RI Notícias - 1º de Junho

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Grupo de Estudos em Organizações Marília- SP, 1° de Junho

de 2009 nO 01

Terrorismo e narcotráfico em pauta o que os países da América estarão discutindo a partir de hoje, na realidade é a intensificação do narcotráfico como o principal financiador do terrorismo. Mas como combater quem está por trás também das campanhas políticas, programas de armamento, autoridades e do próprio terrorismo? Pág.02 Militantes das Forças Armadas Revolucionárias

da Colômbia

Raio X identifica a problemática do hemisfério oeste Discussão dos problemas enfrentados pelos países americanos como terrorismo e o narcotráfico. Destaque das organizações de direita ou esquerda que utilizam do terror como estratégia de

derrubar governos e chegar ao poder, e da OEA por agrupar os países americanos para um debate consciente desde os atentados de 11 de setembrode 2001. Pág.03

Jornalismo da Unimar em parceria com a Unesp Parceria inédita entre as universidades promove os alunos a ampliar o conhecimento a partir da aplicação da teoria na prática, vivenciando o

dia a dia dos profissionais das áreas, tanto de Relações Internacionais como de jornalismo - assessoria de imprensa. Pág.02


diSêUS'5õouniversitária

Editorial Analisar o narcotráfico como um ato de terrorismo é o princípio de algo que já deveria ter sido considerado. O que os países da América estarão discutindo a partir de hoje, na realidade, é a inclusão ou aumento da gravidade deste crime, principal financiador do terrorismo. Mas como combater quem financia também campanhas políticas, programas de armamento e autoridades? Como assimilar que grupos, antes com finalidades sóciopolíticas ou religiosas, hoje dependem e propagam o tráfico de drogas e terrorismo em igual proporção? Nofinal do ano passado, um esquema de lavagem de dinheiro e tráfico envolvendo o partido político Hezbolla (Partido de Deus) foi desvendado na Colômbia.

Do Líbano à Colômbia, de partidos políticos aos quartéis - ou cartéis - armados de produção de drogas na América latina, não há mais diferenças entre Terrorismo e na rcotráfico. A volta de um dos principais grupos de terrorismo - agora ligado e dependente do dinheiro do narcotráfico Sendero Luminoso, no Peru, já é o mais gritante aviso de que o combate ao terrorismo necessita de ações conjuntas contra o narcotráfico. O Sendero, criado nos anos 70 por um professor de filosofia, Abimael Guzmán, tinha objetivos políticos e sociais como a tomada de poder e o fim de classe burguesa. Com o passar dos tempos, para conseguir dinheiro, convenceu camponeses a

substituírem antigas plantações por maconha e coca. Assim como as Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia), o temido Sendero Luminoso ressurge com seus propósitos nada políticos ou sociais, apenas como braço armado da produção e distribuição de drogas e principal financiador do terrorismo. É preciso mais do que debate. São necessárias providências severas e emergentes para assumir e encarar que não se pode mais pensar em terrorismo e narcotráfico como ações distintas. Está na hora da discussão para não perdermos o tempo de ação.

Norton Emerson

Unimar cobre evento da Unesp A Assessoria de Comunicação é composta por profissionais da área com o intuito de planejar, implementar, garantir a visibilidade e a imagem de instituições, autoridades ou empresas. Visando fomentar a credibilidade do assessorado por meio da divulgação de eventos através dos veículos. Nesta é fundamental a assessoria de imprensa, onde o jornalista em questão se responsabiliza por realizar a mediação entre seu asses-

sorado e os meios de comunicação. Gerenciar com transparência e eficiência as diferentes situações, a vivência do assessorado e, por muitas vezes reforçar ou gerar credibilidade à sua imagem, são objetivos dos assessores. Nós, alunos do terceiro termo de jornalismo da UNIMAR, experimentamos o exercício de assessoria de comunicação produzindo um informativo diário para os nossos parceiros da UNESP; alunos do curso de Relações Internacionais, que estão organizando o seu "I Fórum de Discussão Universitária".

Alunos das universidades

realizam projeto juntos

A interdisciplinaridade nos acrescenta uma real ampliação de conhecimentos. Será um exercício simulado de repórter e assessor, trazendo-nos assim mais próximos do mercado e possibilitando-nos colocar a teoria na prática. Sentimo-nos honrados e agradecemos aos alunos da Unesp pelo voto de confiança. Anízio Rodrigues


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A problemática do Hemisfério Oeste Entre os principais problemas enfrentados pelos países Americanos estão o terrorismo e o narcotráfico. O terrorismo consiste na utilização sistemática da violência imprevisível contra regimes políticos, povos ou nações. Visto e aprendido como atitude violenta de grupos com ideologia definida e objetivo político traçado que muitas vezes envolveu questões religiosas ou étnicas. Do ponto de vista político, organizações de direita ou de esquerda utilizam-se do terror como prática no intuito de derrubar governos e chegar ao poder e, de uma forma geral, assumem seus delitos como forma de propagar seus ideais. Desde os atentados nos EUA, em 11 de setembro de 2001, países americanos se uniram para enfrentar a ameaça de terrorismo, assunto debatido pela OEA. Este problema é visto como uma séria ameaça aos valores democráticos, à paz, e a segurança internacional. A Argentina foi o primeiro país a sofrer um ataq ue terrorista islâmico no

FISK English - Espanol

Hemisfério Oeste quando um homem bomba, em março de 1992, se suicidou na Embaixada israelense em BuenosAires. Já o narcotráfico é uma grande economia ilegal formada por redes difusas de grupos clandestinos que movimentam bilhões de dólares anualmente. As nações americanas têm se esforçado continuamente para abordar as questões referentes ao complexo problema causado pelas drogas ilegais. Uma das alternativas citadas é o desenvolvimento de fontes de renda para plantadores de coca, papoula e maconha. A Argentina é um dos países onde as leis contra comerciantes e consumidores de substâncias são mais severas, o que faz a porcentagem do narcotráfico aumentar. Na Jamaica há o cultivo de coca colombiana, matéria - prima para a produção de cocaína em laboratórios clandestinos. Cultiva-se também a papoula da qual se obtém uma série de químicos do narcotráfico como o ópio em pó, heroína,

Tabletes de cocaína apreendidos

ecstasy entre outros. Granada é um país pequeno localizado a sudeste de Trinidad e Tobago e a sudoeste da Venezuela, que é muito utilizado como rota do narcotráfico. Os movimentos sociais são aqueles que surgem dentro do próprio país para que se reivindique alterações políticas, sociais e democráticas, e podem estar ligados ou não ao terrorismo. A Argentina possuiu um grande movimento denominado Triple A, ou AAA, que foi um esquadrão de morte de extrema direita o qual lutava contra um grupo de extrema esquerda que executava ataques terroristas no país, a fim de eliminar o movimento e obter o poder do local.

na América

do Sul

Em EI Salvador após a OEA interferir e exterminar a guerra do país com Honduras, um grupo de esquerda, Frente Farabundo Martí de Libertação Nacional (FMLN) passou a promover ataques, marcando assim o início de uma guerra civil, amplificando os problemas nacionais. As ações da guerrilha desestruturaram vários serviços do país, como transporte, energia e comunicações. Hoje a FMLN é um partido político e acabou de ter seu candidato a presidente, Mauricio Funes, eleito pelo povo.

Daniela Casale Thais Franco


di~çJtsõouniversitória

Narcotráfico: sobrevivência ou ideologia? As constantes discussões sobre a relação entre narcotráfico e o terrorismo na América Latina envolvem questões históricas e relacionadas ao poder, especificamente. Uma vez que se considera terrorismo como o uso sistemático da violência e do terror, deve-se rever aquilo que realmente· aproxima, no ponto de vista deste discurso, este conceito ao narcotráfico. No Brasil o narcotráfico rege .uma espécie de sociedade paralela com leis e sistemas assistenciais que substituem a ineficiência do Estado, especialmente em esferas sociais excluídas do âmbito capitalista e centralizador que acomete o pensamento nacional. Com uma concepção européia, o conceito de terrorismo foi implantado em discussões atuais que desconsideram muitas vezes a colonização como o mais expressivo terrorismo sofrido nos países latinos e como fonte de um sistema social brasileiro que levou a outros tantos atos terroristas como a própria Ditadura Militar de 1964. A colonização gerou uma sociedade que exterminou os indígenas e optou pela exclusão dos negros, mas atrelada a estas questões, gerou uma nação não-cidadã que deixa rastros importantes para a constituição do Brasil contemporâneo. Abriu-se espaço para os populismos, a começar por Vargas, que fornece leis trabalhistas, mas enfraquece a voz da classe pelo controle e marginalização dos sindicatos. A falta de cidadania e consciência para a luta por infraestruturas favorecem a vulnerabilidade social. As classes média e alta brasileiras incitam idéias da

ditadura que consideram movimentos sociais - até .estudantis- como formas de terrorismo, apenas por lutar contra o posicionamento dos homens de poder do Estado. Historicamente formado com deficiências estruturais, o Brasil independente manteve concepções eurocentristas e encravou valores capitalistas que favoreceram a precária distribuição de renda e a formação de sociedades paralelas por conseq uência . Para essas populações que vivem na precariedade, especialmente quando se trata de algumas relações econômicas e sociais que geram extrema exclusão cultural, o Estado é mais terrorista do que os próprios narcotraficantes em si, uma vez que os chefes desses sistemas ilegais por vezes Ihes garantem integridade física, social e cultural. Então pode ser antecipado pensar o narcotráfico com base no cenário internacional capitalista que considera alguns movimentos de resistência mais expressiva como terroristas. A pobreza e a falta de educação formal são fatores que favorecem a produção e o tráfico de drogas como uma forma precária de sobrevivência para muitos. . Traficantes são seriamente .criticados como terroristas, mas se considerarmos que esta atividade econômica - que movimenta capital e é responsável pela renda e sustento de boa parte da população latina acima de tudo preenche um espaço que não é fornecido pelo atual sistema e não visa a destruição, deve-se reconsiderar esta afirmação. O consumo de drogas é crescente-e certamente não pode ser àtribuído ao tráfico e a produção destes produtos

ilícitos. Na modernidade a pessoas sofrem cada vez com as compulsões, uma que garantias de segurança sã enfraquecidas e os vícios se proliferam, tornando essa esfera do sistema econômi ainda mais acionada. O terrorismo é diferente. Trata-se de grupos organizados que agem sob uma bandeira qualquer, sempre com o objetivo de destruir ou construir uma nova realidade. Estes estão absolutamente convencidos da nobreza de suas causas e da justeza de suas ações. No Brasil, o mais próximo de terrorismo é encontrado nas milícias que regulam e aterrorizam comunidades, em mega investidores do agronegócio que se armam até os dentes para garantir fatias cada vez maiores de terras livres de movimentos socioterritorias, na desterritorialização de grupos indígenas e na ausência de ações que favoreçam condições de vida saudáveis a toda a população. Andréia Pisco


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