A Bolsa de Valores das Ideias

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A BOLSA DE VALORES DAS IDÉIAS

O ritmo é a linguagem do tambor. Tudo indica que o tambor vai se tornar para o século XXI o que foi a guitarra para a música do séc XX. O mercado sonoro contemporâneo é regido pelo ritmo, que rege também nossa irracionalidade. Talvez não tenha sido por coincidência que o ritmo tenha se tornado a trilha sonora do início deste século, seja no formato digital (drum’s bass, jungle, goa, techno) ou manufaturado (Timbalada, Olodum, Ilê Aiyê, Didá, Bagunssasso, para citar alguns dos inúmeros blocos percussivos de Salvador). Afinal, como vimos, vivemos numa era em que a racionalidade já não é a dona absoluta da razão e é nesse ponto que o ritmo toca: no chacra do que há de menos intelectual em nós.

Ritmo – o regente das almas

Perifa pop-center - A alta cultura começa a ceder espaço para a cultura de rua. Periferias do mundo inteiro começam a investir na própria cultura como produto. As periferias são hoje os grandes fornecedores da indústria cultural contemporânea, seja na música, na moda (street wear), no esporte, no comportamento etc. E periférico aqui se refere tanto à localização geográfica, quanto às distâncias de cada um em relação aos Meridianos de Greenwich oficiais. Ou seja, em relação ao que é tomado como padrão de referências, de coordenadas, para tudo o mais que existe à sua volta. Na verdade, o que as periferias fizeram foi criar seus próprios Meridianos de Greenwich, a quebrar as linhas de exclusão que as separavam dos centros. E aqui cabe nos perguntar: excluídos do quâ? Estamos sempre contidos em alguns conjuntos e, de fato, fora de outros. Mas no grande conjunto, que é o dos humanos, estamos todos contidos. E de onde se está FACULDADESJORGEAMADO 111


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