Caderno de Fichas Sonoras Belém Sonora

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SUMÁRIO

FICHA SONORA Nº 01 ................................................................................... 1 FICHA SONORA Nº 02 ................................................................................... 2 FICHA SONORA Nº 03 ................................................................................... 3 FICHA SONORA Nº 04 ................................................................................... 4 FICHA SONORA Nº 05 ................................................................................... 5 FICHA SONORA Nº 06 ................................................................................... 6 FICHA SONORA Nº 07 ................................................................................... 7 FICHA SONORA Nº 08 ................................................................................... 8 FICHA SONORA Nº 09 ................................................................................... 9 FICHA SONORA Nº 10 ................................................................................. 10 FICHA SONORA Nº 11 ................................................................................. 11 FICHA SONORA Nº 12 ................................................................................. 12 FICHA SONORA Nº 13 ................................................................................. 13 FICHA SONORA Nº 14 ................................................................................. 14 FICHA SONORA Nº 15 ................................................................................. 15

__________________________________________________ Projeto Gráfico: André Pereira Souza de Sousa (André Macleuri) Foto da capa: Walter Gomes Júnior Demais fotos de André Macleuri exceto as especificadas em legenda O projeto Belém Sonora foi realizado através do Prêmio de Pesquisa e Experimentação artística 2018, do programa SEIVA de incentivo à arte e a cultura do Governo do Estado do Pará - Fundação Cultural do Pará. Mais do projeto encontra-se em:

www.andremacleuri.blogspot.com

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FICHA SONORA Nº 01 Título: Garças na Praça Batista Campos Data e hora da gravação: Sábado, 16 de junho de 2018. Das 06h09min às 06h30min. Nome da pessoa que gravou: André Macleuri Equipamento utilizado: Gravador digital Tascam DR-40 Especificações da gravação: Gravador configurado em 24 bits, Estéreo, Low cut 80hz, volume de gravação a 60dB. Microfones ligeiramente apontados para cima, na direção dos galhos da samaúma. Foram registradas quatro sessões, a de que trata essa ficha foi a terceira, gravada em com volume do gravador a 70dB e com os microfones em posição aberta, tem 03’18”. Lugar gravado: Do chão, a aproximadamente dez metros do tronco da árvore, que tem em torno de 12 metros de altura. Temperatura: 23ºC. Intensidade marcada pelo decibelímetro: 50dB. Observações históricas: É provável que a aparição dessas aves neste ambiente seja tão antiga quanto as árvores, os córregos e os chafarizes da praça; elementos atrativos a elas que usam as árvores (principalmente as sumaumeiras) para pernoitar e os córregos (que, dentre outras coisas, contém peixes) para se alimentarem e beberem água. Observações sociológicas: As garças tem uma dupla relação sentimental com o ser humano na Praça. A sua beleza visual e sonora é encantadora; mas a sujeira que produzem não é nada agradável. Observações adicionais: Como foi registrado por aproximadamente vinte e um minutos, percebeu-se que, conforme o horário avançava, o ruído do tráfego aumentava paulatinamente, assim como outros sons, tais quais: vozes de outras aves e passos de pessoas fazendo cooper na Praça. Apesar destes, os sons das garças predominam. Na sessão selecionada para esta ficha, é possível ouvir nos segundos finais, no canal direito, um arrastar de vassoura de um homem que estava a cerca de cem metros varrendo a praça.

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FICHA SONORA Nº 02 Título: Sinos da Basílica de Nossa Senhora de Nazaré às 6pm Data e hora da gravação: Quartafeira, 20 de junho de 2018. Das 17h55min às 17h58min. Gravado por: André Macleuri Foto: Fábio Hassegawa

Equipamento utilizado: digital Tascam DR-40

Gravador

Especificações da gravação: Gravador configurado em 24 bits, Estéreo, Low cut 80hz, volume de gravação a 60dB. Microfones apontados para cima, na direção das torres dos sinos. Lugar gravado: Defronte à Igreja, a aproximadamente uns 10 metros da escadaria de entrada da mesma. Condições atmosféricas: Quente e úmido, 28ºC. Edição: Na edição foi adicionado + 12dB de volume. Intensidade marcada pelo decibelímetro: Entre 70 e 80dB. Observações históricas: Os sinos foram produzidos pela empresa Barigozzi de Milão, e consagrados em 1930. Em 1966 recebeu o sistema automatizado (informação contida no site da Basílica: http://basilicadenazare.com.br). Observações sociológicas: Os sinos possuem função litúrgica e sinalizadora; tocam de 15 em 15 minutos. A Canção Vois Sois o Lírio Mimoso (Euclides Farias) é chamada por muitos como o “hino de nossa senhora de nazaré”. Observações musicais: O carrilhão de sinos da torre do lado esquerdo possui uma oitava, na escala maior (Ré Maior). A melodia da Canção Vois Sois o Lírio Mimoso, que é tocada após os badalos indicadores de hora, é produzida dentro de uma oitava, e na parte em que, de acordo com a melodia original, deveria haver a nota sol sustenido, há um sol (bequadro), que de certo modo é mascarado pelos harmônicos que parecem auxiliar o desejo dos ouvidos em ouvir a nota certa. A torre da direita possui um único sino grave na nota ré (na gravação percebe-se que é bastante audível o sétimo harmônico da série harmônica: intervalo de sétima menor), como se fosse o som fundamental, o sino mor, o Big Ben, o regente do carrilhão de sinos da torre esquerda (considerando-se a posição de um observador posto de frente para a igreja). Observações adicionais: Os toques dos sinos incluem: o badalar indicador de hora que é dado pelo “Big Ben” da Basílica, a imitação das frases melódicas da torre de Westminster (com seus motivos melódicos invertidos), a melodia da canção Vois Sois o Lírio Mimoso e, às 18 horas, o balançar de todos os oito sinos da torre esquerda, quando seus sons são produzidos pelos seus próprios badalos, em vez dos martelos acionados pelo sistema. No horário desta gravação o ruído do tráfego e do trânsito de pessoas é constante. Fichas Sonoras

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FICHA SONORA Nº 03 Título: Sinos da Basílica de Nazaré às 6am Data e hora da gravação: Quarta-feira, 21 de junho de 2018. 05h54min às 06h05min Nome da pessoa que gravou: André Macleuri Equipamento utilizado: Gravador digital Tascam DR-40 Especificações da gravação: Gravador configurado em 24 bits, Estéreo, Low cut 80hz, volume de gravação a 75dB. Microfones apontados para cima, na direção das torres dos sinos. Lugar gravado: Defronte à Igreja, a aproximadamente uns 10 metros da escadaria de entrada da mesma. Intensidade marcada pelo decibelímetro: som do fundo a aproximadamente 60dB, picos ficam em aproximadamente 70dB a 80dB. Observações históricas: Consultar a ficha sonora nº2 ou o Relatório. Observações sociológicas: Consultar a ficha sonora nº2 ou o Relatório. Sons da fonte sonora: É possível observar a direção dos sons dos sinos, na imagem em estéreo, de acordo com seus toques, considerando um observador posicionado defronte a igreja. Na torre esquerda, fica o carrilhão em Ré maior que toca os sons melódicos. Na torre da direita, fica um único sino em ré. Diferentemente dos horários de 12h e 18h, os sinos do carrilhão não balançam após tocar Vois Sois o Lírio Mimoso, em encerramento do seu “concerto”. Outros sons: A aproximadamente uns 30 metros ao lado esquerdo, fica a Avenida Nazaré, por isso o som do tráfego de veículos se dá mais presente no canal esquerdo. Ao lado direito, mais próximo ao gravador, fica a Rua Padre Champagnat, onde ainda há pouco movimento de carros a esse horário. No pátio, há poucos metros de nós, sempre ficam alguns homens que trabalham na igreja conversando até o finalizar do toque Vois Sois o Lírio Mimoso. Também podemos ouvir sons de andorinhas e periquitos que normalmente sobrevoam a cidade a essa hora da manhã e, como esse é um som vindo do espaço, ouve-se de uma direção não específica; diferentemente do som das asas dos pombos no pátio defronte a igreja, que se move de um canal para o outro, de acordo com a direção que as aves tomam em seus voos.

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FICHA SONORA Nº 04 Título: sinos da Catedral de Belém do Pará (Igreja da Sé). Data e hora da gravação: Sábado, 23 de junho de 2018. Das 11h53min às 12h00min Nome da pessoa que gravou: André Macleuri Equipamento utilizado: Gravador digital Tascam DR-40 Especificações da gravação: Gravador configurado em 24 bits, Estéreo, Low cut 80hz, volume de gravação a 65dB. Microfones apontados para cima, na direção das torres dos sinos. Foto: Walter Jr

Lugar gravado: Praça Frei Caetano Brandão, defronte à Igreja, a aproximadamente uns 20 metros da escadaria de entrada da mesma. Condições atmosféricas: Quente e úmido, 34ºC. Intensidade marcada pelo decibelímetro: Som do fundo a aproximadamente 65dB, picos do sino alcançaram os 83dB. Observações históricas: A Catedral possui quatro sinos na torre esquerda e três na torre direita. O sino maior que fica na frente da torre esquerda foi fabricado em Lisboa em 1783, o outro, um pouco menor, também fabricado em Lisboa, data de 1729, o terceiro e o quarto não possuem registros. Já os sinos da torre direita, são todos da marca brasileira Angeli, fundidos em 2008. Observações sociológicas: Os sinos possuem função litúrgica e sinalizadora. O sistema de balanços de todos os sinos é acionado às 6h, às 12h e às 18h. O encarregado de indicar as horas, de quinze em quinze minutos, é o grande sino poente da torre esquerda, afinado em Mi3, o único que recebe o martelo automático. Observações musicais: Em sentido horário, de quem está dentro da torre esquerda defronte para o poente, os sinos estão afinados, aproximadamente, em Mi3, La4, Re#3 e Fa3. Na torre direita, Sol#3, Do#4, Si. Outras observações: Nem sempre todos os sinos são tocados, pois, com frequência, a engrenagem de algum apresenta problemas, sendo necessária a manutenção. Na ocasião deste registro, o quarto sino da torre esquerda, afinado em Fá, estava parado. Em outro registro, outros dois também haviam parado.

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FICHA SONORA Nº 05 Título: Barcos “pô-pô-pô” (Baía do Guajará) Data e hora da gravação: Sábado, 23 de junho de 2018. 11h28min às 11h31min. Gravado por: André Macleuri Foto: Walter Jr

Equipamento utilizado: Gravador digital Tascam DR-40 Especificações da gravação: Gravador configurado em 24 bits, Estéreo, Low cut 80hz, volume de gravação a 80dB. Lugar: Forte do Presépio. Na calçada mais próxima à Baía (do Guajará). Condições atmosféricas: Clima quente e úmido, 33ºC. Muito vento. Edição: adição de + 05dB de volume e compressor para atenuar alguns picos no momento em que o motor do barco mais se aproxima. Intensidade marcada pelo decibelímetro: aproximam barcos.

62dB, exceto quando se

Observações sociológicas: “pô-pô-pô” é uma onomatopeia para o som do barco, que soa com certo ar romântico na voz da população local. Observações geográficas: Na posição em que o áudio foi gravado, os portos do Ver-o-Peso ficam à extrema direita, por este motivo, os sons de barcos predominam no canal direito da gravação.

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FICHA SONORA Nº 06 Título: Do Forte à Feira do Açaí Atenção: Ao ouvir com fones de ouvido, tome precaução aos 00’59”. Data e hora da gravação: Sábado, 23 de junho de 2018. 11h27min. Duração: 2’02” Foto: Walter Jr

Nome da pessoa que gravou: André Macleuri Equipamento utilizado: Gravador digital Tascam DR-40 Especificações da gravação: Gravador configurado em 24 bits, Estéreo, Low cut 80hz, volume de gravação a 70dB. Lugar gravado: Forte do Presépio, na calçada mais próxima à Baía (do Guajará) em direção à feira do açaí. Condições atmosféricas: Clima quente, úmido e com muito vento. 33ºC. Edição: na edição foi adicionado + 08dB de volume e compressor para atenuar os picos dos fogos aos 00’59”. Intensidade marcada pelo decibelímetro: 62dB, exceto nos fogos. Observações sociológicas: Embora a maior movimentação da feira do açaí se dê ao amanhecer, durante todo o dia é possível se ouvir embarcações no seu porto. O som que vem da Feira do Açaí a essa hora do dia revela o cotidiano dos que trabalham em pequenas embarcações, com transporte de alimentos e de comerciantes que vem de comunidades ribeirinhas das proximidades. Possivelmente este dia estavam a soltar fogos por ser véspera do dia de São João. Pelo mesmo motivo, o centro comercial estava muito agitado para um sábado. Outras observações: O som que se ouve à direita após o estouro de fogos, é de um acessório de um de nossos fotógrafos que provavelmente se assustou com os fogos e o deixou cair.

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FICHA SONORA Nº 07 Título: Ver-o-Peso dos ares (Registro número 2). Nome da pessoa que gravou: André Macleuri Equipamento utilizado: Gravador digital Tascam DR-40 Especificações: Gravador configurado em 24 bits, Estéreo, Low cut 80hz, volume de gravação a 62dB. Intensidade marcada pelo decibelímetro: Até 70dB(C). Data e lugar gravado: 23 de junho de 2018. Terraço do Hotel Ver-o-Peso. Especificações da gravação: Gravador inclinado para baixo, direcionado para o lado oposto da Avenida Castilhos França. Altitude não avaliada; estima-se cerca de 40m do nível da rua. Duração: 3’57”. Observações: O primeiro registro desta sessão iniciou às 14h40min, e o último terminou às 16h. Deste lugar avistamos uma paisagem panorâmica. Ao fundo,a baía do Guajará com a "fita verde" da Ilha das Onças no horizonte. E logo abaixo, todo o complexo do Ver-o-Peso também em vista panorâmica. É interessante notar como, a essa altitude, sons notórios como de motores ou de buzinas dos veículos, não se destacam tanto quanto do solo. Podemos perceber que a dinâmica é quase constante e os sons chegam reverberados e comprimidos pelo ar. E por falar em ar, os freios dos ônibus são outra constante no registro, além de muita música. As “cornetas da copa do mundo”, objetos de plásticos, nesse período concorrem com as buzinas dos carros e barcos. Essa, assim como a paisagem visual, é uma paisagem sonora privilegiada em conteúdo, devido à localização do ouvinte.

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FICHA SONORA Nº 08 Título: Missa na Catedral (Canto de Abertura, Kyrie Eleison e Gloria). 10’24”. Fonte sonora em foco: Cavaillé Coll da catedral.

Órgão

Data e hora da gravação: Domingo, 24 de junho de 2018. 09h00min. Gravado por: André Macleuri Equipamento utilizado: Gravador digital Tascam DR-40 Especificações da gravação: Gravador configurado em 24 bits, Estéreo, Low cut 80hz, gravado a 62dB. Microfones apontados para onde se situa o órgão. “O interior da igreja também reverberava com os mais espetaculares eventos acústicos, pois o homem trouxe para esse lugar não somente as vozes que se ouviam nos cânticos, mas também a mais ruidosa máquina que até então ele havia produzido – o órgão”. (SCHAFER, 1997. P. 93)

Lugar gravado: Dentro da igreja. O gravador foi colocado em um dos assentos para os fiéis do lado direito, mais ou menos no centro do corredor central que dá acesso ao altar, ficando a aproximadamente 8m da entrada da igreja e, considerando que o órgão se situa a uns 6m acima do andar térreo, a distância total entre o instrumento e o gravador é de uns catorze metros. Intensidade marcada pelo decibelímetro: Os picos nos momentos de maior intensidade, onde todos cantam juntos, chegam a 90dB. Observações históricas: Conforme o site da catedral, o órgão da Igreja Matriz de Nossa Senhora da Graça (Catedral de Belém) foi encomendado pelo bispo Dom Antonio de Macedo Costa (1861-1890). O instrumento foi fabricado em Paris, nas oficinas de Aristides Cavaillé Coll (1811-1899). Mede 8m de altura por 5.5m de largura e 3.5 de profundidade. O instrumento funcionou por cerca de 70 anos consecutivos desde a sua inauguração (em 09 de setembro de 1882). Após um longo período sem funcionar e a sua quase deterioração, o órgão foi plenamente reestruturado em 1995 e reinaugurado em 14 de junho de 1996. O órgão, composto de 29 mil peças, detém o título de maior instrumento dessa marca em toda a América Latina. (www.catedraldebelem.com/site/orgaoe-telas/). Acesso em 25 de junho de 2018. Observações sociológicas: O majestoso som do órgão, assim como sua imagem, é, sem dúvida, muito mais do que um instrumento acompanhante das seções musicais das missas. Seu som é envolvente para os frequentadores das missas e também aos transeuntes que passam ao redor da igreja, pois há amplificação no exterior da igreja para isso.

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FICHA SONORA Nº 09 Título: Periquitos da Leitura. Duração: 8’56”. Data, hora e local da gravação: Quarta-feira, 19 de julho de 2018. 06h45min. Praça da Leitura, Bairro de São Braz. Gravado por: André Macleuri Equipamento utilizado: Gravador TASCAM DR-40 Dados do registro sonoro: Gravador ajustado em 24 bits e Low cut 120 Hz. Amplitude: 74dB, quando não há picos de sons do tráfego de veículos. Observações sobre a gravação: Pode-se observar que no decorrer da gravação a intensidade do som dos periquitos diminui, pois pouco a pouco, em bandos, eles vão saindo da praça. Há momentos de picos causados pelos seus cantos, geralmente momentos em que eles debandam. Observações sociológicas: Os periquitos frequentam esses ambientes atraídos pelas suas árvores, que lhe dão alimento e abrigo. Existe uma notícia na internet1 de que os periquitos migraram do CAN (Praça Santuário de Nazaré) para a Praça do Operário (Praça que fica em frente à Praça da Leitura). O polêmico conflito dos Periquitos com o ser humano na Praça Santuário desperta a hipótese de eles haverem se afastado do ambiente por ameaça. O conflito se dava uma vez ao ano, por causa dos fogos de artifícios queimados durante doze minutos consecutivos no encerramento das festas do Círio de Nazaré. Por uma decisão do IBAMA, desde 2014 o show pirotécnico foi suspenso. Mas, é justamente desse período que também se encontram as notícias de que os periquitos se ausentaram da Praça Santuário e que passam a aparer em abundância na Praça do Operário. Outras observações: Mais detalhes sobre o assunto estão no relatório do projeto.

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https://brasil.blogfolha.uol.com.br/2014/10/09/lobby-dos-periquitos-derruba-tradicao-de-evento-catolicono-para/

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FICHA SONORA Nº 10 Título: Sino da Paróquia Sant’Ana da Campina Data, hora e local da gravação: 26 de julho de 2018. Das 9h às 10h. Paróquia Sant’Ana da Campina. Rua Padre Prudêncio, 95. Gravado por: André Macleuri Equipamento utilizado: Gravador TASCAM DR-40 Dados do registro sonoro: No evento, o sino é tocado duas vezes, uma na saída e outra no retorno da procissão. A primeira durou cerca de 10min, a segunda, aproximadamente 7min. Foram feitos três registros, dois na saída e um no retorno. Para acompanhar esta ficha recortamos um trecho de cada registro. O primeiro (0’00”) foi feito da torre, a aproximadamente dois metros do sino. O segundo (1’00”) foi feito da rua, próximo ao portão da igreja, com o gravador apontado para os sinos e o terceiro (2’54”), no retorno da procissão, gravado da escadaria de acesso à torre, uns dois lances abaixo da torre. Amplitude: Da torre, acima de 120 dB(C). Da Praça Maranhão, 56dB(C) Observações históricas: Na história cronológica da igreja, disponível em mural na sua entrada, há referência à construção da torre dos sinos datada de 1840, e há referência a um sino que chamam de “Sino Aragão”, trazido de Lisboa em 1847. O mural traz outra informação interessante referente ao sino: “Outrora, além de sua finalidade litúrgica, o Aragão era também uma espécie de relógio da Campina – badalava às 9 horas da noite em sinal de silêncio e recolher”. Além dessas informações, temos aquelas gravadas no próprio sino: “MANDADO VIR NO ANNO DE 1827 SENDO VIGÁRIO O PADRE FRANCISCO DE PINHO DE CASTILLO”. Essas palavras em alto-relevo circundam a borda da campana por mais de 180 graus. Outras observações: Na última sessão de gravação, além do sino principal, afinado em Fá3, também se pode ouvir o som de um dos sinos menores, afinado em Mí4. Não há dados de tamanho, peso e tipo de material. Observações sociais: Gravamos no dia 26 de julho, dia de Nossa Senhora de Sant’Ana e de São Joaquim. Todos os anos, neste dia, acontece a festividade na Igreja e, conforme os sineiros, esta é uma das poucas vezes no ano em que o sino é tocado.

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FICHA SONORA Nº 11 Título: Sino da Rosário Data, hora e local da gravação: 26 de julho de 2018. 7h55min. Paróquia Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos. Rua Padre Prudêncio, 95. Gravado por: André Macleuri Equipamento utilizado: Gravador TASCAM DR-40 Dados do registro sonoro: Gravado da praça defronte a Igreja. Gravador com microfones direcionados para a torre. Observações históricas: O sino que toca não tem nenhum texto ou imagem gravado. Três da torre direita tem tanto imagens como textos, um em latim, outro em latim e alemão e outro em português; ambos do século XIX. Observações sociológicas: O pequeno sino (que está entre as notas Fá#3 e Sol3 (no padrão de referência 440Hz) pode ser ouvido pela comunidade precedendo as missas das 18h dos sábados, e das 8h30min dos domingos. Outras observações: A igreja possui outros oito sinos, um na mesma torre do sino que costuma ser badalado, e outros seis sinos na torre direita, alguns desses são mais robustos e com qualidade sonora mais interessante que o titular, como o sino ao lado poente da torre direita, em Míb3. O oitavo sino se encontra solto, repousado sobre uma “batente” da torre direita.

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FICHA SONORA Nº 12 Título: Periquitos de Nazaré Data, hora e local da gravação: Segunda-feira, 30 de julho de 2018. 07h. Praça do Centro Arquitetônico de Nazaré, Avenida Padre Champagnat. Gravado por: André Macleuri Equipamento utilizado: Gravador TASCAM DR-40 Dados do registro sonoro: Gravador ajustado em 24 Bits e Low cut 120 Hz. Amplitude: 74dBC, quando não há picos de sons do tráfego de veículos. Observações históricas: É possível que a visita dessas aves a esse ambiente seja tão antiga quanto à existência de suas árvores. E “acredita-se que as samaúmas da Praça Santuário já existiam em 1873 com o mesmo tamanho de hoje, pois aparecem numa litogravura assinada por Carlos Wigandt, naquele ano”. (Portal ORM 2005. Apud Costa, 2006, p.19)2. Observações sociológicas: A Praça do CAN parece ter sido menos frequentada pela população dessas aves há alguns anos. O polêmico conflito dos Periquitos com o ser humano na Praça Santuário desperta a hipótese de eles haverem se afastado do ambiente por ameaça. O conflito se dava uma vez ao ano, por causa dos fogos de artifícios queimados por dize segundos consecutivos no encerramento do Círio de Nazaré. Por uma decisão do IBAMA, o show pirotécnico foi suspenso. Mas, é justamente desse período (2014) que também se encontram as notícias de que os periquitos se ausentaram da Praça Santuário. Atualmente, o interesse das aves parece ser apenas alimento, pois, se percebe que elas vão embora ao anoitecer.

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COSTA, Paulo Cesar Rodrigues. Comportamento alimentar e dinâmica populacional do periquito-deasa-branca brotogeris versicolurus versicolurus (AVES-PSITTACIDAE) na cidade de Belém, Pará. CCB UFPA, 2006.

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FICHA SONORA Nº 13 Título: Balançar dos sinos da Basílica Santuário. Data e hora da gravação: Quarta-feira, 30 de julho de 2018. Às 18h. Nome da pessoa que gravou: André Macleuri Equipamento utilizado: Gravador digital Tascam DR-40 Especificações da gravação: Gravador configurado em 24 bits, Estéreo, Low cut 80hz, volume de gravação a 60dB. Microfones apontados para cima, na direção da torre sineira. Lugar gravado: Defronte à Igreja, a aproximadamente uns 10 metros da escadaria de entrada da mesma. Intensidade marcada pelo decibelímetro: 85dB. Observações: Esse é o desfecho do concerto dado pelo carrilhão de sinos em Ré Maior da torre esquerda diariamente às 12h e às 18h, em que todos os sinos balançam através do sistema de rodas. Este toque precisou ser registrado separadamente dos demais porque, além de os sinos tocarem simultaneamente, o som é produzido pelos seus próprios badalos, o que resulta em diferença consideravelmente maior em amplitude sonora. Outras Informações: Para mais informações consulte as outras fichas sobre os sinos da Basílica ou o relatório do projeto.

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FICHA SONORA Nº 14 Título: Sinos da Basílica Santuário Data e hora da gravação: Julho de 2007. 12h. Gravado por: Fábio Gonçalves Cavalcante Equipamento utilizado: Gravador portátil de disco MD. Lugar gravado: Da escadaria que nos leva à torre do carrilhão.

Diagrama da disposição dos sinos no carrilhão, os sinos fa#3 e sol3 ficam mais no alto. By A.M.

Intensidade: Não havia equipamento para isso na ocasião.

Observações da gravação: O interesse em trazer à tona em 2018 um registro feito há 11 anos, é o de mostrar a diferença ocorrida no “concerto” dos sinos nesse período em relação à versão atual: Aqui nesta versão todos os toques estão em andamento mais acelerado; a réplica da melódica de Westminster possui várias diferenças melódicas e a melodia da canção Vois Sois o Lírio Mimoso se repete duas vezes, além de possuir diferenças temporais e melódicas. Para conferir detalhadamente essa análise comparativa, consulte o relatório do projeto. Outras observações: Ver também as fichas de números 2, 3 e 13.

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FICHA SONORA Nº 15 Título: Sirene do comércio Data da gravação: Julho de 2007 Gravado por: Fábio Gonçalves Cavalcante Equipamento utilizado: Gravador portátil de disco MD Lugar gravado: Rua Gaspar Viana esquina com Travessa Primeiro de Março. Distância da fonte: A sirene ficava instalada na torre do prédio onde funcionava o jornal O Liberal, que fica defronte para a Av. Castilhos França, ao lado oposto do lugar gravado. Amplitude: Não tínhamos decibelímetro à disposição na ocasião. Observações históricas: Esta sirene foi escutada na cidade por quase noventa anos. Além de tocar diariamente duas (ou talvez três3) vezes ao dia, ela também era acionada todos os anos no dia da Procissão do Círio de Nazaré quando a Berlinda passava à frente do prédio. Na década de 1920, ela era acionada para anunciar os primeiros hidroaviões a pousarem na cidade (informação encontrada em fauufpa.org, 11/07/2016). O prédio onde funcionava a sirene foi arquitetado por Francisco Bolonha e tem construção datada de 1895. Nele funcionou o jornal Folha do Norte de 1896 a 1973 e, a partir de então, funcionou o jornal O Liberal. O jornal passou a ter sede em outro endereço, o prédio foi desativado, e a sirene também, portanto, trata-se de um marco sonoro extinto. A sirene foi fabricada em 1924 e, provavelmente está por Belém desde esta época. Não se sabe exatamente quando ela parou de funcionar, o último registro que temos dela em funcionamento data do início do ano de 2011, e está em uma gravação realizada por Darien Lamen (nosso parceiro em outras pesquisas), inserida na abertura de um vídeo disponível nesta página da web: https://m.youtube.com/whatch?v= 47hmjyqd7rk. “title block” da patente da sirene, datada de 1924. Imagem gentilmente cedida pelo Sr. Massimo Rey, gerente da Fachini Gears S.p.A. 3

Algumas pessoas afirmaram que ela também era acionada às 8h, além de às 12h e às 18h.

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Observações sociológicas: Algumas pessoas nunca souberam de onde o som desta sirene vinha, mas era impossível ser indiferente a ele, pois ecoava pelos ares de todo o centro comercial de Belém diariamente (além de nas ocasiões especiais) podendo ser ouvido a quilômetros de distância.

Foto da sirene em catálogo da empresa, gentilmente cedida pelo Sr. Massimo Rey, gerente da Fachini Gears.

Observações sonoro-musicais: A sirene emitia a nota Sí4 (493 Hz) e, conforme se percebe nesta gravação, com duração de aproximadamente um minuto e vinte e um segundos, até o desaparecer total do seu som:

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Belém Sonora foi realizado entre junho e agosto de 2018 com o objetivo de pesquisar e investigar marcos sonoros da cidade de Belém do Pará, no norte do Brasil, e resultou na elaboração de um minidocumentário, um álbum sonoro com cinco composições e outro álbum, do qual faz parte este livreto, com a amostra de quinze sons capturados. Aqui é possível ouvir e obter informações detalhadas do que o vídeo aborda de forma fragmentada.

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