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O Infante
Contam-se pelos dedos de uma mão os livros de banda desenhada portuguesa com inspiração manga São poucos e acreditem que não é por falta de qualidade ou por existirem poucos artistas a desenharem este estilo de arte. O problema aqui é que não há editoras que queiram arriscar em autores nacionais ou porque ainda há um certo estigma dos “adultos” em verem a banda desenhada japonesa com outros olhos
Mas aos poucos isto vai mudando… Tudo isto para dizer que o primeiro manga que li no primeiro dia de 2016 é a prova de que as coisas estão a mudar O Infante foi lançado na Comic Con Portugal do ano passado (2015) e foi editado pela El Pep, uma editora independente de Lisboa que não tem medo de lançar jovens autores nacionais. O livro chegou agora às lojas da especialidade.
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O livro O Infante tem assumidamente a estética da banda desenhada japonesa conhecida como Manga Para quem é apreciador deste tipo de arte facilmente consegue apontar as várias influências que a autora Daniela Viçoso utiliza para contar esta história que aborda a amizade e a cumplicidade entre o Infante de Portugal e o seu escudeiro real desde a infância até à idade adulta.
É aqui que também encontramos outro ponto de influência com o manga, mais especificamente com um dos géneros, o “shounen ai” (nome dado à banda desenhada japonesa que aborda/explora o amor entre personagens masculinas) e que tem como público o universo feminino.
Quanto à arte propriamente dita, o estilo de desenho e traço da autora é bastante fluído e redondo, abonecado mas realista e o uso do preto e branco é feito de uma forma inteligente. Não sei se resultaria melhor se este duelo preto/branco se fosse substituído pelas tonalidades claras e escuras do azul como podemos ver na capa numa óbvia homenagem ao azul da nossa azulejaria.
É de louvar também a intenção que a autora quis dar ao seu manga não esquecendo as suas origens, e optar por um cruzamento do código linguístico do Manga com o seu cunho pessoal e a estética da arquitectura portuguesa da época e dos maneirismos monárquicos de então que podemos ver nos separadores dos capítulos, como podemos ler na sua sinopse

Os diálogos são curtos e as peripécias desenvolvem-se a uma distância digna do leitor, ao mesmo tempo que permitem o acesso a uma intimidade com o desenrolar da história ao longo das 80 páginas.
Como curiosidade este livro foi escrito e desenhado pela algarvia Daniela Viçoso (licenciada em Pintura na Faculdade de Belas Artes) no âmbito do seu mestrado em Inglaterra.
1. Inesperada. Injusta. Irracional. É assim a morte. Abrupta.
Incompreensivelmente precoce às vezes.
2.
A morte conta sempre uma história. Tantas vezes breve, demasiadas vezes incompleta.
3.
Há porquês que jamais terão resposta. Há amores que nunca morrem. Há saudades que são eternas.
4.
Nunca se espera. Nunca se está preparado. Nunca é a hora. Ninguém devia morrer antes de poder viver. Nunca.
Texto: Dora Assis Pinto | Fotografias:Virgílio Santos
A Aldeia de Paio Pires, situada na margem esquerda da Ribeira de Coina, pertenceu durante séculos ao termo de Almada, sendo local de implantação de diversas quintas, entre as quais a Quinta de Cucena, doada por D. João I a Estêvão Lourenço, a Quinta de Fernão Ferro, a Quinta da Atalaia e a Quinta da Palmeira, a qual foi adquirida no início do século XVI por ordem do rei D. Manuel e entregue ao Convento de Santa Maria de Belém. Um dos marcos de delimitação das propriedades deste Convento é ainda visível na proximidade de um areeiro em exploração na zona de Silhar de Alferes

A Aldeia é uma das freguesias que integram o concelho do Seixal e tem (dados de 2011) 12,14 km² de área e 13 258 habitantes. A sua densidade populacional era 1 092,1 hab /km² O seu nome origina-se do grande conquistador medieval Paio Peres Correia
Das actividades económicas destacavam-se a moagem de cereais e o descasque de arroz quer em moinhos de maré - da Quinta da Palmeira, do Breyner e do Zemouto - quer em moinhos de vento; a produção de vinho e azeite em várias quintas, entre as quais salientamos os lagares de azeite de José Abrahão de Almeida Lima, do Visconde de Reboredo e o da Quinta do Pinhalzinho; a extracção de sal - a partir da década de 30 de mil e novecentos, registou-se uma acentuada diminuição desta actividade devido, sobretudo, a modificações de carácter geográfico e climatérico, mas apesar disso a indústria salineira permaneceu em Paio Pires até ao final da década de 50 do século XX - e a ostreicultura, encontrando-se, em 1929, a Sociedade de Ostreicultura Portuguesa, Lda Sediada na Aldeia de Paio Pires

As salinas e os bancos de ostras eram explorados na margem esquerda do Tejo, numa área compreendida entre o pontal de Cacilhas e Alcochete.
Para além destas indústrias, existiam em laboração fornos de cal, telha e tijolo na Quinta da Palmeira, no sítio do Portinho, no vale de Cucena e junto a Coina.
No moinho de maré do Breyner, encontrava-se instalada, desde meados do século XIX, a fábrica de massas alimentícias da firma Miguéis & Filhos que, em 1895, associando a energia hidráulica ao vapor, ocupava cerca de 40 operários

Em 1908, esta fábrica de manipulação de massas passou para a propriedade da Companhia Nacional de Moagens.

Nos anos trinta do século XX, foi instalada no mesmo local a empresa SereiaFábrica de Adubos Orgânicos, Lda., produzindo farinhas, óleos de peixe e adubos orgânicos a partir dos desperdícios das fábricas de peixe, mantendo-se em laboração até finais da década de 70
A indústria corticeira teve também a sua representação na freguesia de Aldeia de Paio Pires . Em 1952, instalou-se, no vale de Cucena, um fabrico para preparação de cortiças, quadros e rolhas da empresa Manufacturas Pereira & Ramos, Lda Na década seguinte, esta fábrica foi adquirida pela Sociedade Naval, Lda , produtora de bóias de pesca, salva-vidas e coletes de cortiça.
Em 1946, a Sociedade Comercial Dowens, Lda estabeleceu-se com uma unidade industrial de quadros e rolhas na Quinta do Sapal - Alto dos Bonecos, Seixeira
Actualmente, encontra-se em laboração em Casal do Marco, desde 1989, a fábrica de cortiça de Guilherme Rodrigues Oliveira, Lda.
NTREMURALHAS |desde2010atéaopresente.
Seguindo o raciocínio para nós Portugueses de ser Único e estar tão perto o festival Entremuralhas organizado pelo colectivo Fade In, uma associação cultural de elevada estirpe que há longos anos nos habitua a eventos musicais e não só, de elevada qualidade, Carlos Matos o senhor que na maioria das vezes dá a cara mas rodeado por um leque de companheiros que no todo trabalham para que todos nós tenhamos acesso a algo qualitativo e de elevado valor, culturalmente e musicalmente falando.
As palavras podiam se correr iniciando em 2010 com o primeiro passo efectivo do festival, apesar da ideia já existir, mas não, não vamos pelo caminho de introspecção a cada ano e a cada festival, mas sim na ideia base do que é e para o que é ou um pouco a essênciadoeventoemsiedosentimentoquenosabrangeatodosnósquelámarcamos presença quer um ano, quer outro, nos vários dias ou só num dia ou apenas num momento
À FADE IN caberiam as palavras e o discurso de elaborar um texto sobre os motivos, interesses, paixões e motivações que levaram à criação do ENTREMURALHAS.
Por aqui apenas a paixão e devoção de um sentimento inicial de surpresa e ao estilo "como é possível?", mas a realidade, sim, tornou-se forma em 2010 com um cartaz deveras atraente tal como os seguintes sempre com aquela diferença, gosto mais do x ou y, mas isso é algo que nos atinge a todos, a paixão musical e o frenesim de ver o projecto x e y
Inicialmente o evento dividiu-se em dois palcos, dentro do mágico e único Castelo de LEIRIA, de fazer inveja a maioria dos locais pelo nosso planeta onde se realizam eventos deste tipo; criando-se mais tarde o terceiro palco e possivelmente um dos mais bonitos "Igreja da Pena" penso que só por aí o festival já merecia uma visita
Assisti aos primeiros cinco eventos anuais e falhei os últimos dois por várias razões que para a questão pouco interessa, mas reconheço e tenho a certeza do que o importante ou sejaoSentir,oprazerdeestar,oconvívio,oabsorverdealgomísticoeúnico,odeslocar de um momento para outro, para um palco Diferente, tudo Entremuralhas, dá-nos uma adrenalina que só quem passa por isso, sente.
Tenhotambémacertezaquetodososqueconheço,partilhamdesteidealeusufruemno momento de sensações que ao longo de uma vida nunca nos largarão, haverá sempre aquele momento que nos lembraremos que aquele concerto foi único e épico, concerto de uma vida, momento especial e inesquecível.
A título de término e como já disse não me cabe a função de "julgar" o evento nem de espelhar os melhores momentos ou menores, para isso temos a FADE IN, apenas me cabe exprimir o que se sente, a paixão que fica ao longo destes anos e uma certeza de que todos os que andamos por lá anualmente seja um, dois ou três dias, nos sentimos mais ricos e existencialmente mais felizes por podermos partilhar um conjunto de emoções eternas.
A todos que organizam, participam e pensam em participar num futuro próximo, um Bem Haja.
ENTREMURALHAS, o Privilégio de o usufruir e sentir
Texto: Luis Baptista | Fotografia:André Henriques