Veículo de divulgação do Núcleo de Desenho e Quadrinhos. Centro de Artes/UFPel
TÔ CANSADO DE SÊ
EXPLORADO!!! em entrevista para o DiGraça, Fuleco, o polêmico mascote da Copa do Mundo 2014, abre o jogo e conta tudo. O passado marcado pela violência. A exploração na campanha da Copa. Exclusivo: abaixo o cartaz do filme que seria estrelado pelo mascote.
nº 27
2 Pelotas - Maio de 2104
Furos e furadas
Technology Takeover
Editorial
Pois então!!! Enquanto a gente não chega na Copa vamos preparando um ensopado na cozinha que aqui, no Centro de Artes, não é grande mas cabe a redação inteira. O DIGRAÇA chega com tudo, subindo na pequena área e cabeceando para o gol. Mentira, a gente não cabeceia, a gente fura. E o furo desta edição é a sensacional entrevista com o mascote da Copa. Acusado de ser o pivô da crise de identidade nacional. Sim, crise de identidade. Décadas atrás, o único momento em que era possível registrar uma espécie de “unidade” nacional, era quando a seleção jogava, todo mundo virava torcedor e o país parava. Quando saía o gol até o gato se abraçava com o cachorro. A tal unidade deu lugar a uma rivalidade nacional (eh, eh). Na copa veremos quem vence, se a unidade ou a rivalidade. Bem, mas quem deve falar sobre isso é o nosso amado ou odiado Tatu Bola que, perdoem-me o trocadilho, já foi bastante chutado. Kkkkkkkkkkk! Bola...! Chutado...!!! Kkkkkkkk!!! Entenderam?! Antes do desfile do arsenal quadrinístico preparado pelos nossos artistas do NDQ (Núcleo de Desenho e Quadrinhos), eu gostaria de fazer alguns esclarecimentos sobre o DIGRAÇA. Nosso periódico está aberto a experimentações e desabafos. Muita coisa boa é feita dentro do Centro de Artes/ UFPel e fora dele. Projetos de Ensino, extensão, pesquisa, produções, pré-produções, trabalhos e exercícios de aula podem aparecer por aqui. Basta fazer contato pelo blog: quadrinhosnaufpel.blogspot.com.br. Ah! Estamos abrindo uma coluna de recados para críticas e avaliações também. Manda que a gente põe na roda. Para encerrar vai um baita agradecimento ao Marcos Macedo que firmou parceria com as edições deste semestre. Mas bah!
OFICINAS
No mês de maio aconteceu a Oficina Livre Desenho e HQ ministrada pela Monitora Franciele Blaszak (foto). Em junho, será a vez de Pâmela Tanasovichi dar continuidade ao projeto. Os oficinas acontecem nas quintas das 17h às 19h. Inscrições no blog: www.quadrinhosnaufpel.blogspot.com.br
Em um futuro distante... alguém abserva a Terra ruir... “Com o crescente vício por inovações, a tecnologia começa a tomar lugar da vida da forma como conhecemos. Quando alguém se fere fatalmente, pode ser “curado” ao trocar partes orgânicas de seu corpo por partes robóticas. Quanto mais seres se tornam dependentes desta forma de tecnologia, menos interações orgânicas ocorrem. Luna viveu durante essa era de transformações e assistiu seu mundo ser destruido aos poucos. Ela sempre se recusou a se relacionar com esse tipo de tecnologia. Mas um dia, Luna se feriu gravemente em um acidente. Rapidamente levaram-na para uma estação de reparo e ao acordar, parte de seu corpo havia sido substituído por peças robóticas. Ainda que grata por estar viva, não se conforma com a solução que acharam para sua situação. Luna se revolta por agora se sentir parte de algo que não concorda. Agora, todos ao seu redor a veem como hipócrita. Contrariada, Luna sai em busca de sua justificação, lutando contra a supremaAlexandre
cia da tecnologia. Quando chega à origem do sistema, arma uma grande confusão e é presa. Em seu julgamento é condenada a viver na lua, longe de tudo e de todos. Confusa, com raiva e com muito medo, Luna se encontra sobre a lua de seu planeta, assistindo o seu fim. E agora? Como vai sobreviver? Suas partes robóticas farão isso por ela? O que ela fará? ...Será possível retornar?” Ilustração feita para um concurso, cujo o tema era ficção científica. A história
foi sugerida por meu amigo Jacob Elmore. Feita utilizando SAI Paint Tool e Photoshop CS6. Larissa Meyer
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Crônicas de uma colona em Pelotas COLUNA DA BELTRUDEZ WASCHLLAPEN
Ali de novo, mais uma veiz! Guten tag! Ma que satisfaçóm encontrá os leitor desse noticíario ungido... Ma teve tanto do povo me perguntando quando ia de saí ediçóm... Ma fui na redaçóm e pedi escalerecimento da situaçóm! Mas a gente dos jornal tiraram féria, e agorra tom de volta. Ma colono nom tirra as tal de féria, nom tem sábado nem domingo quando é veiz de colheita... Inda bem que me inventarróm a automotriz! Ma e falando nas modernidade de automotriz... tal de esquaite. Ma do que desconfiava, era das tal compra pela interneta... Ma tudo bobagera, quem garrante que os produto som de verdaO caminhóm dos Coreio estacionou aqui na de? Ma resolvi de vê se era de verdade. Fui no frente da minha casa. Os rapaizinho chegaram tal de ‘mercearia livre’, um brique das interneta, e me deram uma papelada pra assinar. Pareciam e procurei por ovo galado e novilha jersey (das meio assustado os coitado! Ma só podia que ta- pequenota). Ma e nom é que tinha? Ma comprei vam morendo de fome, de tanto trabaiá. Entom na horra. Paguei com o meu Cartóm Rural e gatirraram do caminhóm as minha compra: o ovo nhei desconto. E nom é que veio mesmo? galado e a minha novilha jersey. Ma eu agradeci e ia oferecendo um pom de milho e salame frito Galo Rhode Island e novilha mini jersey (alimento de fortidóm, que faz bem pra quem trabaia bastante), mas eles se foram embora, Pra quem nom sabe, novilha é filhote de vaca, e cantando os peneu da conduçóm. ovo galado é aqueles ovo que dá pinto. Essas foram as minhas compra pela interneta. Ma a noBricóm nas interneta vilha é dessas pequenota, tipo pônei, que dá pra criar nos fundo do meu quintal. Despós de criaMa me obriguei a comprá um desses tal noi- da dá uns seis litro de leite por dia! Ma dei pra tebruque! Ma aquelas coisa que parrece uma ela o nome de Benedita, pois que me alembra televisóm com máquina de escrever... Ma tudo muito uma vizinha do tempo que eu era pequehoje em dia é nesses computador e na interne- na. O ovo eu comprei porque queria um galo de ta! Ma prá prosiá com os parrente é de utilida- qualidade, e nom tinha achado aqui nas Pelota. de, pois que até aparrecem na televisóm, com o Entom achei um dessa qualidade só pela inter-
neta! Inda nom nasceu, ma deixei o ovo embaixo do meu fogóm a lenha, pra ir chocando. Ma como faz falta um galo pra cantar de madrugada! Esses relógio de pilha nom prestam, entom é melhor ter um galo em casa. E tomém, com toda essa violência nas Pelota, um galo bem ensinado basta pra pegá os ladróm que se resolverem de aparrecê por aqui. Auf Wiedersehen! Ma me vô indo que inda tenho que transplantá minhas muda de mandioca e levá o trato da Benedita. Inté as próxima ediçóm! Franciele Blaszak
O susto dos rapaizinho do Coreio!
Expediente
Núcleo de Desenho e Quadrinhos Coordenação: André Macedo Monitoria: Franciele Blaszak, Pâmela Tanasovichi , Victor Nunes Periódico DIGRAÇA nº 27 - 05/2014 Diagramação e edição: Rômulo Silveira Impresso nas oficinas da Gráfica Diário Popular Publicam nesta edição: Larissa Meyer Alexandre da Silveira Junior Ana Palindrômica Txai Viegas Luiz Eduardo Dutra de Oliveira
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DIGRAÇA ENTREVISTA Nem mesmo o mascote da copa do mundo escapa do abuso e da exploração no Brasil. Em entrevista exclusiva para o jornal DiGraça, Fuleco, como é conhecido pela população, fala da infância sofrida no morro e o trabalho escravo em forma de oportunidade como mascote da Copa do Mundo 2014. Digraça - Quem é o Fuleco? Fuleco - Sei lá. Esse nome artístico inventaram. Meu nome mesmo é Maikou jaquison da silva. Eu era fogueteiro lá no morro. Aí a UPP chegou e... Digraça – Seu nome não é Fuleco, uau? E você é filho único? Fuleco - Sou o único que não morreu de furo de bala. Sou o dôzemo de 15 filho. Minha família tem história. Meu avô ajudou a construir o metrô de São Paulo. Ele sabia fazê um buraco como ninguém.
SUPERMAN Personagem emblemático criado por Jerry Siegel, roteireista, e, Joe Schuster, desenhista, em 1938. O cenário: Estados Unidos devastado por quase uma década de depressão, desde a quebra da bolsa de valores, em 1929. O país estava submerso em uma crise econômica e social sem precedentes, grande parte da população estava
Alexandre Digraça – Como você se tornou mascote da copa? Fuleco - Mandei um vídeo pro Big Bródi, mas na real, foi um político aí que viu que eu tinha potencial. Meu vídeo foi pará no face, ele viu, aí falou com uns grandão e hoje tô nas boca. Digraça – Sua vida mudou por causa disso? Fuleco - Oh! Conheci o Pelé, o Romário que incrusive tá puto com essa história de copa. Mas a minha vida não mudô não, nadinha!! Digraça – Como assim? Fuleco - Incrusive quero aproveitá essa intrevista, que eu sei que é prum jornal que o mundo inteiro lê, pra dizê que eu tô cansado de se explorado. Até agora não recebi um tostão pelo uso da imagem. Agora cêis me dão licença que eu tenho uns compromisso, Tchau!! Digraça - Ei!! Espere!! Tatú...!! Hã...!! Fulec...!! Maikou, Maikou...!!!! Luiz Eduardo Dutra de Oliveira
berem a indigência cultural, emocional e econômica do tempo em que viviam”. Neste cenário inóspito, surge como um meteoro, chocando-se com a terra, a nave que trás em seu interior o homem de aço, um desempregada. O de- super homem, com sânimo e a desespe- super poderes, força, rança impregnaram o visão, capacidade de espírito das pessoas. voar e indestrutibiliO grande mérito dos dade, enfim: um super criadores de Super- herói. Os cidadãos norman foi o de “perce-
te-americanos veriam na figura do Superman a possibilidade de superação da situação mais adversa que enfrentassem, um vislumbre de fuga daquela condição deprimente. O super herói representaria um estímulo para suportarem ou mesmo ultrapassarem o período recessivo, reconstruindo sua vida e a do próprio país. O crédito que deve
ser concedido aos criadores de Superman, é, sem dúvida de terem feito a leitura correta daquele momento, de
terem a sensível percepção do momento ideal de lançarem um herói tão peculiar e inovador. Em pouco tempo, Superman se tornou o herói preferido dos leitores, arrebatou admiradores no mundo inteiro, transitou pela TV, pelo cinema, e ainda hoje continua sendo muito cultuado. O azul e o vermelho por muito tempo ocuparão o imaginário popular, de muitas gerações vindouras.