Regionalização da linha. Guia de atenção à saúde materno-infantil

REGIONALIZAÇÃO DA LINHA GUIA DE ATENÇÃO À SAÚDE MATERNO-INFANTIL Atenção Ambulatorial Especializada Consórcio Intermunicipal de Saúde

Dr. Pedro Abdou Yones CRM PR 15325

Dr. João Guilherme Tonon Magnani CRM PR 39000

SUMÁRIO PREFÁCIO........................................................................................................3 COMO INTERPRETAR ESSE PROTOCOLO.....................................................4 EXAMES DE PRÉ-NATAL.................................................................................6 TIPAGEM SANGUÍNEA....................................................................................9 ANEMIA NA GESTAÇÃO................................................................................12 DIABETES NA GESTAÇÃO............................................................................17 URINA 1 E UROCULTURA..............................................................................23 TOXOPLASMOSE...........................................................................................25 SÍFILIS............................................................................................................29 TIREOIDEOPATIAS (TSH) .............................................................................33 ULTRASSOM (US)..........................................................................................36 CULTURA DE ESTREPTOCOCO DO GRUPO B.............................................36 CITOLOGIA ONCÓTICA.................................................................................36 DESORDENS HIPERTENSIVAS NA GESTAÇÃO...........................................38 AGRADECIMENTOS.......................................................................................45 REFERÊNCIAS ..............................................................................................46

PREFÁCIO Em nosso atendimento diário prestado às gestantes da 14

ª

Regional de Saúde nos

deparamos com a necessidade de melhora da padronização e integração com as Unidades Básicas de Atendimento.

Dessa forma, juntamente com os residentes do serviço de Ginecologia e Obstetrícia da Santa Casa de Paranavaí, surgiu a ideia de que fosse criado um material que, de forma

simples,

atendimento.

pudesse

Essa

guia

facilitar não

tem

e

desenvolver

finalidade

de

uma

rotina

substituir

padronizada

protocolos

de

vigentes

todo e

sim

adequá-los à realidade e necessidades específicas de nossa regional. A mesma tem suas ações embasadas na literatura médica atual e protocolos adotados pelo sistema de saúde.

Cremos que, com ações uniformes e melhor comunicação, podemos melhorar nossos atendimentos às gestantes de risco intermediário e alto risco, melhorando assim o bem estar do binômio mãe-feto.

ª

Foi no dia a dia de atendimento prestado às gestantes da 14 . Regional de Saúde, que

surgiu

a

necessidade

de

melhoria,

padronização

e

integração

entre

os

vários

níveis de atendimento, principalmente, em relação à atenção primária à saúde - APS.

DR. PEDRO A. YONES

3

COMO INTERPRETAR ESSE PROTOCOLO A)

Identificando

e

apontando

os

principais

exames

da

rotina

de

pré-natal,

mostrando

pontos importantes e características de cada um.

B)

Após

o

fluxograma

texto tem

sobre a

cada

finalidade

patologia, de

poupar

há

um

tempo,

fluxograma agilizar

de

exames

encaminhamento. e

atitudes

que

Esse serão

necessários na avaliação da atenção ambulatorial especializada (AAE). Assim, a atenção primária a saúde (APS) poderá prever a conduta no AAE e encaminhar a gestante, com medicação iniciada ou com exames importantes já realizados.

C)

Após

o

atendimento

no

AAE,

todas

as

consultas

estarão

impressas

e

anexadas

na

carteira pré-natal. Na conclusão estará a conduta tomada, bem como as orientações e sugestões para aquele caso. Havendo dúvida ou discordância de qualquer conduta, o AAE conta com uma equipe multidisciplinar que poderá ser contatada a qualquer momento.

D) Na conclusão do atendimento, as pacientes serão classificadas como:

retorno ao AAE”

ou

2- “retorno ao AAE à critério da APS".

1- “necessário

Considerando que a gestação

pode evoluir de formas diferentes, quando houver necessidade do retorno da gestante, será indicada

a

frase

1.

Caso

contrário,

a

frase

2,

que

fica

a

critério

da

APS,

caso

seja

identificada alteração ou piora, reencaminhar a paciente a qualquer momento.

E) Ao final desse material, estão listadas algumas situações que, uma vez identificadas, solicitamos o rápido encaminhamento da paciente ao AAE, ainda no primeiro trimestre.

4

TRABALHANDO EM CONJUNTO IDENTIFICAMOS PROBLEMAS MAIS RÁPIDO, INICIAMOS TRATAMENTOS DE FORMA MAIS EFICAZ E TEREMOS RESULTADOS MELHORES. 4

EXAMES DE PRÉ-NATAL A assistência pré-natal consiste no conjunto de medidas e protocolos de conduta que tem por

objetivo

o

bem-estar

materno

–

fetal,

culminando

com

o

nascimento

de

criança

saudável. O início deve ser o mais precoce possível, de forma a permitir a identificação e tratamento de intercorrências prévias à gestação.

Recomenda-se pelo menos 6 consultas de pré-natal ao longo da gestação: Segundo o Ministério da Saúde (2013):

Até 28 semanas: mensalmente

Da 28 até 36 semanas: quinzenalmente

De 36 até a 41: semanalmente

Exames de rotina devem ser solicitados a cada trimestre de acordo com o quadro a seguir:

4 6

-sugestĂŁo

-sugestĂŁo

7 4

4

TIPAGEM SANGUÍNEA ABO e Rh Deve ser solicitado na primeira consulta de pré-natal. Se gestante Rh negativo, realizar o teste Coombs indireto a cada trimestre.

A

tipagem

sanguínea

materna

está

envolvida

na

fisiopatologia

de

condições

como

eritroblastose fetal.

A

isoimunização

Rh

está

relacionada

a

doença

hemolítica

perinatal,

que

ocasiona

repercussões graves ao feto, tais como hidropsia fetal e/ou óbito intrauterino.

Sugestão: A administração de imunoglobulina anti-D (Matergam) com 28 semanas de gravidez.

Se Coombs indireto NEGATIVO em paciente Rh NEGATIVO.

49

10 4

4

ANEMIA NA GESTAÇÃO Anemia na gestação, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), é definida como nível de hemoglobina abaixo de 11g/dL. Além

da

causa

desencadeantes

fisiológica ou

própria

agravantes.

da

Sem

gestação,

pode

o

tratamento,

devido

ter

origem é

em

outros

possível

que

fatores ocorra

consequências graves de saúde para mãe e feto.

As principais

causas de anemia na gestação são:

Deficiência de ferro; Deficiência de ácido fólico; Deficiência de vitamina B12; Hemoglobinopatias (anemia falciforme, talassemias); Perda sanguínea crônica (sangramentos gastrointestinais ocultos);

12 4

ANEMIA NA GESTAÇÃO Conduta Hemoglobina abaixo de 8 g/dL:

Diagnóstico de anemia grave, a ser investigada e tratada

em serviço hospitalar.

Hemoglobina entre 8 e 9,5 g/dL:

Anemia Moderada: Avaliar Noripurum. Suplementar com 1

comprimido de Sulfato Ferroso a cada 8 horas. Encaminhar ao AAE para avaliação.

Hemoglobina entre 9,5 e 10,5 g/dL: Anemia leve. Suplementar com 1 comprimido de sulfato ferroso de 8 em 8 horas ou 12 em 12 horas. Se anemia persistir encaminhar ao AAE.

Hemoglobina >10,5 g/dL: Manter suplementação de 01 cápsula sulfato ferroso ao dia;

Observação Nos casos com hemoglobina abaixo de 9, solicitar B12, ferro sérico, ferritina e encaminhar ao serviço de obstetrícia no AAE.

13 4

14 4

ANEMIA NA GESTAÇÃO

É NECESSÁRIA A PREVENÇÃO DE ANEMIA PARA TODAS AS GESTANTES. ISSO PODE FAZER MUITA DIFERENÇA EM CASOS DE SANGRAMENTO AUMENTADO NO PARTO. CUIDADO SIMPLES QUE SALVA VIDAS.

15

DIABETES NA GESTAÇÃO (DMG) DMG ocorre quando a função pancreática não consegue se sobrepor à resistência insulínica própria da gestação devido à produção de hormônios placentários diabetogênicos. Como o próprio nome diz, desenvolve-se durante a gravidez.

Prevalência: Entre 3% e 25% das gestações.

Desfechos adversos foram associados ao diabetes durante a gravidez: Pré

-

eclâmpsia,

Traumatismos

do

polidrâmnio,

parto

materno

macrossomia e

infantil,

fetal,

parto

hepatomegalia/cardiomegalia,

operatório,

mortalidade

perinatal

aumentada, problemas respiratórios neonatais e complicações metabólicas (hipoglicemia, hiperbilirrubinemia, hipocalcemia).

17 4

DIABETES NA GESTAÇÃO (DMG) Se a mãe estiver hiperglicêmica durante a organogênese, os riscos de aborto e anomalias

aumentados.

congênitas são

A

presença

de

complicações

doença

perinatais,

renal

diabética

como

aumenta

pré-eclâmpsia,

de

maneira

restrição

do

significativa

crescimento

os

riscos

de

intrauterino

e

prematuridade.

A gestante diabética deve ser vista como de alto risco para complicações, inclusive, risco aumentado de óbito fetal. Assim, necessita de atenção especial de toda equipe assistente.

DIABETES GESTACIONAL: ENCAMINHAR À ATENÇÃO AMBULATORIAL ESPECIALIZADA (AAE) LOGO NO DIAGNÓSTICO.

18 4

DIABETES NA GESTAÇÃO (DMG) Rastreio e Diagnóstico: Na primeira consulta pré-natal deve ser solicitada glicemia de jejum.

≥

• Se glicemia < 92 mg/ dl; realizar TOTG (75g) entre 24 – 28 semanas (JJ/1h/2h).

• Se glicemia

92 mg/ dl; realizar controle glicêmico 4 pontos (jejum, 1h após o café, 2h

após almoço e 2h após jantar) por 7 dias e, então, encaminhar ao serviço de obstetrícia de alto risco no aae. Não é necessário TOTG.

TOTG - Valores de Referência: • JJ: 92mg/ dL • 1h: 180 mg/dL • 2h: 153mg/dL

Considera-se DMG se qualquer uma das dosagens atingirem ou ultrapassarem os valores acima.

19 4

DIABETES NA GESTAÇÃO (DMG) Observações Não realizar TOTG

se glicemia for superior ou igual à 92 mg/dL. Nesse caso, iniciar controle

de glicemia capilar de 4 pontos e encaminhar ao AAE.

Não

realizar TOTG em pacientes bariátricas. Nesse caso, realizar glicemia de jejum a cada

trimestre.

O

melhor

que

podemos

oferecer

à

gestante

diabética

e

seu

filho

é

um

bom

controle

glicêmico. mantenha esta gestante sob vigilância. o risco de óbito fetal nessas pacientes é de 4 a 5 vezes maior que na população em geral. O seguimento das gestantes diabéticas apresentou melhoras significativas em nossa regional, porém ainda temos muitos desafios.

Valores de Referência

≥

TOTG alterado: • Jejum:

92 mg/dL

• 1h após sobrecarga:

≥ ≥

• 2h após sobrecarga:

180 mg/dL 153 mg/dL

ATENÇÃO NÃO REALIZAR TOTG SE GLICEMIA DE JEJUM ≥ 92 MG/DL

20 4

4

4

URINA 1 E UROCULTURA A Infecção do trato urinário (ITU) é a condição infecciosa mais comum durante a gestação, sendo a principal causa de trabalho de parto prematuro ou rotura prematura de membranas.

É

de

fundamental

importância

a

solicitação

trimestral

de

Urina

1

/

urocultura

com

antibiograma para rastreio de bacteriúria assintomática ou quadros infecciosos. Sempre que diagnosticado ITU, deve-se iniciar antibioticoterapia e realizar urocultura de controle uma semana após fim do tratamento.

Encaminhar ao AAE toda paciente com 2 ou mais episódios de infecção urinária comprovados com urocultura e adequadamente tratados, de acordo com antibiograma.

23 4

4

TOXOPLASMOSE O Toxoplasma Gondii é

um

parasita

protozoário

que

infecta

seres

humanos

em

vários

contextos. Geralmente adquirido durante a infância e Adolescência.

Quando a infecção por toxoplasma é adquirida pela primeira vez durante a gestação, os parasitas

podem

ser

transmitidos

da

mãe

para

o

feto,

resultando

em

toxoplasmose

congênita. As sequelas graves no feto são maiores quando a infecção ocorre no início da gestação.

Os membros da família felidae (gatos domésticos) são os hospedeiros definitivos, portanto, os únicos animais em que o T. gondii pode completar seu ciclo reprodutivo. As principais fontes de infecção por toxoplasmose materna são a ingestão de carnes e produtos crus, mal cozidos

ou

contaminados,

frutas

ou

legumes

contaminados,

frutos

do

mar

e

água

contaminada e, manuseio de terra contaminada, sem equipamentos de proteção.

25 4

TOXOPLASMOSE Sorologia A sorologia deve ser realizada até as 16 semanas de gestação.

O Ministério da Saúde recomenda Ultrassonografia mensal em pacientes com toxoplasmose aguda, em busca de complicações fetais. Em pacientes imunodeprimidas, deve-se rastrear uma possível reativação solicitando sorologia a cada trimestre.

Interpretando a sorologia IgG e IgM negativas: pacientes suscetíveis. (Repetir sorologia a cada trimestre).

IgG positiva e IgM negativa: pacientes com imunidade (não é necessário repetir exame, salvo em pacientes imunodeprimidas).

IgG negativa e IgM positiva:

provável infecção recente. Deve-se repetir sorologia em 7 a 15

dias. (Encaminhamento ao serviço de obstetrícia de alto risco no AAE para melhor avaliação).

IgG e IgM positivas:

provável

infecção

aguda.

Necessário

teste

de

avidez

na

mesma

amostragem sorológica. (Encaminhamento ao serviço de obstetrícia de alto risco no AAE para melhor avaliação).

Observação: A coleta do exame para toxoplasmose, bem como avidez, nos casos de IgG e IgM positivos, deverá ser feita antes de 16 semanas.

26 4

4

SÍFILIS A sífiilis é uma infecção sexualmente transmissível (IST) causada pelo Treponema Pallidum. É particularmente

preocupante

transplacentária do feto.

durante

a

gravidez

devido

ao

risco

de

infecção

A infecção congênita pode estar associada a vários desfechos

adversos, incluindo morte perinatal.

Sintomas As pacientes podem ser completamente assintomáticas e identificadas apenas na triagem de rotina. Diagnóstico de sífilis é mais comumente feito por testes sorológicos. Estes testes são divididos entre treponêmicos e não-treponêmicos. O uso e interpretação apropriados dos testes de diagnóstico são importantes para o gerenciamento ideal da gestante.

29 4

SÍFILIS Transmissão A transmissão sexual requer exposição a lesões abertas nas quais os organismos estão presentes. As espiroquetas passam da lesão através das membranas mucosas intactas ou abrem a pele para o novo hospedeiro. A eficiência da transmissão sexual é estimada em Aproximadamente 30%.

O

período

de

incubação

varia

de

10

a

90

dias

(média

de

aproximadamente

três

semanas); inóculos maiores encurtam este período de incubação. As manifestações clínicas da sífilis não são afetadas pela gestação.

Testes Testes são divididos entre treponêmicos e não treponêmicos.

Realizar teste rápido (treponêmico) na primeira consulta. Em caso positivo, confirmar com exame VDRL (não treponêmico).

Caso haja dúvida, realizar um terceiro teste; FTA-abs IgG e gM.

30 4

TSH | TIREOIDOPATIAS As tireoidopatias estão presentes entre, aproximadamente, 1 a 2% das gestações, sendo considerada um problema comum entre as gestantes que frequentam ambulatórios para gestações de alto risco.

Não obstante, é sabidamente comprovada a associação entre doenças da glândula tireoide e

complicações

gestacionais,

tais

como:

pré-eclampsia,

hipertensão

crônica,

déficit

neurológico, parto prematuro, hemorragia pós-parto e abortamentos.

Solicitar: TSH no primeiro trimestre.

Considerar alterado se valor acima de 4 Valores entre 2,5 e 4 Abaixo de 2,5

µUI/mL.

µUI/mL, solicitar anti-TPO.

µUI/mL, considerar normal.

OS VALORES PARA GESTAÇÃO NÃO SÃO OS MESMOS UTILIZADOS NA REFERÊNCIA DOS LABORATÓRIOS.

Observação: Caso haja história prévia de abortamento, solicitar Anti-TPO mesmo se TSH estiver abaixo de 2,5

µUI/mL.

33 4

34 4

ULTRASSOM (US), CULTURA DE ESTREPTOCOCO DO GRUPO B E CITOLOGIA ONCÓTICA ULTRASSOM (US) Sugestão: solicitar ao menos um exame a cada trimestre.

Importante: Ressalta-se a importância do US morfológico, a ser

realizado entre 20 e 24

semanas.

Individualização do Caso:

Outras modalidades de ultrassonografia, tais como: doppler,

perfil biofísico fetal e até mesmo ecocardiograma fetal, podem ser solicitadas pelo alto risco,

individualizando

cada

caso

avaliado,

de

acordo

com

a

necessidade

de

cada

gestação.

CULTURA DE ESTREPTOCOCO DO GRUPO B Fazer coleta, de rotina, para toda gestante com 35 semanas (com swab vaginal e anal).

Tem grande importância na identificação e prevenção de infecção grave no RN. Em caso de resultado positivo, encaminhar ao aaE para tratamento e orientações.

CITOLOGIA ONCÓTICA Encaminhar ao AAE para realização de colposcopia/orientações em caso de exame alterado.

36 4

DESORDENS HIPERTENSIVAS NA GESTAÇÃO Pré-eclâmpsia caracterizada hipertensão

(PE) pelo

é

definida

surgimento

associada

a

de

disfunção

como

uma

desordem

hipertensão de

órgão

arterial

alvo

com

multissistêmica

sistêmica ou

sem

com

progressiva,

proteinúria

proteinúria

após

a

ou

ª

20

semana da gestação ou pós-parto.

Presente em 4,6% das gestações mundiais, esta é uma patologia considerada comum na obstetrícia. Apesar da prevalência, a incidência da pré-eclâmpsia pode variar de acordo com a idade materna, quantidade de gestações e fatores socioeconômicos. Na maioria dos

ª semana gestacional.

casos, a apresentação dos sinais e sintomas se manifesta após a 34

SINAIS DE GRAVIDADE EM EMERGÊNCIA HIPERTENSIVA

Divisões: • Pré-eclâmpsia leve; • Pré-eclâmpsia grave; • Eclâmpsia.

• • • •

CEFALEIA SINTOMAS VISUAIS EPIGASTRALGIA DISPNEIA

A Pré-eclâmpsia leve é caracterizada por níveis pressóricos entre 140-150 X 90-99 mmHg, sem

os

sinais

de

alarme

(cefaleia,

escotomas,

turvação

visual,

alteração

nível

de

consciência, dispneia ou dor retroesternal).

38 4

DESORDENS HIPERTENSIVAS NA GESTAÇÃO Em caso de convulsões tônicoclônicas generalizadas, associada unicamente à doença deste estudo (ou seja, em pacientes sem história de doença neurólogica de base), denominamos

eclâmpsia.

Pré-eclâmpsia grave

pode ser definida como níveis pressóricos superiores a 160x100 ou

menos, se associada aos sinais de alarme mencionados acima.

Hipertensão crônica prévia: em geral diagnosticada previamente à gravidez, em 2 ocasiões, ou

ª

antes das 20

semanas quando identificada durante a gestação. Essa subtipo de

distúrbio persiste mais de 12 semanas pós-parto.

Pré-eclampsia sobreposta à hipertensão crônica definida como proteinúria ou disfunção orgânica ou ambos após 20 semanas de gestação em

paciente

crônica

já

com

cursa

hipertensão

com

crônica.

acometimento

ª

urinários previamente à 20

Há

renal,

casos, em

principalmente

que

pode

haver

quando

a

proteinúria

hipertensão nos

exames

semana de gestação. Nesses casos, em geral, haverá piora da

ª semanas.

hipertensão ou dificuldade de controle a partir das 20

39 4

DESORDENS HIPERTENSIVAS NA GESTAÇÃO Tratamento O tratamento das desordens hipertensivas na gestação se baseia no uso da metildopa (agonista

α2

adrenérgico),

droga

anti-hipertensiva

mais

estudada

e

segura

durante

a

gestação. Sua dose mínima eficaz é de 750mg/dia podendo chegar até a 2g/dia. Em casos de Severidade ou difícil controle somente com a metildopa, pode-se associar outras drogas antihipertensivas, porém seu uso deve ser cauteloso e indicado pelo ambulatório de alto risco.

O tratamento deve deverá começar com a dose mínima eficaz da metildopa. O alvo de tratamento é que a pressão arterial sistólica fique entre 130 e 140 e a pressão arterial diastólica permaneça entre 80-90.

Em caso de pacientes hipertensas previamente gestação, realizar substituição do medicamento utilizado por alfa-metildopa na dose mínima eficaz (750mg ao dia).

40 4

41 4

4

AGRADECIMENTOS Esse protocolo é fruto de estudo e muito trabalho no ambulatório de gestação alto risco da Atenção Ambulatorial Especializada (AAE) – Paranavaí. Desejamos, desse modo, expor nosso agradecimento

a

todos

que,

de

alguma

forma,

contribuíram

para

concretização

dessa

cartilha. Em especial, agradecemos:

À Direção do AAE, na pessoa da Sra. Isabel Vasconcelos, pelo apoio a essa iniciativa e a tantas outras; Ao Dr. Eduardo Vicentini, pela parceria no atendimento diário às gestante do AAE e pela amizade; Aos residentes da cadeira de Ginecologia e Obstetrícia pelo empenho. Além das constantes atualizações de protocolos de conduta e seguimento do atendimento na unidade hospitalar, os mesmos fazem com que os cuidados sejam estendidos muito além do ambulatório; À equipe multidisciplinar do atendimento às gestantes, cujo trabalho é essencial desde o acolhimento inicial, manejo, busca ativa e comunicação com as APS; À Ana Paula Tonon Magnani pela diagramação e arte; À Danielle Gregorio pela ajuda na elaboração gráfica; À Karin Yones pela ajuda na revisão; À Profa. Dra Katia Abbas pela revisão final.

Obrigado!

"Nenhum de nós é tão inteligente quanto todos nós juntos" Warren Bennis

REFERÊNCIAS 1) Pré natal: BRASIL. Ministério da saúde. ATENÇÃO AO PRÉ-NATAL DE BAIXO RISCO. Brasília – DF, 2013.

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