CAPSULE HOME - WARREN CHALK

Ana

e

HOME

WARREN CHALK, ARCHIGRAM

INTRODUÇÃO

O presente trabalho discorre sobre a vida e obra do arquiteto Warren Chalk, membro do famoso grupo inglês “Archigram”. A construção do caderno analisará e discutirá sua trajetória. Desse modo, objetiva-se um levantamento técnico, funcional e processual dos projetos abordados, bem como dados do contexto social, cultural e geográfico, analisando as referências e tecnologias empregadas.

O caderno digital está organizado em quatro partes, sendo a primeira dedicada a uma breve introdução do grupo Archigram, tão marcante na trajetória do arquiteto Warren Chalk, a segunda, sobre sua vida e alguns projetos marcantes em sua carreira. Por sua vez, na terceira parte será exposto um levantamento de seu projeto principal “Capsule Homes”, contendo desde especificações técnicas até o modelo produzido pelas alunas do grupo no Revit – software BIM para arquitetura, urbanismo, engenharia e design – durante as aulas de Meios Digitais II. Por fim, a quarta e última parte traz um relato da produção e as referências utilizadas no trabalho.

ARCHIGRAM

OS MEMBROS

O grupo foi inicialmente formado por estudantes de arquitetura e urbanismo que compartilhavam a ideia de que era possível e necessário transformar o "arquitetar" através do progresso e da tecnologia (ARQUITETANDO, 2009)

DAVID GREENE [01]

Nasceu em Nottingham, Inglaterra, em 1937. Dividiu-se entre a poesia e a arquitetura.

Suas preocupações no grupo se voltavam para as possibilidades conceituais que a arquitetura proporciona.

Atualmente ele continua escrevendo, além de ser

professor de arquitetura na Universidade de Westminster (ARCHIGRAM, 1994).

RON HERRON [05]

Nasceu em Londres, em 1930, e foi o desenhista do famoso projeto "Walking City". Construiu e expôs seus projetos no Japão e continuou a ensinar na Architectural Association.

Em 1981, criou um escritório com seus filhos e, em 1993, tornou-se professor e diretor da Escola de Arquitetura da Universidade de East London. Morreu em 1994 (ARCHIGRAM, 1994).

MIKE WEBB [04]

Era uma espécie de membro “correspondente” do grupo. Nasceu em Henley on Thames, Reino Unido, em 1937. Morou nos EUA por um tempo considerável.

Viveu 23 anos em Nova York e lecionou na Universidade de Columbia, Copper Union e Universidade de Princeton, além de montar exibições s em NY, Berlim e Frankfurt (ARCHIGRAM, 1994).

PETER COOK [03]

Conhecido como o mais falante e "público" do grupo. Nasceu em Southend on Sea, Inglaterra, em 1936.

Formou sociedade com Christine Hawley (exaluna de Ron Herron) e realizou projetos em Berlim e Osaka e Frankfurt. Atualmente é professor da Universidade de Londres e, Frankfurt (ARCHIGRAM, 1994). DENNIS COMPTON [06] Nasceu em Blackpool, Inglaterra, em 1935. Sempre esteve a par de todas as questões técnicas que fizeram parte da produção do Archigram (ARCHIGRAM, 1994) e WARREN CHALK [02] que será abordado mais adiante.

Figura 02 - Única foto conjunta do grupo dos arquivos do Archigram, tirada em 1987. Fonte: Viva Decora. Disponível em: https://www.vivadecora.com.br/pro/archigram/ (alterada pelos autores).

PROJETOS

Figura 03 - Ilustração "London's South Bank", Ron Herron, 1972. Fonte: The Guardian. Disponível em: https://www.theguardian.com/artanddesign/2013/dec/11/south-bankredevelopment-antony-gormley

SOUTH BANK CENTRE DEVELOPMENT

(Warren

Chalk, Ron Herron e Dennis Crompton, 1960-62)

O Southbank Centre é um complexo com o intuito de unir espaços culturais e artísticos localizado em Londres, ao lado do rio Tâmisa. É um importante centro para as artes na Europa (PAWLEY, 2018).

Warren Chalk, Ron Herron e Dennis Crompton trabalharam no projeto com o South Bank Development Group para o Conselho do Condado de Londres, criando um local com diversos espaços para espetáculos e uma galeria de arte. O complexo segue a estética brutalista (PAWLEY, 2018).

PROJETOS

Figura 04 - Diagrama City Interchange, Archigram, 1963. Fonte : Archigram The Book. Disponivel em: Archigram The Book.

CITY INTERCHANGE

(Warren Chalk e Ron Herron , 1963)

Projeto de um intercâmbio de comunicações para sistemas de comunicações estáticos e móveis. Os arquitetos propõe esse intercâmbio entre os sistemas de transporte e serviços como o primeiro passo para a Living City (primeira grande exibição do Archigram). (PAWLEY, 2018).

PLUG-IN CITY

(Peter Cook , 1964)

Consistia em uma malha regular de instalações técnicas e serviços aos quais as habitações seriam conectadas e desconectadas. O formato das estruturas permitia mudanças relativamente rápidas. Inclusive os próprios edifícios poderiam se mover (PAWLEY, 2018).

Nota-se uma ligação entre a Plug-in City e as cápsulas que seriam imaginadas por Warren Chalk, essas podendo ser usadas na ideia de cidade "montável" de Cook (PAWLEY, 2018).

O LEGADO

O grupo serve de inspiração em obras do movimento High Tech, corrente que surgiu a partir dos anos 70 e consiste no uso de materiais de alta tecnologia para a construção de grandes obras (CRUZ, 2021).

CENTRO GEORGES POMPIDOU (Renzo Piano e Richard Rogers, Paris anos 70)

Arquitetos de destaque do movimento, articularam o projeto visando chamar a atenção com o uso inovador de conexões, tubos e cabos de aço, como estruturas expostas, como se o visitante tivesse uma visão raio x da obra. (CRUZ, 2021).

Figura 07 - Detalhe Externo Centro Georges Pompidou. Fonte: La Parola . Disponível em:

WARREN CHALK

CAPSULE HOME

INTRODUÇÃO

As Cápsulas, projetadas em 1964, são módulos ou unidades pré-fabricadas que são relativamente fáceis de montar. As peças de serviço são módulos préfabricados inteiros que permitiriam ser substituídos por guindastes e que seriam facilmente conectados à estrutura principal, que conteria o núcleo de comunicações e serviços comuns (VELASCO, 2011).

As cápsulas, constituídas maioritariamente por materiais plásticos e nas quais se observa uma clara influência das cápsulas espaciais do momento, estariam dispostas de forma circular em torno daquela macroestrutura ou

grande núcleo vertical central como tronco estrutural e prestador de serviços (VELASCO, 2011).

A superfície de cada célula é muito pequena e obriga as relações sociais a acontecerem fora dos muros, promovendo assim novas formas de relações sociais na cidade. As células, apesar da sua natureza pré-fabricada, são versáteis porque cada "habitação" pode ser constituída por mais do que uma célula ligada através de empilhamento vertical (geralmente duas) e podem ser facilmente substituídas em caso de obsolescência ou de transporte de um edifício. outra ou mesmo de

uma cidade para outra, dando assim aos utentes uma grande liberdade na hora de localizar o seu alojamento (VELASCO, 2011).

Este modelo de aglomeração habitacional em forma de colmeia ou grande estrutura de planta é muito comum em muitos dos projetos do grupo de arquitetos Archigram. Suas propostas não ficaram em casa, mas também propuseram novos modelos de cidade tremendamente modernos para a época e apesar do fato de que em poucas ocasiões as ideias desse grupo se materializaram, elas tiveram uma grande influencia (VELASCO, 2011).

Figura 09 - Projeto Capsule Homes. Fonte: Studio are We There Yet? Disponivel em: em: https://studioarewethereyet.wordpress.com/201 6/03/24/precedent-archigram-capsulehomeswarren-chalk-1964/

Figura 10 - Ilustração Capsule Tower. Fonte: Studio are We There Yet? Disponivel em: em: https://studioarewethereyet.wordpress.c om/2016/03/24/precedent-archigramcapsule-homeswarren-chalk-1964/

O PROJETO

A ideia do projeto conceitual – Capsule Homes – surgiu do conceito de viver na cápsula espacial, onde o espaço vital é difícil de conquistar, tudo está centrado nas necessidades mais básicas e o espaço estritamente pessoal está se tornando menor (LABLOG, 2014).

Este projeto é essencialmente uma cápsula espacial modificada para uma forma de casa portátil e dispensável. O Capsule Homes é um projeto especialmente significativo entre os projetos do Archigram, porque segue os princípios chave do grupo:

mobilidade, adaptabilidade e descartabilidade (LABLOG, 2014).

Cada cápsula é projetada de forma eficiente com peças dobráveis, como uma tela desdobrável e uma parede de eletrodoméstica de encaixe para criar espaço adicional. O exterior estará livre para ser qualquer cor ou design que se queira, enquanto é exibido para o mundo ao redor (LABLOG, 2014). Na época, Chalk acreditava que o espaço de vida estava se tornando cada vez mais estéril e inflexível, dessa forma, as peças componentes de diferentes modelos são intercambiáveis e podem

ser substituídas quando desatualizadas ou quando surgirem necessidades. As unidades podem ser organizadas em um cluster, conectando-se umas às outras para criar uma estrutura maior que pode ser organizada horizontalmente ou verticalmente como na Capsule Tower (HICKMAN, 2020).

Cada cápsula pode dobrar e empilhar em uma estrutura maior de cápsulas de torre, onde “as células, apesar de sua natureza préfabricada, são versáteis, pois cada “casa” pode consistir em mais de uma célula”. A proposta do Archigram era muito

moderna para a época e teve grande influência no movimento urbanístico.

As células vivas eram pequenas para exigir que os moradores interagissem com os vizinhos e, de acordo com Chalk, as imagens são coordenadas de cores como tal: o espaço verde indica uma relação com a natureza, vermelho, amarelo e laranja representam um espaço de vida divertido, festivo e versátil (HICKMAN, 2020).

Figura 11 - Ilustração

Capsule Homes. Fonte: Studio are

Yet? Disponivel em: em: https://studioarewethereyet.wordpress.com/2016/03/24/ precedent-archigram-capsule-homeswarren-chalk-1964/

We There

MODELO REVIT

MODELO REVIT

Foi desenvolvida, no programa Revit, tanto a modelagem da capsula quanto da torre idealizadas por Warren Chalk no projeto Capsule Home. A seguir serão apresentadas as imagens técnicas e 3D dos projetos.

Figura 12 - Planta Capsule Home. Fonte: elaborada pelos autores.

Figuras 13 - Corte 1 Longitudinal. Fonte: elaborada pelos autores.

Figuras 14 - Corte 2 Longitudinal. Fonte: elaborada pelos autores.

Figuras 15 - Corte 3 Transversal. Fonte: elaborada pelos autores.

Figuras 16 - Corte 4 Transversal. Fonte: elaborada pelos autores.

Figuras 17 - Fachada 1. Fonte: elaborada pelos autores.

Figuras 18 - Fachada 2. Fonte: elaborada pelos autores.

Figuras 19 - Fachada 3. Fonte: elaborada pelos autores.

Figuras 20 - Fachada 4. Fonte: elaborada pelos autores.

FABRICAÇÃO DIGITAL

A partir do desenvolvimento do modelo no Revit e com o auxilio dos docentes, decidiu-se que a fabricação digital do projeto seria feita dividida entre os dois métodos, o corte a laser e a impressão 3D. A seguir serão apresentadas as fotos de todo o processo.

Figura 28 - Corte a laser de peças Capsule House. Fonte: elaborada pelos autores.

Figuras 29 - Colagem das peças cortadas. Fonte: elaborada pelos autores.

Figuras 30 - Peças coladas. Fonte: elaborada pelos autores.

Figuras 31- Inicio da impressão 3D Fonte: elaborada pelos autores.

Figuras 32- Detalhe da impressão 3D Fonte: elaborada pelos autores.

Figura 33 - Impressão 3D finalizada. Fonte: elaborada pelos autores.

Figura 34 - Pintura e montagem das peças. Fonte: elaborada pelos autores.

FABRICAÇÃO DIGITAL

Figura 35 - Perspectiva 1 maquete pronta. Fonte: elaborada pelos autores.

Figura 36 - Perspectiva 2 maquete pronta. Fonte: elaborada pelos autores.

Figura 37 - Perspectiva 3 maquete pronta. Fonte: elaborada pelos autores.

Figura 38 - Planta maquete pronta. Fonte: elaborada pelos autores.

RELATO DO GRUPO

Logo após, foi iniciado o processo de fabricação digital. Ao discutir com os docentes, chegamos a conclusão que a melhor forma de representar esse projeto em uma maquete seria utilizando os dois métodos disponíveis no IAU-USP, a cortadora à laser e a impressora 3D. Durante o corte à laser não houveram dificuldades, tudo ocorreu bem e dentro do tempo estimado. Com a impressora 3d, houveram problemas com algumas camadas de filamento. Devido à pequena disponibilidade de novos horários para impressão, o grupo não conseguiu reimprimir o modelo e corrigir os defeitos visuais impressos, mas na montagem da maquete tentamos amenizá-los para melhorar nosso resultado final.

Em suma, esse foi um trabalho muito rico em aprendizados e experiencias novas intrínsecas para o desenvolvimento profissional dentro da graduação.

BIBLIOGRAFIA

UFBA. Cronologia da arquitetura e do urbanismo. Disponível em: <cronologiadourbanismo.ufba.br/biografia.php?idVerbete=1385&idBiografia=56>. Acesso em: 19 de set de 2022

ARCHITECTURE WITHOUT ARCHITECTURE. The architects. Disponível em: <http://architecturewithoutarchitecture.blogspot.com/p/architects-of-archigram.html>. Acesso em: 19 de set de 2022

VIVA DECORA. Archigram: Conheça o Grupo Que Desafiou a Arquitetura nos Anos 60. Disponível em: <https://www.vivadecora.com.br/pro/archigram/> Acesso em: 19 de set de 2022

PEOPLE PILL. Warren Chalk. Disponível em: <https://peoplepill.com/people/warren-chalk>. Acesso em: 19 de set de 2022

ATLAS OF INTERIORS. Archigram, Warren Chalk, Capsule Homes, 1964. Disponível em: <hhttps://www.atlasofinteriors.polimi.it/2014/03/19/archigram-capsulehomes1964/>.Acesso em: 19 de set de 2022

ARCHDAILY. After Coronavirus Delays, M+ Launches "Archigram Cities" Series in a Hybrid Format. Disponível em: <https://www.archdaily.com/951207/after-coronavirus-delays-mplus-launches-archigram-cities-series-in-a-hybrid-format>. Acesso em: 19 de set de 2022

STUDIO ARE WE THERE YET?. Precedent: Archigram Capsule Homes,Warren Chalk, 1964. Disponível em: <https://studioarewethereyet.wordpress.com/2016/03/24/precedentarchigram-capsule-homeswarren-chalk-1964/>. Acesso em: 19 de set de 2022

PROYECTOS 7 / PROYECTOS 8. Capsule Houses, Archigram (Warren Chalk). Disponível em: <https://proyectos4etsa.wordpress.com/2011/11/01/capsule-houses-archigram-warrenchalk/>. Acesso em: 19 de set de 2022

PAWLEY, Martin. Archigram: The Book. 1. ed. [S.l.]: Circa, 2018. p. 1-300.

ICONOGRAFIA

Figura 01 - Ilustração Revista Archigram, 1960. Retirada de http://archigram.net/portfolio.html.

Figura 02 - Única foto conjunta do grupo dos arquivos do Archigram, tirada em 1987. Retirada de https://www.vivadecora.com.br/pro/archigram/.

Figura 03 - Ilustração "London's South Bank", Archigram, 1972. Retirada de https://www.theguardian.com/artanddesign/2013/dec/11/south-bankredevelopment-antony-gormley.

Figura 04 - Diagrama City Interchange, Archigram, 1963. Retirada do livro Archigram The Book.

Figura 05 - Plug-in City: Maximum Pressure Area, project (Section), Peter Cook, 1964. Retirada de: https://www.moma.org/collection/works/797.

Figura 06 - Foto Externa Centro Georges Pompidou. Retirada de https://www.vivadecora.com.br/pro/archigram/.

Figura 07 - Detalhe Externo Centro Georges Pompidou. Retirada de https://laparola.com.br/centro-cultural-georges-pompidou.

Figura 08 - Foto Warren Chalk. Retirada do livro Archigram The Book.

Figura 09 - Projeto Capsule House. Retirada de https://studioarewethereyet.wordpress.com/2016/03/24/precedent-archigramcapsule-homeswarren-chalk-1964/.

Figura 10 - Ilustração Capsule Tower. Retirada de https://studioarewethereyet.wordpress.com/2016/03/24/precedent-archigramcapsule-homeswarren-chalk-1964/.

Figura 11 - Ilustração Capsule House. Retirada de https://studioarewethereyet.wordpress.com/2016/03/24/precedent-archigramcapsule-homeswarren-chalk-1964/.

Figura

ICONOGRAFIA

Figuras 18 - Fachada 2. Retirada do Revit.

Figuras 19 - Fachada 3. Retirada do Revit.

Figuras 20 - Fachada 4. Retirada do Revit.

Figuras 21 - Axonometria Explodida. Retirada do Revit.

Figuras 22 - Perspectiva Externa 1. Retirada do Revit.

Figuras 23 - Perspectiva Externa 2. Retirada do Revit.

Figuras 24 - Perspectiva Interna 1. Retirada do Revit.

Figuras 25 - Perspectiva Interna 2. Retirada do Revit.

Figuras 26 - Perspectiva Torre. Retirada do Revit.

Figuras 27 - Planta Torre. Retirada do Revit.

Figuras 28 - Corte a laser de peças Capsule House. Elaborada pelos autores.

Figuras 29 - Colagem das peças cortadas. Elaborada pelos autores.

Figuras 30 - Peças coladas. Elaborada pelos autores.

Figuras 31 - Inicio da impressão 3D. Elaborada pelos autores.

Figuras 32- Detalhe da impressão 3D. Elaborada pelos autores.

Figura 33 - Impressão 3D finalizada. Elaborada pelos autores.

Figura 34 - Pintura e montagem das peças. Elaborada pelos autores.

Figura 35 - Perspectiva 1 maquete pronta. Elaborada pelos autores.

Figura 36 - Perspectiva 2 maquete pronta. Elaborada pelos autores.

Figura 37 - Perspectiva 3 maquete pronta. Elaborada pelos autores.

Figura 38 - Planta maquete pronta. Elaborada pelos autores.