Relatório estagio ana

Sumário 1

INTRODUÇÃO.........................................................................................3

2

SETOR DE HEMATOLOGIA ...................................................................5

3

2.1

Preparo para coleta...........................................................................5

2.2

Hemograma ......................................................................................5

SETOR DE URINALISE ........................................................................10 3.1

Urina tipo I ou EAS..........................................................................10

3.1.1 EXAME FÍSICO- MACRÓSCOPICO..........................................11 3.1.2 EXAME BIOQUIMICO................................................................ 12 3.1.3 AVALIAÇÃO DOS SEDIMENTOS URINARIOS......................... 15 4

PARASITOLOGIA..................................................................................22

5

MICROBIOLOGIA..................................................................................26

6

REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS ......................................................32

3

1 INTRODUÇÃO

O laboratório de analises clínicas (LAC) é um setor de suma importância na área da saúde, responsável por coletar amostras, analisar dados e emitir laudos, seu trabalho influencia diretamente em decisões médicas, auxiliando no diagnostico, tratamento e acompanhamento de patologias, e até mesmo na prevenção de doenças. Os principais exames realizados no LAC são de sangue, urina, fezes e outras amostras biológicas (SBPC/ML, 2014). É um dos setores que mais se moderniza na área da saúde, sempre lançando mão de exames mais práticos e com resultados rápidos, algo essencial em um laboratório, a rapidez com que um laudo pode ser liberado é um dos fatores determinantes na escolha do laboratório, a precisão e exatidão nos resultados também são cobrados, sendo assim essas praticas dentro do LAC devem estar sempre ligadas as participações de Programas de Controle Externo e Interno da Qualidade, garantindo resultados de confiança, existem programas de acreditação regidos pela Sociedade Brasileira de Patologia Clinica / Medicina Laboratorial (SBPC/ML), esses programas conferem se o LAC esta com equipamentos devidamente

calibrados,

armazenamento,

dos

reagentes,

manutenção

dos

equipamentos,transporte das amostras entre outras tantas práticas que garantem os resultados (SBPC/ML, 2014).

O funcionamento do LAC depende de um ciclo de fases que estão diretamente ligadas: fase pré-analítica, fase analítica e fase pós-analítica.

Fase pré-analítica constitui de preparar o paciente para a coleta do material, tempo de jejum, dieta, prática de exercícios físicos, quanto à higiene, manipulação da amostra e armazenamento até a entrega no laboratório deve ser muito bem repassadas, evitando assim, que possíveis interferentes prejudiquem as amostras.

Nesta fase também é importante a parte da coleta, quantidade do material coletado, em casos de amostras de sangue que devem ser coletadas por profissionais capacitados, deve ser observado os tubos corretos, quantidade e identificação do paciente nas amostras. O transporte de amostras colhidas em postos de coleta também faz parte da fase pré-analítica, devem ser transportados respeitando a temperatura correta e tempo para as amostras serem analisadas (SBPC/ML, 2014).

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Fase analítica é onde a analise das amostras coletadas, é necessário usar de critérios para exclusão, caso uma amostra não seja boa para analise, escolha do método ideal para a garantia de um resultado confiável, seguir o procedimento operacional padrão (POP) do laboratório é de suma importância assim como o uso de amostras controle (SBPC/ML, 21014).

Fase pós-analítica acontece após a coleta dos dados onde há interpretação dos dados obtidos, com a geração do laudo dos exames, entreg a do laudo e tomada de decisão (SBPC/ML, 2014).

O LAC é dividido internamente em setores, eles são: hematologia, uroanálise, bioquímica, parasitologia e imunologia, estes são os mais comuns. Ainda podem ter os setores: endocrinológico e de micologia, estes são menos comuns nos LAC. Meu local de estágio foi o laboratório Pasteur – DASA, pude contemplar as áreas de urinálise, parasitologia, hematologia e microbiologia.

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2 SETOR DE HEMATOLOGIA

Compreende o setor que faz as analises de sangue dentro do LAC .

O sangue é uma das principais amostras utilizadas para execução de exames laboratoriais, composto por duas fases, a fase liquida composta por água e eletrólitos, proteínas, hormônios e fatores de coagulação, e a fase sólida composta pelos elementos figurados, que são as hemácias, os leucócitos e as plaquetas. A fase líquida pode ser definida também por soro ou plasma, a diferença entre eles é que o soro possui os fatores de coagulação e o plasma apenas água e todos os elementos dissolvidos. As principais funções do sangue são de transporte de gases, defesa imunológica, coagulação, transporte de nutrientes e metabólitos, regulação da temperatura e regulação da pressão arterial. Com a analises qualitativa e quantitativa podemos identificar patologias, como anemias, leucemias entre outras, um exame bem realizado aliado a clínica médica pode descobrir doenças precocemente e tratar de forma correta as existentes (LORENZI, 2006; MOLINARO, 2013).

2.1

Preparo para coleta Já é de conhecimento que a fase pré-analítica é responsável por 40-68% da

causa de erros no LAC, procedimentos simples como cadastramento com os dados corretos do paciente, instruções previas aos exames diminuem os riscos de erros.

Para a coleta de sangue de hemograma a SBPC/ML recomenda um jejum de 4h, evitar ingestão de alimentos gordurosos, não realizar exercícios físicos, evitar ingestão de medicamentos, tempo de garroteamento não deve exceder 1 minuto, conferir a identificação do paciente ao realizar a coleta com um documento com foto, mostrar os tubos identificados para o paciente confirmar se os dados estão corretos (SBPC/ML, 2014).

2.2

Hemograma Principal exame da hematologia se divide em: eritrograma, leucograma e

plaquetograma.

Eritrograma

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Eritrograma, também conhecido como série vermelha, faz a análise dos eritrócitos. Composto pela contagem dos eritrócitos, contagem de hemoglobina, determinação do hematócrito e índices hematimétricos. Os índices hematimétricos são: (VCM, HCM, CHCM e RDW). Também realiza o esfregaço sanguíneo, onde se faz a leitura da lâmina em microscópio, avaliando a morfologia das hemácias. A coleta da amostra deve ser realizada em tubo de tampa roxa, que contém anticoagulante EDTA (HENRY, 2012).

Determinação da concentração de hemoglobina (hb) A dosagem da hemoglobina é feita após a lise dos eritrócitos e estabilização da hemoglobina. Em seguida é realizada a leitura colorimétrica Cianometemoglobina (HiCN) pela densidade óptica medida em espectrofotômetro (HENRY, 2012).

Valores de referência: Adultos variam entre 12,0 e 18,0 g/dL Tabela 1 fonte: Lab Test Online

HEMATÓCRITO Hematócrito é correlação do volume total de sangue e elementos figurados do sangue, esse resultado é emitido em porcentagem (HENRY, 2012).

Valores de referencia: Homens 39%

Mulheres: 36-49%

Tabela 2((HENRY, 2012).

O hematócrito não deve ser considerado confiável para estimar anemia em caso de perda de sangue ou logo após transfusão (HENRY, 2012).

Possíveis causas: VALORES AUMENTADOS

VALORES DIMINUÍDOS

Doenças cardiovasculares, hipóxia, doença pulmonar

obstrutiva

hemoconcentração, policitemia vera.

Anemia,

hemorragias,

crônica, desnutrição, linfoma, supressão medular, lúpus eritematoso sistêmico, hemodiluição, doenças renais.

Tabela 3 (HENRY, 2012).

leucemias,

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Índices hematimétricos Geralmente feitos por equipamentos automatizados, porém o conhecimento de técnicas manuais antigas é importantes, Wintrobe determinou cálculos para a determinação do tamanho, conteúdo e concentração de hemoglobina nas hemácias.

São índices importantes para a determinação morfológica das anemias. São calculados a partir da contagem de hemácias, determinação da concentração de hemoglobina e hematócrito (HENRY, 2012). ∑

Volume corpuscular médio (VCM)

Corresponde ao volume médio de hemácias e é calculado a partir do hematócrito e das contagens de hemácias, expresso em fentolitros (HENRY, 2012).

Calculo : VCM = (Ht / Hem) x 10. ∑

Hemoglobina corpuscular média (HCM)

Corresponde ao peso de hemoglobina em cada hemácia, expresso em picogramas (pg), é calculado a partir da concentração de hemoglobina e da contagem de hemácias (HENRY, 2012).

Calculo: HCM = (Hb / Hem) x 10. ∑

Concentração média de hemoglobina celular (CHCM).

É a Concentração de Hemoglobina Corpuscular Média (concentração média de hemoglobina em 100 mL de hemácias) expresso em grama por decilitro (g/dL). O CHCM difere do HCM pelo fato de que a concentração leva em conta o volume celular e o HCM apenas relaciona a hemoglobina total com o número de eritrócitos (HENRY, 2012).

Calculo: CHCM = (Hb/Ht) x 100.

CONTAGEM DE HEMÁCIAS

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Consiste na contagem do número total de hemácias presentes em um volume de amostra diluída, a contagem é realizada em microscopia óptica na câmara de Neubauer (HENRY, 2012).

VALORES DE REFERÊNCIA Recém-nascido

5.000.000 a 6.000.000/ mm3.

Crianças até 1 ano

3.600.000 a 5.000.000/ mm3.

Mulheres e crianças até 12 anos

4.100.000 a 5.400.000/ mm3.

Homens

4.500.000 a 6.100.000/ mm3.

ALTERAÇÕES Valores aumentados-ertocitose Doenças cardiovasculares, hipóxia crônica, doença pulmonar obstrutiva crônica, hemoconcentração, policitemia vera etc.

Valores diminuídos-eritropenia Anemias, hemorragias, leucemias, desnutrição, supressão medular, linfoma, hemodiluição, doenças renais, lúpus eritematoso sistêmico etc.

Leucograma Consiste na contagem dos elementos figurados do sangue circulante, bem como seus precursores nos centros hematopoeticos, estes tem papel fundamental no mecanismo de defesa do nosso organismo contra patogenos. Os leucócitos são constituídos por diversas células, das quais apenas seis são encontradas em sangue periférico de pacientes normais adultos: Linfócito, Monócito, Neutrófilo (ou segmentado), Eosinófilo, Basófilo e Bastão (segmentado jovem) (MOLINARO, 2012) Valores aumentados-Leucocitose Infecções bacterianas, anemias, doenças inflamatórias, leucemias, estresse físico ou emocional importantes, etc.

Plaquetograma

Valores diminuídos-Leucopenia Algumas infecções virais, quimioterapias,patologias da medula óssea, radiação, deficiência de ácido fólico e vitamina B12, etc.

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O plaquetograma sendo representado pelo número de plaquetas existentes em 1,0 microlitro de sangue (plaquetas / μL). Os índices como plaquetócrito, VPM (Volume Plaquetário Médio) e PDW (Platelets Distribution Width) são determinados pelos equipamentos mais modernos, porém ainda não são relatados nos laudos.

Assim como no eritrograma, os índices plaquetócrito, VPM e PDW são representados da mesma forma que o hematócrito, VCM e RDW, respectivamente (MOLINARO, 2012).

Valores aumentados-trombocitose Policitemia vera, LMC, deficiência de ferro, artrite reumatóide,doenças mieloproliferativas, etc.

Valores diminuídos-trombocitopenia Lúpus eritematoso sistêmico, SIDA, dengue, leucemias agudas, púrpura, etc.

As amostras que chegam no setor passam por uma analise no local de recebimento,em seguida encaminhadas para o setor de hematologia, as amostras vem em tubos de coleta devidamente identificados , com o nome do paciente e código de barra. No setor é feito o bandejamento das amostras, equivalente ao cadastramento das amostras. Após o cadastramento das amostras, elas são encaminhadas para a automação, todos os exames são automatizados, o aparelho utilizado corresponde ao Sysmex XE – 2100, existem 3 equipamentos no setor,havendo necessidade de repetição de exames devemos escolher uma máquina diferente da qual foi realizado o primeiro exame, persistido algum erro é realizada leitura no microscópio óptico. As lâminas são distendidas por uma das profissionais técnicas do setor, e são coradas em equipamento automatizado , depois de prontas são analisadas pelo profissional responsável pelo setor, liberando assim o laudo final do exame. Em minha passagem pelo setor pude ver de perto lâminas com alterações, assim reconhecendo na prática as células que no microscópio óptico são diferentes das fotos que temos nos livros.

10

3 SETOR DE URINALISE

A análise da urina foi um dos primeiros meios de detecção de patologias. A muitos séculos a observação da urina permitia obter informações diagnósticas a partir da turvação, cor, odor, volume, viscosidade e até mesmo pela presença de açúcar ao perceberem que certas amostras atraíam formigas. Os meios modernos de analise da urina ampliaram seu campo de ação, após a invenção do microscópio, que podiam se observados os sedimentos urinários, abrangendo não só o exame físico, e também a análise bioquímica, para falar deste setor irei relatar o exame de urina tipo I (SBPM/ML, 2017).

3.1

Urina tipo I ou EAS O exame de urina é também chamado de Urina tipo I, Rotina de Urina,

Parcial de Urina, EAS (Elementos Anormais e Sedimentos). O exame de Urina Tipo I é o método de triagem para investigar possíveis alterações renais, infecções do TGU, lesões, entre outros (SBPM/ML, 2017).

Preparo para coleta – jato médio com assepsia A amostra ideal é a primeira da manhã, porém, se não for possível a amostra de urina pode ser coletada desde que se observe o maior intervalo possível entre as micções para a coleta da amostra (aproximadamente 4 horas), lembrando-se da existência, durante o dia, de variações em relação à dieta, exercício físico, concentração da urina e uso de medicamentos. Sempre relatar ao laboratório o uso de medicamentos, mulheres em período menstrual evitar coletas, mesmo usando absorventes internos pode haver contaminação da amostra (SBPM/ML, 2017).

Deve-se realizar completa higiene nos órgãos genitais, em mulheres tal recomendação é de suma importância para não haver contaminação da urina com as bactérias da flora normal. Fazer a lavagem da área usando sabonete neutro e secando bem, tomando cuidado para não deixar restos de tecido ou papel na área.

Após a higiene deve-se iniciar a micção, desprezando o primeiro jato e em seguida coletar a amostra, coletar o jato médio. Tal procedimento é necessário uma vez que a parte final da uretra (cerca de 1 cm) possui inúmeras bactérias e, ao se desprezar o primeiro jato, é feita uma “lavagem” dessas bactérias e algumas células obtendo assim apenas a urina oriunda de locais assépticos (sem bactérias), coletar em pote

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apropriado cedido pelo laboratório, pote transparente com boca larga e tampa que evite o vazamento, de 50 ml de volume, após realizar a coleta levar rapidamente para o LAC, não exceder o tempo de 2 horas mantendo ao abrigo da luz (SBPM/ML, 2017).

3.1.1 EXAME FÍSICO- MACRÓSCOPICO

Anotar volume recebido, o volume para ser usado na analise é de 2-3 ml, sendo o mínimo aceito para realizar o exame 5ml (GONÇALVES, 2015).

Verificar a cor da amostra observando contra um fundo branco, a determinação da cor é importante, podemos encontrar amostras vermelhas (que pode estar contaminada com sangue ou devido a dieta), urina preta pode ser medicamentos ou presença de melanina, tons de verde podem indicar presença de bilirrubina, entre outros (GONÇALVES, 2015).

Aspecto pode ser límpido, opaco, opalescente, ligeiramente turvo, turvo ou leitoso (purulento). Usualmente, a urina normal tem coloração clara e aspecto límpido. A presença de turvação em amostra não centrifugada requer investigação.

A turvação pode ter como causas a presença acentuada de leucócitos, de hemácias, células epiteliais e bactérias. Outras substâncias incluem lipídios, sêmen, muco, linfa, cristais, leveduras, matéria fecal e contaminação externa. O fato de a urina recém-eliminada

apresentar-se

turva

pode

ser

motivo

de

preocupação

(GONÇALVES, 2015).

O odor é uma propriedade física observável, assim que recém-colhida a urina possui um odor característico, de seus componentes aromáticos. O odor é classificado como próprio, sui generis. Quando a amostra fica muito tempo em repouso, o cheiro de amônia passa a ser predominante devido à degradação da ureia. A urina em decomposição adquire um odor pútrido ou amoniacal devido à fermentação bacteriana. Algumas patologias podem ser identificadas pelo odor por exemplo, infecções bacterianas tendem a ter cheiro forte e desagradável, a presença de corpos cetônicos de diabetes exalam odor adocicado ou de frutas (GONÇALVES, 2015).

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3.1.2 EXAME BIOQUIMICO

Os resultados do exame bioquímico da urina fornecem informações sobre o metabolismo de carboidratos do paciente, funções renais e hepáticas e equilíbrio ácido-básico, esse exame é realizado com uma tira reativa. A analise bioquímica da urina inclui a determinação do pH, a pesquisa e, ocasionalmente, a dosagem de proteínas, hemoglobina, glicose, bilirrubinas, urobilinogenio, corpos cetônicos, nitrito e esterase leucocitária (GONÇALVES, 2015). ∑

pH

Normalmente variando entre 5,0 e 7,0, avalia a capacidade de manutenção renal da concentração de íons hidrogênio no plasma e líquidos extracelulares.

Participando do equilíbrio ácido base, os rins, quando em funcionamento normal, excretam o excesso de íons hidrogênio na urina. Portanto, o pH da urina reflete o pH plasmático e é um indicador da função tubular renal (GONÇALVES, 2015).

ALTERAÇÕES Valores aumentados Alcalose respiratória, hiperêmese, cálculos renais, infecção das vias urinárias (Proteus e Pseudomonas sp.), síndrome de Cushing, hiperaldosteronismo,

hipocalemia,

insuficiência renal, síndrome de Fanconi

∑

Valores diminuídos Acidose metabólica, dieta rica em proteínas, diarréias severas, uso de anestésicos e de ácido

ascórbico

diminuição

de

cloro,

fenilcetonúria e tuberculose renal

Proteínas

A análise da proteína é mais indicativa para se concluir um quadro sugestivo de doença renal, mas também pode ser causada por outras condições como infecções do trato urinário. A albumina, por ter baixo peso molecular, é a principal proteína sérica encontrada na urina normal. Normalmente a urina contém quantidade muito baixa de proteínas, sendo em média menos de 10 mg/dL . O aumento da proteína na urina é denominado proteinúria (GONÇALVES, 2015).

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ALTERAÇÕES Processos

degenerativos

tubulares,

associadas

a

processos

infecciosos

bacterianos, em enfermidades vasculares e na hipertensão maligna .

∑

Glicose

Normalmente toda a glicose filtrada pelos glomérulos é reabsorvida no túbulo contornado proximal. A presença de glicose detectável na urina é chamada de glicosúria, o que indica que a glicose sanguínea ultrapassou o limiar renal da glicose. Essa condição ocorre no diabetes mellitus. Distúrbios endócrinos, distúrbios do metabolismo e disfunção tubular renal (GONÇALVES, 2015). ∑

Sangue

O sangue pode estar presente na urina em forma de hemácias ou de hemoglobina, quando ocorre lise das hemácias. O valor obtido pela fita reagente é preditivo, a confirmação acontece além do teste em fita, confirmamos com a microscopia e até mesmo a olho nu, apresentando coloração vermelha Na análise microscópica do sedimento urinário, observa-se a presença de hemácias íntegras, mas não conseguimos detectar a hemoglobina livre produzida por distúrbios hemolíticos ou por lise das hemácias no trato urinário. A hematúria é a presença de hemácias integra, hemoglobinúria é o produto de hemácias lisadas (GONÇALVES, 2015). ∑

Bilirrubina

A bilirrubina é um composto amarelo, muito pigmentado, produto da degradação da hemoglobina. Quando há excesso de bilirrubina na corrente sanguínea, ela é excretada pelos rins e detectada na urina, que apresenta cor amarelo-acastanhada, marrom-esverdeada ou ictérica. Quando detectamos a bilirrubina na urina, ela indica precocemente doença hepática, sendo detectada muito antes da icterícia. A ocorrência de seu aparecimento é a obstrução do fluxo biliar do fígado ou uma doença hepatocelular (GONÇALVES, 2015). ∑

Urobilinogênio

14

Assim como a bilirrubina, o urobilinogênio é um pigmento biliar resultante da degradação da hemoglobina, derivado da bilirrubina pela ação da flora bacteriana intestinal. Pequena parte é reabsorvida através da via êntero-hepática e reexcretrada na bile e na urina, onde rapidamente se oxida a urobilina. Os níveis urinários de urobilinogênio geralmente são maiores do início ao meio da tarde, mantendo-se em níveis inferiores a 1 mg/dL. O aumento do urobilinogênio na urina indica a presença de processos hemolíticos ou disfunção hepática (GONÇALVES, 2015). ∑

Corpos cetônicos

Os corpos cetônicos, principalmente a acetona, são um subproduto do metabolismo da gordura e dos ácidos graxos que proporciona fonte de energia para as células, quando as reservas de glicose estão baixas ou quando a glicose não pode transpor as células devido à ausência de insulina, a acetona que passa para a corrente sangüínea é quase totalmente metabolizada no fígado. Quando é constituída em velocidade maior do que o normal, é excretada na urina, são encontrados na diabetes melitus e demonstram a descompensação metabólica do equiíbrio ácido/básico (GONÇALVES, 2015).

∑

Nitrito

A presença de nitrito na urina indica possível infecção das vias urinárias, causadas por microrganismos que reduzem o nitrato a nitrito. O achado de reação positiva indica a presença de infecção nas vias urinárias, principalmente por bactérias entéricas. É importante lembrar que um resultado de nitrito negativo não exclui a possibilidade de infecção urinária. A confirmação deve ser feita através da cultura de urina (urocultura) (GONÇALVES, 2015).

∑

Densidade

A habilidade renal de reabsorver seletivamente substâncias químicas essenciais e água a partir do filtrado glomerular é uma das funções mais importantes do organismo. O processo de reabsorção, muitas vezes, é a primeira função renal a

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se tornar deficiente, por isso, a avaliação da capacidade de reabsorção renal é um item necessário. A densidade ajuda a analisar a função de filtração e concentração renais, bem como o estado de hidratação do corpo. Normalmente a densidade da urina oscila entre 1,015 e 1,025 (GONÇALVES, 2015). ∑

Leucócitos

A presença de leucócitos indica uma possível infecção do trato urinário.

Essa prova não tem a finalidade de medir a concentração de leucócitos, e os fabricantes recomendam que a contagem seja feita por exame microscópico.

Resultados falso-negativos podem ocorrer em amostras com densidade alta, com concentrações de glicose acima de 2 g/dL, de albumina acima de 0,5 g/dL e de acido ascórbico acima de 25 mg/dL, ou que contenham concentrações elevadas de cefalexina, cefalotina, tetraciclina ou acido oxálico (GONÇALVES, 2015).

3.1.3 AVALIAÇÃO DOS SEDIMENTOS URINARIOS

O exame microscópico do sedimento urinário tem a intenção de detectar e, eventualmente, quantificar alguns elementos figurados presentes na urina, entre os quais estão as células epiteliais, os leucócitos, as hemácias, os cilindros, os cristais, as

bactérias

e

qualitativamente:

os

fungos.

tipos

de

O

sedimento

células,

urinário

cilindros,

deverá

cristais,

ser

reportado

organismos,

e

quantitativamente: número de cilindros por campo de pequeno aumento e/ou células por campo de grande aumento. Os valores de referência para os elementos encontrados podem variar de acordo com cada laboratório (GONÇALVES, 2015).

PROCEDIMENTO Centrifugar a amostra por 10 minutos a 400 g.Descartar o sobrenadante.

Ressuspender o sedimento batendo gentilmente na base do tubo cônico ou utilizando uma pipeta Pasteur: colocar uma gota do sedimento (aproximadamente 50 µL) em uma lamina e cobrir com uma lamínula de 32 × 24 mm. Avaliar 20 campos microscópicos de grande aumento (400x) (para células epiteliais, leucócitos e eritrócitos) e 20 campos microscópicos de pequeno aumento (100x ou 160x) (para

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cilindros) e reportar a media de elementos por campo. Os resultados obtidos por este procedimento são sempre qualitativos. As quantificações representam o que esta contida na gota que foi colocada entre a lâmina e a lamínula e não representam com exatidão os elementos presentes na amostra, uma vez que o volume utilizado e desconhecido (SBPM/ML, 2017).

E importante reconhecer que indivíduos normais sem doença renal também podem apresentar quantidades pequenas de elementos anormais como: hemácias, leucócitos, cilindros e cristais. ∑

Células epiteliais

Encontramos três tipos de células epiteliais: escamosas, uroteliais (de transição) e tubulares do epitélio renal. As células epiteliais escamosas são encontradas em urinas normais, com maior freqüência em amostras de mulheres e durante a gestação. A maioria não tem significado clínico, representando uma descamação de células envelhecidas do revestimento epitelial do trato urinário (SBPM/ML, 2017).

Células escamosas: são as mais freqüentes e menos significativas.

Procedem do revestimento da vagina e das porções inferiores da uretra masculina feminina, podem ser encontradas em grande número nas amostras de urina de mulheres, colhidas sem usar a técnica de jato médio estéril (SBPM/ML, 2017).

Células de transição: originadas no revestimento da pelve renal, da bexiga e da porção superior da uretra. São menores que as pavimentosas, esféricas, caudadas ou poliédricas com núcleo central. Raramente têm significado clínico, a menos que sua quantidade seja grande e sua forma atípica (SBPM/ML, 2017).

Células dos Túbulos Renais: são as mais importantes porque, quando sua quantidade é grande, há indício de necrose tubular. Sua presença traduz a existência de doenças causadoras de lesão tubular, entre as quais pielonefrite, reações tóxicas, infecções virais, rejeição de transplante e efeitos secundários da glomerulonefrite (SBPM/ML, 2017). ∑

Leucócitos

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Normalmente podem presentes em pequena quantidade na urina (5 a 10 por campo). Normalmente neutrófilos. Números aumentados indicam a presença de lesões inflamatórias, infecciosas ou traumáticas em qualquer nível do trato urinário.

Deve-se sempre excluir contaminação por via genital. Embora os leucócitos, assim como as hemácias, possam passar para a urina através de uma lesão glomerular ou capilar. O número alto de leucócitos na urina é chamado de piúria e indica a presença de infecção ou inflamação no sistema urogenital. Entre as razões mais freqüentes de piúria estão às infecções bacterianas, tais como pielonefrite, cistite, prostatite e uretrite, mas a presença de leucócitos também pode ser observada em doenças não-bacterianas, como a glomerulonefrite, o lúpus eritematoso e os tumores. Os leucócitos são maiores que as hemácias, medindo cerca de doze mícrons de diâmetro. São mais vistos com facilidade e identificados porque contêm grânulos citoplasmáticos e núcleos lobulados (GONÇALVES, 2015). ∑

Cilindros

São elementos exclusivamente renais, compostos por proteínas e moldados na luz dos túbulos contornados distais e túbulos coletores. Indivíduos normais, principalmente após exercícios extenuantes, febre e uso de diuréticos, podem apresentar pequena quantidade de cilindros, geralmente hialinos. Sua formação é influenciada pelos elementos presentes no filtrado e pelo tempo de permanência dentro do túbulo (GONÇALVES, 2015; SBPM/ML, 2017).

Cilindros Hialinos: são os cilindros mais comuns constituídos principalmente por uma mucoproteína denominada de Tamm-Horsfal. A presença de 0 a 2 desses cilindros por campo de pequeno aumento é considerada normal. Se apresentam incolores, homogêneos, não refrativos e semitransparentes, com índice de refração próximo ao da água, sua visualização é dificil com microscopia óptica comum, de luz direta. Só terão significado clínico quando seu número for elevado, como é o caso de glomerulonefrite, pielonefrite, doença renal crônica e insuficiência cardíaca congestiva (GONÇALVES, 2015; SBPM/ML, 2017).

Cilindros Céreos: São cilindros com um alto índice de refração, o que lhes confere aspecto vítreo, cor escura, diâmetro largo e, freqüentemente, bordas recortadas e rachadas, sua superfície não é lisa, mas irregular, são homogêneos, como os hialinos, porem são de mais fácil visualização por serem mais refringentes

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e com bordas mais finas, com extremidades retas ou quebradas. Seu significado clínico é importante nas doenças renais crônicas, geralmente está associado com inflamação e degeneração tubular. Esses cilindros também são achados na rejeição de transplantes renais e estase do fluxo urinário (GONÇALVES, 2015; SBPM/ML, 2017).

Cilindros hemáticos: os cilindros que contém hemácias. A existência de cilindros hemáticos é muito mais específica, indicando que o sangramento provém do interior do néfron. Para alguns autores, o encontro de apenas um cilindro hemático e suficiente para indicar a origem glomerular da hematúria (GONÇALVES, 2015; SBPM/ML, 2017).

Cilindros Leucocitários: o aparecimento de cilindros leucocitários na urina significa infecção ou inflamação no interior dos néfrons. São refringentes, têm grânulos e, serão visíveis os núcleos multilobulados. a sua presença e também sempre sugestiva de anormalidade. São observados nas infecções renais e em processos inflamatórios de causa nao infecciosa, como nas nefrites intersticiais e nas glomerulonefrites (GONÇALVES, 2015; SBPM/ML, 2017).

Cilindros Granulares: Os cilindros granulares finos ou grosseiros, são formados pela degeneração dos elementos celulares em seu interior. Observamos sempre próximo a cilindros hialinos após períodos de estresse e de exercícios físicos vigorosos, são observados também em doenças renais sem proteinuria, como a necrose tubular aguda, é aceito que os grânulos podem ser também derivados de degeneração celular (GONÇALVES, 2015; SBPM/ML, 2017).

CRISTAIS São achados normalmente na análise do sedimento urinário, raramente tem significado clínico, e tem ligação direta com a dieta, ou ingestão de medicamentos.

Os cristais são formados pela precipitação dos sais da urina submetidos à alteração de pH, temperatura ou concentração, o que afeta sua solubilidade, pertencem a esse grupo os cristais de oxalato de cálcio, fosfato de cálcio, acido úrico, biurato de amônio e carbonato de cálcio (SBPM/ML, 2017).

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Principais características dos cristais urinários considerados habituais:

Fonte: SBPM/ML, 2017

Representação gráfica dos cristais urinários:

Fonte: MedicinaNet

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BACTÉRIAS Normalmente não encontramos bactérias na urina. No entanto, se as amostras não forem coletadas em condições ideais, pode ocorrer contaminação bacteriana da amostra. As amostras que ficarem à temperatura ambiente por muito tempo, também podem conter quantidades detectáveis de bactérias, que representam apenas a multiplicação dos organismos contaminantes. Em infecções do TGU encontramos bactérias, confirmando-se com o teste da tira reativa com positividade para nitrito. Contaminação por fezes no momento da coleta também podem ter bactérias presentes no momento da leitura da lâmina (GONÇALVES, 2015).

LEVEDURAS As leveduras, geralmente Cândida albicans, podem ser facilmente encontradas na urina de pacientes com diabetes mellitus, de mulheres com candidíase vaginal, quando ocorre contaminação no momento da coleta. Pode ser confundido com hemácias, procurar por brotamentos para eliminar duvidas (GONÇALVES, 2015).

ESPERMATÓZOIDES Em amostras femininas não relatar a presença, comum em amostras de pacientes acima de 60 anos, não tem significado clínico relevante (GONÇALVES, 2015).

MUCO O muco é um material protéico produzido por glândulas e células epiteliais do sistema urogenital. Não é considerado clinicamente significativo e sua quantidade é maior quando há contaminação vaginal (GONÇALVES, 2015).

Na DASA as amostras de urinas chegam ao setor de urinálise com os nomes dos pacientes e seu código de barras, as amostras são bandejadas, e as analises são automatizadas, são dois aparelhos no setor, o Sysmex Uf-1000i e o Urysis 2400. Após a analise por esses equipamentos o sistema nos avisa a

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necessidade de preparo de lâminas para a analise microscópica, as lâminas são preparadas pelos profissionais técnicos do setor, as maquinas emitem uma ordem de serviço (OS), indicando os possíveis elementos a serem detectados na amostra, o profissional responsável pelo setor realiza a leitura e libera o laudo. Nesse setor tive a oportunidade de ver muitas alterações de perto, e pegar a prática de reconhecer os elementos presentes nas amostras.

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4 PARASITOLOGIA

Setor de realização de exames nas fezes, utilizando métodos específicos para pesquisar as distintas formas parasitárias. Pesquisa de parasitas através de testes imunológicos (Elisa) e outras técnicas auxiliares no diagnóstico de gastroenterites virais. As parasitoses intestinais, apesar de todo o avanço científico, tecnológico e da globalização em todas as áreas de desenvolvimento, são um grave problema social, principalmente em países em desenvolvimento, como o Brasil, e contribui para vários problemas, o mais grave relacionado à saúde (SBPC/ML, 2014).

Coleta de fezes para exame parasitológico A coleta de fezes tem recomendações especiais, segundo as finalidades do exame a que se destinam. Alguns cuidados gerais devem ser observados: Deve-se dar preferência a frasco de plástico, limpo, de boca larga, com tampa de fácil manuseio e que vede bem, os laboratórios fornecem os potes adequados. Evitar a contaminação da amostra com urina, água ou outro elemento, a presença de urina acelera a fermentação bacteriana, prejudicando conservação do material. Amostras de fezes liquefeitas ou diarreicas frescas devem ser examinadas até 30 minutos após a coleta; amostras pastosas, até 60 minutos; e amostras formadas ou endurecidas podem ser examinadas no mesmo dia ou no dia seguinte.

Pacientes submetidos a exame radiológico de trânsito intestinal só devem coletar material para o exame de fezes após a eliminação total do contraste, aguardar 48 horas após a sua ingestão. Fezes pastosas são utilizadas na pesquisa de ovos e larvas de helmintos e cistos de protozoários pelos métodos de rotina em parasitologia; fezes líquidas (diarreicas) devem ser coletadas, de prefencia em soluções conservadoras para possibilitar a pesquisa de trofozoítas de protozoários intestinais ou de oocistos de coccídeos intestinais por métodos especiais, como a coloração por hematoxilina férrica ou safranina-azul de metileno, entre outros. Os conservadores mais utilizados são o formol a 10% e a solução SAF (ácido acético, acetato de sódio e formol). Não utilzar laxantes para coletar as amostras (SBPC/ML, 2014; MOLINARO, 2012).

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Exame direto a fresco Exame direto das fezes frescas, é fundamental para a pesquisa de trofozoítas de protozoários. A estrutura e, particularmente, a mobilidade dos trofozoítas possibilitam o diagnóstico específico (SBPC/ML, 2014; MOLINARO, 2012).

PROCEDIMENTO: Desmanchar uma porção das fezes, cerca de 2 gramas, em uma parte de solução salina (NaCl 0,85%), utilizando um frasco de borrel e um bastão de vidro ou palito de madeira, retirar uma parte da mistura com auxílio de uma pipeta Pasteur e depositar de 1 a 2 gotas do material sobre uma lâmina. Adicionar de 1 a 2 gotas de lugol sobre o material da lâmina, misturando com o auxílio de uma lamínula. Cobrir com lamínula e examinar no microscópio óptico objetivas de 10x e 40x (SBPC/ML, 2014; MOLINARO, 2012).

Técnica de Ritchie, ou centrifugo-sedimentação em formol-éter Método de diagnóstico para a pesquisa de cistos de protozoários baseandose na concentração das fezes por centrifugo sedimentação em um sistema formol éter.

PROCEDIMENTO: Misturar, em um béquer, uma porção das fezes em 10 partes de água.

Filtrar, através de uma gaze dobrada quatro vezes, com auxílio de um pequeno funil, para tubo de centrifugação de 15 mL, levar a centrifuga por 1 minuto a 2.500 rpm.

Decantar o sobrenadante e ressuspender o sedimento em água. Centrifugar por 1 minuto a 2.500 rpm. Decantar o sobrenadante e ressuspender o sedimento em 10 mL da solução de formol comercial a 10%.

Agitar vigorosamente e deixar em

repouso por 5 minutos, adicionar 3 mL de éter comercial a esse preparo. Fechar o tubo com rolha de borracha e agitar vigorosamente para emulsionar as gorduras fecais. Centrifugar por 1 minuto a 2.500 rpm. Retirar cuidadosamente a rolha e desprezar a mistura sobrenadante. Limpar os detritos superficiais da parede do tubo com um palito contendo algodão na ponta. Adicionar duas gotas de lugol ao sedimento e agitar. Transferir uma pequena parte do material, com o auxílio de

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pipeta Pasteur, para a lâmina e cobrir com lamínula, observar no microscópio em objetiva de 10x e de 40x (SBPC/ML, 2014; MOLINARO, 2012).

Técnica de Hoffmann, Pons & Janer (1934) ou de Lutz, ou sedimentação espontânea Método muito utilizado no diagnóstico parasitológico das fezes, sendo método para ovos de Schistosoma mansoni, Ascaris lumbricoides e Taenia sp, baseando-se na sedimentação espontânea de ovos e larvas de helmintos e de cistos de protozoários em água potável, associada à ação da gravidade (SBPC/ML, 2014; MOLINARO, 2012).

PROCEDIMENTO: Adicionar cerca de 2 g de fezes em um béquer contendo água e homogeneizar o material com o auxílio de um bastão de vidro. Filtrar, através de uma gaze dobrada quatro vezes, com auxílio de um pequeno funil, para o cálice cônico de 100 mL, deixar a suspensão de fezes em repouso durante 1 a 24 horas.

Após esse período, decantar o sobrenadante cuidadosamente, para não ressuspender o sedimento, caso o líquido sobrenadante ainda esteja turvo, realizar uma nova lavagem, com mais 1 hora de repouso. Com o auxílio de uma pipeta Pasteur, recolher pequena parte do sedimento, transferindo-a para uma lâmina.

Adicionar uma gota de lugol sobre o material, cobrindo-o com lamínula, observar no microscópio em objetiva de 10x e de 40x (SBPC/ML, 2014; MOLINARO, 2012).

Teste de sangue oculto Existem doenças que podem causar podem causar sangue oculto nas fezes.

Nos estágios iniciais, patologias gastrointestinais como câncer de cólon, pólipos, colites, diverticulites e fissuras geralmente não apresentam sintomas visíveis, apenas sangue oculto. O FOB OneStep Fecal OccultBlood Test Device (para fezes) é um teste rápido para detecção qualitativa de baixos níveis de sangue oculto em fezes. O teste utiliza ensaio em “sandwich” duplo de anticorpo para detectar seletivamente hemoglobina tão baixa quanto 50 ng/mL ou 6 µg de hemoglobina/g de fezes, a precisão do teste não é afetada pela dieta dos pacientes.O FOB OneStep

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Fecal OccultBlood Test Device (Fezes) é um imunoensaio de fluxo lateral qualitativo para a detecção de sangue oculto humano em fezes. A membrana é pré -revestida com anticorpo anti-hemoglobina na região da linha do teste do dispositivo. Durante o teste, a amostra reage com partículas revestidas com anticorpos antihemoglobina. A mistura migra ascendentemente na membrana cromatográfica por ação capilar, para reagir com o anticorpo anti-hemoglobina na membrana e gerar uma linha colorida. A presença desta linha colorida na região do teste indica um resultado positivo, enquanto sua ausência indica um resultado negativo. Para servir como um controle do processo, uma linha colorida sempre aparecerá na região da linha do controle indicando que o volume adequado de amostra foi adicionado e a absorção da membrana ocorreu (BIOEASY DIAGNÓSTICA LTDA, 2011).

Podemos interpretar os resultados como: positivo, negativo e inválido.

Positivo: duas linhas vermelhas distintas aparecem. Uma linha deve aparecer na região do controle (C) e a outra linha deve estar na região da linha do teste (T).

Negativo: uma linha vermelha aparece na região do controle (C). Nenhuma linha vermelha ou rosa aparente aparece na região da linha do teste (T). Inválido: A linha do controle (C) falha ao aparecer. Volume de amostra insuficiente ou técnicas processuais incorretas são as razões mais prováveis para a falha da linha do controle (BIOEASY DIAGNÓSTICA LTDA, 2011).

Fonte: BIOEASY DIAGNÓSTICA LTDA

As amostras de fezes chegam ao setor de parasitologia com o nome do paciente e seu código de barras, é feito bandejamento, e encaminhas para realização dos testes. Na DASA realiza-se o exame parasitológico de fezes (EPF) por meio do método de Hoffman e método de Ritchie, teste de sangue oculto. As amostras são analisadas pela responsável pelo setor e os laudos são liberados.

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5 MICROBIOLOGIA

A Microbiologia é o estudo de organismos unicelurares microscópicos. A Microbiologia pode também auxiliar no esclarecimento dos princípios da Biologia, facilitando o estudo de sistemas específicos para a investigação das reações fisiológicas, genéticas e bioquímicas, que são a base da vida. Os microrganismos são organismos ideais para a pesquisa dos acontecimentos biológicos, pois, além de crescerem e se reproduzirem rapidamente, com metabolismo semelhante a de outros organismos mais complexos, em tubos de ensaio ou placas, exigem menos espaço e cuidados de manutenção. Nas assim chamadas formas superiores de vida, os organismos são compostos de muitas células, que constituem tecidos altamente especializados e órgãos destinados a exercer funções específicas. Nos indivíduos unicelulares, todos os processos vitais são realizados numa única célula.

Independentemente da complexidade de um organismo, a célula é, na real idade, a unidade básica da vida (MOLINARO, 2012).

Morfologia e Ultra-Estrutura das Bactérias Entre as principais características das células bacterianas estão suas dimensões, forma, estrutura e arranjo. Estes elementos constituem a morfologia da célula, a maioria das bactérias estudadas nos laboratórios de microbiologia mede de 0,5 a 1,0 mm de diâmetro por 2,0 a 5,0 mm. As bactérias podem se apresentar em três tipos morfológicos fundamentais: bastonetes ou bacilos, espirilos e cocos (MOLINARO, 2012).

Os cocos e podem apresentar os arranjos. Diplococos: as células se dividem em um plano e permanecem acopladas predominantemente em pares (escaneamento por micrografia eletrônica de varredura). Estreptococus: as células se dividem em um plano e permanecem acopladas para formar cadeias (micrografia eletrônica de varredura). Tetracocos: as células se dividem em dois planos e caracteristicamente formam grupos de quatro células. As espécimes mostradas são Gaffkyatetragena.

Estafilococos: as células se dividem em três planos, em um

padrão irregular, formando cachos de cocos. As espécimes mostradas são Staphylococcus aureus. Sarcinas: as células se dividem em três planos, em um padrão regular, formando um arranjo cúbico de células. As células bacterianas

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cilíndricas ou em bastonetes (bacilos) comumente apresentam-se isoladas e ocasionalmente ocorrem aos pares (diplobacilos) ou em cadeias (estreptobacilos) (MOLINARO, 2012).

Fonte: Molinaro.

Meios de cultura e Condições físicas necessárias ao crescimento O cultivo dos microrganismos, em um laboratório, é um pré- requisito para seu estudo adequado. Para realizar isso, é indispensável o conhecimento de suas exigências físicas e nutritivas. Estas informações resultaram no desenvolvimento de vários meios de cultura. Por conta da grande heterogeneidade das exigências nutritivas das bactérias, há, também, grandes diferenças na composição dos meios utilizados. Qualquer substância, sólida, semissólida ou líquida, que possua um conjunto de fontes de nutrientes e que seja utilizada para o cultivo de microrganismos. Os meios de cultura podem ser classificados segundo o seu estado físico, em função da adição de agentes solidificantes, pela sua composição e pelo seu objetivo de utilização. Os meios de cultura, de acordo com a sua aplicação ou função (MOLINARO, 2012).

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Meios Enriquecidos: com a adição de sangue, soro ou extratos de tecidos animais ou vegetais ao caldo ou ágar nutritivos proporciona nutrientes adicionais, de modo que o meio possa permitir o crescimento de heterotróficos fastidiosos (MOLINARO, 2012).

Meios Seletivos: com a adição de certas substâncias químicas específicas ao ágar nutritivo, previne o crescimento de um grupo de bactérias sem agir sobre outras. O cristal violeta, por exemplo, em uma dada concentração, impede o crescimento de bactérias gram-positivas, sem afetar o desenvolvimento das bactérias gram-negativas (MOLINARO, 2012).

Meios Diferenciais: a incorporação de certos reagentes ou substâncias químicas no meio pode resultar num tipo de crescimento ou alteração, após a inoculação e a incubação, que permite ao observador distinguir os tipos de bactérias. Por exemplo, inoculando-se uma mistura de bactérias num meio de ágar sangue, algumas das bactérias podem hemolisar (destruir) as células vermelhas e outras não. A zona clara ao redor da colônia é a evidência de ter ocorrido a hemólise. Assim, pode-se estabelecer a distinção entre bactérias hemolíticas e nãohemolíticas, de acordo com o seu desenvolvimento (MOLINARO, 2012).

Meios de transporte: Comumente são semissólidos, para evitar o extravasamento. São semelhantes aos meios de manutenção e devem ter o mínimo de nutrientes para a manutenção das bactérias sem que estas se reproduzam ou acidifiquem o meio. Um ponto importante neste tópico é o controle de qualidade dos meios, onde devemos observar os possíveis erros na sua preparação e seu armazenamento de forma ideal (MOLINARO, 2012).

Assim como as bactérias variam com relação às exigências nutritivas, também demonstram respostas diversas às condições físicas do ambiente.

Temperatura O crescimento bacteriano pode ter seu ritmo e quantidade determinados pela temperatura, uma vez que esta influencia as reações químicas do processo de crescimento. Cada espécie de bactéria cresce sob temperaturas situadas em faixas características e, sendo assim, são classificadas nos seguintes grupos: 1. Bactérias psicrófilas: são capazes de crescer a 0° C ou menos, embora seu ótimo seja entre

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15° C ou 20° C. 2. Bactérias mesófilas: crescem melhor numa faixa de 25 a 40° C. 3.

Bactérias termófilas: crescem melhor a temperaturas de 45 a 60° C A temperatura ótima de crescimento é a temperatura de incubação que possibilita o mais rápido crescimento, durante curto período de tempo (12 a 24 horas) (MOLINARO, 2012).

Exigências atmosféricas Os principais gases que afetam o crescimento bacteriano são o oxigênio e o dióxido de carbônico. Como as bactérias apresentam grande variedade de resposta ao oxigênio livre, elas são divididas em: 1. Bactérias aeróbias: crescem na presença de oxigênio livre. 2. Bactérias anaeróbias: crescem na ausência de oxigênio livre. 3. Bactérias anaeróbias facultativas: crescem tanto na presença como na ausência do oxigênio livre. 4. Bactérias microaerófilas: crescem na presença de quantidades pequenas de oxigênio livre (MOLINARO, 2012).

Acidez e alcalinidade (pH) Para a maioria das bactérias, o pH ótimo de crescimento localiza-se entre 6,5 e 7,5. Embora poucos microrganismos possam desenvolver-se nos limites extremos de pH, as variações mínimas e máximas, para a maior parte das espécies, estão entre pH 4 e pH 9 (MOLINARO, 2012).

Técnicas de coloração de microrganismos A observação de microrganismos apresenta alguns fatores limitantes, como o fato de possuírem tamanhos reduzidos e serem praticamente incolores. Por isso, a maioria dos microrganismos para serem visualizados ao microscópio óptico devem ser previamente corados. Antes disso, o microrganismo deve ser fixado à lâmina, realizando-se a secagem por simples exposição ao ar e, em seguida, rápida passagem da lâmina pela chama do bico de Bunsen. Os corantes podem ser ácidos ou básicos. A célula bacteriana atrai corantes básicos. Os corantes básicos mais comuns são: cristal violeta, azul de metileno, fucsina e safranina (MOLINARO, 2012).

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Coloração de Gram A coloração de Gram é um método muito utilizado na identificação de bactérias, separando-as em dois grandes grupos: bactérias Gram-positivas (+) e bactérias Gram-negativas (-). Estas podem ser diferenciadas por variações na estrutura da parede celular. Assim a parede celular de bactérias ditas Gram (+) é formada por uma camada espessa de peptidoglicano, enquanto que a parede celular de bactérias Gram (-) é formada por uma camada fina de peptidoglicano, rodeada por uma camada externa de lipopolissacarídeo e proteína. É um método de coloração diferencial, baseado nas diferenças de permeabilidade destas membranas aos reagentes químicos. Nessa técnica são utilizados um corante primário (cristal violeta), um contracorante (safranina) e uma solução de lugol, denominada de mordente, pois se combina com o cristal-violeta para formar um composto colorido insolúvel. O mordente intensifica a cor por ser capaz de aumentar a afinidade do corante com a molécula alvo. Após a formação do complexo cristal-violeta-lugol é feita a descolorização com álcool. Em seguida, aplica-se o contracorantesafranina.

As células que resistem à descolorização e retém o complexo cristal-violetalugol, apresentam-se coradas de azul-violeta forte e são chamadas Grampositivas (+).

Aquelas que se descolorizam pela perda do complexo, aceitam o corante safranina e ficam vermelhas, são as denominadas Gram-negativas (-)(MOLINARO, 2012).

Coloração de Ziehl-Neelsen O estudo das micobactérias apresenta grande importância em medicina humana e animal. No gênero Mycobacterium incluem-se os agentes da tuberculose (M. tuberculosis, M. bovis e M. avium) e da lepra (M. leprae), além de outras espécies, algumas saprófitas e outras de patogenicidade peculiar (MOLINARO, 2012). Reações tintoriais próprias que as fazem conhecidas com “álcool-ácidoresistentes”

(B.A.A.R.)

evidenciadas

pela

coloração

de

Ziehl-Neelsen.

As

micobactérias apresentam grande quantidade de lipídeos em suas paredes celulares. Isto faz com que estas bactérias submetidas a uma coloração por solução de fucsina, se impregnem pelo corante. Após uma descoloração por solução de álcool-ácido, elementos celulares e outra bactérias se descoram, mas as

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micobactérias mantêm a coloração. Após a coloração pela fucsina de Ziehl, procede se à coloração de fundo com a solução de Azul de Metileno (MOLINARO, 2012).

PROCEDIMENTO Fixar o esfregaço; colocar as lâminas em suporte de coloração; cobrir as lâminas com Fucsina de Ziehl; aquecer as lâminas durante 5 minutos, permitindo a saída de vapores e evitando a fervura da fucsina; após 5 minutos, escorrer e lavar as lâminas delicadamente com água; descorar as lâminas com solução de álcoolácido até que ela fique completamente clara; Lavar as lâminas com água corrente; Corar com Azul de Metileno por 1 minuto; Lavar em água corrente e secar.

Resultados esperados: As bactérias álcool-ácido resistentes apresentam-se de cor avermelhada. As demais bactérias (não álcool- ácido resistentes), elementos celulares e detritos, coram-se em azul pela solução de azul de metileno (MOLINARO, 2012).

Na DASA as amostras chegam ao setor de microbiogia com o nome do paciente e seu código de barras, é realizado o bandejamento e as amostras seguem para realizar os exames solicitados. As amostras recebidas são: urina, fezes, sangue, materiais do trato respiratório, liquor, líquidos cavitário, swabs entre outros.

Existe no local 2 capelas de fluxo laminar, para a realização do semeio em placa das amostras e preparo de lâmina; a da realização do antibiograma. Existe uma sala de coloração de lâmina. As amostras passam pelos procedimentos técnicos e os laudos são liberados pelo responsável do setor.

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REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS

HENRY, J. B. Diagnósticos Clínicos e Tratamentos por Métodos Laboratoriais.

21 ed. São Paulo: Ed. Manole, 2012.

LORENZI, t. f. Manual de Hematologia – Propedêutica e clínica. 4 ed. Rio de Janeiro: Guanabara e Koogan, 2009.

Molinaro, E.M., et al. Conceitos e métodos para formação de profissionais em laboratórios e saúde, 1 ed. Rio de Janeiro: Fiocruz, 2013.

SBPC/ML,

Sociedade

Brasileira

de

Patologia

Clínica/Medicina

Laboratorial

Recomendações da Sociedade Brasileira de Patologia Clínica/Medicina Laboratorial (SBPC/ML): coleta e preparo da amostra biológica. 1 ed. São Paulo: Editora Manole Ltda, 2014.

SBPC/ML,

Sociedade

Brasileira

de

Patologia

Clínica/Medicina

Laboratorial

Recomendações da Sociedade Brasileira de Patologia Clínica/Medicina Laboratorial (SBPC/ML): realização de exames de urina. 1 ed. São Paulo: Editora Manole Ltda, 2017.

GONÇALVES.F. B. et al. Uroanálise e Fluidos Biológicos. 3 ed. São Paulo: Editora técnica do Brasil, 2015.

NEVES, DAVI PEREIRA; LINARDI, P. M.; VITOR, RWA. Parasitologia humana.

11ª. São Paulo: Atheneu, 2005.