20 minute read

Legislação

Next Article
Representante

Representante

Regras podem prejudicar motociclistas

Prefeitura de São Paulo quer cobrar zona azul de motos e deputados tentam aprovar projetos restritivos

Se não bastassem as medidas que restringem a circulação de motocicletas em determinadas vias urbanas de São Paulo, como a proibição de circular na pista expressa da Marginal Tietê, a Prefeitura de São Paulo estuda uma forma de cobrar zona azul das cerca de 20 mil vagas exclusivas para motos existentes na capital paulista. No âmbito estadual, o governador do Estado, Geraldo Alckmin, vetou projeto de lei do deputado estadual Jooji Hato, que visa proibir a circulação de motos com garupa em determinados horários. Apesar do veto, um outro projeto, de autoria do deputado Coronel Telhada, para exigir a impressão da placa da moto no capacete, tramita na Assembleia Legislativa.

A ideia da Prefeitura paulistana surgiu recentemente, mas não é uma novidade. A cobrança por meio do sistema rotativo de estacionamento (zona azul), já é feita em cidades do interior como Ibiúna, Araçatuba e Taubaté e em alguns municípios de outros Estados como Juiz de Fora (MG) e Londrina (PR).

O SindimotoSP, sindicato que representa os motofretes em São Paulo, é contra. O presidente da entidade, Gilberto de Almeida dos Santos, argumenta que o motofretista faz entre 15 e 20 entregas por dia. E os custos com o sistema aumentariam muito. “Quanto ele gastaria só para estacionar a moto? A Prefeitura não pode onerar o motociclista que já paga IPVA e DPVAT altíssimos. Além disso, o prefeito Fernando Haddad já mostrou que não deseja incluir motocicletas em seu plano de mobilidade urbana. Um grande erro isso”, diz.

A cobrança aos motociclistas faz parte de um projeto maior da Prefeitura que prevê a substituição do sistema de talões por um sistema de cobrança eletrônico baseado em aplicativo de celular. Mas o processo para implantação é longo, pois o edital para o desenvolvimento do sistema deve ser lançado ainda no final de fevereiro.

Legislativo

Dois projetos criados por deputados estaduais também incomodam os motociclistas como um todo e não apenas motofretes. O elaborado por Jooji Hato não é novo e, além de proi

bir o garupa também previa a impressão da placa da moto no capacete de todos os motociclistas e no colete (no caso dos motofretes).

O deputado estadual entende que o projeto ajudaria a evitar assaltos decorrentes da chamada “saidinha de banco” e dificultaria crimes durante a madrugada. Para Hato, as medidas previstas também aumentariam a segurança para o próprio motociclista.

A restrição seria nos dias úteis entre os horários das 10h e 16h30 e 23h às 5h. Quem descumprisse poderia ser multado em R$ 130. Mas o governador Geraldo Alckmin vetou por entender que o transporte de passageiros e o uso do capacete estão previstos no Código de Trânsito Brasileiro (CTB) e,

por isso, o projeto em âmbito estadual seria inconstitucional.

“Essa lei fere o direito de ir e vir do cidadão que compra uma motocicleta homologada pelo CTB. Além do mais, não compete aos deputados estaduais legislar sobre leis de trânsito. Isso é competência do governo federal via Contran e Denatran. Nossa sugestão é que haja mais policiamento com equipes especiais para combater esse tipo de criminalidade, ou seja, assalto com motos”, comenta o presidente do Sindimoto.

O projeto do Coronel Telhada, por sua vez, se limita a exigir a impressão do número da placa da moto no capacete como forma de facilitar a identificação do condutor que pratique algum crime. Esse projeto também é criticado porque assaltante não cumpre leis. Pelo contrário, ele rouba uma moto e sai pelas ruas para praticar outros crimes sem se importar se a placa será ou não anotada.

O presidente da ANFAMOTO, Orlando Leone, é contra essas medidas porque elas colocam todos os motociclistas na vala comum da criminalidade. “O motociclista não é bandido de capacete. A questão é muito mais profunda do que a burocrática. O poder legislativo deveria chamar os principais interessados e discutir propostas que inibam o roubo de motos para fim de criminalidade e não estudar leis que punam o trabalhador e o cidadão que utiliza a motocicleta como meio de transporte mais barato, rápido e eficiente que também não é oferecido pelo governo”, afirma Leone.

Opinião semelhante tem o sindicato, que enxerga a ideia de gravar o número da placa no capacete como sendo discriminatória. “Entendemos que é discriminatória porque “marca” o motociclista como escravos eram marcados. Num assalto, a vítima nem consegue anotar a placa da moto que é maior, quanto mais um número no

capacete e no colete. Se essa lei passar na Assembleia vamos recorrer ao governador, que agiu com bom senso ao vetar o projeto de Jooji Hato”.

O cientista político e especialista em segurança pública, Guaracy Mingardi, também é contra os projetos de lei elaborados por Hato e Telhada. Em sua opinião, os textos não foram aprovados nem mesmo pela cúpula da polícia paulista, caso contrário, o governador teria sancionado. Mingardi ressalta que a medida é inócua e só faz atrapalhar a vida da população como um todo.

“Em primeiro lugar, a polícia tem de fazer um trabalho investigativo e prender os criminosos. Proibir garupa em certos horários não resolve porque os bandidos passarão a assaltar em outros horários. Além do mais, não se deve criar leis que, em nome da segurança, dificultem a vida de toda a população”, analisa o especialista.

2016 é ano para se trabalhar com bastante cautela

Estratégia é aproveitar ajustes feitos em 2015 como ferramenta de expansão no mercado

Na opinião da maioria dos representantes do segmento de motopeças que respondeu a um questionário enviado pela ANFAMOTO em Revista, 2016 será economicamente tão difícil quanto 2015. Todos acreditam que é até possível se manter no mesmo patamar de vendas ou crescer um pouco em função dos ajustes implementados em suas empresas no ano anterior, mas a estratégia é agir com cautela.

Decisões econômicas tomadas pelo governo como aumento de impostos, elevação da taxa básica de juros e reajuste de tarifas públicas desagradam a todos porque impactam diretamente na competitividade à medida que elevam os custos, além de contribuírem para o crescimento da inflação. Sem credibilidade, a presidente Dilma Rousseff perdeu o apoio de seus aliados no Congresso Nacional e não consegue aprovar medidas necessárias para corrigir os erros que levaram o País ao atoleiro. Esse fato somado à briga pelo poder que se instalou em Brasília gera insegurança para novos investimentos.

“O ano de 2015 foi singular no cenário político e econômico do País. O setor de motopeças também não atravessou seu melhor momento. Porém, para o segmento de reposição em especial foi um pouco melhor. Devido à queda nas vendas de motocicletas novas, o setor não sentiu tanto, pois a manutenção das cerca de 23 milhões de motos em circulação tem que ser feita. Não vejo nenhuma mudança significativa para 2016, acredito que manteremos um patamar de

crescimento conservador na casa dos 2% em relação a 2015. O empresário terá que apostar num planejamento bem a curto prazo, acompanhando passo a passo os acontecimentos políticos e apostando na tão sonhada retomada do crescimento”, avalia Orlando Leone, presidente da ANFAMOTO.

Além da queda nas vendas de motos novas, que ajudou a vender mais peças de reposição, o que favorece em parte o setor de motopeças é que muitos ajustes foram realizados em 2015 para superar a crise. Algumas empresas reduziram o quadro de funcionários, mas investiram em maquinário mais moderno de forma a garantir a produtividade em caso de retomada da economia. É o caso, por exemplo, da fabricante de pastilhas de freio Fischer que entre 2014 e 2015 diminuiu em 40% o quadro de funcionários, mas investiu maciçamente para equalizar a produção.

“Não pretendemos contratar funcionários em 2016,

a menos que haja adequação nas Leis Trabalhistas. Mas vamos continuar a investir em automação e, possivelmente, não voltaremos a demitir, a não ser em casos esporádicos. As operações não serão expandidas, ficaremos contentes se mantivermos a atual”, afirma Valério Valente, engenheiro e assessor comercial da empresa.

Valdir Mariano, diretor da PPardal Plasbor fabricante de carcaças de farol e de painel, entre outros itens, afirma que em 2015 demitiu 50% de sua força direta de trabalho, 100% da indireta e chegou a vender patrimônio para se manter. Com quadro enxuto e compromissos financeiros equalizados ele acredita que poderá voltar a crescer neste ano.

“O ano passado foi o pior desde nossa fundação. Pretendo expandir, na medida do possível, com recursos próprios e, consequentemente, se houver êxito, voltar a contratar funcionários”, disse. Mariano ressalta que o governo poderia olhar mais para o mercado interno, como tem feito a China. “Além disso é preciso reindustrializar o País”.

DÓLAR

A desvalorização do real perante o dólar divide opiniões. A moeda americana, no patamar que está, beneficia a indústria exportadora, mas prejudica os importadores de motopeças. A gerente Comercial da SBS Comércio de Veículos, Sandra Brandani Picinato, afirma que os pontos que mais prejudicaram a empresa no decorrer de 2015 e que podem continuar pesando são os reajustes de tarifas públicas como água e energia elétrica e a subida do dólar. “Nossas prateleiras têm hoje 80% de produtos importados e 20% de nacionais”, conta.

Apesar disso, Sandra diz que a SBS fechou o ano com resultado positivo e não precisou demitir. A situação difícil do mercado deve prosseguir e exigirá muita criatividade e empenho das empresas na manutenção da carteira de clientes. “Nosso lema é reciprocidade e tratar bem o cliente para ele retornar. Só assim vamos conseguir melhorar e nos fortalecer”, afirma a gerente.

Para colocar o lema em prática a empresa iniciou processo de mudanças internas, sem demissões, com a finalidade de mudar a cultura de trabalho e atendimento, principalmente em setores da loja mais acomodados. Trata-se de uma iniciativa que exige muito treinamento. “Todo mês convidamos um professor universitário para ministrar palestras para nossa equipe de vendas”.

Se o dólar alto é ruim para importadores, para fabricantes pode ser bom. O real fraco beneficia as exportações e foi assim, com vendas para o mercado externo, que a fabricante de pneus Rinaldi conseguiu superar os resultados pouco animadores da comercialização de sua linha de produtos no mercado doméstico. A empresa também compreendeu a necessidade de investir no seu processo de produção e treinamento de funcionários.

O resultado é que o gerente comercial da empresa, Sérgio de Paris, se mostra otimista com 2016, embora avalie que será mais um ano difícil. “Acreditamos que haverá muitos desafios, porém, estamos confiantes de que será um

ano melhor que 2015. Pretendemos manter o quadro de colaboradores, pois consideramos a expansão de vendas no mercado interno e a busca de novos mercados no exterior”, afirma.

O gerente da Rinaldi também diz que a empresa seguirá com a filosofia de incentivo ao esporte, por meio do patrocínio a pilotos e competições do motociclismo brasileiro. Além disso, a fábrica investirá na ampliação da linha de pneus para uso sem câmara de ar e fará lançamentos no segmento de competições.

POLÍTICA

Outra fabricante, a Cometa Moto apresentou queda de 20% nas vendas e demitiu o mesmo percentual de funcionários no ano passado. O diretor, Amarildo Fernandes, não acredita em mudanças e vê o cenário político atual como o principal responsável pela forte desaceleração da economia.

“Estamos preparados para encarar os desafios dos próximos meses em função dos ajustes que já fizemos no ano anterior. Mas a mudança do atual cenário politico é necessária porque nosso governo, além de desacreditado, não tem nenhum apoio”, comenta Fernandes.

Jaimar Edson Meneghel, diretor da Indústria de Motopeças Chapam concorda com Fernandes e diz que o reajuste de tarifas públicas é o que mais alavanca a escalada de preços. Para ele, tudo o que é de responsabilidade do poder público tem influenciado no empobrecimento da população. “O cenário político não é favorável para a economia. É preciso mudança de atitudes”, afirma.

Segundo Meneghel, a Chapam teve desempenho satisfatório em 2015 com faturamento considerado bom diante do quadro recessivo. Não houve demissões, mas os funcionários que pediram demissão não foram substituídos, situação que deve ser mantida até o final do ano.

“Otimismo faz parte da vida de um empreendedor. Mas em 2016 investiremos pouco na empresa. Contratar ou demitir não está em nossos planos. Pelo nosso histórico, o primeiro semestre costuma ser melhor que o segundo. Está difícil manter a assiduidade do cliente, uma vez que a concorrência é um fator de muita especulação”, diz.

Veja abaixo outros depoimentos:

VEDAMOTORS

“O ano de 2015 foi um ano bom, não atingimos nossa meta em 100% mas chegamos muito próximos com 96% dela. Continuamos a investir em novas tecnologias e capacitar os profissionais. O ponto mais crítico de 2015 foram os reajustes de preços que nossos fornecedores nos repassaram. Não demitimos por conta da recessão, substituímos colaboradores por conta de baixa produtividade, pois o mercado está oportuno para contratação de mão de obra ou por melhoria de processo. Nossa expectativa para 2016 não é muito positiva, visto todos os escândalos políticos que impactam na nossa economia. A conta será paga pelas empresas e pelo povo. Mas não podemos pensar negativo”. Rodrigo Alves, Controller.

MONTANNA

“O balanço de 2015 foi positivo em virtude de várias ações tomadas durante o ano para reverter o posicionamento difícil em que se encontrava o mercado. A aquisição de novas marcas e o desenvolvimento de novos produtos contribuíram para que não houvesse necessidade de demitir. Acredito que 2016 será melhor, foram tomadas medidas de planejamento para realinhamento dos custos da empresa e para criação de novas oportunidades de negócios. Gostaria de ressaltar que a queda na venda de motos 0KM fez com que a manutenção de usadas se aquecesse, o que favoreceu o mercado de reposição. No entanto, prejudicou as vendas de peças e acessórios para as montadoras. Pretendemos continuar expandindo a linha de produtos, incentivar a expansão de novos mercados, investindo em ações de marketing, capacitação e aguardar a evolução do mercado, procurando manter a produtividade e o nível de competitividade”. Orlando Leone, diretor.

CIRCUIT

“Foi um ano bem diferente dos últimos 20 anos. Houve queda nas vendas das lojas e fomos obrigados a expandir as vendas para o exterior. Os custos fixos como energia, mão de obra e água tiveram aumentos muito importantes e acabaram reduzindo o poder de compra dos motociclistas. Fomos melhorando a gestão interna da fábrica e usando o dinheiro de forma mais racional. Em 2016, eu acho que o mercado de modo geral vai piorar. No caso da Circuit, estamos prevendo crescimento de 15% nas vendas por causa das novas estratégias que pretendemos implementar. Aproveitamos os últimos três anos de real valorizado para comprar máquinas e tecnologia. Nosso maior investimento a partir de agora será em pessoal para melhorar nossa distribuição dentro e fora do Brasil”. Renato Edmundo Breda, diretor.

EBRAM

“Foi um ano de superação e muito trabalho, fechamos bem o ano. O reajuste na matéria-prima e na cesta de insumos, que obrigatoriamente usamos na produção de nossos produtos, influenciaram bastante nosso desempenho, mas a alta do dólar favoreceu a concorrência sobre os similares importados. Em 2016 adotaremos a mesma receita de 2015: trabalho, muito trabalho. Mas é importante que o governo implemente uma profunda reforma fiscal. Estamos atentos ao clamor do mercado. Se o desemprego aumentar e a população se endividar, teremos que puxar o freio de mão. Agora, se o governo não colocar ainda mais insegurança, as coisas se acomodarem, temos tudo para crescer e dar emprego, ampliando nossa área de atuação no País e lançando novos produtos”. Cesar Rorato, diretor comercial.

VEDOX

“A Vedox conseguiu um ano produtivo, dentro do que esperávamos. Acreditamos que a alta do dólar contribuiu para uma retração geral na economia. Em nosso caso a moeda americana impactou no custo dos insumos. Trabalhamos com a expectativa de que 2016 seja melhor. As correções necessárias na economia já foram ou estão sendo feitas pelos órgãos responsáveis, mas também precisamos de tempo para que as mesmas surtam efeito. Além do mercado nacional, vamos trabalhar para levar nossos produtos ao exterior, tanto que investimos em tecnologia com a aquisição de uma máquina injetora de alumínio”. Marcos Paulo, gerente geral

POLIVISOR

“A respeito de 2015, apesar do ano ter sido muito instável em diversos momentos, tivemos resultado positivo com crescimento de 5% em relação a 2014, mesmo assim, tivemos de demitir 15% de nossos empregados. Os aspectos que mais influenciam nossos negócios são os impostos, que além de muitos têm valores altíssimos. Outro problema é a concorrência desleal. Eu acredito que mais fiscalização e a implantação de um sistema tributário justo, para que empresas sérias não paguem pelas outras, que só bagunçam o mercado, são medidas necessárias para que o cenário melhore. O plano para 2016 é a expansão da marca dentro e fora do território nacional. Feito isso, pretendemos aumentar todo o restante de nossas operações”. Lucas Pena Mantovani, gerente comercial e marketing.

Sempre faça a revisão de sua moto

Observar constantemente o desgaste natural contribui para a segurança e durabilidade do veículo

Há algo pior do que a moto apresentar problemas no trânsito? Uma quebra em movimento, mais do que o transtorno do veículo parado pode representar riscos à integridade física e à vida do condutor e de outras pessoas em seu entorno. Por esta razão é importante fazer a manutenção preventiva da motocicleta. Além do mais, o motociclista que tem o hábito da revisão contribui para aumentar a vida útil da moto.

O freio é um dos itens mais importantes e que deve ser verificado constantemente. O supervisor de vendas da Fabreck, Layon Willian de Souza, explica que o varão de freio é o principal indicador de desgaste. Para garantir a segurança nas frenagens basta observá-lo constantemente e, de tempos em tempos, dar um aperto nele. Mas chega uma hora que não é mais possível apertar. É o aviso de que a moto tem de ir para o mecânico. No caso das pastilhas, basta observar se o material de atrito está desgastado aproximando-se da base de metal”, explicou.

Souza reforça que ao instalar patins ou pastilhas de freio novas é necessário que o cubo (no caso de patins) ou os discos (pastilhas) tenham passado por uma retífica. “Conforme o freio vai sendo acionado, há um desgaste natural dessas peças. Se não for realizada a retífica, a nova pastilha ou patim não terá contato total com a superfície do disco ou do cubo, o que reduz a eficiência da frenagem”.

Outro item de segurança muito importante é o pneu. Em condições normais de uso ele dura entre 10 mil e 12 mil quilômetros. Mas para que isso ocorra é imprescindível calibrá-lo sempre, pois pneu murcho prejudica a dirigibilidade, desgasta mais rapidamente e contribui para

o aumento do consumo de combustível.

O diretor técnico da fabricante de pneus Rinaldi, João Umberto Volpato, aconselha a olhar também se os pneus possuem rachaduras, bolhas, cortes e perfurações e atenção à data de fabricação porque a garantia, em geral, é de cinco anos. “Outro ponto importante é visualizar o TWI, sigla inglesa que significa indicador do desgaste do pneu, que está localizado em três pontos em cada um dos flancos. Essa marcação possibilita avaliar, visualmente, se o pneu atingiu o limite de desgaste”. Um detalhe importante: aros danificados criam vibrações e reduzem a estabilidade da motocicleta. Portanto, preste atenção neles.

Motor

O óleo lubrificante é outro item a ser verificado com frequência. Muitos problemas no motor ocorrem porque o motociclista não se atenta ao momento certo de fazer a troca ou ao tipo recomendado. Siga as instruções do manual. O óleo é um item muito barato se comparado aos estragos causados pelo esquecimento de sua troca.

O mecânico Rômulo da Silva Menezes, da Wheeling Motopeças, de São Paulo, lembra que não se trata apenas de se preocupar com o tempo da troca. É preciso ver se há algum vazamento. Ele também lembra da necessidade de prestar atenção a barulhos diferentes no motor. “Se o motor fizer um barulho metálico, acima do normal, pode ser que ele esteja batendo pino, ou seja, há peças muito desgastadas que poderão gerar custos adicionais”, explica.

O conjunto corrente, coroa e pinhão também merece atenção especial, pois é esse sistema que leva a força do motor para a roda traseira. A lubrificação da corrente deve ser feita semanalmente ou, no mínimo, a cada 15 dias. Em época de chuvas ou quando se usa o veículo em estradas de terra, o ideal é fazer diariamente.

Essa ação ajuda a aumentar a vida útil do sistema. Uma corrente sem lubrificação pode se romper porque trabalha com atrito maior, além de corroer a coroa e o pinhão. O rompimento da corrente é perigoso porque se ela enroscar na roda pode gerar graves acidentes.

Outros

Outros itens merecem especial atenção para que a moto funcione sempre bem. Se a bateria for comum, verifique o nível de água e só complete com

água destilada. Verifique se há muita oxidação dos polos da bateria. Dê preferência ao uso de bateria selada, que é livre de manutenção.

Coloque apenas combustível em postos de confiança. Gasolina ou álcool adulterado podem acelerar a corrosão de peças metálicas ou danificar vedações causando grandes danos ao motor. Fique atento também ao painel de instrumentos, pois ele apresenta informações importantes para o piloto. Por fim, não esqueça de olhar as lâmpadas, pois são itens de segurança obrigatórios e custam muito pouco. Se a ocorrência de lâmpadas queimadas for constante, vale fazer uma revisão elétrica.

“A manutenção de sua moto tem que ser feita sempre e de maneira preventiva. Alguns itens podem ser verificados visualmente todos os dias pelo motociclista antes mesmo de sair de casa. E nos demais casos sempre é recomendado que um profissional qualificado faça essa revisão. Tenha sempre certeza de que sua moto está funcionando em perfeitas condições de uso e segurança. Prevenir é muito melhor que ter surpresas desagradáveis”, comenta Orlando Leone, presidente da ANFAMOTO.

Honda lança nova CG 125i Fan com sistema de injeção eletrônica

A Honda inicia o ano com novidade em sua linha street de baixa cilindrada. Em fevereiro toda a rede de concessionárias passou a comercializar a nova CG 125i Fan, que incorporou nova tecnologia. Entre as inovações, destaque para a adoção de sistema de injeção eletrônica de combustível. O modelo também incorporou novo tanque de combustível, com traços elevados e tampa esportiva, escape redimensionado com novo protetor e ponteira, além de novo conjunto de pedaleiras.

Utilizada em grandes centros urbanos, tanto para o uso profissional quanto para o lazer, os principais atributos da nova CG 125i Fan estão relacionados à economia de combustível e a um conjunto extremamente eficiente, de grande resistência e baixo custo de manutenção. Seu motor monocilíndrico OHC (Over Head Camshaft) tem capacidade de 124,7cm³, quatro tempos, arrefecido a ar. A principal novidade é a adoção de um moderno sistema de injeção eletrônica PGM-FI (Programmed Fuel Injection) em substituição ao carburador. Com possibilidade de abastecimento apenas com gasolina, são 11,8 cv a 8.500 rpm e torque máximo de 1,06 kgf.m a 5.000 rpm. O modelo conta ainda com partida a pedal e câmbio de cinco velocidades, com transmissão final por corrente.

Seu chassi de aço do tipo Diamond oferece ótimas respostas em rigidez para toda a estrutura. A suspensão tem garfo dianteiro telescópico, com curso de 115 mm. Já a traseira, conta com amortecedores duplos e mola, com curso de 64 mm. Os freios são a tam

bor, com 130 mm na frente e 130 mm atrás. As rodas raiadas apresentam aros em alumínio e pneus 80/100-18 (dianteiro) e 90/90-18 (traseiro). Leve, todo conjunto oferece pilotagem facilitada graças ao peso de apenas 107 kg.

Com a chegada do novo modelo todas as versões oferecidas pela linha CG no Brasil passam a atender definitivamente a segunda fase do PROMOT 4 (Programa de Controle da Poluição do Ar por Motociclos e Veículos Similares). A CG 125i Fan é fabricada em Manaus (AM) e já está disponível em toda rede de concessionárias de motocicletas Honda. Comercializada nas cores preta e vermelha, tem preço público sugerido de R$ 6.790 com base no Estado de São Paulo, sem despesas de frete ou seguro. A garantia é de três anos sem limite de quilometragem, com fornecimento gratuito de óleo em sete revisões.

This article is from: