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A selvagem exalação das ondas

Subindo para os astros como um grito puro.

Mar

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Aquela praia extasiada e nua, Contas

Nuno Júdice

Uma noite, quando a noite não acabava, contei cada estrela no céu dos teus olhos; e nessa noite em que nenhum astro brilhava deste-me sóis e planetas aos molhos.

Nessa noite, que nenhum cometa incendiou, fizemos a mais longa viagem do amor; no teu corpo, onde o meu encalhou, fiz o caminho de náufrago e navegador.

Tu és a ilha que todos desejaram, a lagoa negra onde sonhei mergulhar, e as lentas contas que os dedos contaram por entre cabelos suspensos do arnessa noite em que não houve madrugada desfiando um terço sem deus nem tabuada.

(poema lido e seleccionado pelo Alexandre, 9ºC) II