Novos jornalistas do Brasil: casos de processos emergentes do jornalismo na internet

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pessoa que cria estruturas ou mapeia informações que possibilitam a busca de caminhos individuais de conhecimento. 3) o profissional emergente do século 21, voltado para as necessidades de sua era, buscando clareza, conhecimento humano e a ciência da organização de informações.

Esta ampla definição passou a ser utilizada por aqueles que trabalham nas intersecções entre tecnologia, design e jornalismo (AGNER, 2003). No caso dos jornalistas, mesmo aqueles que realizam justamente a arquitetura de páginas de notícias ou desenham a arquitetura das reportagens interativas publicadas em sites ainda não se autodenominam arquitetos da informação. Mas as tarefas realizadas por eles se encaixariam perfeitamente na definição. Conforme CORRÊA (1999. p 4): A era da informação eletrônica nos coloca diante de um meio que possibilita (e quase que nos obriga) a disponibilização de uma informação que, para ser adequadamente compreendida e absorvida, vem configurada com dimensão, profundidade e amplitude. Essa informação não é apenas, mas também é texto (ou hipertexto), são gráficos (ou infográficos), são ícones (ou links), imagens (animações), sons (real audio), ou tudo isso junto. O que se procura demonstrar que o produto informativo, desde a sua concepção, tem forma, conteúdo e contexto, destinados a satisfazer um determinado conjunto de expectativas, expressas em papel, numa interface eletrônica ou numa exposição de arte. Esse processo é fruto de uma atividade típica desse novoprofissional do século 21, seja ele o próprio arquiteto, ou um designer, um jornalista ou um editor, um webmaster, um artista gráfico, um produtor de CD-ROM, um engenheiro, um educador, pesquisadores em geral, ou quem se queira.

O texto, de 1999 - escrito há mais de uma década, portanto - fala ainda em CD-ROM, na época o expoente de algumas experiências multimídia interativas. Atualmente, todas as possibilidades do CD-ROM estão online, e ampliadas, inclusive. Alguns jornalistas, hoje, realizam a apuração, produzem material em texto, foto, áudio e vídeo, além de infográficos, desenham a plataforma onde a reportagem será apresentada e, por fim, constroem a própria plataforma, utilizando linguagens de programação. A depender do modelo de reportagem, se possibilitar interações do usuário (desde comentários até colaboração, nos mais diversos níveis), o jornalista ainda terá que mediar a relação com o público. Saad também fala sobre esta função (1999): “Pensando na evolução do tema transformação do papel do jornalista, podemos ampliar sua atuação na sociedade digital para algo mais fundamental, que é funcionar como elo entre opiniões, pessoas, grupos, comunidades etc.”. O trabalho de muitos jornalistas não é mais, portanto, o que foi um dia. Os editores, que contratam repórteres, são quase unânimes na opinião de que o profissional que oferecer mais 84


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