PORTEFÓLIO DEPE 2

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Capa: Margarida Bonança

Paginação: Rita Bonança

Revisão Científica: Rita Bonança

Edição: Departamento Curricular da Educação Pré-Escolar da EBI de Lagoa 2025

INTRODUÇÃO

Este portefólio surge no âmbito do Plano de Atividades da EBI de Lagoa. Neste contexto, o Departamento Curricular da Educação Pré-Escolar propôs-se a criar um portefólio com o objetivo de partilhar o trabalho pedagógico desenvolvido junto das crianças. Com este propósito, pretende-se apresentar as práticas educativas implementadas, os projetos e atividades realizados, os objetivos e os progressos alcançados, oferecendo ainda uma visão sobre o olhar das educadoras e das crianças.

Somos um grupo de educadoras de infância, comprometidas com a criação de um ambiente de aprendizagem inclusivo, seguro e estimulante.

Este portefólio tem como propósito:

1. Documentar e refletir sobre as atividades pedagógicas realizadas na Educação Pré-Escolar;

2. Evidenciar o desenvolvimento dos progressos alcançados pelas crianças através de práticas educativas, que respondam às necessidades e interesses das crianças.

3. Partilhar experiências significativas e estratégias pedagógicas que promovam o desenvolvimento integral das crianças.

Iremos, de seguida, apresentar os seguintes projetos:

I. Projeto “Quando Crescer Quero Ser….”;

II. Projeto “O Nosso Peixe!”;

III. Projeto “Conhecer, Moldar e Bordar o Natal Tradicional”;

IV. Projeto “Eu e os Outros - da Mente ao Coração”;

V. Projeto “Saúde e Higiene”;

VI. Projeto “de Leitura Vai Vem”;

VII. Projeto “A Minha Casa”;

VIII. Projeto “Uma Alimentação Saudável e Sua Importância;

IX. Projeto “Educação Literária: A Que Sabe a Lua”;

X. Projeto “Emoções: Amizade”;

XI. Projeto “A Primavera: Vamos Semear Girassóis”;

XII. Projeto” Cores, Formas e Emoções: A Arte de Aprender no Jardim de Infância”; XIII. Projeto ”Caixa Mistério”.

Ao desenvolvermos este portefólio, reforçamos o compromisso da nossa equipa pedagógica com a qualidade do processo educativo e o desenvolvimento e aprendizagem das crianças, proporcionando uma visão mais ampla das práticas educativas implementadas pelo Departamento Curricular da Educação Pré-Escolar da EBI de Lagoa.

ATIVIDADE I

1.1 Quem Nós Somos?

Somos um grupo de 17 crianças, com idades entre os 3 e os 6 anos, cheias de sonhos e imaginação. Vivemos na freguesia de Nossa Senhora do Rosário e frequentamos a EB1/JI Francisco Carreiro da Costa. As nossas educadoras, Maria Simas e Carla Costa, têm sido as nossas guias nesta caminhada de aprendizagem. Este ano letivo, tivemos ainda a alegria de partilhar momentos com as estagiárias Carolina Furtado e Catarina Furtado, que nos ajudaram a crescer e a descobrir um pouco mais sobre o mundo que nos rodeia.

Ao longo do ano, explorámos o projeto “Quando crescer quero ser…”, que nos levou a imaginar o futuro e a sonhar com as mais diversas profissões. Foi neste contexto que realizamos uma experiência única: uma visita ao “Aeroporto João Paulo II”. Mal podíamos conter a excitação quando soubemos que íamos conhecer de perto o que acontece antes de um avião levantar voo!

“A prova do sucesso da nossa ação educativa é a Felicidade da Criança." (Maria Montessori)

1.2 Projeto “Quando Crescer Quero Ser….”

Promover o conhecimento sobre as profissões, desenvolver a linguagem oral e aprofundar o pensamento crítico e reflexivo foram os principais objetivos deste projeto. Tudo começou quando o grupo de crianças, da EB1/JI Francisco Carreiro da Costa, decidiu brincar aos aviões, organizando as cadeiras da sala em filas e fingindo que viajavam para Ponta Delgada ou para a praia. A inspiração surgiu porque uma das crianças tem pais que trabalham como assistentes de bordo, despertando o interesse do grupo pelas profissões ligadas à aviação.

A partir desta brincadeira, iniciou-se uma conversa sobre diferentes profissões, levando inevitavelmente à clássica pergunta: "O que queres ser quando fores cresceres?". Para explorar este tema com maior profundidade, envolvemos as famílias, desafiando as crianças a realizar um pequeno trabalho sobre as profissões que gostariam de exercer no futuro O entusiasmo foi evidente, e cada criança trouxe um cartaz ilustrado, que foi posteriormente exposto nas paredes da escola, enriquecendo o ambiente com as suas aspirações e criatividade.

O projeto evoluiu com a participação ativa dos pais, alguns dos quais foram convidados a partilhar as suas experiências profissionais com as crianças, proporcionando momentos de descoberta e interação. Para além disso, organizámos visitas de estudo a diferentes locais de trabalho, incluindo o aeroporto e uma loja de pronto-a-vestir, permitindo que as crianças observassem de perto o funcionamento destas atividades e compreendessem melhor as responsabilidades associadas a cada profissão.

Em suma, esta iniciativa contou com o envolvimento das famílias e com o apoio de várias instituições, que abriram as portas para que as crianças pudessem conhecer diferentes contextos laborais.

1.3 Registos do Educador

Este projeto promoveu a aprendizagem in loco sobre a vida profissional dos pais, como também permitiu às crianças explorar diversas outras profissões. Através dos registos escritos e dos diálogos, foi possível observar o impacto positivo desta experiência segundo a perceção das crianças, que adquiriram novos conhecimentos sobre o mundo do trabalho.

Ao longo do projeto, procurámos planificar as atividades tendo em consideração as características do grupo, criando oportunidades educativas que incentivassem as crianças a envolverem-se ativamente no processo educativo. Para tal, considerámos os seus conhecimentos prévios, favorecendo a sua progressão e aprofundamento do tema. As atividades foram, assim, organizadas de forma a proporcionar novas experiências de aprendizagem e desenvolvimento, adotando uma abordagem holística.

Sem dúvida, este projeto contribuiu significativamente para uma compreensão mais ampla e significativa sobre o mundo do trabalho.

Os progressos alcançados com esta atividade foram diversos e significativos, pelo que passaremos a enumerá-los:

1. Conhecimento de diversas profissões – Existiu a oportunidade de explorar diferentes profissões, compreendendo de forma mais clara as funções, responsabilidades e a importância de cada uma na sociedade.

2. Estímulo da linguagem e comunicação – Através dos registos escritos, partilhas orais e diálogos, foi possível desenvolver a expressão verbal e escrita, ampliando o vocabulário, organizando melhor o pensamento e a capacidade de relatar experiências de forma estruturada.

3. Participação ativa das crianças no processo de aprendizagem – O interesse pelo tema despertou a curiosidade e aumentou o seu envolvimento nas atividades, incentivando uma participação mais ativa e um papel de protagonistas no processo de descoberta.

4. Desenvolvimento do pensamento crítico e reflexivo – O contacto com diferentes profissionais possibilitou reflexões sobre o impacto das profissões no dia a dia, estimulando a capacidade de questionar, comparar realidades e construir novas aprendizagens de forma mais consciente.

5. Fortalecimento do espírito de cooperação e respeito mútuo – A troca de ideias e experiências promoveu a escuta ativa, o respeito pelas opiniões dos outros e a colaboração, favorecendo um ambiente de partilha e entreajuda.

6. Reforço dos laços entre a escola e a família – O envolvimento das famílias nas atividades contribuiu para um ambiente de aprendizagem mais rico e afetivo, aproximando os contextos escolar e familiar e valorizando o papel de todos no processo educativo.

1.4 Registos das Crianças

Assim que chegámos ao aeroporto, percebemos que ali tudo tem um ritmo próprio. Há pessoas apressadas e malas que deslizam por tapetes rolantes. Fomos recebidos com simpatia e, como verdadeiros passageiros; aprendemos quais os documentos necessários para embarcar: o “Cartão de Cidadão” e, claro, a “passagem” que nos daria acesso ao avião.

O momento mais emocionante foi quando as nossas malas de viagem passaram pela passadeira rolante, desaparecendo por um instante para serem verificadas. Também tivemos de passar pelo RX”, como acontece com todos os passageiros. Não podíamos levar nada nas mãos e, para segurança de todos, tivemos de tirar os casacos e outros acessórios sempre que nos pediam. Foi uma experiência diferente e divertida, e sentimo-nos como verdadeiros viajantes!

Após todos os procedimentos, chegou a grande hora do embarque. Ao entrar no avião, fomos recebidos com um sorriso caloroso por uma hospedeira de bordo, que nos explicou os procedimentos de segurança. Falou-nos sobre o uso do cinto de segurança, as saídas de emergência e o que deveríamos fazer em caso de emergência. Foi um momento único, pois percebemos como o trabalho das hospedeiras e dos pilotos é importante para garantir que cada viagem decorra em segurança.

Mas o ponto alto desta aventura estava ainda para chegar… Tivemos o privilégio de visitar o “cockpit”! Ficámos deslumbrados ao ver todos aqueles botões, e imaginar como seria comandar um avião lá do alto, entre as nuvens.

Foi uma experiência inesquecível que nos fez sonhar ainda mais alto. Quem sabe, um dia, um de nós estará ali, a pilotar um avião ou a receber passageiros com um sorriso no rosto, pronto para dar asas a novas aventuras!

“Quero ser mecânico para arranjar o carro do pai.” (Lucas, 6 anos).

“Quero ser Polícia para ajudar as pessoas.” (Maria Inês, 5 anos).

“Quero ser polícia para parar os ladrões.” (Gabriel Pereira, 5 anos).

“Quero ser polícia para prender os ladrões.” (Enzo, 4 anos).

“Quero ser polícia para pôr os ladrões na prisão. Gosto de apanhar ladrões.” (David, 5 anos).

“Quero ser piloto de aviões para levantar voo e ir ver o mundo. Gosto de brincar com aviões.” (Valentim, 5 anos).

“Quero ser polícia para apanhar os ladrões.” (Ariel,4 anos).

“Quero ser polícia para brincar.” (Zhou, 5 anos).

“Quero ser cozinheira para fazer comidas boas.” (Margarida Costa, 3 anos).

“Quero ser médica para cuidar das pessoas.” (Carlota, 4 anos).

“Quero ser polícia para andar no carro da polícia.” (Vicente, 4 anos).

“Quero ser polícia para apanhar os ladrões.” (Gabriel Franco, 5 anos).

“Quero ser polícia para apanhar os ladrões.” (Anita, 4 anos).

“Quero ser dentista para tratar dos dentes das pessoas.” (Margarida Brandão, 4 anos).

ATIVIDADE II

2.1 Quem Nós Somos?

O grupo JI3 da EB1/JI Dr. José Pereira Botelho é formado por 17 crianças, com idades entre os 3 e os 6 anos. Todos os dias, a nossa sala enche-se de sorrisos, descobertas e sonhos. Sob a orientação atenta das educadoras Helena Fraga e Marisa Cabral, crescemos juntos num ambiente de harmonia, respeito e partilha, onde cada criança tem um papel essencial no desenvolvimento do grupo.

Ao longo do ano letivo, embarcámos numa aventura com o projeto "O Nosso Peixe!", que se tornou parte do nosso dia a dia e, quem sabe, nos acompanhará por ainda mais tempo.

Apresentamos a nossa querida Juliana, um peixe muito especial que faz parte da nossa história. Com a sua presença única, esta traz-nos alegria, encanto e muitas oportunidades para aprender e crescer juntos.

“O principal objetivo da educação é criar pessoas capazes de fazer coisas novas e não simplesmente repetir o que as outras gerações fizeram.” (Jean Piaget)

2.2 Projeto “O Nosso Peixe!”

A descoberta e a valorização da vida marinha são fundamentais para sensibilizar as crianças sobre a importância da preservação dos oceanos e do respeito pelos seres vivos. Com este propósito, desenvolvemos um projeto que teve como principais objetivos conhecer os animais marítimos; desenvolver o gosto e respeito pelos animais e incutir sentido de responsabilidade para com os cuidados com os seres vivos.

No Dia Mundial do Mar, iniciou-se esta aventura com uma visita à Biblioteca Tomás Borba Vieira, onde explorámos a riqueza dos oceanos e a diversidade dos seres que neles habitam. Durante a sessão, ouviu-se a história “O Peixe Arco - Íris” , que os transportou para um mundo de cores e valores, ajudando-os a refletir sobre a importância da partilha, da empatia e da preservação da vida marinha.

O entusiasmo das crianças foi imediato e, inspiradas por esta experiência, surgiu uma ideia inesperada: trazer um peixe para a sala!

Para garantir o bem-estar da Juliana, definiu-se uma rotina de cuidados. Durante a semana, o “Ajudante do Dia” assumiu a responsabilidade de alimentar e observar o peixe, certificando-se de que tem tudo o que precisa para se manter saudável e feliz.

Aos fins de semana, a Juliana embarcava numa pequena viagem, acompanhando uma das crianças até casa, num sistema rotativo. Desta forma, cada família teve a oportunidade de cuidar dela, promovendo o sentido de responsabilidade, compromisso e cuidado pelos animais.

2.3

Registos dos Educadores

Este projeto, além de desenvolver a responsabilidade nas crianças, despertou nelas uma enorme curiosidade sobre o mar e os animais que nele vivem. Através desta experiência, tivemos a oportunidade de aprofundar os nossos conhecimentos sobre os seres marinhos, explorando de forma lúdica e educativa a sua importância no nosso planeta.

Por sua vez, o projeto levou-nos a discutir o que podemos fazer para ajudar os animais aquáticos. Falámos sobre a poluição da água – seja no mar, rios, ribeiras, lagos ou lagoas – e discutimos a forma como as nossas ações diárias podem afetar negativamente o meio ambiente. Realizámos jogos e outras atividades relacionadas com a água, de forma a sensibilizar as crianças para a necessidade de cuidar e preservar os habitats aquáticos.

Paralelamente, o projeto tem sido muito bem aceite pelas famílias, que, tal como as crianças, se mostram entusiasmadas em cuidar da Juliana. Este envolvimento das famílias acaba por ser uma mais-valia, pois fortalece a relação entre a escola e as famílias. Deste modo, proporciona momentos de interação familiar, permitindo que as crianças partilhem com os seus familiares o cuidado e a responsabilidade que têm com a Juliana, o que enriquece a experiência de aprendizagem fora da sala de aula.

A implementação deste projeto trouxe inúmeros benefícios e aprendizagens significativas para as crianças, entre os quais destacamos:

1. Conhecimento da vida marinha – Adquiriu-se uma compreensão mais profunda sobre a vida marinha, a importância do mar e o impacto da preservação ambiental;

2. Fortalecimento da responsabilidade – O cuidado diário com a Juliana promoveu o desenvolvimento de competências sobre a importância da responsabilidade para com os seres vivos;

3. Promoção da autonomia e participação ativa no processo pedagógico– O sistema rotativo de cuidados permitiu que cada criança participasse ativamente, reforçando a colaboração e a partilha de responsabilidades;

4. Desenvolvimento da empatia e respeito pelos animais – A presença da Juliana despertou um carinho especial no grupo, desenvolvendo uma atitude mais atenta e cuidadosa para com todos os seres vivos;

5. Fortalecimento da ligação entre a escola e família – O envolvimento das famílias no projeto possibilitou a criação de momentos de partilha e aprendizagem também em casa, promovendo um ambiente educativo mais rico e integrado.

2.4 Registos das Crianças

Quando começámos o projeto sobre os animais do mar, ficámos todos muito alegres! No Dia Mundial do Mar, fomos à Biblioteca Tomás Borba Vieira e ouvimos a história do "Peixe Arco-Íris". A história foi muito interessante, e fez-nos pensar sobre a importância de cuidar dos peixes e de partilhar as coisas boas com os outros. Ficámos a gostar ainda mais dos animais do mar!

Foi nessa altura que tivemos uma ideia muito engraçada: trazer um peixe para a nossa sala! Decidimos que o nome do nosso peixe seria Juliana, e desde então, ela ficou connosco todos os dias. Era muito divertido vê-la a nadar no aquário e, com o tempo, começámos a aprender como cuidar dela. Todos os dias, o Ajudante do Dia ficava responsável por alimentar a Juliana e garantir que ela estava bem. A Juliana não era só um peixe, ela tornou-se uma amiga!

A parte mais divertida foi quando a Juliana viajou para as casas das nossas famílias aos fins de semana. Cada um de nós teve a oportunidade de levar a Juliana para casa, para esta descansar e receber mais carinho. As nossas famílias também ajudaram a cuidar dela, e foi muito bom sentir que todos estavam a ajudar a nossa amiga a ter uma vida feliz!

Aprendemos muito com a Juliana. Descobrimos que cuidar de um animal não é só alimentar, mas também observar, dar atenção e garantir que tudo está bem. E, mais importante ainda, percebemos que todos os seres vivos merecem respeito e cuidados, seja um peixinho, um cão ou qualquer outro animal.

Este projeto foi muito especial e estamos todos felizes por termos aprendido a valorizar ainda mais a vida marinha e os animais. A Juliana vai sempre ser uma grande amiga para todos nós, e o que aprendemos com ela vai ficar para sempre nos nossos corações.

"A Juliana é tão fofinha." (Alícia, 4 anos) "Eu cuidei da Juliana." (Diego, 3 anos)

"Vamos dar os bons dias à Juliana." (Matilde, 6 anos)

"A minha mãe ajudou a dar comida." (Tomás, 5 anos)

"Eu ainda não levei a Juliana para a minha casa. Eu posso levar?" (Simão, 5 anos)

"A Juliana fez cocó. A água está suja, temos de limpar." (Michell, 5 anos) "Ela dorme?" (Bernardo, 6 anos)

"Temos de cuidar dela, para ela não morrer." (Lourenço, 4 anos) "Ela comeu tudo, estava cheia de fome!" (Vicente, 4 anos)

ATIVIDADE III

3.1 Quem Nós Somos?

Nós somos o grupo 1 do Jardim de Infância da EB1/JI Tavares Canário, localizado na freguesia de Santa Cruz, no concelho da Lagoa. Composto por 20 crianças alegres, curiosas e com vontade de brincar e explorar o mundo, com idades compreendidas entre 4 e 6 anos, guiados pelas nossas educadoras, Isabel Cosme e Paula Lourenço, temo-nos sido proporcionado momentos de grande partilha e descoberta, aos quais aderimos com interesse e entusiasmo.

No primeiro semestre, desenvolvemos o Projeto “Conhecer, Moldar e Bordar o Natal Tradicional”, através do desenvolvimento de diversas atividades, na escola e no exterior, recorrendo a entidades e recursos locais.

“Educar é mostrar a vida a quem ainda não a viu.” (Rubem Alves)

3.2 Projeto “Conhecer, Moldar e Bordar o Natal Tradicional”

Aproximando-se a festividade do Natal e reconhecendo a arte bonecreira como uma tradição enraizada na cultura açoriana, surgiu a ideia de proporcionar às crianças uma experiência imersiva nesta forma de expressão artística. Assim, nasceu o projeto “Conhecer, Moldar e Bordar o Natal Tradicional” , com o intuito de promover o gosto pelas tradições, dar a conhecer as figuras típicas dos presépios açorianos e proporcionar uma vivência prática na elaboração de uma peça natalícia com a orientação de um artesão bonecreiro.

O projeto teve início com uma visita ao atelier do Sr. João Arruda, mestre bonecreiro, onde as crianças puderam observar de perto o processo artesanal da confeção das figuras do presépio em barro. A atenção ao pormenor, o uso dos moldes e as técnicas específicas desta arte despertaram o interesse e a curiosidade do grupo, permitindo-lhes compreender a importância desta tradição na preservação da identidade cultural açoriana.

No mesmo dia, realizou-se uma visita guiada ao Museu do Presépio , onde houve a oportunidade de explorar diferentes tipos de presépios e identificar as profissões, atividades e figuras características representadas em cada um deles. Esta experiência permitiu que as crianças percebessem a diversidade de temáticas presentes nesta arte e o seu valor enquanto elemento de expressão cultural e religiosa.

Posteriormente, o Sr. João Arruda visitou a escola, onde orientou as crianças na elaboração de duas figuras natalícias em barro, guiando-as na utilização dos moldes e técnicas tradicionais. O entusiasmo foi evidente, pois cada criança pôde criar as suas próprias figuras, tornando esta experiência não só educativa, mas também profundamente significativa e envolvente.

O grupo foi ainda calorosamente recebido pelas “avós” do projeto “A Avó Veio Trabalhar – Açores” , que partilharam o seu saber na arte de bordar as figuras tradicionais dos presépios açorianos. As crianças

tiveram a oportunidade única de bordar uma pombinha, reforçando o contacto com os saberes tradicionais e valorizando a transmissão intergeracional do conhecimento.

Na escola, o projeto foi aprofundado através de diversos registos das experiências vividas. As crianças expressaram, através de desenhos e pinturas, as figuras do presépio açoriano, partilharam as aprendizagens adquiridas e refletiram sobre as emoções sentidas ao longo das atividades. O projeto culminou com a criação de uma prenda especial para as famílias, elaborada a partir das figuras moldadas e pintadas pelas próprias crianças, tornando esta iniciativa ainda mais significativa ao permitir que levassem para casa um símbolo do seu envolvimento nesta tradição.

Esta experiência foi uma verdadeira viagem ao coração do Natal açoriano, promovendo o respeito e o apreço pelas tradições locais, despertando o interesse pela arte bonecreira e incentivando a criatividade e o sentido de pertença cultural nas crianças.

3.3 Registos dos Educadores

Segundo a nossa opinião, as inúmeras atividades desenvolvidas proporcionaram às crianças momentos lúdicos de muita ação, aprendizagem, diversão e expressão de emoções. O envolvimento de várias instituições e gerações deu oportunidade às crianças de conhecerem e valorizarem a cultura e algumas tradições do seu meio local, que fazem parte da história, porque foram vivenciadas ao longo do tempo pelos seus pais e avós.

Com este projeto, pretendíamos não só que as crianças conhecessem e se interessassem pelo património cultural da sua terra, mas também que o acolhessem como seu (desenvolvendo a sua própria identidade cultural) garantindo, assim, a sua perpetuação ao longo do tempo.

Passaremos, em seguida, a enumerar os progressos alcançados:

1. Conhecimento sobre os ofícios tradicionais – As crianças conheceram o trabalho do mestre bonecreiro e das bordadeiras, aprendendo sobre as técnicas, ferramentas e processos usados para criar as figuras do presépio, e perceberam a importância destes ofícios na preservação da cultura local.

2. Fortalecimento da linguagem e comunicação – As interações com os artesãos, as histórias partilhadas sobre as experiências vividas e os registos escritos ajudaram as crianças a desenvolverem a sua expressão oral e escrita, organizando melhor as ideias, fazendo perguntas e partilhando o que aprenderam.

3. Envolvimento e participação ativa das Crianças – Oportunidades de observar, experimentar e criar as suas próprias figuras despertaram a curiosidade e entusiasmo das crianças, motivando-as a participar em todas as fases do projeto.

4. Potenciar o pensamento crítico e reflexivo – Ao observar as técnicas dos artesãos, trocar experiências com pessoas de diferentes gerações e realizar atividades práticas, as crianças refletiram sobre a importância de preservar a cultura e o valor do trabalho manual.

3.4 Registos das Crianças

Quando começámos o nosso projeto sobre o Natal Tradicional, a nossa empolgação foi enorme! A ideia de aprender sobre os ofícios antigos e as tradições da nossa terra fez-nos sentir mais ligados à cultura dos Açores.

O ponto de partida foi uma visita ao atelier do Sr. João Arruda, um mestre bonecreiro, onde tivemos a oportunidade de ver de perto como este cria as figuras do presépio em barro. Foi uma verdadeira aula de arte! Depois, surgiu uma ideia fantástica: e se fizéssemos as nossas próprias figuras de Natal? Com a ajuda do Sr. João, moldámos as nossas figuras usando os moldes tradicionais. Foi muito divertido ver as nossas criações a tomarem forma! Durante esse processo, percebemos que o trabalho manual é essencial para preservar as tradições, e isso fez-nos valorizar ainda mais o esforço e a dedicação dos artesãos.

No mesmo dia, fomos também ao Museu do Presépio, onde vimos uma grande variedade de presépios. Cada um contava uma história única, com figuras que representavam a vida e as profissões típicas dos Açores. Aprendemos a identificar as diferentes atividades, o que nos ajudou a perceber melhor a importância cultural e religiosa dos presépios.

Mais tarde, tivemos o privilégio de conhecer as “avós” do projeto "A Avó Veio Trabalhar – Açores". Estas partilharam connosco os segredos da arte de bordar, e tivemos a oportunidade de bordar a nossa própria

pombinha. Este momento foi muito especial, pois sentimos que estávamos a aprender uma tradição que passa de geração em geração, algo que é muito importante para manter vivas as nossas raízes.

Através de desenhos e pinturas, representámos as figuras do presépio e refletimos sobre a experiência. O que mais gostámos foi quando pudemos criar uma prenda especial para as nossas famílias, com as figuras que fizemos e pintámos. Assim, levámos para casa um pedaço dessa tradição e mostramos o quanto o projeto foi significativo para nós.

Este projeto foi uma experiência única! Tivemos a oportunidade de conhecer melhor as nossas tradições, de valorizar os ofícios antigos e de nos envolvermos ativamente na criação de algo especial. Aprendemos o quanto é importante preservar a nossa cultura e o valor do trabalho manual. E, acima de tudo, sentimos que fizemos parte de algo maior, que nos conecta com as gerações passadas e com o futuro da nossa tradição.

“O senhor João estava mostrando os bonecos de barro, os bonecos do presépio, o pó de talco e as forminhas para fazer os bonecos, os moldes.” (Joana, 6 anos; Matias, 5 anos; Benedita, 5 anos)

“Tinha lá aquele forno (“mufla”) para os bonecos cozerem, para depois não sujarem as mãos (Benedita, 5 anos ) e para o senhor pintar.” (Ana Isabel, 5 anos)

“Foi no dia que o Anselmo fazia anos”. (Rafael Paulino, 5 anos) “Ele era o chefe.” (Benedita, 5 anos)

“Fomos ver os bonecos que o senhor João fez e tentar encontrar o “Cagão” e o “Mijão”. E encontrámos!” (Matias, 5 anos)

“Desafiámos as nossas avós e os pais para encontrar o “Cagão” e o “Mijão”. A minha avó tinha os dois.” (Matias, 5 anos)

“Vimos os bonecos mais fantásticos do mundo.” (Ana Isabel, 5 anos)

“Tinha um vidro para os meninos não mexerem nos bonecos.”(Joana, 6 anos)

“Bati com a cabeça, mas não doeu.” (Rafael Paulino, 5 anos)

“Vimos a Igreja dos Frades no presépio.” (Joana, 6 anos)

Nós comemos bolacha Maria nas escadas do jardim. (Anselmo, 6 anos)

“Vimos os presépios das histórias das princesas.” (Joana, 6 anos) “dos contos de fadas.” (Ana Isabel, 5 anos)

“Descemos as escadas.” (Santiago, 5 anos) “

Não gostei nada porque tinha medo, era muito alto.” (Eliel, 5 anos)

“Tínhamos de estar encostados à parede porque não podíamos encostar ao presépio para não estragar.” (Rafael Paulino, 5 anos).

“Fomos às avós (“A avó veio trabalhar - Açores”)”. A gente foi fazer umas pombinhas com uma agulha e uma linha para costurar. (Ana Isabel, 5 anos) “Para bordar.” (Joana, 6 anos)

“As avós deram uma pombinha bordada para cada menino.” (Adriana, 5 anos) “Para os que não acabaram. Os que acabaram levaram a sua para casa.” (Matias, 5 anos)

ATIVIDADE IV

4.1 Quem Nós Somos?

O nosso grupo é composto por 17 crianças da EB1/JI Tavares Canário, com idades entre os 3 e os 6 anos. Gostamos muito de brincar, rir e fazer atividades diferentes e dinâmicas, principalmente com as nossas educadoras Viviana Rodrigues e Alda Casqueira. Embora as nossas idades sejam diferentes, somos um grupo bastante unido, em que uns se ajudam aos outros e gostamos muito de dar e receber miminhos.

Ao longo do ano desenvolvemos muitas atividades do Projeto “Eu e os Outros, da Mente ao Coração”. Aprendemos a valorizar nós e os outros, melhoramos muito os nossos relacionamentos e a forma como vemos o outro. Aprendemos a gostar mais de nós e a expressarmo-nos sem ter medo de tantas vezes dizer o que sentimos.

Aprendemos a olhar para o espelho e a fechar os olhos, algo que no início era tão difícil, foi um ano de muitas emoções, de muitas aprendizagens e com a certeza que continuaremos a aprender.

“É importante compreender que a inteligência emocional não é o oposto de inteligência, não é o triunfo do coração sobre a cabeça, é a interseção de ambas.” (David Caruso)

4.2 Projeto “Eu e os Outros - da Mente ao Coração”

Ao longo do ano, desenvolveu-se um projeto centrado no bem-estar emocional e no autoconhecimento, proporcionando às crianças ferramentas para desenvolver o relaxamento, a autorregulação e o desenvolvimento de competências socioemocionais. Através desta experiência, explorámos a importância da respiração consciente, da gestão emocional e da construção de relações interpessoais positivas, promovendo a empatia, a resiliência e o otimismo.

O ponto de partida foi a descoberta de diferentes técnicas de respiração consciente e a sua influência no equilíbrio da mente, do coração e do corpo. As crianças aprenderam que, ao controlar a respiração, podem acalmar-se quando se deparam com momentos de tensão, encontrando o seu centro. Ao longo das sessões, explorou-se diversas atividades de relaxamento, como o exercício das conchas do mar, a automassagem e a massagem em comboio, reforçando a importância do dar e receber, fortalecendo os laços entre o grupo.

Através de jogos e reflexões, conheceram melhor as suas características individuais, sendo registadas essas descobertas no “Diário de Bordo”.

O pote do elogio tornou-se um espaço especial onde aprenderam a reconhecer e valorizar as qualidades dos amigos, promovendo um ambiente positivo e acolhedor.

O espelho ajudou a olhar além da aparência física, incentivando-as a perceber e expressar como se sentem interiormente.

Ao longo do projeto, dedicámo-nos a identificar e compreender as seis emoções básicas com que todos nascemos, procurando aprender a expressá-las de forma saudável.

Explorou-se ferramentas de autorregulação emocional e criou-se a "Tenda da Calma", um espaço onde foram desenvolvidas atividades mais tranquilas, reforçando a importância de momentos de introspeção para o nosso bem-estar.

No início de cada dia, no nosso quadro de presenças, reforçávamos a autoestima e o pensamento positivo através de afirmações como: "Eu sou importante", "Eu sou amado", "Eu sou inteligente", "Eu sou único" e "Eu sou feliz" . Além disso, aprendemos a meditar e a imaginar, praticando o exercício de fechar os olhos e "olhar para o nosso coração", reconhecendo os nossos sentimentos e emoções.

Mensalmente, aprofundámos o conhecimento sobre uma emoção específica e aprendemos duas técnicas de respiração consciente associadas. Para reforçar esta aprendizagem em casa, cada criança levava consigo a expressão facial dessa emoção, as respirações praticadas e uma afirmação positiva escolhida para o mês, promovendo a continuidade do trabalho em família.

4.3 Registos dos Educadores

Numa sociedade em que o tempo parece comprometido e as crianças estão mais presas à tecnologia, o autoconhecimento torna-se mais distante e as atividades de calma, relaxamento, empatia e amor próprio, muitas vezes, encontram-se perdidas entre o desenvolvimento cognitivo.

Assim, o trabalho de saúde mental, desenvolvimento de competências socio emocionais, começa a tornar-se muito importante para a consciencialização de uma educação global, individual e profícua.

Apercebermo-nos que a criança não tem noção das suas caraterísticas, daquilo que tem de melhor dentro de si, deixá-las crescer sem esse conhecimento, é algo que limita a educação no seu todo e por isso é necessário dar importância a outras competências sem serem as cognitivas. Englobar a saúde mental desde tenra idade pode evitar um futuro com mais casos de ansiedade, de depressões, de bullying, situações estas que tem tido um aumento exponencial nos últimos tempos.

Este projeto foi um caminho enriquecedor de descoberta e crescimento, ajudando as a compreender melhor as nossas emoções, a desenvolver estratégias para gerir impulsos e a fortalecer a empatia. Através da prática diária de mindfulness, relaxamento e autorreflexão, estas aprenderam a construir relações mais saudáveis, a aceitar os outros tal como são e a olhar para o mundo com mais serenidade e compreensão.

A seguir, enumeramos os principais progressos que alcançámos:

1. Uso de Técnicas de Respiração – As crianças aprenderam várias técnicas de respiração consciente para acalmar a mente e o corpo, promovendo o equilíbrio emocional.

2. Exploração de Competências Socio emocionais – Explorou-se diversas características individuais, aprendendo a valorizar as qualidades dos outros e a fortalecer os laços de amizade e respeito.

3. Exploração das Emoções Básicas – O grupo identificou e aprofundou as emoções básicas, aprendendo a expressá-las de forma saudável e a praticar a introspeção.

4. Pratica de Técnicas de Autorregulação Emocional – As crianças aprenderam a autorregular as emoções utilizando técnicas específicas, como a respiração consciente e a criação de espaços de calma.

5. Fortalecimento de Relações Positivas – Desenvolveu-se o fortalecimento das relações interpessoais, promovendo a empatia, o respeito mútuo e o trabalho em grupo.

4.4 Registos das Crianças

Este projeto foi uma verdadeira aventura! No início, não sabíamos muito sobre como lidar com as nossas emoções, mas ao longo do tempo, aprendemos coisas incríveis que nos ajudam a sentir-nos melhor e a compreender o que se passa dentro de nós.

Começámos a aprender sobre como respirar de forma calma e profunda. Sempre que estamos a sentirnos nervosos ou zangados, podemos respirar devagar para ficarmos mais tranquilos. Dizíamos "inspirar" e "expirar" como um jogo, e isso ajudou-nos muito, porque conseguimos acalmar-nos quando precisamos.

Aprendemos a identificar as nossas emoções, como a felicidade, a tristeza, a raiva e até o medo. Cada mês, focámo-nos numa emoção e tentámos encontrar maneiras de a expressar de forma saudável.

O “Pote do Elogio” foi muito divertido, porque podíamos dizer coisas boas aos nossos amigos e sentirnos especiais uns para os outros. Quando alguém dizia algo bom sobre nós, sentíamos-nos muito felizes!

O “Diário de Bordo” foi uma parte super gira, onde desenhámos e escrevemos sobre o que sentíamos, o que aprendemos e o que fizemos no projeto.

Também fizemos o "Espelho da Emoção", que nos ajudou a olhar para dentro de nós mesmos e a perceber o que realmente sentimos, não só por fora, mas por dentro.

A “Tenda da Calma” foi um lugar muito especial onde pudemos sentar, respirar e fazer atividades silenciosas, o que nos ajudou a pensar melhor e a sentir-nos mais calmos.

Todos os dias, começávamos o dia com palavras como “Eu sou importante” ou “Eu sou feliz”. Agora, sempre que dizemos estas palavras, sentimos-nos mais confiantes e prontos para enfrentar o dia.

Este projeto foi muito importante, pois aprendemos a cuidar das nossas emoções e a sermos mais gentis uns com os outros. E, mais importante, percebemos que, quando estamos tranquilos e felizes, as coisas à nossa volta ficam mais fáceis de lidar!

“Foi muito bom tirar a raiva do meu corpo” (Oliver, 4 anos)

“Sou muito Amado” (Guilherme, 3 anos)

“Eu gosto de me ver ao espelho” (Laura, 5anos)

“Estou calmo e relaxado” (Vasco, 4 anos)

“Adoro dar abraços”(Maria, 5anos)

“O que gostei mais foi de abraçar o meu amigo” (Tomás Trindade, 4anos)

“As emoções são mensagens do nosso cérebro para o nosso corpo” (David, 6anos)

“Gosto de imaginar borboletas” (Maria Inês, 5anos)

“Vi o arco iris com os olhos fechados (Hayley, 3 anos)

“Estou calmo” (Tomás Santos, 3anos)

“Gosto muito da respiração do lenhador” (Miguel 3 anos)

“Consegui ouvir o coração da Maria, fiquei calma” (Ema, 3 anos)

“Quero acender a minha luz do coração” (Maria, 5anos)

“Estou com raiva” (Rodrigo, 4 anos)

ATIVIDADE V

5.1 Quem Nós Somos?

Somos o grupo 1, composto por 16 crianças, com idades entre 3 e 6 anos, cheias de vontade de aprender e viver novas experiências. Vivemos na freguesia de Santa Cruz, na Lagoa, e frequentamos a Escola Dr. José Pereira Botelho.

As nossas educadoras, Mónica Pires e Lucinda Furtado, têm desempenhado um papel fundamental na nossa aprendizagem e desenvolvimento. Neste ano letivo, tivemos também a oportunidade de partilhar momentos com as estagiárias Joana Duarte e Sara Aguiar, que nos ajudaram a crescer, proporcionando experiências diversificadas e enriquecedoras.

Ao longo do primeiro semestre, exploramos o projeto “A Higiene e a Saúde do Nosso Corpo”, realizando diversas atividades em sala de aula e no exterior.

“Cada criança é um pequeno cientista, explorando o mundo e fazendo descobertas únicas. “ (Piaget)

5.2 Projeto “Saúde e Higiene”

Este projeto teve como objetivos promover a importância dos cuidados com o corpo e da higiene para a saúde; sensibilizar as crianças para a relação entre a alimentação e a saúde oral e reduzir o medo do dentista através da familiarização com o ambiente clínico.

Este projeto surge na sequência da exploração do projeto “O meu Corpo”, vindo algumas crianças a afirmar que nunca tinham ido a um consultório de Dentista, algumas por nunca terem tido oportunidade e outras por revelarem receio. Assim sendo, foram implementadas diversas atividades relacionadas com a higiene oral e do corpo.

A primeira atividade foi dinamizada pelo Observatório Microbiano dos Açores-OMIC, denominada “À Descoberta dos Micróbios dos nossos dentes”, com a realização de atividades experimentais, que se desenvolveram com o objetivo de consciencializar para a importância da correta higienização dos dentes e para a prevenção das cáries, uma doença de origem bacteriana.

Em contexto de sala, a estagiária Joana Duarte realizou a exploração da história “Até os Monstros Lavam os Dentes", de Jéssica Martinello, destacando a importância do cuidado com os dentes. Em seguida, foi introduzida uma canção sobre a escovação correta, incentivando as crianças a internalizar a rotina de cuidados diários de maneira divertida. Em seguida, foi apresentada uma maquete dos dentes, onde as crianças tiveram a oportunidade de tocar e explorar a estrutura dentária, entendendo melhor a função e a importância de cada tipo de dentes. Esse momento foi complementado por uma breve conversa sobre a relação entre alimentação e saúde oral.

Adicionalmente, convidámos uma encarregada de educação, que é enfermeira de profissão, para falar sobre a importância dos cuidados de higiene que devemos ter para sermos saudáveis, bem como da importância das vacinas.

Foi ainda realizada uma dinâmica interativa na qual as crianças puderam praticar a escovação correta dos dentes, utilizando escovas e modelos dentários. Esse momento prático reforçou os conceitos abordados e possibilitou que as crianças aplicassem os conhecimentos adquiridos, de maneira lúdica.

Para finalizar o projeto, foi elaborada uma visita de estudo à Clínica Dentária de Lagoa, com o intuito de as crianças fazerem perguntas e observarem como funciona um consultório, o que ajudou a desmistificar a figura do dentista e tornar a aprendizagem sobre saúde bucal mais acessível e menos intimidante. Ao vivenciarem o ambiente do consultório e interagirem diretamente com o profissional, denotou-se que as crianças estavam mais motivadas, reforçando a importância da higiene oral e do corpo de forma positiva e envolvente. Foi oferecida ainda a cada uma das crianças uma pasta de dentes.

Este projeto contou com o apoio da Clínica Dentária de Lagoa, que tornou possível a realização da visita de estudo às suas instalações.

5.3 Registos dos Educadores

Esta atividade promoveu hábitos saudáveis, nomeadamente no que concerne à higiene e saúde oral, promoveu a desmistificação acerca da ida a um consultório de dentista, bem como o que os enfermeiros fazem no Centro de Saúde, nomeadamente sobre a importância das vacinas e da higiene do corpo.

Através dos registos escritos e dos diálogos, foi possível observar a perceção das crianças acerca do que foi explorado, pois algumas delas nunca tinham ido a um consultório de dentista e algumas não tinham hábitos de higiene oral, pois ainda não tinham percebido quais os malefícios de não lavarem os dentes ou de terem uma correta higienização do seu corpo. Através das atividades e das experiências implementadas verificamos que estas adquiriram novos conhecimentos e novos hábitos na sua rotina diária.

Na implementação deste projeto, procuramos sempre planificar atividades que promovessem experiências lúdicas e estimulantes, que permitissem cativar as crianças para a aprendizagem. Procurou-se aferir os seus interesses e o que já sabiam acerca da temática. De uma forma geral, as crianças demonstraram vontade e gosto por aprender. Envolveram-se ativamente nas atividades/tarefas propostas, tendo este projeto contribuído para uma melhor compreensão acerca da importância da higiene para a nossa saúde e bem-estar.

Ao longo deste projeto, foram alcançados diferentes progressos, pelo que passaremos a enumerá-los.

1. Estímulo de hábitos de higiene pessoal – Desenvolver nas crianças a consciência sobre a importância de lavar as mãos, escovar os dentes e cuidar da higiene diária.

2. Fortalecimento da importância da saúde oral – Promover o conhecimento sobre a relação entre a alimentação e a saúde dos dentes.

3. Reduzir o medo do dentista – Familiarizar as crianças com o ambiente clínico e os cuidados necessários para as consultas odontológicas.

4. Incentivo de hábitos saudáveis – Reforçar a importância de uma alimentação saudável para manter os dentes fortes e prevenir doenças.

5.4 Registos das Crianças

Começámos o nosso projeto com uma conversa superinteressante sobre como cuidar de nós próprios. Descobrimos que a higiene é uma parte fundamental para estarmos sempre saudáveis e felizes. A nossa educadora explicou-nos que não basta só tomar banho ou lavar as mãos; temos de aprender a fazer isso de forma correta e a perceber por que é tão importante. Foi assim que começámos a perceber que um dos maiores segredos para a nossa saúde está nas pequenas rotinas diárias que fazemos, como escovar os dentes e comer bem.

A primeira grande aventura foi com o Observatório Microbiano dos Açores (OMIC). Mostraram-nos como os micróbios vivem nos nossos dentes e como a escovação pode afastá-los para manter os nossos dentes fortes e sem cáries.

Após essa atividade, a nossa estagiária Joana trouxe uma história maravilhosa: "Até os Monstros Lavam os Dentes". A história foi tão divertida que nunca mais esquecemos como devemos cuidar dos nossos dentes. Com isso, aprendemos também uma canção sobre a escovação, que agora cantamos sempre que pegamos na escova de dentes! Não há nada melhor do que aprender enquanto nos divertimos, não é?

Mas não paramos por aí! Trouxeram-nos uma maquete gigante dos dentes. Tivemos, assim, a oportunidade de tocá-la e explorar a estrutura dentária. Ah, e também tivemos uma conversa sobre como a alimentação pode afetar os nossos dentes. Agora sabemos que, se comermos muitos doces, os nossos dentes ficam tristes, por isso, é muito importante escolher alimentos saudáveis.

Outra parte super especial deste projeto foi quando a nossa amiga que é enfermeira veio à escola para nos falar sobre os cuidados com o corpo. Esta explicou-nos como as vacinas ajudam a manter-nos saudáveis e como devemos ter cuidado com a nossa higiene para evitar doenças. Foi muito interessante ouvir as dicas dela, porque todos nós queremos estar bem e sentir-nos bem!

Fizemos uma atividade prática em que pudemos ainda aplicar tudo o que aprendemos. Usámos escovas de dentes e modelos dentários para praticar a escovação correta. Foi muito divertido! Agora, todos os dias, sabemos exatamente o que fazer para manter os nossos dentes brilhantes e fortes, como verdadeiros especialistas em higiene!

Estamos muito felizes por termos aprendido tanto, e agora vamos continuar a aplicar tudo o que aprendemos todos os dias!

“Eu já fui ao dentista na CUF, porque eu tenho os dentes com cáries e porque a minha mãe trabalha lá.” (Mateus, 5 anos)

“Eu nunca fui ao Dentista porque tinha medo.” (Lara, 5 anos)

“Agora quando estiver a lavar os dentes, vou pedir à minha mãe para pôr a música que a senhora Dentista ensinou.” (Dalila, 5 anos)

“Vou pedir à minha mãe para ir ao Dentista, porque eu já não tenho medo.” (Santiago, 6 anos)

“Não podemos comer muitos doces senão ficamos com os dentes cheios de cáries.” (Lourenço, 5 anos)

“A Inês tem uma escova para lavar os dentes.” (Inês, 3 anos)

“A mãe é que lava os dentes.” (Maria,3 anos)

“Quando for grande quero ser Dentista e trabalhar num consultório igual a este.” (Diego, 5 anos)

“Eu gostei muito de estar deitado na cadeira da Dentista.” (Kevin, 3 anos)

“Eu gostei muito de conhecer o consultório e de ter recebido uma pasta para lavar os meus dentes.”(Patrícia, 5 anos)

“Eu vou lavar os dentes muitas vezes, não quero ter bichinhos a comer os meus dentes.” (Luana, 6 anos)

“Eu gosto muito de tomar banho todos os dias.” (Salvador, 3 anos)

“Quero ser dentista.” (Alexia, 5 anos)

“Quando a minha irmã não quiser lavar os dentes, vou pedir à minha mãe para mostrar no telemóvel o que os bichos fazem aos dentes.” (Miguel, 5 anos)

“Eu gostei de ver o consultório da Dentista.” (Diogo, 5 anos)

ATIVIDADE VI

6.1 Quem Nós Somos?

Nós somos o grupo 2, da EB1/JI Francisco Machado Faria e Maia, localizada na freguesia do Cabouco. Somos 14 crianças, com idades compreendidas entre 3 e os 6 anos, muito alegres e curiosas. Adoramos desenhar, falar, conversar... e brincar muito!

Com as nossas educadoras, Rita Bonança e Clara Martins, temos vivido experiências magníficas. Estas fazem-nos crescer, enquanto verdadeiros aprendizes. Estão sempre prontas para nos desafiar, estimulando-nos a explorar histórias divertidas, de forma divertida e criativa.

No presente ano letivo, temos explorado o projeto de “Leitura "Vai Vem", onde a leitura e a criatividade ocupam o centro da nossa atividade. Através deste projeto, temos explorados muitas histórias, desenhado personagens, inventando novas aventuras que nos fazem viajar no mundo da fantasia.

Com o apoio das nossas educadoras, estamos a crescer como leitores, amigos e exploradores do mundo à nossa volta!

“A infância é o tempo de maior criatividade na vida de um ser humano.” (Piaget)

6.2 Projeto de “Leitura Vai Vem”

Este ano, desenvolveu-se o projeto de “Leitura Vai Vem”, que tem como principais objetivos fomentar o gosto pela leitura, desenvolver as competências de expressão oral, escrita e artística, promover a colaboração entre a escola e as famílias e estimular a criatividade e a imaginação das crianças. Este projeto também tem como foco o desenvolvimento da consciência fonológica, ajudando as crianças a reconhecer e a manipular os sons da linguagem, e a reflexão crítica sobre as histórias lidas, estimulando a compreensão e a interpretação dos contos.

O projeto foi apresentado aos pais e encarregados de educação, que, ao tomarem conhecimento dos objetivos e da importância da sua colaboração, organizaram a recolha do valor monetário para se adquirir livros de qualidade. Com a ajuda dos pais, também conseguimos coletar uma maleta decorada e três sacolas para transportar os livros. Assim, todas as sextas-feiras, cada criança levou um livro para casa, que foi explorado em conjunto com os pais. Na segunda-feira seguinte, as crianças recontavam a história ao grupo e mostravam os desenhos que realizaram sobre o que mais as marcou durante a leitura. Este momento de

partilha e reflexão foi uma excelente oportunidade para desenvolver a expressão oral, a compreensão da história e a capacidade de se expressar através da arte.

Todavia, antes de colocar o projeto em ação, tivemos o privilégio de contactar o contador de histórias Miguel Esteves, que nos ajudou a selecionar uma quantidade de livros da editora Poets and Dragons.

O educador Miguel Esteves encantou-nos ainda com uma sessão de histórias, que incluiu dramatização e música, tornando as histórias ainda mais cativantes e inesquecíveis para todos.

Por sua vez, recebemos também a visita da contadora de histórias da Biblioteca Tomaz de Borba, que nos envolveu no projeto “Maleta de Histórias", proporcionando mais uma experiência rica e educativa.

Em paralelo, desenvolvemos o projeto de “consciência fonológica: um cozinhado com sabor especial”, que complementa o nosso trabalho, permitindo que as crianças se tornem mais aptas na leitura emergente e na linguagem.

Este projeto tem sido uma verdadeira viagem literária para todos nós, onde as crianças, com o apoio das educadoras e das famílias, têm crescido não só como leitores.

6.3 Registos dos Educadores

A implementação do projeto de “Leitura Vai Vem” foi extremamente enriquecedora para as crianças, que cresceram como leitores, artistas e pensadores críticos. O envolvimento das famílias, o trabalho conjunto com as educadoras e as atividades diversificadas desenvolvidas contribuíram para um desenvolvimento equilibrado e estimulante em diversas áreas de conteúdo.

Ao longo deste projeto de leitura, observámos diversos progressos significativos nas nossas crianças, que contribuíram para o seu desenvolvimento como leitores e para o seu envolvimento ativo no processo de aprendizagem. Cada uma das atividades realizadas foi pensada para fomentar o gosto pela leitura, a expressão criativa e a partilha de experiências literárias com as famílias.

Desde o início do projeto, conseguimos despertar nas crianças um gosto crescente pela leitura. As histórias, acompanhadas de ilustrações cativantes, trouxeram as crianças para um mundo mágico de imaginação, fazendo com que começassem a pedir mais livros para explorar. A leitura tornou-se uma atividade apreciada, que as crianças já aguardam com entusiasmo todas as sextas-feiras, quando levam os livros para casa.

As atividades de recontar as histórias ao grupo e partilhar o que mais as marcou contribuíram significativamente para o desenvolvimento das competências de expressão oral das crianças. Estas passaram a comunicar com maior clareza, a usar vocabulário mais variado e a narrar as histórias com entusiasmo. Este momento de partilha ajudou-as ainda a ganhar confiança ao falar em público e a ouvir as ideias dos colegas, desenvolvendo a sua capacidade de interpretação e compreensão.

O projeto também incentivou as crianças a expressarem-se de forma criativa, seja através de desenhos ou inventando novas histórias.

Uma das maiores conquistas deste projeto foi a estreita colaboração entre a escola e as famílias. Os pais desempenharam um papel fundamental, explorando os livros com os filhos em casa e participando ativamente nas discussões sobre as histórias.

Paralelamente às atividades de leitura, trabalhámos também a consciência fonológica, possibilitando a manipulação dos sons das palavras. Através de jogos e exercícios lúdicos, as crianças melhoraram as suas competências de identificação e combinação de sons, o que contribuiu para o seu desenvolvimento linguístico e para melhorar as suas competências de leitura e escrita. As discussões em grupo sobre as histórias lidas permitiram que as crianças refletissem sobre o conteúdo das leituras e expressassem as suas opiniões. A capacidade de interpretar as mensagens das histórias e de discutir diferentes pontos de vista foi desenvolvida ao longo do projeto, incentivando o pensamento crítico e a troca de ideias.

A seguir, enumeramos os principais progressos alcançados:

1. Incentivo ao gosto pela leitura - Ao longo do projeto, as crianças passaram a ter um crescente entusiasmo pela leitura.

2. Desenvolvimento da expressão oral e da escrita - As atividades de recontar as histórias ao grupo ajudaram a melhorar a expressão oral das crianças.

3. Estímulo da criatividade e da imaginação - As atividades criativas, como os desenhos e as dramatizações, incentivaram as crianças a explorar a sua imaginação.

4. Promoção dos laços familiares - O envolvimento das famílias foi uma das principais forças do projeto. Os pais participaram ativamente, explorando os livros com os filhos em casa e partilhando as experiências literárias.

5. Desenvolvimento a consciência fonológica - Através de jogos e atividades lúdicas, as crianças melhoraram a sua capacidade de identificar e manipular os sons das palavras.

6. Estimulação da reflexão crítica e da interpretação - As discussões em grupo sobre as histórias lidas incentivaram as crianças a refletir sobre o conteúdo das leituras e a expressar as suas opiniões.

7. Aumento a autonomia na leitura e escrita - As crianças mostraram um grande progresso na autonomia na leitura e escrita. Começaram a identificar o som das letras com mais facilidade, a reconhecer padrões e a compreender melhor as estruturas das histórias, o que contribuiu para o seu crescimento como leitores independentes.

6.4 Registos das Crianças

Cada semana, recebíamos um livro novo que, além de ser muito bonito, tinha histórias incríveis que nos transportavam para mundos de fantasia.

Adorámos o momento em que, ao regressarmos à escola, podíamos partilhar com os nossos amigos o que mais gostámos na história. Alguns de nós faziam desenhos sobre as personagens que mais chamaram a atenção. Cada vez que falávamos sobre os livros, ficávamos mais confiantes a contar as nossas próprias histórias.

Quando recontávamos as histórias para os nossos colegas, foi muito divertido! No início, alguns de nós ficavam um bocadinho nervosos, mas depois, com o tempo, fomos ganhando coragem e agora até adoramos falar para o grupo. As nossas educadoras sempre nos ajudaram, fazendo perguntas para nos incentivar a pensar e a usar palavras novas. As histórias também nos permitiram aprender mais palavras e a melhorar a nossa forma de falar. Numa das atividades usamos, imaginem lá, uns óculos escuros para ouvir a história.

Os nossos pais também ficaram muito envolvidos! Sempre que levávamos os livros para casa, eles liam connosco, e depois falávamos sobre as histórias na hora de jantar. Era como se a leitura nos unisse mais, tanto com os amigos como com a nossa família.

O mais importante é que, com o Projeto “de Leitura Vai Vem", aprendemos a gostar ainda mais de ler e a perceber que as histórias podem ser muito divertidas e cheias de magia. Agora, já estamos mais curiosos para descobrir o que os livros nos podem ensinar e estamos sempre prontos para a próxima história.

“Gostei da história da Princesa e o Sapo e da Pequena Sereia.” (Sara, 6 anos)

“Temos de cuidar dos livros.” (André, 6 anos)

“A minha mãe e o meu pai contaram a história do Monstro.” (Vicente, 4 anos)

“A estranha visita foi a minha história preferida.” (Francisca Bilhete, 5 anos)

“Gostei de ouvir as histórias.” (Francisca Terceira, 5 anos)

“Agora quero sempre mais histórias.” (Alice, 5 anos)

“As histórias ensinam tantas coisas.” (Maria, 5 anos)

“Eu assusto-mo com algumas histórias.” (David, 4 anos)

“Contam coisas para rir.” (Irís, 4 anos)

ATIVIDADE VII

7.1 Quem Nós Somos?

Somos um grupo de 18 crianças, com idades entre os 3 e os 5 anos, que gostam de aprender e explorar coisas novas. Vivemos na freguesia do Rosário, na Lagoa, e frequentamos a EB1/JI Professor Octávio Gomes Filipe. As nossas educadoras, Paula Pimentel e Paula Soares, têm promovido atividades essenciais para a nossa aprendizagem e desenvolvimento global.

Este projeto foi desenvolvido de forma lúdica, com contacto direto com o meio envolvente e interação com as famílias, permitindo o fortalecimento do sentido de pertença ao nosso meio. Por sua vez, tem como objetivo promover a identificação com o nosso próprio espaço, assim como o espaço dos outros (por exemplo, aprender a dormir no nosso próprio quarto, e não no quarto dos pais), favorecendo a autonomia e o cuidado

7.2 Projeto “A minha Casa”

Através das várias atividades, procuramos identificar os diferentes tipos de habitação e as várias divisões de uma casa, além de associar objetos a essas divisões. As crianças também aprenderam a descrever o tipo de casa onde vivem e a reconhecer as figuras geométricas presentes nas construções, como parte da exploração do tema. Para isso, realizamos uma saída de campo para conhecer o meio onde a escola está inserida e as ruas circundantes à escola, o que permitiu às crianças reconhecer itinerários diários, como o trajeto casa-escola.

Em sala de atividades, as crianças participaram em tarefas individuais e de grupo, como a exploração de jogos interativos no tapete da sala, a interpretação de canções, a leitura de histórias e a construção de um livro de rimas intitulado "Nesta casa vive…". Também promovemos atividades livres, como construções com legos e jogos de mesa, sempre sob a temática da habitação. Para além disso, realizamos atividades plásticas, como a construção de casas, associando figuras geométricas às suas formas. Outras tarefas de carácter mais formal incluíram a associação de objetos/mobiliário à respetiva divisão da casa e a descrição do que se realiza em cada divisão. Também trabalhamos as noções de espaço, tempo e tamanho.

Com as crianças de 4/5 anos, realizámos o treino e a memorização da sua morada. Realizamos, ainda, um passeio pelo bairro até à casa de uma das crianças, explorando itinerários e abordando as principais regras de segurança pessoal.

A exploração das Casas do Mundo foi outra das atividades desenvolvidas, com pesquisa e registo em grande grupo, permitindo às crianças conhecer diferentes tipos de habitação em várias partes do mundo.

7.3 Registos do Educador

Este projeto foi trabalhado de forma global e integrada, envolvendo tarefas nas diversas áreas de conteúdo, domínios e subdomínios do currículo.

As atividades lúdico-pedagógicas, que incluíram o uso de meios audiovisuais e jogos da sala, foram cuidadosamente planeadas para serem apelativas para as crianças. Como sabemos, “brincar também se aprende”, e, através dessa abordagem, observámos um entusiasmo crescente por parte do grupo, o que estimulou a participação ativa e envolvimento das crianças.

Ao longo das atividades, fez questão de observar e refletir sobre o desenvolvimento das crianças, destacando alguns aspetos importantes no seu desenvolvimento e aprendizagem.

O projeto envolveu a exploração do meio envolvente, como a exploração de itinerários (casa/escola) e a memorização da morada, com a representação da casa e do número da porta. Esta abordagem prática permitiu que as crianças alcançassem vários progressos importantes:

1. Desenvolver a autonomia: Maior capacidade para memorizar e identificar a sua morada, o que contribuiu para o desenvolvimento autónomo nas rotinas diárias.

2. Adquirir noções de espaço e tempo: Ao explorar itinerários simples e representar a sua casa com o número da porta, adquiriram noções de localização e distância, melhorando a compreensão do espaço que as rodeia.

3. Promover a atenção e concentração: A realização destas atividades exigiu que se focassem nas suas observações e memórias, o que contribuiu para o desenvolvimento da atenção e da capacidade de concentração.

4. Aumentar o vocabulário: Foram promovidas atividades de ampliação de vocabulário, como jogos de rimas, que ajudaram a enriquecer a linguagem e a colmatar algumas dificuldades de expressão oral.

5. Validar novas aprendizagens: As atividades mais formais, como a associação de objetos às divisões da casa ou a descrição das funções de cada divisão, serviram para validar as novas aprendizagens de forma prática e concreta.

7.4 Registos das Crianças

Um dia, as nossas educadoras disseram-nos que íamos aprender sobre as casas. Achámos muito divertido, porque "brincar também se aprende", e isso é o que mais gostamos de fazer!

Primeiro, fomos explorar a nossa escola e as ruas à volta, para ver como é o bairro onde vivemos. A educadora Paula disse-nos para repararmos bem nos caminhos que fazemos todos os dias, quando vamos de casa para a escola e de volta para casa.

Tivemos de memorizar os caminhos, e até aprendemos as nossas moradas! Depois, fomos até à casa de um amigo nosso, para ver o que é que havia de diferente na casa dele. Isso ajudou-nos a perceber como é que cada casa é única.

Nós adoramos brincar e fizemos várias atividades com as nossas educadoras. Usámos brinquedos, fizemos jogos de rimas e cantámos músicas. Também vimos vídeos, que nos ajudaram a aprender mais sobre as casas do mundo. Foi super divertido! Fizemos até um livro de rimas chamado "Nesta casa vive…", e fomos representando as nossas casas, com o número da porta e tudo.

Agora, já sabemos muitas coisas novas! Conseguimos dizer qual é a nossa casa, qual é o número da porta e até identificamos os espaços da nossa casa, como a cozinha, o quarto e a sala. Também aprendemos a falar sobre o que fazemos em cada divisão e o que precisa de estar lá. Com os jogos de rimas, aprendemos que há palavras que rimam e outras não.

Ainda fizemos um jogo de construção com legos para montar casas. Cada um fez a sua casa com formas geométricas, e isso foi muito engraçado! Também começámos a compreender melhor o que é o espaço, o tempo e a distância, porque andámos a explorar os caminhos e a aprender sobre as coisas que estão à nossa volta.

No final, já sabemos o que é uma casa, os diferentes tipos de casas e até como é que as casas são noutros países. Agora, estamos todos mais autónomos, mais atentos ao que acontece à nossa volta e, claro, a divertir-nos enquanto aprendemos!

“A minha casa é grande tem uma porta branca e duas janelas.” (Valentina Correia, 4 anos)

“A minha casa tem muitas partes, tem uma cozinha, o meu quarto e o da mãe e do pai e mais um da avó, tem uma sala da televisão e mais um quarto dos brinquedos e ainda uma casa de banho.” (Júlia, 4 anos)

“Eu gosto muito da minha casa, é muito bonita, tem as paredes brancas e umas barras verdes.” (Lourenzo, 4 anos)

“A minha casa é muito alta, é um apartamento.” (Filipe, 5 anos)

“Na sala eu brinco e a mamã vê a novela.”(Valentina Mota, 4 anos)

“O meu cão, o Oreo também tem a sua casa.” (Filipe, 5 anos)

“A minha casa é um bocadinho longe, é muito alta, tem uma porta vermelha e quatro janelas.” (Daniel, 4 anos)

“A porta da minha casa é um retângulo e as janelas são quadrados.” (Vicente, 5 anos)

“A minha casa é longe, por isso venho da casa da avó.” (Margarida, 4 anos)

“Eu também venho da casa da avó, mas a minha casa é linda e grande.” (Xavier, 3 anos)

“A mãe faz a comida na cozinha e o pai está no quintal.” (José, 5 anos)

“A mamã estava se terminando, foi estender a roupa lá fora.” (Rafael, 3 anos)

"A minha casa é muito perto da escola.” (Camila, 5 anos)

“Na minha porta tem o Nº 1 e o 0.” (Vicente, 5 anos)

“Da escola até à casa da Camila, demos 77 passos.” (Vicente, 5 anos)

ATIVIDADE VIII

8.1 Quem Nós Somos?

Somos 19 crianças da Escola Marquês Jácome Correia. As nossas educadoras, Elisabete Noé e Paula Soares, têm-nos proporcionado diversas experiências e atividades que têm sido fundamentais para o nosso crescimento.

Ao longo do primeiro semestre, realizamos várias atividades entre as quais exploramos a temática da "Alimentação". Dentro deste tema, experimentamos diversos frutos e participamos em várias atividades que adoramos, incluindo a criação de fantoches baseados na história que a nossa educadora nos contou. Levamos os fantoches para casa e foi uma grande alegria.

“Amar não é olhar um para o outro, é olhar juntos na mesma direção.”

Antoine de Saint-Exupéry

8.2 Projeto “Uma Alimentação Saudável e Sua Importância”

Na comemoração do Dia Mundial da Alimentação, foram realizadas diversas atividades com o objetivo de ensinar a importância de uma alimentação variada e incentivar nas crianças o gosto por diferentes alimentos, promovendo hábitos alimentares mais saudáveis desde a infância.

Durante as atividades, as crianças tiveram a oportunidade de provar frutas como kiwi, romã e dióspiro, entre outras, que muitas ainda não conheciam. A experiência revelou-se enriquecedora, pois, ao experimentarem novos sabores e texturas, tornaram-se mais recetivas a esses alimentos e passaram a apreciá-los, compreendendo a importância da diversidade alimentar para o bem-estar e a saúde.

Além da degustação, foram contadas várias histórias relacionadas com a alimentação, com especial destaque para a sopa, realçando o seu papel fundamental numa dieta equilibrada e nutritiva. Através destas narrativas, procurou-se sensibilizar as crianças para a importância do consumo de legumes e hortaliças, tornando a aprendizagem mais cativante e acessível.

Para tornar a experiência ainda mais envolvente, as crianças participaram ativamente na criação de fantoches inspirados na história “Sopa de Legumes”, que, posteriormente, foram utilizados numa apresentação teatral.

8.3 Registos do Educador

A comemoração do Dia Mundial da Alimentação foi uma oportunidade enriquecedora para observar o envolvimento das crianças e analisar os progressos alcançados no grupo. Com este propósito, este projeto revelou-se muito positivo, pois permitiu trabalhar a importância de uma alimentação saudável de forma lúdica e significativa. A experimentação de novos alimentos despertou a curiosidade das crianças, incentivando-as a provar sabores diferentes e a compreender que a diversidade alimentar é essencial para a saúde. Além disso, a exploração da história “Sopa de Legumes” ajudou a consolidar este conhecimento.

Durante o desenvolvimento deste projeto, foi possível identificar vários progressos, nomeadamente:

1. Aceitação de novos alimentos – estas tornaram-se mais recetivas a provar frutas e legumes que antes rejeitavam, mostrando uma atitude mais aberta e curiosa em relação à alimentação.

2. Incentivo à interpretação e a expressão oral – Ao darem vida aos personagens da história através dos fantoches, conseguiram reproduzir e internalizar melhor os conceitos abordados, desenvolvendo a capacidade de comunicação.

3. Fortalecimento do trabalho colaborativo– A criação dos fantoches e a apresentação teatral exigiram cooperação, escuta ativa e respeito pelas ideias dos outros, promovendo a interação e o espírito de grupo.

4. Desenvolvimento da criatividade e da imaginação – Cada criança teve liberdade para personalizar os seus fantoches e atribuir-lhes características próprias, o que estimulou a expressão artística e a originalidade.

5. Envolvimento e participação ativa – O entusiasmo das crianças ao longo da atividade demonstrou o impacto positivo da abordagem lúdica no ensino sobre alimentação saudável.

8.4 Registos das Crianças

No Dia Mundial da Alimentação, tivemos uma aventura deliciosa e muito divertida! Primeiro, sentámo-nos em roda e ouvimos a história da “Sopa de Legumes”. Descobrimos que uma sopa pode ser feita de muitos ingredientes diferentes e que, juntos, os legumes tornam-se ainda mais saborosos e saudáveis. Ficámos tão entusiasmados que quisemos logo saber quais os legumes que poderíamos juntar à nossa própria sopa imaginária!

Depois, veio a parte mais emocionante: experimentámos frutas que alguns de nós nunca tínhamos provado antes! Kiwi, romã, dióspiro… alguns sabiam doce, outros tinham um sabor mais azedo, e alguns até tinham sementinhas engraçadas. No início, houve quem fizesse caretas, mas, no fim, acabámos por gostar de novos sabores!

Mas não foi só isso! Tornámo-nos verdadeiros artistas ao criar os nossos próprios fantoches inspirados na história. Com cartolinas, tecidos e muita cola, demos vida aos legumes e transformámo-los em personagens cheias de personalidade. Alguns tinham olhos brilhantes, outros sorrisos engraçados, e até demos nomes aos nossos fantoches! Depois, fizemos um teatro, onde cada um representou o seu personagem e contou uma parte da história.

Com esta atividade, aprendemos que comer bem pode ser uma grande aventura. Agora sabemos que os legumes e as frutas não são só saudáveis, mas também podem ser saborosos e divertidos! Além disso, descobrimos que, quando trabalhamos juntos, conseguimos criar coisas incríveis. No final, saímos todos com um sorriso (e com vontade de comer mais fruta!). Mal podemos esperar pela próxima história saborosa que iremos explorar!

"A boa alimentação é para ficarmos saudáveis." (Clara, 5 anos) "Devemos comer fruta porque nos dá vitaminas." (Miguel, 5 anos)

"A carne dá força." (Benedita, 5 anos)

“A sopa faz bem ao nosso corpo” – (Benedita, 5 anos)

“Os doces, só devemos comer, de vez em quando.” (Lucas, 5 anos)

“O leite faz bem aos nossos dentes.” (Afonso, 4 anos)

ATIVIDADE IX

9.1 Quem Nós Somos?

Somos o grupo JI3, da Escola Dr. Francisco Carreiro da Costa, formado por 16 crianças, com idades entre os 3 e os 6 anos.

As nossas educadoras, Margarida Soares e Carla Costa, acompanham-nos todos os dias, ajudando-nos a crescer e a aprender de forma divertida. Cada momento que passamos juntos tem sido essencial para o nosso desenvolvimento, tornando-nos mais curiosos, criativos e amigos uns dos outros.

“Uma história faz-nos imaginar, faz-nos sonhar, faz-nos pensar, faz-nos sentir, faz-nos sei personagens, anima o nosso dia a dia e as nossas rotinas” (Margarida)

9.2 Projeto “Educação Literária: A que Sabe a Lua”

A atividade de exploração da história “A que sabe a Lua?” teve como principais objetivos estimular a imaginação das crianças e ajudá-las a compreender a importância da colaboração e da entreajuda. Esta história transmitiu uma mensagem importante sobre o trabalho em equipa e como a ajuda mútua pode tornar os desafios mais fáceis de alcançar.

A abordagem começou com a apresentação da obra, seguida da audição da história. Este momento foi essencial para captar a atenção das crianças e despertar o interesse pelo enredo. Após a audição, realizámos o reconto da história com o apoio de imagens, o que permitiu às crianças ordenar os animais pela sequência em que surgem na narrativa. Além de trabalharmos a compreensão da história, esta atividade também possibilitou o desenvolvimento de competências relacionadas com a Matemática em que as crianças tiveram de ordenar as personagens tanto em ordem crescente como decrescente.

Em seguida, propusemos uma atividade de jogo simbólico em que as crianças imitaram os animais da história, promovendo a expressão corporal e a criatividade. Durante a atividade, também realizámos exercícios de consciência fonológica, primeiro em grande grupo e depois individualmente, reforçando a importância do desenvolvimento da linguagem.

Por fim, questionámos as crianças sobre “A que sabe a Lua?”, estimulando o pensamento crítico e a expressão pessoal. Este momento de diálogo permitiu que cada criança partilhasse as suas ideias e preferências, registrando-as posteriormente de forma criativa.

9.3 Registos do Educador

Consideramos que a escolha da história “A que sabe a Lua?” foi bastante adequada à faixa etária das crianças, pois possibilitou um envolvimento ativo e estimulante. Durante toda a atividade, as crianças participaram com muito entusiasmo, e pudemos observar como aprofundaram os seus conhecimentos de forma significativa, principalmente ao longo das diversas etapas da exploração da história.

Todos os objetivos gerais e específicos definidos para as atividades realizadas foram atingidos, proporcionando às crianças oportunidades ligadas aos seus interesses. A história não só despertou a imaginação e a curiosidade, mas também foi uma excelente ferramenta para trabalhar competências cognitivas e sociais, promovendo o desenvolvimento de várias áreas do conhecimento.

A utilização desta obra na exploração de representações matemáticas revelou-se particularmente eficaz. Através da ordenação dos animais e do trabalho com sequências numéricas em ordem crescente e decrescente, as crianças puderam desenvolver noções básicas de matemática de maneira lúdica e intuitiva, o que reforçou a compreensão das relações numéricas.

Face ao exposto, observou-se diversos progressos, tais como:

1. Aumento do vocabulário – As crianças conseguiram identificar e nomear diferentes animais da história.

2. Desenvolvimento de competências de sequência e ordenação – Através da organização das personagens em ordem, as crianças trabalharam de forma concreta noções de sequência e de ordenação, desenvolvendo ainda noções da ordem crescente e decrescente dos números.

3. Fomento da imaginação e criatividade – Ao participar do jogo simbólico e imitar os animais da história, as crianças desenvolveram a sua capacidade de criar e expressar ideias de maneira corporal.

4. Promoção da consciência fonológica – As atividades de consciência fonológica permitiram que as crianças trabalhassem os sons das palavras, tanto em grupo como individualmente.

5. Estimulo da linguagem e interação social – O diálogo em grupo e a partilha de ideias sobre a questão "A que sabe a Lua?" possibilitaram o desenvolvimento de competências de comunicação e expressão, além de promover a interação social.

9.4 Registos das Crianças

No Dia em que ouvimos a história “A que sabe a Lua?”, tudo começou com uma grande pergunta: “A que sabe a Lua?”. Ficámos muito curiosos e queríamos muito saber a resposta! Primeiro, a educadora leu o livro e, enquanto lia, vimos os desenhos e começámos a imaginar como seria a Lua. Alguns disseram que sabia a chocolate, outros achavam que sabia a mel, e houve até quem achasse que sabia a estrelas!

Depois de ouvirmos a história, fizemos um jogo onde tivemos de contar e ordenar os animais, de acordo com o seu aparecimento na história. Deste modo, cada um de nós recebeu uma imagem de um animal e tínhamos de colocá-los na ordem certa. Era divertido, mas também tínhamos de pensar muito! Depois, a educadora pediu-nos para contar os números de trás para a frente e de frente para trás. Aprendemos assim a contar de um jeito diferente e até conseguimos fazer isso sozinhos!

A seguir, fizemos um jogo de imitar os animais da história. Foi super engraçado! Cada um de nós escolheu um animal e, com a nossa voz e o nosso corpo, fizemos como se fôssemos aquele animal. Alguns saltaram como macacos, outros correram como elefantes, e até fizemos sons de leões! Foi o máximo! A nossa imaginação não teve limites e todos nós divertimo-nos muito!

Também fizemos um exercício para aprender os sons das palavras. Foi um jogo de escutar e dizer palavras que começam com os mesmos sons. Foi muito engraçado!

No fim, a educadora perguntou novamente: “A que sabe a Lua?.” Nós todos começámos a pensar e, com as nossas ideias, registámos as respostas num papel. Alguns disseram que a Lua sabia a chocolate, outros disseram que sabia a gás, e outros acharam que sabia a arco-íris. Todos fizemos os nossos desenhos e registámos o que pensávamos.

Este projeto foi muito divertido e aprendemos tantas coisas! Descobrimos que, ao ajudar uns aos outros, conseguimos fazer grandes coisas. E a Lua? Bem, a Lua para nós sabe a tudo o que conseguimos imaginar!

A lua sabe a melancia (Beatriz, 5 anos)

Adoro o macaco (Ema, 4 anos)

O elefante tem uma tromba muito grande (Francisco, 5 anos)

A lua é esperta (Ariana, 6 anos)

A lua sabe a queijo (Matilde, 4 anos)

A zebra come erva (Vicente, 4 anos)

Eu adorei o rato, porque ele come queijo (Vasco, 4 anos)

Eu gosto muito do macaco, porque ele gosta muito de bananas (Xavier, 5 anos)

A girafa é alta (Lorena, 3 anos)

A raposa é pequenina (Duarte, 4 anos)

O leão é bonito (Francisco R., 5 anos)

Eu gostei mais do leão, ele come carne (Maria Clara, 4 anos)

A girafa tem um pescoço grande (Alice, 6 anos)

10.1 Quem Nós Somos?

Somos o grupo JI4 da Escola Dr. Francisco Carreiro da Costa, composto por 18 crianças com idades entre os 5 e os 6 anos. Já frequentamos esta escola há quase três anos e, ao longo deste tempo, temos desenvolvido um vínculo muito forte como grupo, sempre com muito entusiasmo e curiosidade para aprender.

Temos duas educadoras, Raquel Medeiros e Lucinda Furtado, e tivemos o privilégio de contar com o apoio das estagiárias Beatriz Moniz e Raquel Santos, este ano letivo. Juntas, trabalhámos de forma colaborativa para apoiar o nosso crescimento e desenvolvimento, oferecendo-nos novas experiências e explorando diferentes temas.

Um dos temas que abordámos e que consideramos de extrema importância foi o das emoções, com um foco especial na amizade. Este tema foi explorado de forma a promover a compreensão das emoções que sentimos no nosso dia a dia, e a importância de construir relações saudáveis e afetuosas com os outros.

As experiências que realizámos e os temas que explorámos foram fundamentais para o nosso desenvolvimento emocional e social, preparando-nos para construir relações de amizade genuínas e saudáveis.

“Só se vê bem com o coração, o essencial é invisível aos olhos.” (Antoine de Saint-Exupéry).

10.2 Projeto “Emoções: Amizade”

O tema do projeto "Emoções: Amizade" foi escolhido com o objetivo de promover a compreensão das emoções e das relações interpessoais, especialmente a amizade, que se tornou um tema central, devido a uma fase de disputas que observámos no grupo. Expressões como "Não, sou mais teu amigo!", "Não quero brincar mais contigo!" ou "És feio..." começaram a surgir, refletindo emoções intensas como insegurança, ciúmes e até mesmo a necessidade de afirmação. Sabemos que a amizade é fundamental para o desenvolvimento emocional das crianças, pois ajuda-as a estabelecer laços saudáveis e a lidar com as suas emoções de forma mais equilibrada.

Através desta temática, procurámos atingir os seguintes objetivos: conhecer-se a si e aos outros; compreender a importância da partilha e da amizade; expressar as emoções através das cores e valorizar duas gerações: as crianças e os idosos. Estes objetivos foram trabalhados ao longo das diversas atividades que propusemos.

A escolha da obra "O meu coração pequenino" foi especialmente acertada, pois tocou o coração das crianças e permitiu-nos explorar as emoções de forma acessível e profunda. A história ajudou as crianças a

refletirem sobre o que é um "coração" e como este se relaciona com os outros, o que facilitou uma compreensão mais clara sobre a importância da amizade.

Após a leitura, propusemos a criação do “Jardim dos Corações”, em que cada criança decorou um coração de esferovite usando uma técnica de mergulhar o coração em água e verniz de várias cores. As cores escolhidas pelas crianças refletiram como se sentiam naquele momento, permitindo-lhes expressar as suas emoções de forma criativa. Ao juntar todos os corações, formámos um jardim coletivo, simbolizando a união e a diversidade do grupo. Esta atividade incentivou a expressão emocional, bem como reforçou a importância da colaboração e do respeito pela individualidade de cada um

A história "O Banco da Amizade" trouxe uma reflexão poderosa sobre como pequenos gestos de amizade e bondade podem criar um espaço acolhedor e seguro. Após a leitura, construímos um banco de madeira, que as crianças coloriram e personalizaram com as suas próprias mãos. Este banco simboliza o valor da amizade, e será utilizado para apoiar as crianças que se sintam sozinhas ou que precisem de um gesto de carinho. A ideia é que, ao partilhar um simples gesto de amizade, as crianças compreendam que podem fazer a diferença na vida dos outros.

Por fim, tivemos a oportunidade de trabalhar o “Projeto Postal Amigo”, que envolveu uma turma de 4.º ano de escolaridade. O projeto teve como objetivo aproximar duas gerações: as crianças e os idosos. As crianças e os alunos do 4.º ano criaram postais feitos à mão, com mensagens de amizade e carinho. Além de promover a escrita e a expressão artística, o projeto estimulou a empatia, a solidariedade e o respeito intergeracional. Ao enviar os postais para um Lar de Idosos, conseguimos criar um momento de afeto e inclusão, aproximando as gerações e promovendo um espírito de comunidade.

10.3 Registos do Educador

Foi uma semana repleta de momentos de grande emoção, afeto, partilha e amizade, proporcionando às crianças um ambiente acolhedor, onde se sentiram genuinamente compreendidas e apoiadas. Este projeto foi uma oportunidade única para fortalecer os laços entre todos, promovendo o respeito mútuo, a empatia e a construção de relações significativas. Cada criança pôde expressar-se livremente, sentir-se valorizada e reconhecer a importância da sua individualidade dentro do grupo.

O olhar do educador sobre este projeto reflete uma enorme satisfação, pois observámos que as crianças conseguiram não só explorar e compreender as suas emoções, como também aprenderam a valorizar a amizade e os gestos de solidariedade. Através de atividades criativas e lúdicas, como o “Jardim dos Corações” e o “Projeto Postal Amigo”, entre outras, as crianças começaram a expressar melhor os seus sentimentos, mas também compreenderam, com maior clareza, a importância da partilha, do respeito e da união.

Ao longo do projeto, foi possível observar progressos significativos nas crianças, pelo que passaremos a enumerá-los:

1. Compreensão das emoções – As crianças demonstraram uma maior capacidade de reconhecer e identificar as suas emoções, bem como as dos outros.

2. Reconhecimento da importância da amizade – As crianças passaram a valorizar a amizade como um componente essencial nas relações interpessoais

3. Expressão livre de sentimentos– Ao longo das atividades, as crianças sentiram-se mais à vontade para expressar os seus sentimentos e emoções de maneira criativa.

4. Valorização das diferenças individuais – O grupo desenvolveu um maior respeito pela individualidade de cada um, compreendendo as diferenças como algo enriquecedor.

5. Estímulo ao espírito colaborativo – As crianças fortaleceram as suas capacidades de colaboração, aprendendo a partilhar e a cooperar com os outros de maneira harmoniosa.

6. Partilha e incentivo à empatia – As atividades permitiram que as crianças se colocassem no lugar dos outros, desenvolvendo um espírito de solidariedade e apoio mútuo.

7. Cultivo das relações intergeracionais – A interação com os idosos no “Projeto Postal Amigo2 promoveu a compreensão das diferentes gerações e o respeito pelas suas experiências.

8. Demonstração de gestos de solidariedade – Através do envio dos postais, as crianças aprenderam a importância de gestos simples de carinho e apoio, estabelecendo uma comunicação afetiva entre gerações.

10.4

Registos das Crianças

Tudo começou quando nos disseram que íamos falar sobre as nossas emoções e o que é ser amigo. Achámos que ia ser divertido, mas não imaginávamos que seria tão bom!

Primeiro, ouvimos uma história chamada "O meu coração pequenino". Era sobre um coração que andava à procura de amigos. Achámos a história muito bonita, porque o coração queria muito fazer novos amigos e partilhar o que sentia. Depois, fizemos algo muito engraçado: criámos o nosso próprio “Jardim dos Corações”! Cada um de nós teve um coração de esferovite, e mergulhámos numa tinta colorida. As cores que escolhemos mostraram como estávamos a sentir naquele dia! Foi tão divertido ver os corações a ficarem todos coloridos, e quando juntámos todos, o jardim ficou lindo, cheio de sentimentos!

Também fizemos um banco muito especial, o "Banco da Amizade". A história dizia que esse banco trazia amigos, e nós queríamos que fosse verdade! Então, nós pintámos o banco com as nossas próprias mãos. Este ficou tão bonito e acolhedor! Este banco não é só um banco, é um lugar mágico onde todos podem se sentir bem e ser amigos. Toda a gente que chega na nossa sala tem vontade de sentar-se no banco, como se fosse um lugar de boas-vindas, cheio de carinho e amizade.

Mas, a parte mais incrível foi quando fizemos o “Projeto Postal Amigo”! Tivemos de trabalhar com os alunos do 4.º ano, e foi muito fixe. Estes escreveram mensagens de amizade e nós fizemos desenhos para enviar a um Lar de Idosos. Quando os postais foram enviados, sentimos que estávamos a fazer algo muito bonito, a espalhar carinho e amizade para pessoas que estavam a precisar de um sorriso. Foi tão bom saber que, mesmo sendo pequenos, conseguimos fazer alguém feliz com um gesto simples.

Esta semana foi mesmo incrível! Aprendemos a ser mais amigos, a ajudar uns aos outros e a perceber como é importante partilhar os nossos sentimentos. No final, ficámos todos mais unidos e com corações cheios de alegria. Agora, sempre que pensamos na amizade, lembramo-nos do jardim colorido, do banco especial e dos postais que fizemos para os amigos mais velhos. Tudo isso vai ficar na nossa memória para sempre!

Ser amigo é….

“Dar beijinhos.” (Inês Couto, 6 anos).

“Dar abraços.” (Laura Oliveira, 6 anos).

“Partilhar o lanche.” (Aisha Brito, 5 anos).

“Ajudar o amigo.” (Maria do Mar, 6 anos).

“Saber se o amigo está bem.” (Afonso Arruda, 6 anos).

“Dar a mão ao amigo.” (Isabel Soares, 5 anos).

“Dar beijinhos à esquimó.” (Afonso Ponte, 6 anos).

“Sentar no banco da amizade.” (Adriel Tavares, 6 anos).

“Não bater.” (Ariel Raposo, 5 anos).

“É convidar para a minha festa de anos.” (Pedro Bento, 6 anos).

“Dar abraços.” (Mateus Baganha, 5 anos).

“É encher a sua garrafa de água.” (Diego Faria, 6 anos).

“É brincar no recreio.” (Iara Pacheco, 5 anos).

“É brincar na sala e partilhar os brinquedos.” (Leonor Silva, 6 anos).

“É ajudar os idosos.” (Lara Medeiros, 5 anos).

“Chamar um amigo para se sentar comigo no banco da amizade.” (Leonor Barreiros, 5 anos).

“É obedecer à educadora.” (Lucas Barbosa, 5 anos).

“Dar abraços.” (Gestos feitos pelo Sandro, 6 anos).

ATIVIDADE XI

11.1 Quem Nós Somos?

A sala JI 2 é composta por 16 crianças, com idades entre os 4 e 6 anos de idade. A maioria vive na freguesia de Santa Cruz e frequenta a EB1/JI Dr. José Pereira Botelho.

É um grupo ativo, meigo e solidário, revelando atitudes de interajuda para com os outros e as educadoras Ana Carvalho e Marisa Cabral. Revelam gosto e vontade de aprender e manifestam muita curiosidade pelo mundo que os rodeia.

As atividades que iremos apresentar inserem-se no âmbito do projeto “A Primavera: Vamos Semear Girassóis” que tem como objetivo principal promover o conhecimento sobre o ciclo de vida das plantas, bem como realçar a importância dos elementos – terra, água e luz, para o seu desenvolvimento. Pretendemos ainda sensibilizar as crianças para o cuidado e respeito pela natureza.

Estão expectantes para ver o que vai acontecer com as suas sementes…

“Não se pode falar de educação sem amor.” (Paulo Freire)

11.2 Projeto “A Primavera: Vamos Semear Girassóis”

Com a chegada da primavera, e após um diálogo com o grupo sobre as principais características desta estação do ano, foi apresentada a história “A Pequena Semente”. As crianças escutaram atentamente e, de forma muito participativa, foram colocando questões e partilhando ideias, demonstrando desde logo grande interesse pelo tema. A partir desta história e da sua exploração, surgiu a curiosidade sobre a “vida” das sementes, bem como o desejo de realizar uma sementeira e acompanhar o processo de germinação.

Este interesse revelou-se uma excelente oportunidade para promover o conhecimento sobre o ciclo de vida das plantas, enquanto se fomentava o respeito pela natureza e se sensibilizava para a importância de elementos como a terra, a água e a luz solar no desenvolvimento das plantas.

Em conjunto, fiz-se o levantamento dos materiais necessários para a sementeira: terra, sementes, vasos e água. Os vasos foram criados a partir de embalagens de plástico reutilizadas que já existiam na sala, e que, por

sugestão das crianças, foram decoradas de forma criativa e personalizada. A terra foi trazida por uma das crianças e as sementes de girassol foram oferecidas pelas educadoras.

Demos, então, início ao projeto. Cada criança encheu o seu vaso com terra, colocou a sua semente, cobriu-a cuidadosamente e regou-a com entusiasmo. No final, cantámos em conjunto a canção “Semente, Sementinha”, uma canção tradicional portuguesa, que reforçou o envolvimento emocional e afetivo com a atividade realizada.

A partir deste momento, cada semana foi registada com atenção e carinho: uma criança, de forma rotativa, ficou responsável por fazer o registo gráfico da evolução das sementes e das plantas, permitindo acompanhar o processo de crescimento e reforçar a observação e o cuidado com a natureza.

11.3 Registos do Educador

Numa altura em que cada vez mais se fala sobre a preservação do meio ambiente, torna-se essencial começar a abordar estas questões desde cedo, nomeadamente no Jardim de Infância. Educar as crianças para cuidar das plantas é uma prática rica em aprendizagens, que permite não só o desenvolvimento de competências pedagógicas, como também a aquisição de valores pessoais e ambientais.

Neste contexto, para além de se promover o conhecimento sobre o ciclo de vida das plantas, procurámos também incutir valores de respeito e responsabilidade para com a natureza, sensibilizando as crianças para a importância dos elementos essenciais ao crescimento vegetal: terra, água e luz.

Na planificação das atividades, a nossa principal preocupação foi envolver o grupo de forma lúdica e motivadora, garantindo que os conhecimentos fossem adquiridos de forma natural e prazerosa. Através da escuta da história “A Pequena Semente”, do diálogo em grande grupo e da realização da experiência de germinação de sementes de girassóis, as crianças foram-se envolvendo cada vez mais.

Durante todo o processo, foi possível observar os seguintes progressos alcançados:

1. Adquirir vocabulário específico relacionado com o ciclo de vida das plantas (ex: semente, germinação, crescimento, raízes, caule, luz solar);

2. Compressão da importância dos recursos naturais (terra, água e luz) no desenvolvimento das plantas;

3. Desenvolvimento do sentido de responsabilidade e cuidado, ao acompanhar a evolução das sementes diariamente;

4. Aperfeiçoamento da capacidade de observação e registo, através de desenhos e partilhas orais do que foi sendo observado;

5. Estímulo da curiosidade e pensamento científico, evidenciado pelas perguntas colocadas e hipóteses levantadas ("Quando é que nascem os girassóis?”);

6. Fortalecimento do trabalho em grupo e a partilha de materiais, ao colaborarem na preparação da sementeira;

7. Valorização da reutilização de materiais, ao transformarem embalagens usadas em vasos personalizados;

8. Estímulo de atitudes de respeito pela natureza e pelas formas de vida vegetal.

11.4 Registos das Crianças

Um dia, a nossa educadora contou-nos a história "A Pequena Semente". Ficámos muito atentos e quisemos logo saber mais: “O que acontece depois com a semente?”, “Como é que ela cresce?”, “E quando é que nascem os girassóis?”

Primeiro, fizemos uma lista do que íamos precisar: terra, sementes, água e… vasos! Mas os vasos não foram comprados nós reutilizámos embalagens que já tínhamos na sala. E ainda as decorámos ao nosso gosto!

A terra veio de casa de um amigo nosso e as sementes foram trazidas pelas educadoras. Depois, cada um encheu o seu vasinho com terra, colocou a sementinha lá dentro, tapou com carinho e regou com água.

Cantámos a música “Semente, Sementinha” e ficámos a imaginar como seria ver a nossa planta a nascer. Agora, todas as semanas, um de nós faz o registo da plantinha. Temos aprendido muito com isto tudo! Sabemos que as plantas precisam de luz, de água, de terra boa e… de paciência também!

Estamos muito orgulhosos do que conseguimos fazer. E vamos continuar a cuidar das nossas sementes, porque queremos ver os girassóis bem grandes a sorrir para o sol!

As sementes pequenas às vezes dão flores grandes (Maitê, 5 anos).

As flores nascem das sementes (Emily, 5 anos).

O vento sopra e espalha as sementes (Xavier, 5 anos).

Os pássaros quando abrem o bico também deixam cair as sementes (Matheus, 6 anos).

Não se deve arrancar as flores do jardim porque morrem (Salvador, 5 anos).

As sementes do girassol parecem uma camisola com riscas (Gabriel, 5 anos).

Vamos pôr as sementes na janela, porque elas gostam de luz e calor (Benedita, 5 anos).

As sementes vão crescer (Brianna, 4 anos).

Temos de pôr água (Letícia M., 4 anos).

Quando vamos ver os girassóis? (Pedro, 5 anos).

As sementes gostam de estar escondidas na terra (Nazaré, 4 anos).

12.1 Quem Nós Somos?

O grupo de Jardim de Infância JI2-FCC é composto por treze crianças, com idades compreendidas entre os três e os seis anos. Frequentam a Escola EB1/JI Dr. Francisco Carreiro da Costa, na freguesia de Nª Sr.ª do Rosário, na Lagoa.

No âmbito da educação pela arte, as nossas educadoras Ana Paula Almeida e Maria Ramos, desenvolveram um projeto, denominado “Cores, Formas e Emoções: A Arte de Aprender no Jardim de Infância”. Projeto esse, que se encontra em construção e que culminará com uma exposição de trabalhos, no final do ano letivo.

Esta experiência de aprendizagem pretende estimular o contato das crianças com a Arte, promovendo a aproximação, de modo lúdico, às obras de alguns artistas plásticos: Wassily Kandinsky, Piet Mondrian, Pablo Picasso, Joan Miró (entre outros nomes da arte que serão trabalhados). Obras essas, que constituíram o suporte, enquanto elemento de inspiração, para nortear a exploração, nesta sala de Jardim de Infância, de temáticas preconizadas nas Áreas de Conteúdo, que motivaram a curiosidade e o interesse das crianças do grupo.

“A Arte é inclusiva porque todos têm acesso à criação e apreciação artística.” (Plano Nacional das Artes)

12.2 Projeto “Cores, Formas e Emoções: A Arte de Aprender no Jardim de Infância”

Este projeto surgiu a partir da observação atenta do comportamento das crianças, sendo esta a base da nossa intencionalidade educativa. Foi possível verificar um interesse natural e crescente pela exploração de cores, formas e texturas, especialmente durante a realização de desenhos espontâneos e atividades expressivas como a pintura e a modelagem. Perante este cenário, a Arte revelou-se uma poderosa ferramenta para a construção de aprendizagens significativas no seio do grupo.

Com o objetivo de estimular o contacto das crianças com a arte, proporcionámos momentos de apreciação e experimentação a partir da observação de diferentes manifestações de artes visuais, permitindo que as crianças expressassem a sua opinião pessoal e leitura crítica sobre as obras analisadas.

Deste modo, demos início a uma viagem artística que incluiu o contacto com obras de artistas como Pablo Picasso e Joan Miró, onde as crianças foram desafiadas a representar a figura humana através do desenho e da pintura, inspirando-se nas formas, cores e traços marcantes destes artistas.

O projeto prosseguiu com as criações «Árvores do Outono» e «Flores da Primavera», inspiradas no universo de Wassily Kandinsky, onde, para além da componente estética, se promoveu o desenvolvimento

cognitivo e emocional, incentivando cada criança a refletir sobre as suas emoções e a relação que estabelecem com o mundo à sua volta.

Mais tarde, após a observação de obras do artista Mondrian, explorámos o Domínio da Matemática, com foco nas formas geométricas e nas cores primárias. As crianças realizaram composições «ao estilo de Mondrian», utilizando técnicas de recorte e colagem, o que permitiu desenvolver a motricidade fina, a perceção sensorial, a criatividade e a imaginação de forma lúdica e intencional.

12.3 Registos do Educador

Este projeto foi construído com base numa perspetiva pedagógica que reconhece a criança como sujeito ativo e agente do seu próprio processo educativo. A proposta emergiu de forma natural, a partir do interesse genuíno das crianças pela exploração de diferentes materiais, cores, traços e formas, durante momentos de criação espontânea no quotidiano da sala de jardim de infância.

Rapidamente percebemos que a arte se revelava como um espaço privilegiado para a expressão de ideias, emoções e descobertas. Com este ponto de partida, delineámos um projeto colaborativo, onde se procurou promover a expressão individual e coletiva, estimular a criatividade, fomentar a curiosidade e valorizar o gosto de aprender, através de experiências significativas no âmbito das Artes Visuais.

Ao longo das semanas, proporcionámos o contacto com obras de vários grandes mestres da arte, como Picasso, Miró, Kandinsky e Mondrian. Cada artista foi introduzido com intencionalidade, despertando no grupo uma nova sensibilidade estética e novas formas de olhar o mundo. Explorámos a representação da figura humana, as formas geométricas, as cores primárias, secundárias e a mistura cromática, sempre num ambiente lúdico, expressivo e estimulante.

Durante este percurso, foram observados vários progressos no grupo, que se destacam de forma clara:

1.Incentivo à expressão artística, demonstrando entusiasmo na observação de obras e na realização das suas próprias produções artísticas;

2.Identificação e nomeação das cores e formas, incluindo cores primárias e secundárias, bem como formas geométricas;

3.Desenvolvimento da motricidade fina, através do uso de diferentes técnicas (pintura, recorte, colagem, modelagem);

4.Estímulo da expressão verbal e emocional, ao descreverem suas criações, as obras observadas e os sentimentos associados;

5.Fortalecimento da autoestima, ao valorizarem as suas produções e ao partilharem com orgulho o que criaram;

6.Fomentalecimento da capacidade de concentração e persistência, ao manterem o foco durante os momentos de exploração artística;

7.Desenvolvimento do espírito de partilha e de cooperação, através de atividades em pequenos grupos e trocas de ideias sobre o processo criativo.

12.4 Registos das Crianças

Tudo começou quando estávamos a desenhar e pintar na sala. As nossas mãos estavam cheias de cor e as ideias não paravam de sair! As educadoras viram que nós adorávamos explorar tintas, lápis, papéis, tesouras, colas e tudo o que desse para criar. E então, pensaram: "E se fizermos um projeto de arte com os nossos pequenos artistas?"

Começámos por conhecer artistas que viveram há muito, muito tempo… mas que ainda hoje nos inspiram! Conhecemos o Picasso e aprendemos que as caras não precisam de estar sempre direitinhas para serem bonitas. Com o Miró, descobrimos formas malucas, estrelas, olhos gigantes e linhas que pareciam dançar! Depois veio o Kandinsky, que pintava música e sentimentos com cores e círculos! Fizemos as nossas próprias Árvores do Outono e Flores da Primavera, cheias de cor e alegria. E com o Mondrian, aprendemos a brincar com linhas retas, quadrados e as cores primárias. Parecia um jogo de encaixar!

“Eu gostei de fazer as árvores de Kandinsky, gostei de aprender a fazer as formas e que as árvores têm tronco. Em casa brinco ao Mondrian, que sou um pintor, porque acho bonito.” (Flávio, 4anos).

“Aprendi sobre os pintores Picasso, Miró, Kandinsky e Mondrian. Eu gosto do Mondriam, dos quadrados.” (Ícaro, 6 anos).

“O Mondrian pintava com quadrados e retângulos, ele é da Holanda, o quadro mais alegre é o do Picasso porque eu gosto de pintar.” (Celina, 4 anos).

“Vermelho, azul, amarelo são as cores primárias. Eu gostei de pintar as «caras» do Picasso.” (Yara, 6 anos).

“Eu fiz as formas retângulo e quadrado com as cores primárias, depois espalhei na folha. Eu gosto do Kandinsky porque gosto de recortar e colar com cores alegres.” (Laura, 4 anos).

“Eu aprendi que eles são de vários países, o Picasso é de Itália. Eu sinto feliz quando vejo, porque gosto das pinturas, têm muitas cores.” (Milena, 5anos).

“Mondrian é da Holanda, o Kandinsky é de um país frio, já não me lembro do nome. Eu gosto de pinturas, eu sinto medo quando pinto, porque fico cansada.” (Lucete, 4 anos).

“Eu gosto das «caras» do Picasso, porque elas são redondas e quadradas. Eu gosto de coisas muito redondas.”(Afonso, 4anos).

“Eu gostei das «caras» de Picasso e das árvores de Kandinsky, eu gosto do outono, as cores do outono são quentes, as cores fazem-me sentir feliz.” (David,4 anos).

13.2 Projeto “Caixa Mistério”

A caixa mistério nasceu da nossa vontade de reinventar a forma como abordamos um tema que trabalhamos todos os anos: as estações do ano e as suas principais características. Sabemos que as crianças aprendem melhor quando estão envolvidas, curiosas e motivadas, por isso quisemos criar uma experiência diferente, que fosse ao encontro da sua natureza exploradora e do seu entusiasmo em descobrir o mundo que as rodeia.

Esta atividade foi pensada para ir além da simples observação do clima ou da mudança das cores na natureza. Quisemos criar algo que despertasse todos os sentidos, promovesse a investigação, a partilha de ideias e experiências, e que tornasse o processo de aprendizagem mais rico e significativo.

Assim surgiram as três caixas mistério, cada uma cuidadosamente preparada com diferentes elementos representativos das estações do ano. Dentro de cada caixa, as crianças encontraram objetos, materiais e pequenos desafios que puderam explorar com os cinco sentidos tocar, cheirar, ouvir, saborear e observar.

Ao longo desta experiência, as crianças foram convidadas a identificar os objetos, associando-os a uma estação do ano, e a partilhar memórias ou vivências relacionadas com aquilo que descobriram. Tiveram também a oportunidade de experimentar aromas e sabores novos, sentir texturas diferentes e perceber como o mundo muda à nossa volta ao longo do ano.

Mais do que uma atividade sensorial, a Caixa Mistério das Estações foi uma verdadeira aventura de descoberta, que estimulou a curiosidade natural das crianças e incentivou o diálogo, a reflexão e a aprendizagem em grupo. Foi, sem dúvida, uma forma divertida, dinâmica e enriquecedora de aprender sobre as estações do ano.

13.3 Registos do Educador

Por ser algo inesperado, as crianças demonstraram sempre grande interesse por estas atividades. A surpresa de descobrir, primeiramente através do tato, despertou a sua curiosidade, levando-as a pensar e a tentar adivinhar o que estaria dentro da caixa, dando asas à sua imaginação.

Os objetos e materiais contidos na Caixa Mistério deram origem a várias outras atividades que enriqueceram ainda mais a experiência, como a construção de esculturas de outono utilizando paus de canela, folhas, cravinho, entre outros elementos naturais e a realização de sementeiras de flores, nas quais as crianças exploraram o ciclo da vida e aprenderam sobre o cuidado e respeito pelo meio ambiente.

Esta atividade, mais dinâmica e concreta, incentivou as crianças a observar com mais atenção a Natureza que as rodeia e proporcionou uma aprendizagem mais significativa e envolvente.

Ao longo da experiência, foi possível observar diversos progressos, nomeadamente:

1.Desenvolvimento da linguagem oral, através da descrição de objetos, partilha de ideias e construção de frases mais elaboradas;

2.Estímulo do pensamento crítico, ao formularem hipóteses sobre os conteúdos das caixas e justificarem as suas respostas;

3.Aquisição de noções matemáticas, como a contagem, a classificação, a comparação de tamanhos, formas e quantidades;

4.Desenvolvimento sensorial, ao explorarem os objetos com os cinco sentidos;

5.Promoção da criatividade e da imaginação, visível nas interpretações dadas aos materiais e nas atividades complementares realizadas;

6.Maior consciência e atenção ao meio envolvente, através da observação mais atenta da Natureza e das suas transformações.

13.4 Registos da Criança

Um dia, as nossas educadoras, a Regina e a Clara, chegaram com um brilho nos olhos e um grande sorriso… e disseram que tinham uma SURPRESA! Ficámos logo de olhos arregalados! Era uma... Caixa Mistério! Uma caixa misteriosa com coisas lá dentro que nós não podíamos ver só tocar, cheirar, ouvir e, às vezes, até provar!

Começámos a mexer com muito cuidado, uns diziam "é fofinho!", outros "cheira a Natal!", e até houve quem gritasse "é um bicho!!!" (mas afinal era só um pau de canela). Essa caixa representava as estações do ano primavera, verão, outono e inverno.

Foi tão giro! Aprendemos a usar os nossos cinco sentidos, a conversar mais uns com os outros, a fazer perguntas esquisitas e respostas malucas (mas algumas estavam certas!). Também fizemos coisas engraçadas, como esculturas de outono com folhas, paus de canela e cravinho, e até plantámos flores para ver se a primavera chegava mais depressa.

Agora, andamos a olhar mais para as árvores, para o céu e até para os cheiros no ar porque somos uns verdadeiros detetives das estações! E sabem o que é o melhor? É que aprender assim é muito mais divertido do que estar só sentado a ouvir. Com essa caixa mistério e muita imaginação… tudo se torna uma grande aventura!

CONCLUSÃO

A construção deste portefólio constituiu um exercício de reflexão e sistematização das práticas pedagógicas desenvolvidas no contexto da Educação Pré-Escolar da EBI de Lagoa. Através da apresentação dos projetos implementados, foi possível evidenciar o compromisso da equipa educativa com a criação de ambientes de aprendizagem inclusivos, seguros e estimulantes, orientados para o desenvolvimento integral das crianças.

As experiências pedagógicas documentadas revelam uma acção intencional, sustentada em princípios educativos que valorizam a escuta activa, a participação das crianças, a construção de saberes significativos e a promoção da sua autonomia. Cada projecto desenvolvido teve como base os interesses e as necessidades das crianças, procurando responder de forma articulada aos seus ritmos de desenvolvimento, bem como às orientações curriculares em vigor.

Este portefólio reflete, assim, não apenas o trabalho realizado, mas também uma visão pedagógica partilhada, centrada na criança como sujeito activo do seu processo de aprendizagem. As práticas aqui descritas demonstram a relevância do trabalho colaborativo entre educadoras e reforçam a importância da Educação PréEscolar enquanto primeira etapa do percurso educativo, conforme reconhecido pelas políticas educativas nacionais e internacionais.

Neste sentido, ao documentar, analisar e partilhar as experiências desenvolvidas, este portefólio contribui para a valorização do papel da educação de infância e para a consolidação de uma prática pedagógica assente na qualidade, na equidade e na promoção do bem-estar e do desenvolvimento das crianças. Reafirma-se, assim, o compromisso do Departamento Curricular da Educação Pré-Escolar da EBI de Lagoa com uma educação que respeita e potencia as capacidades de cada criança, construindo diariamente um percurso educativo significativo e transformador.

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