O Gigante e a busca Incessante

Ana João Saraiva, Ana Margarida Abreu, Lara Pereira e Vânia Simões

Título O Gigante e a busca incessante Autoras Ana João Saraiva, Ana Margarida Abreu, Lara Pereira e Vânia Simões - 2ºC Ilustrações Inspiração para o Godofredo: "Monstro Rosa" de Olga de Dios

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https://abrir.link/OrEzn-páginas: 3,10 e 20 Canva: páginas 7,8,9,10, 11,12,13,14 e 20

Novembro de 2023

Ana João Saraiva, Ana Margarida Abreu, Lara Pereira e Vânia Simões

O Gigante e a Busca incessante

Era uma vez, num local muito distante, um gigante chamado Godofredo.

Ele vivia com a sua família, muito felizes e unidos, até um dia tudo mudar.

Godofredo não era um gigante comum, pois tinha algo que o assombrava há muito tempo: a sua imortalidade.

Apesar de desde cedo achar que isto seria vantajoso, ele viu toda a gente à sua volta desaparecer e continuava vivo.

Desejoso de mudar o seu rumo e de ir ter com a sua família, partiu numa aventura muito importante.

Assim, numa noite sombria, foi em busca daquilo que ele mais ambicionava: os óculos que concediam três desejos.

No caminho para a terra do Bué Bué Longe, deparou-se com três caminhos: um de palha, um de pedra e um de alcatrão.

Como não estava sinalizado, ele perguntou à cabra Grisalha que andava lá perto: - Sabes qual é o melhor caminho para encontrar os óculos mágicos?

- O caminho de palha! - respondeu a Grisalha.

Então, seguiu o conselho da cabra e foi por esse caminho. Como estava escuro, e não dava para ver o que pisava, tropeçou e por ser muito pesado, o chão dividiu-se e ele caiu.

Retornou ao início dos três caminhos, onde, desta vez, encontrou um rato chamado João e perguntou novamente:

- Sabes qual é o melhor caminho para encontrar os óculos mágicos?

- É o caminho de alcatrão – retorquiu o João.

Ao ir em direção a esse caminho, deparou-se com uma barreira protetora que dizia: “Proibido passar ou vais pelo ar”.

Godofredo, mesmo assim, decidiu tocar na barreira e como consequência, voltou ao início.

Sobrava apenas um caminho, o de pedra, e foi para onde ele seguiu rumo.

Nesse caminho, deparou-se com diversos obstáculos e tropeçou em várias pedras, mas como o material do mesmo era mais resistente, não se dividiu a meio.

Ao acabar, já cansado, viu um lobo de jardineira e chinelos, que se dirigiu a ele e perguntou: - FI FA FO FU, eu sou o lobo e dou-te um pontapé no cu.

Quem és tu?

- Eu sou o gigante Godofredo e tenho muito medo, mas gostaria de passar para o outro lado da ponte para chegar aos óculos mágicos.

O lobo deixou-o passar, mas deixou um recado: Se não voltares antes do amanhecer, a ponte fecha-se e os óculos não vais ter.

Mesmo assim, decidiu avançar e quando tocou nos óculos deu-se uma explosão.

Confuso, acorda em casa, mas de óculos na mão. Sai um génio das hastes e diz-lhe com emoção: - Sou o génio que muda o rumo, pede três desejos e eu assumo.

-Tenho apenas um desejo. Ir para junto dos meus pais.

- Tens a certeza? Pensa com clareza.

- Tenho, estou farto de ser imortal e de sentir-me sozinho.

- O teu pedido foi validado e já não pode ser mudado.

Assim, Godofredo tomou a decisão de permanecer ao lado da sua família, ciente de que, apesar da possibilidade de uma vida eterna, preferiu sacrificar os seus dias.