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A CASA ROSA

A antiga residência da família Malpaga, popularmente conhecida pelos jundiaienses como Casa Rosa é um edifício emblemático da cidade e tem uma história de muita resistência que se inicia com a sua construção no final do século XIX.

Segundo descrição no site “Tem Cidades”, o prédio é um modelo exemplar dos métodos construtivos trazidos pelos capomastri italianos (mestres de obras) que se instalaram em Jundiaí nos séculos XIX e XX. Nessa construção observa-se o emprego de tijolos maciços em barro, que até o momento eram inutilizados no Brasil, e também há a presença do frontão triangular, do alpendre lateral com arcos, das colunatas e a coloração rosa.

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Atualmente a Casa Rosa integra o Inventário de Proteção do Patrimônio Artístico e Cultural de Jundiaí (IPPAC) e é reconhecida pelo município como patrimônio. Dessa maneira, a casa é protegida por apresentar importância histórica à cidade.

No entanto, a história dessa edificação nem sempre foi lembrada por esse saudosismo e reconhecimento por parte dos poderes públicos.

Infelizmente, em meados de 2014, o antigo proprietário do prédio tentou demolir a Casa Rosa para construir um estacionamento. Diante desse desdém com o patrimônio, a população se mobilizou e pediu aos órgãos competentes para que iniciassem o tombamento do imóvel. No ano seguinte o prefeito Pedro Bigardi assinou o que deu início ao processo de tombamento do casarão, mas nos anos seguintes o mesmo continuou a se deteriorar, pois a proteção de um patrimônio não impede que os estragos causados pelo tempo e o uso parem de ocorrer.

Apenas em 2020 o imóvel foi vendido iniciou-se um processo de restauro pelos novos proprietários Daniela e Augusto Chechinato. Hoje o casarão encontra-se estável e vive dias melhores com perspectiva de reabertura ao público no futuro.

Configura O Original Da Casa Rosa

O edifício tem uma tipologia habitacional e seu uso original era residencial. Na imagem abaixo, concedida por Júlia Almeida, estudante de Arquitetura da Unesp e representante da Casa Rosa nas mídias sociais, é possível observar a configuração original da casa. Vale ressaltar que os atuais proprietários estão restaurando o imóvel mas ainda não há uma intenção específica de uso futuro do casarão.

Implanta O

Tendo em vista que para atender a um programa de necessidades de uma faculdade de Arquitetura e Urbanismo é necessário mais espaço do que o terreno original da Casa Rosa oferece, foi proposta a anexação de dois terrenos vizinhos para o projeto. Logo, o terreno da Escola Rosa possui uma área total de aproximadamente 1.660,95m² e nele estão implantados dois blocos: a Casa Rosa e o edifício novo em “L”, ambos envoltos por duas praças que se interligam pelo eixo de circulação que conecta ambos os prédios. A escolha do edifício nesse formato tem como objetivo “abraçar” a casa antiga e não criar uma arquitetura nova para competir com o velho, mas sim cohabitar o mesmo espaço.

Conceito E Partido

A Escola Rosa tem uma proposta diferente de ensino que destoa do tradicional. Portanto, o projeto deve ser capaz de ensinar. Através da restauração da casa antiga, a intenção do edifício é mostrar como é possível integrar estilos diferentes de arquitetura e valorizar o patrimônio arquitetônico.

Para isso, será necessário adequar a planta original da casa às novas necessidades da Escola Rosa. Além disso, será construído um novo bloco que “abrace” o edifício antigo e abrigue o restante do programa. A conexão entre ambos os prédios acontece através de uma passagem envidraçada que traga uma experiência interessante ao aluno.

Quanto à setorização do projeto vale pontuar que o edifício antigo irá abrigar a administração e área dos professores enquanto que o edifício novo irá abrigar toda a parte institucional e de uso dos alunos.

Planta De Cobertura

Devido à deteriorização da Casa Rosa ao longo dos anos, algumas partes do imóvel foram se degradando e dentre elas o telhado é o que se encontra em piores condições. Originalmente, a estrutura da cobertura da casa é composta por madeira e telha cerâmica. Sendo assim, no projeto será mantida essa proposta e será feita a estabilização desse telhado. Enquanto isso, no edifício novo em “L”, a estrutura da cobertura será composta por ripas e caibros de aço e a telha sanduíche. A inclinação a ser utilizada é de aproximadamente 8%.

A escolha desse material proporciona um controle térmico eficiente para o edifício e impede o superaquecimento das coberturas.

Planta Do Subsolo

O estacionamento está localizado no subsolo do edifício em “L” e é possível acessar o térreo do mesmo através do elevador e da escada. No total há 18 vagas para carro, sendo uma delas para portadores de deficiência e 6 vagas de moto. Vale ressaltar que o estacionamento é de uso exclusivo de funcionários da Escola Rosa, assim como qualquer aluno que necessite de atendimento especial.

Sendo assim, os alunos poderão utilizar os estacionamentos da região onde a Escola Rosa se encontra. Pode-se destacar que há menos de 300m há um estacionamento que atende às necessidades da instituição. A estrutura do subsolo será composta por pilares e vigas de aço.

Planta Do Pavimento T Rreo

No pavimento térreo há a distribuição do setor administrativo e área de uso dos professores na Casa Rosa, enquanto que os laboratórios, áreas de uso comum, biblioteca, cafeteria e papelaria estão locados no edifício em “L”.

É importante pontuar que a Escola Rosa está inserida em um terreno plano com apenas 1,00m de desnível entre a praça do casarão e a praça de encontro. Portanto, para acessar o edifício há uma escada e uma rampa localizadas na entrada de pedestres que direcionam o caminho do estudante para transitar do edifício antigo para o novo.

Por sua vez, o acesso de veículos está localizado no subsolo da praça de encontro e do edifício em “L”.

Planta Do Primeiro Pavimento

No primeiro pavimento do edifício em “L” estão localizadas as salas de aula, a sala de palestras que comporta 100 alunos, um fablab moderno, a sala da atlética e a maquetaria. A proposta da Escola Rosa é oferecer uma infraestrutura completa aos alunos no aprendizado não apenas teórico, mas também prático com os laboratórios projetados no espaço. Sendo assim, os usuários do espaço poderão utilizar o fablab para produzir objetos rapidamente através de computadores e máquinas, confeccionar modelos dos seus projetos na maquetaria, discutir pautas da Escola Rosa na sala da atlética e usufruir das salas de aula que podem ser organizadas diferentemente de acordo com a necessidade das aulas.

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