A Bolsa de Valores das Ideias

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A PERCEPÇÃO DO EU NAS SOCIEDADES CONTEMPORÂNEAS

Personalidade se refere a uma captação histórica de uma experiência vivida por todo ser humano. A sensação de estar vivendo concretamente uma história. Se formos considerar a etimologia da palavra retomaremos suas origens no teatro. Per sonare: buraco das antigas máscaras utilizadas no teatro, através do qual passava o som da voz do ator (vejam, aquele que atua, terminal biológico da ação, diria) e sua fala provocaria seus efeitos na cena. Com o tempo esse fato passou a nomear o próprio ente ou individuo presente na história: a persona ou o personagem como dizemos hoje. Daí a se popularizar em pessoa, ou seja, quem nós somos, foi apenas em pulo. Sabemos que esse personagem é construído e, mais ou menos explicitamente, que ele ganha vida e atua. A sua aparência de unidade é só aparência: um ator sabe que o personagem vai sendo construído ao longo de um processo, antes de encarná-lo totalmente. Se prestarmos atenção, também percebemos que, não à toa, somos para nós mesmos e para outros uma personalidade. Como no teatro, somos construídos, só que não por um autor individual, mas por um coletivo chamado cultura. Ela fornece os elementos de construção ou montagem desse personagem (personalidade) através de seu acervo de figurinos, trejeitos, línguas e linguagens, costumes e tradições etc. O conjunto dinâmico desses elementos chama-se subjetividade. Sua unificação ou

As máscaras são construções de personalidades

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