Sophia de Mello

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A biografia de Sophia de Mello

Breyner Andresen

Ana Araújo | Anabela Rodrigues | Francisca Casanova | Inês Júnior

Título: Biografia de Sophia de Mello Breyner

Autoras: Ana Araújo, Anabela Rodrigues, Francisca Casanova, Inês Júnior

Ilustrações: Inteligência Artificial - Fonte Canva

1ª edição: Maio de 2024

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A biografia de Sophia de Mello Breyner Andresen

Ana Araújo Anabela Rodrigues Inês Júnior Francisca Casanova

Sophia de Mello Breyner Andresen, poetisa e escritora portuguesa, nasceu a 6 de novembro de 1919, na cidade do Porto. A escritora é filha de Maria Amélia de Mello Breyner e de João Henrique Andresen.

Cresceu e viveu na cidade do Porto. A sua infância foi passada na casa dos pais na Quinta de Campo Alegre e na casa dos avós Andresen.

Esta fase da sua vida é caracterizada por uma etapa feliz, marcada por diversas brincadeiras com os seus três irmãos, João, Tomás e Gustavo.

O r i g e n s e f a m í l i a

Quando era mais jovem, Sophia de Mello Breyner passava as férias de verão na praia da Granja, tendo desenvolvido uma forte ligação com o mar e com a natureza, temas frequentemente explorados nas suas obras.

“Quando eu morrer voltarei para buscar os instantes

que não vivi junto do mar.

Espero sempre por ti o dia inteiro

Quando na praia sobe, de cinza e oiro,

O nevoeiro

E há em todas as coisas o agoiro

De uma fantástica vinda.”

Aos 19 anos, Sophia de Mello Breyner conheceu o seu futuro marido, Francisco de Sousa Tavares, enquanto frequentava o curso de Filologia Clássica na Universidade de Lisboa.

O r i g e n s e f a m í l i a

A 27 de novembro de 1946 a escritora casou-se com Francisco de Sousa Tavares. Fruto do seu casamento, a poetisa e escritora teve 5 filhos: Maria, Isabel, Miguel, Sofia e Xavier. Com o crescimento da família, a escritora portuguesa mudou-se para uma casa maior no Bairro da Graça. Esta mudança serviu de inspiração para escrever o poema “Noturno da Graça”. As viagens que fazia frequentemente também eram uma grande fonte de inspiração.

O r i g e n s e f a m í l i a

Sophia de Mello Breyner cresceu numa família culta. A mãe gostava muito de ler e ,desta forma, alimentava também o seu gosto pelos livros.

Entre os 7 e os 17 anos estudou no Colégio Nossa Senhora do Rosário, na cidade do Porto. Era uma boa aluna, principalmente na disciplina de português.

Mais tarde, frequentou o curso de Filologia Clássica, na Faculdade de Letras, em Lisboa. Contudo não completou o curso, pois considerava que o estudo lhe retirava tempo que poderia dedicar à escrita.

CURIOSIDADE

Quando aprendeu a ler fez uma viagem para umas termas em família, com a sua mãe, avó e primas. Sophia de Mello Breyner Andresen não levou nenhum livro para a viagem e, por isso, pediu à mãe para lhe comprar um. O livro que a mãe lhe comprou tinha como título “Mitologia Grega” tendo desenvolvido um gosto pela Grécia antiga.

E d u c a ç ã o e f o r m a ç ã o

A família de Sophia de Mello Breyner Andresen, para comemorar datas festivas, costumava fazer representações e espetáculos. Certo dia, para uma dessas festas, a empregada Laura ajudou a escritora a decorar o poema “A Nau Catrineta”. Surpreendeu toda a gente com o seu desempenho e, assim, o avô Thomaz apresentou-lhe poemas de autores prestigiados como:

ANTERO DE QUENTAL LUÍS DE CAMÕES ANTÓNIO NOBRE

Apaixonou-se pela poesia e pelo encanto das palavras. Para além de poemas, também começou a escrever contos e histórias para crianças. P r o c e s s o d a e s c r i t

“Comecei a tentar escrever com 12 anos. Depois, aos 14, escrevi mais e a partir daí fui

sempre escrevendo. Entre os 16 e os 23 escrevi mais do que em todo o resto da minha vida”.

a

O primeiro conto infantil que escreveu foi “A Menina do Mar”. Este conto foi escrito com base numa história que a mãe lhe costumava contar, de vivências da sua infância e de conversas com os seus filhos.

Sophia de Mello Breyner Andresen estreou-se em edição de autor em 1944, com a publicação do seu primeiro livro de poemas, "Poesia", que a consagrou como uma das mais importantes vozes da poesia do século XX.

P r o c e s s o d a e s c r i t a

Ao longo da sua carreira, Sophia de Mello Breyner Andresen foi honrada com diversas distinções e prémios

literários, incluindo:

P r é m i o s 1 1964
da
de
2
Gulbenkian
para crianças
1999 3 4 Prémio
Poesia Ibero-Americana 1992 2003
Grande Prémio da Poesia
Sociedade Portuguesa
Escritores
Grande Prémio Calouste
de Literatura
Prémio Camões
Rainha Sofia de

Em 2014, a Assembleia da República concedeu por unanimidade a Sophia de Mello Breyner Andresen a honra de repousar no Panteão Nacional, o mais alto reconhecimento concedido a personalidades portuguesas que se destacaram pela sua obra ou pelos serviços prestados à nação.

P r é m i o s
“Poesia”

Poesia, 1944

E eu tenho de partir para saber

Quem sou, para saber qual é o nome

Do profundo existir que me consome

Neste país de névoa e de não ser.

foi a primeira obra publicada por Sophia – na altura, uma edição da própria autora.

O b r a s p r i n c i p a i s

A menina do mar, 1958

A Menina do Mar é o primeiro conto de Sophia para a infância e foi editado, pela primeira vez, em 1958.

Tendo a praia como cenário, este conto revela-nos

uma história de amizade entre um rapaz e a Menina do Mar. Cada um vive no seu mundo, o rapaz na

terra e a menina no mar, mas a curiosidade de ambos leva-os a querer partilhar essas diferenças: a menina fica a saber o que é o amor, a saudade e a alegria; o rapaz aceita viver com ela no fundo do mar.

O b r a s p r i n c i p a i s

A fada Oriana

Dizia Sophia que as fadas são seres da natureza. Queria com isto lembrar que elas nascem da nossa capacidade de atribuir vida, vontade e intenções ao mundo da natureza.

Em “A Fada Oriana”, encontramos o dom da proteção sobre os seres mais frágeis que vivem numa floresta, encontramos as tão humanas oscilações entre a solidariedade, o sentido da responsabilidade, o egoísmo e a vaidade. Encontramos, como é próprio de muitos contos tradicionais e para a infância, as peripécias de uma luta entre o bem e o mal.

O b r a s p r i n c i p a i s

Desde cedo, a escritora conviveu com o seu marido Francisco e com personalidades relevantes da cultura portuguesa do seu tempo, nomeadamente escritores, poetas, músicos, críticos da arte e também pintores.

Nessa época, Portugal era governado por Salazar num regim . DITATORIAL

O casal indignado com o regime, debatia os problemas do país promovendo a luta pela liberdade.

O marido da poetisa foi preso várias vezes. Apesar de Sophia de Mello Breyner não ter chegado a ser presa, foi interrogada pela PIDE devido às suas posições políticas.

Orgulhosa da coragem do marido, escreveu-lhe um poema em que demonstrava a sua admiração por ele:

Porque os outros têm medo, mas tu não. (...)

Porque os outros se calam, mas tu não (...)

C o n t e x t o h i s t ó r i c o , c u l t u r a l e p o l í t i c o

A revolta contra os ideais do regime e as desigualdades que levaram a maioria da população à pobreza levou Sophia de Mello Breyner Andresen a escrever vários poemas, nomeadamente:

O Velho Abutre;

O velho abutre é sábio e alisa as suas penas;

A podridão lhe agrada e seus discursos; Têm o dom de tornar as almas mais pequenas.

C
n
e x t o h i s t ó r i c o , c u l t u r a l e p o l í t i c o
o
t

A ilustre escritora exprimiu a sua indignação recorrendo à poesia.

Dois dos versos que escreveu no poema «Cantata da Paz» ficaram célebres e foram cantados pelo padre

Francisco Fanhais:

“Vemos, ouvimos e lemos Não podemos ignorar.”

Em 1958, o casal aderiu à campanha do general Humberto Delgado, que anunciara publicamente a intenção de demitir Salazar caso fosse eleito Presidente da República.

C o n t e x t o h i s t ó r i c o , c u l t u r a l e p o l í t i c o
“Cantata da Paz” Francisco Fanhais

Em 1945 foi fundado o Centro Nacional de Cultura (CNC) e tinha como objetivo a defesa de uma cultura livre.

A maioria dos participantes do CNC eram da oposição e reuniam-se para debater questões da cultura, sociais e políticas.

Por esse motivo, a PIDE estava sempre atenta ao que poderia acontecer.

O casal acabou por aderir e, mais tarde, assumiram a presidência do CNC.

Apesar de alguns dirigentes terem sido presos, a PIDE não conseguiu impedi-los de manifestarem as suas opiniões em defesa da .

LIBERDADE

C o n t e x t o h i s t ó r i c o , c u l t u r a l e p o l í t i c o

Anos mais tarde, na madrugada do dia 25 de abril de 1974, o Movimento das Forças Armadas

derrubou a ditadura e devolveu a democracia aos portugueses.

Numa entrevista que deu uns anos mais tarde, Sophia de Mello Breyner Andresen disse o seguinte:

“O 25 de Abril foi dos momentos de máxima alegria da minha vida. Foram dias que vivi em estado de levitação. Isso, aliás aconteceu a muita gente. E está dito no poema que escrevi:

Esta é a madrugada que eu esperava

O dia inicial inteiro e limpo

Em que emergimos da noite e do silêncio.

E vivos habitamos a substância do tempo

C o n t e x t o h i s t ó r i c o , c u l t u r a l e p o l í t i c o

Origens e família

ÍNDICE

Educação e formação

Processo da escrita

Prémios

Obras principais

Contexto histórico , cultural e político

Quando morrer voltarei para buscar os instantes que não vivi junto do mar.

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