Esse trabalho propõe reflexões e atuações possíveis a partir do diálogo entre a poesia e a cidade, com a intenção de estimular um modo distinto de se debruçar sobre o espaço urbano, que dê abertura a novas experiências em meio a tempos marcados pela racionalidade, rapidez de acontecimentos e percepções rasas. A percepção sensível do mundo requer um olhar poético, irreverente; implica enxergar o óbvio, o banal e esmiuçá-lo, transvê-lo ou seja: ver além, a partir de um olhar subjetivo. Assim, a poesia rechaça as limitações da realidade e proporciona a formulação de hipóteses para que, em suas minúcias, a vida seja reinventada.
Propõe-se, portanto, indagar se a consideração de tais relações entre a poesia, o indivíduo, a cidade e o cotidiano favoreceria uma condição relevante para adquirir diferentes percepções e experimentações poéticas do espaço urbano, e, por consequência, subverter as barreiras que limitam tanto o olhar e a permeabilidade na cidade, como as que limitam o raciocínio projetual.