Nós em Notícia

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Uma Experiência a Não Esquecer

No ano letivo passado, enquanto frequentava o 11º ano, a minha professora de Inglês informou a turma acerca de um Bootcamp (campo de férias), o qual tinha sido organizado pela Embaixada dos Estados Unidos da América. Decidi arriscar e inscrevi-me, pensando sempre que não iria ser uma das selecionadas. Qual não foi o meu espanto quando recebi um e-mail a confirmar que havia sido uma das escolhidas. Fiquei muito entusiasmada e ansiosa para que o “Dia D” chegasse. Quando isso aconteceu, eu estava com o coração nas mãos e muito receosa, pois seria a primeira vez que iria estar tão longe dos meus pais durante uma semana inteira. Fomos para a Academia de Campo, em Coruche. Na viagem, ao contrário do que eu pensava, rapidamente começámos a confraternizar uns com os outros sem qualquer retração. O nosso grupo era constituído por pessoas de todo o país, desde o Porto ao Algarve, até da Ilha da Madeira. Fazia também parte do grupo uma rapariga americana chamada Juliana Ramirez, vinda de Long Beach. No decorrer de toda a semana, ela foi sempre muito simpática e foi com quem eu falei mais em Inglês, levando-me a ter conversas espontâneas acerca de inúmeros assuntos da nossa idade. Quando lá chegámos, conhecemos os nossos monitores, que eram portugueses (e as únicas pessoas com quem falávamos em português), e estes informaram-nos acerca do regulamento do campo. Mais tarde, a Virgínia, a senhora responsável por tudo isto ter sido possível, explicou-nos o porquê de termos sido convidados para lá estar e informou-nos acerca das atividades que iríamos realizar durante toda a semana. Estas estiveram sempre intercaladas com as atividades organizadas pelos monitores do campo. Tínhamos alturas para “brincar” e outras para trabalhar. À noite realizávamos sempre as atividades da academia, as quais envolviam o contacto com a natureza, como um Peddy Paper em grupo, com o auxílio de apenas uma lanterna, no meio do mato. Um pouco assustador de início, mas, ao mesmo tempo, uma lição de sobrevivência. Ao longo da semana, foram várias as atividades desenvolvidas: fizemos escalada, cumprimos tarefas como dar banho aos cavalos e tratar da horta, conduzimos karts, andámos de bicicleta e de cavalo, jogámos tiro ao arco, entre outras. Num dos dias, a manhã foi toda ocupada com apresentações individuais, pois, no primeiro dia, a Virgínia atribuiu-nos um Estado Americano do qual teríamos que falar durante cinco minutos, tendo-nos dado informação acerca do mesmo. Eu tive de falar acerca do North Carolina. Fiquei com o Estado que tem o meu nome! O dia mais cansativo, mas, também, o mais marcante para mim, foi quando visitámos as instalações da NATO (North Atlantic Treaty Organization). Falámos com diversas pessoas que ali trabalham, que nos explicaram tudo o que envolvia o trabalho desta organização em Portugal. De seguida, fomos para a Embaixada Americana, onde nos foi atribuída a responsabilidade de desenvolvermos trabalho voluntário em diferentes associações. Eu fiz parte do grupo que ajudou a associação “CASA”. Tive também oportunidade de aprender mais sobre o sistema educativo nos EUA e descobri que nós, alunos portugueses, podemo-nos candidatar às universidades americanas através de bolsas de estudo. Um dos alunos portugueses que ganhou uma dessas bolsas foi-nos contar a sua experiência. Este falou em inglês e eu fiquei estupefacta com a sua fluência e pronúncia. O penúltimo dia foi todo ele passado com o intuito de retratar um dos feriados mais importantes para os americanos, o 4 de julho. Realizámos um “barbecue”, juntamente com dois “marines”, e conhecemos uma equipa portuguesa de futebol americano, chamada Lisboa Navigators, com a qual aprendemos a jogar. Por fim, o último dia chegou. Foi muito difícil despedirmo-nos uns dos outros, até houve lágrimas! Esta experiência foi muito gratificante. Tenho a agradecer muito à minha professora de Inglês, Ana Martins, porque sem ela isto não teria sido possível. Terei sempre na minha memória todos os brilhantes momentos que experienciei. Será algo sempre a recordar e que me fez crescer bastante como pessoa, quanto mais não seja pelo sotaque com que fiquei, uma mistura dos sotaques alentejano, nortenho e madeirense. Já nem eu me percebia!

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Carolina Rodrigues, 12ºC


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