaria - Área Financeira

O DEC tem funcionado a nível excecional, apesar das limitações e regras impostas pela pandemia. Estávamos habituados a uma normalidade de funcionamento e de Ensino, que foi interrompida por um inimigo, que se esconde onde menos esperamos e ataca de forma surpreendente. Mas, o cumprimento, com eficácia, de regras generalizadas, neste tempo de desafios constantes, tem permitido a abertura do DEC, embora prevaleça um vazio notório provocado pelo confinamento. O esforço de todos tem motivado a continuidade dos serviços de ensino e de todos os outros adjacentes, que permitem que o DEC construa e marque a diferença! Vamos Reabilitar, Vamos Construir e Ser mais DEC! 18| DEC Notícias | 2020/2021


Joel Simões

promover o empreendedorismo em cada um, facultar a perspetiva de engenheiros que atuam e tem um papel importante no mundo da engenharia, e presentear com as últimas novi-

Presidente do antigo NEEC

dades da engenharia civil. Procuramos estar ativos nas redes

sociais de forma a estarmos ligados aos estudantes, com Olá a todos, o meu nome é Joel Simões e sou o presidente jogos rápidos interativos de 30 segundos, criando rubricas do Núcleo de Estudantes de Engenharia civil da Associação semanais com curiosidades ligadas ao nosso ramo. Académica de Coimbra. Estou no meu 4º ano de faculdade e terceiro ano no núcleo de estudantes.

No entanto, no meio de tanta coisa menos positiva, há sem-

pre algo de bom a destacar, uma vez que, os alunos que apaComo é do conhecimento de todos, estamos perante uma nharam este “turbilhão” de informação proporcionada pela situação nunca antes experienciada e como tal, a pandemia, pandemia são pessoas mais capazes de se adaptarem às difiafetou os nossos métodos de trabalho, a nossa rotina, a for- culdades do mundo, à digitalização dos meios, que cada vez ma de viver, assim como, todas as nossas perspetivas do é maior e necessária. Os alunos e futuros profissionais, estafuturo.

rão mais bem preparados e ajustados a trabalharem em no-

O ensino desde que me recordo sempre funcionou em regi- vas realidades com todo o conhecimento adquirido ao longo me presencial, e atualmente, devido as circunstâncias pre- do tempo de estudante universitário. senciamos um regime online ou em alguns casos, um regime A tecnologia mundial tem evoluído de forma surpreendente! híbrido, online + presencial. Esta adaptação, inicialmente O que agora é novidade amanhã é obsoleto. Com as novas poderá ter divido opiniões e tornar-se complicada, contudo, tecnologias vêm novas formas de viver e novas formas de com o tempo, os alunos vão se habituando aos novos méto- pensar. Relativamente ao nosso curso, um dos mais impor-

dos. Devo dizer que o choque da mudança de regime de tantes na história da humanidade e mais abrangente a todas aulas e avaliações foi dos momentos mais stressantes da as áreas do mundo acredito que conseguimos sempre ter a minha vida como estudante universitário. O acompanha- inovação necessária para ultrapassar os obstáculos que nos mento das aulas em regime online é muito complicado apresentam. Engenharia civil atravessou uma grave crise quando comparado com o presencial, quando os alunos es- que se refletiu bastante no país e a pouco e pouco, estamos a tão habituados a ter certas regalias, como explicações de conseguir a voltar a números normais e, consecutivamente, matéria lecionada de forma mais interativa, torna mais difí- a ser um curso com mais aderência e proatividade. cil a adaptação aos meios digitalizados. Um aluno de priAinda há uma grande distancia entre os alunos e o departameiro ano que entra num novo mundo, com um regime de mento, muito em parte provocada pelo abandono do polo 2 avaliação diferente, semestral, com aulas orientadas de mana cidade de Coimbra, portanto uma maior integração do neira diferente, e depois disto tem um regime de aulas onlimesmo na cidade proporciona um melhor ambiente a todos ne, torna mais difícil a adaptação ao novo mundo ligado por os alunos da universidade. A dificuldade do núcleo em orgarede. nizar eventos numa maior escala ainda é um obstáculo para Ao longo do último ano, com a impossibilidade de contacto nós, por isso enquanto membros do núcleo de estudantes físico entre as pessoas, o núcleo de estudantes de engenharia tentamos pensar sempre de maneira a projetar a nossa casa, civil, tentou ao máximo adaptar-se às novas regras, propor- o DEC além-fronteiras. A criação de salas de estudo resercionando aos estudantes convívios online, de forma aos alu- vadas, apenas, a alunos de engenharia civil é um dos métonos poderem conviver entre todos, conhecerem todos os dos à qual o núcleo de estudantes sempre defendeu. estudantes do curso. De forma a assegurar um ano, tranquilo, dentro dos possíveis, organizamos sessões de dúvidas ou até mesmo explicações para alunos que não conseguiam Saudações Académicas, acompanhar a matéria da forma pretendida. No âmbito das saídas profissionais tentamos mostrar a todos as ofertas de emprego oferecidas aos nossos estudantes, como forma de ganharem ânimo nestes tempos mais sombrios. Criamos Talks no formato online, as DECTalks, onde procuramos 19| DEC Notícias | 2020/2021

Joel Simões


20| DEC Notícias | 2020/2021


Bernardo Fernandes Presidente do atual NEEC O NEEC/AAC, conta já com 20 anos de história e trabalho na promoção, desenvolvimento e divulgação do curso de Engenharia Civil. Neste prisma, procuramos ter presente um trabalho de continuação de projetos já existentes, alienado a um compromisso por inovar e fazer mais pelos nossos estudantes, departamento e instituição. A atual situação pandêmica surge como entrave à integração dos alunos na comunidade académica e à descoberta de uma nova cidade, Coimbra. Esta será certamente uma problemática onde teremos um maior enfoque, de forma a assegurar o bom ecossistema académico que presenciamos todos os dias

Direção NEEC

no nosso querido DEC. (Bernardo Fernandes)

Bernardo Fernandes - Presidente

Pedro Caeiro - Comunicação e Imagem

Beatriz Colaço - Pedagogia

Ruslan Nayavko - Recreativo

Guilherme Bento - Saídas Profissionais

Mariana Fernandes - Relações Externas 21| DEC Notícias | 2020/2021


O NEEA 2021/2022 O Núcleo de Estudantes de Engenharia do Ambiente da Associação Académica de Coimbra (NEEA/AAC) tem-se pautado pelo compromisso e pela defesa dos direitos dos estudantes, pelo que é com sentido de responsabilidade que esta nova equipa encara o próximo mandato. Estamos conscientes que o próximo ano letivo será novamente um ano imprevisível, uma vez que a pandemia continua a ser uma realidade presente nas nossas vidas. Devido a estas incertezas, a nossa atenção está direcionada para a saúde e segurança dos estudantes; ainda assim desejamos manter e melhorar as relações interpessoais da comunidade estudantil. Tendo como principal prioridade o futuro dos nossos estudantes, pretendemos dinamizar novas atividades com o intuito de inovar e evoluir, promovendo a visibilidade e reconhecimento do curso de Engenharia do Ambiente, bem como o fortalecimento da ligação ao mercado de trabalho nacional e internacional. Pretendemos assim com estes objetivos e com o apoio do DEC manter os bons exemplos dos mandatos anteriores. Saudações académicas, NEEA/AAC (Filipa Beça)

22| DEC Notícias | 2020/2021


Funcionários do DEC aposentados em 2020. OBRIGADO/A! Maria Lucinda Cordeiro Sousa Apoio Técnico – Secção de Textos

De 1987 a 2020 (01/07/2020)

Joaquim Cordeiro da Silva Apoio Técnico – Laboratório de Hidráulica, Recursos Hídricos e Ambiente De 1996 a 2020 (01/08/2020)

23| DEC Notícias | 2020/2021


DEC Notícias 2020/2021

OBRIGADA!


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