VERDADES INEXPLORADAS POSTAIS INTERNACIONAIS







Orientação e organização pela docente:
Profª Drª Raquel Beleza da Silva Coordenação:
Águeda T Rodrigues Bento
Ana Francisca Batista
Catarina Mendonça
Gabriel Pires Dias
Letícia Alves Gonçalves
Mariana Almeida Serra
Marta Francisco
Refletir sobre a Segurança Internacional reveste-se de uma dificuldade acrescida nos dias que correm Eventos como a invasão russa da Ucrânia desde fevereiro de 2021 e a ofensiva israelita contra o Hamas na Faixa de Gaza desde outubro de 2023, têm em muito contribuído para a desestabilização do sistema internacional Paralelamente, a ascensão de velhas tensões geopolíticas, com a humanidade a re-entrar num espírito de Guerra Fria tem levado ao regresso aparente a uma política internacional dividida em blocos. Deste modo, o “Fim da História” proclamado nos anos 90 por autores como Francis Fukuyama, com o triunfo derradeiro dos valores demoliberais por todo o mundo, manifestou-se uma utopia irrealizável Neste contexto, o retorno a táticas de securitização outrora tidas como do passado, como a corrida aos armamentos numa lógica de jogo de soma nula, aparentam apontar a um retorno à escola do pensamento realista estatista em detrimento do liberalismo universalista
Todavia, pensar a Segurança Internacional vai muito além dos preceitos inerentes ao realismo: efetivamente, a promoção da securitização do Estado como objeto de referência nem sempre se traduz numa maior securitização de outras componentes igualmente vitais para as sociedades humanas, desde a energia, o ambiente até às próprias populações humanas. Aliás, apesar de ser classificado como a entidade política com o monopólio legítimo da força num determinado território, o intensificar da securitização do Estado pode mesmo levar à dessecuritização do outro lado do contrato social, isto é, das pessoas.
O reconhecimento do Estado como uma ameaça à Segurança Internacional é admitida pelas teorias ortodoxas/mainstream das Relações Internacionais, nomeadamente pelo liberalismo graças ao seu enfoque na defesa de direitos inalienáveis e inerentes a toda a humanidade, independentemente de fatores como a cultura, o sexo, a religião ou - talvez o ponto mais importante nesta discussão - o Estado no qual se encontram Na sequência deste raciocínio, e num sistema onusiano fundado sob preceitos de uma ordem liberal mundial, não é de admirar que certos Estados que contrariam este status quo sejam proclamados como párias e, subsequentemente, ameaças à Segurança Internacional, enquanto que os “bons alunos” da comunidade internacional desfrutam do luxo de deter a possibilidade de rotular os Estados que desejam como Estados párias e, por vezes, até mesmo de falhados É neste contexto que surge esta obra. No âmbito da unidade curricular de Segurança Internacional do terceiro ano da licenciatura em Relações Internacionais pela Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra, a Professora Doutora Raquel Beleza da Silva propôs, enquanto docente da disciplina em questão, a redação de uma obra com o intuito de adotar uma abordagem crítica da Segurança Internacional Mais precisamente, o objetivo desta obra é adotar uma abordagem crítica, desconstruindo a categorização do conceito de pária, seja na sua definição seja na sua aplicação aos demais Estados. Este projeto é o resultado do trabalho desenvolvido ao longo do segundo semestre do ano letivo 2023/2024 pelos alunos do curso, sendo igualmente um projeto inovador no referente à metodologia: com o recorrer à elaboração de postais como um meio de desmontar, por um lado, os preceitos e os estereótipos associados aos ditos Estados párias, assim como, por outro lado, desconstruir a imagem supostamente exemplar dos Estados ditos não-párias Nesse sentido, em termos de estrutura, a obra será dividida seguindo uma ordem temática entre a Segurança Humana e a Segurança Ambiental
Christian
Inaê
Christian
Inaê Cuvier
Maé Dahoui
Vincent Mendy
V o l u m e I
V o l u m e I I
Orientação e organização pela docente:
Profª Drª Raquel Beleza da Silva
Coordenação:
Ana Margarida de Almeida
Flávia da Cruz de Sousa
Iara Andreia Francisco Duarte
Jikke Renee Otte
Joana Filipa Augusto Caramelo
Maria João Alves Correia Saraiva
Pedro Walter Klering
Geralmente, quando pensamos em postais, imaginamos bonitas imagens que representam e nos apresentam locais turísticos, que gostaríamos de visitar um dia e que, inevitavelmente, criam uma narrativa positiva destes mesmos lugares. Esta representação, construída tanto visualmente como de forma escrita, leva-nos a olhar, de forma apreciativa, para os locais que observamos Por outro lado, ao ouvirmos o termo segurança internacional, há uma associação quase imediata a noções de ameaça, defesa, prevenção e, até mesmo, sobrevivência - em conclusão, conceitos bastante distintos daqueles que associamos a um postal. Ainda assim, será que os dois não se podem cruzar? Serão postais e a segurança internacional assuntos tão diferentes que não possam ser, de alguma forma, relacionados?
Enquanto alunos da unidade curricular de Segurança Internacional do terceiro ano da licenciatura em Relações Internacionais na Faculdade de Economia Universidade de Coimbra, propomo-nos, neste volume, a demonstrar a possível interseção entre estas duas esferas. Incitados e auxiliados pela docente Raquel Beleza da Silva e organizados em grupos de trabalho, procurámos criar dez conjuntos de três postais, correspondentes aos dez grupos da turma teórico-prática 2, no qual revelámos ou abordámos um ou mais países, por cada grupo, que são frequentemente vistos pelas narrativas dominantes nas Relações Internacionais como um problema para a preservação da segurança internacional, de forma a que nada fosse deixado por descodificar ou que houvesse uma possibilidade de esconder qualquer dinâmica identificada como problemática pelos restantes atores do sistema internacional.
Desta forma, ao longo do segundo semestre do ano letivo 2023/2024, cada grupo procurou a criação de um conjunto de três postais, nos quais as imagens da frente foram editadas da maneira escolhida por cada grupo e o verso de cada postal contém uma curta explicação relativamente àquilo que a imagem a que se associa se propõe reverter ou criticar.
Posto isto, para conferir alguma uniformidade aos postais que verificámos tratarem das mais diversas áreas geográficas e dos mais diversos temas ligados à segurança internacional, como poderão ver ao folhear o presente volume, tomámos a decisão de o organizar por regiões do planeta. Esperamos, assim, que estes postais constituam, para os leitores, uma componente didática e uma forma crítica de olhar para os Estados e as suas práticas, como foram para nós a construí-los.
Ângela Santos
Catarina Martins
Isabela Cunha
Valeria Camilletti
Sofía
Catarina
Isabela
Sofía