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Vilancete castelhano de Gil Vicente

Carlos de Oliveira Vicente

Por mais que nos doa a vida nunca se perca a esperança; a falta de confiança só da morte é conhecida. Se a lágrima for cumprida a sorte, sentindo-a bem, vereis que todo o mal vem achar remédio na vida. E pois que outro preço tem depois do mal a bonança, nunca se perca a esperança enquanto a morte não vem.

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(poema lido e seleccionado pela Diana, 9ºC)

Cheiro a terra as árvores e o vento Que a Primavera enche de perfumes

Mas neles só quero e só procuro

A selvagem exalação das ondas

Subindo para os astros como um grito puro.

Meditação do Duque de Gandía sobre a morte de Isabel de Portugal

Sophia de Mello Breyner Andresen

Nunca mais

A tua face será pura limpa e viva

Nem o teu andar como onda fugitiva

Se poderá nos passos do tempo tecer.

E nunca mais darei ao tempo a minha vida.

Nunca mais servirei senhor que possa morrer.

A luz da tarde mostra-me os destroços

Do teu ser. Em breve a podridão

Beberá os teus olhos e os teus ossos Tomando a tua mão na sua mão.

Nunca mais amarei quem não possa viver Sempre,

Porque eu amei como se fossem eternos

A glória a luz o brilho do teu ser, Amei-te em verdade e transparência

E nem sequer me resta a tua ausência,

És um rosto de nojo e negação

E eu fecho os olhos para não te ver.

(poema lido e seleccionado pela Diana, 9ºC)