Orla_Ginga_Laup_VIII

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LABORATÓRIO DE ARQUITETURA, URBANISMO E PAISAGISMO VIII

Prof. Dr. Estevam Vanale Otero

Prof.ª Dr.ª Kelly Crsitina Magalhães

rof Dr. Paulo Roberto Masseran

CULTURA POPULAR, MÚSICA URBANA E

PERIFERIAS: PROJETANTO TERRITORIALIDADES

orla ginga

Ananda Cecília Araújo Gonçalves
Beatriz Fatoretto Riceto
Beatriz Moreira Cândido
Julia Teresa Ferreira
Kamila Salvate de Oliveira Cardozo

sumário

Introdução

História da Capoeira

Cenário em Bauru

Localização

Escolha do terreno - Situação atual

Proposta

Implantação geral

Projeto

Paisagismo

Centro de Treinamento e áreas esportivas

Espaços recreativos e contemplativos

Sistemas de Informação

Placas informativas

Conclusão

a capoeira

A capoeira é uma expressão cultural afro-brasileira que combina luta, dança e música, sendo considerada luta disfarçada de dança. Sua origem está ligada à influência da etnia bantu, formada por diversos grupos da África Central e Austral, incluindo países como Angola, Congo, Moçambique e Zâmbia

Desenvolvida nos quilombos durante o período escravocrata, a capoeira foi uma forma de resistência dos negros escravizados, que usavam seus movimentos para se defender de senhores de engenho e capitães do mato durante fugas. Para contornar a proibição de práticas de luta, os golpes eram disfarçados com música e dança. Posteriormente, no período republicano, a capoeira foi criminalizada, mas, em 1937, no governo de Getúlio Vargas, foi legalizada e reconhecida como esporte nacional.

Atualmente, é dividida em duas modalidades: Angola e Regional. Elas se diferenciam pelo ritmo, estilo do jogo e pelos mestres que as difundiram, Mestre Pastinha e Mestre Bimba, respectivamente A capoeira é reconhecida internacionalmente e foi declarada Patrimônio Cultural Brasileiro em 2008 e Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade pela Unesco em 2014, estando presente em diversas partes do mundo

aulas externas

1 - Av Getúlio Vargas

2 - Parque Vitória Régia

3 - Praça Rui Barbosa

4 - Praça Antônio Anacleto Chaves

eventos

1 - ADPM Bauru (Associação Desportiva Polícia Militar)

2 - Sesc Bauru

3 - Sarau Sem Lei

4 - Ginás o Panela de Pressão

projetos sociais

1 - Projeto Portas Abertas - Vila Fa cão (São Manuel)

2 - Casa da Esperança - Fortunato Rocha Lima

3 - Assomary - Associação de Moradores do Mary Dota

4 - Salão comunitário - Gasparine

5 - Centro Comunitário Ferradura Mirim

academias

1 - Centro De Treinamento Ginga Expressiva Bauru

2 - Capoe ra Axé do Quilombo

3 - Casa da Capoeira de Bauru

4 - Escola Bassula Capoeira

5 - Academ a De Capoeira

6- Capoe ra Meninos da Bahia

Fonte: Social Bauru, 2016

situação atual

A Zona Sul de Bauru, onde se encontra a elite da cidade, apresenta pouco contato com a capoeira, o que motivou a escolha de um terreno localizado na Avenida Getúlio Vargas, uma via de grande movimentação marcada pelo contraste entre o vazio do Aeroclube e a urbanização ao seu redor. Apesar de sua relevância como eixo viário, o tráfego intenso dificulta a travessia de pedestres entre os dois lados da avenida.

Aos domingos, um trecho da via é fechado para uso de pedestres e ciclistas, mas apenas em um dos lados, o que concentra a movimentação em áreas específicas. Observa-se que a circulação de pessoas diminui gradativamente ao longo do trecho fechado, com maior concentração próxima às quadras de areia e à feira, enquanto o fluxo reduz significativamente em direção ao final do percurso, próximo à Delegacia de Polícia Federal.

Fonte: Autoria própria, 2024
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implantação

A escolha da Avenida Getúlio Vargas como local para o projeto se deu por ser um ponto estratégico em Bauru, marcado por alto fluxo de pessoas e veículos, mas com problemas de mobilidade e pouca valorização durante a semana. Buscamos transformar a área em um espaço mais vibrante e seguro, integrando urbanismo, paisagismo e cultura.

A cor vermelha foi usada como elemento marcante na implantação, representando a força, o simbolismo e a resistência da capoeira, além de trazer mais vida e destaque ao local, tanto nos finais de semana quanto nos dias úteis. Essa cor também chama a atenção de pedestres e motoristas, contribuindo para a identidade visual do espaço.

Para melhorar a mobilidade urbana, substituímos a ciclofaixa, que frequentemente é desrespeitada, por uma ciclovia segura, garantindo uma experiência melhor para os ciclistas Também implementamos medidas para reduzir a velocidade dos veículos, como faixas de pedestres elevadas, semáforos e o fechamento de dois canteiros que antes permitiam retornos perigosos Essas ações visam garantir a segurança e a tranquilidade dos pedestres e reforçar a conexão entre a avenida e a comunidade.

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projeto

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A partir da análise do local, organizamos o projeto em três áreas principais, cada uma com funções específicas:

Área Esportiva: destinada à prática de esportes, com destaque para o Centro de Treinamento de Capoeira, quadras esportivas e pista de corrida

Área Recreativa: projetada para atividades comerciais e de convivência, incluindo tendas para feiras e espaços flexíveis para diversos usos

Devido a sua grande extensão e estar localizada em uma área de declive que conecta a Avenida Getúlio e a área correspondente do Aeroclube, a topografia da Orla Ginga apresenta oscilações que variam de acordo com as áreas, sendo a mais declivosa a área de contemplação próximo ao Mirante e a menos declivosa a área recreativa, onde o terreno se estabelece praticamente plano com poucas alterações de topografia.

Área Contemplativa: voltada ao descanso e interação com a natureza, com redes, áreas arborizadas e elementos educativos sobre a capoeira

Para acomodar a Arquitetura do Centro de Treinamento e a transição desta às demais áreas em seu entorno, a área foi transformada em um platô na cota 609, sendo necessário um corte de terreno de aproximadamente um 1m de altura.

Corte A

paisagismo

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O projeto utiliza cinco espécies arbóreas principais: Copaíba (pré-existente), Ipê-branco, Pau-ferro, Escova-de-garrafa e Pata-de-vaca. A seleção foi baseada, sobretudo, nas cores vibrantes de suas florações – branco e vermelho – que criam contraste e valorizam a experiência sensorial no espaço, promovendo integração com o entorno e conforto ambiental

Para a forração, utilizamos Barba-de-Serpente, Lantana, Lambari Roxo e Trapoeraba-Roxa Os canteiros foram desenhados com formas marcantes, inspiradas no paisagismo de Burle Marx e no graffismo do kuba cloths, tipo de tecido bantu, combinando funcionalidade e estética para enriquecer o espaço e reforçar sua identidade visual.

Espécies utilizadas:

Copaíba (pré-existente) Ipê-branco Pau-ferro Escova-degarrafa Pata-de-vaca

Lantana Trapoeraba-Roxa
Lambari Roxo Grama Esmeralda

área esportiva

A área esportiva é a parte destinada para à prática de esportes. Nela se encontra o centro de treinamento destinado à capoeira, uma pista de corrida e as quadras de vôlei de praia, beach tennis e poliesportiva. Mas também contém elementos educativos, como o espaço de instrumentos interativos e o mural que reúne os movimentos do jogo de capoeira.

Corte C instrumentos

centro de treinamento

área recrativa

A área recreativa do projeto foi pensada para oferecer um espaço dinâmico e integrado ao entorno, com múltiplas possibilidades de uso. Durante os finais de semana, o local contará com tendas para feiras, enquanto nos dias úteis essas estruturas funcionam como pontos de apoio, com mesas e assentos disponíveis para descanso As mesas também servem como espaço para refeições, estudo ou simplesmente para os transeuntes aproveitarem o ambiente.

Além disso, áreas interativas, como pula-pulas, promovem momentos de lazer para diferentes públicos. O projeto busca uma conexão harmoniosa com a rua, criando um fluxo contínuo e usos específicos sem exclusão, garantindo a integração entre o espaço e a cidade.

O corte evidencia a relação entre o espaço da feira e as áreas de convivência, integradas por mesas e sombreadas pela vegetação. A topografia s organiza o fluxo de pedestres, enquanto os elementos naturais e a construídas promovem um ambiente equilibrado e funcional, conec atividades recreativas e culturais ao entorno urbano.

Corte D
D espaço interativo

arquiteturas de apoio

As tendas foram pensadas para servirem de apoio à feira, mas também como abrigo para outras atividades Sendo assim, ela é uma estrutura fixa, de bambu, espécie utilizada na capoeira e presente em Bauru, com a cobertura de Lona Tensionada.

Também foram considerados dois banheiros, um para a área esportiva e outra para a área recreativa. Ambos são acessíveis, com o sistema estrutural de Madeira Laminada Colada e cobertura de Lona Tensionada.

As duas arquiteturas de apoio possuem a linguagem do centro de treinamento, tanto nos materiais e na forma trançada da cobertura.

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Tenda
Banheiro quadras
Banheiro área recreativa
Planta banheiro área recreativa
Planta banheiro quadras

área contemplativa

A área contemplativa é o local pensado para o descanso, implantando um conjunto de redes próximo à copaíba existente, mas também de educação, trazendo placas que ensinam movimentos básicos da capoeira e um espaço destinados às aulas externas que ocorrem aos finais de semana.

isométrica

Corte E
aulas externas
educação
natureza

sistema de informação

O sistema de sinalização da Orla Ginga foi pensado tanto para localização e direcionamento no espaço, quanto educacional dos movimentos e das espécies vegetais ligadas a Capoeira.

As estratégias utilizadas no sistema de informação da orla foram:

Onde será possível visualizar a totalidade da orla e a localização das infraestruturas presentes, assim como dos 3 diferentes setores.

Direcionamento de fluxo através de placas de indicação das infraestruturas no espaço a partir do ponto onde estão localizadas.

Onde serão dispostas instruções com um passo a passo dos movimentos da capoeira a fim de disseminar o esporte

Mapa de Localização Espacial
Placas de Direcionamento de Fluxo Placas Educacionais
Mapas Fluxo Educacional

conclusão

O projeto do Centro de Treinamento de capoeira e da Orla reflete o compromisso com a valorização cultural, a promoção do bem-estar coletivo e o fortalecimento dos vínculos sociais. O centro de treinamento, dedicado à prática e difusão da capoeira, não apenas resgata e preserva uma importante manifestação cultural brasileira, mas também oferece um espaço inclusivo para o aprendizado, a convivência e a integração comunitária Sua estrutura foi planejada para atender às necessidades de praticantes de todas as idades, com espaços acessíveis e pensados para o conforto e a segurança, promovendo o desenvolvimento físico e cultural

A Orla, por sua vez, complementa o projeto ao oferecer um espaço democrático de lazer e mobilidade, incentivando a prática de atividades ao ar livre, como caminhadas, corridas e encontros comunitários. A integração dela com o centro de treinamento cria um ambiente que convida à convivência saudável e ao uso do espaço público. Este projeto visa servir como um ponto de encontro que promove cultura, saúde e cidadania, ao mesmo tempo que fortalece a identidade local e o sentimento de pertencimento.

orla ginga referências bibliográficas

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