Caderno F
Saúde MANAUS, DOMINGO, 9 DE FEVEREIRO DE 2014
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Saúde e bem-estar F5
De bem
com o espelho O número de cirurgias plásticas no Brasil cresce a cada ano e essa é a área da medicina que traz mais inovações MELLANIE HASIMOTO Equipe EM TEMPO
G
ordurinhas localizadas, nariz de “batata”, bumbum e seios caídos. Esses e muitos outros “defeitinhos” podem ser corrigidos com a cirurgia plástica, um procedimento que há décadas já se tornou corriqueiro nos hospitais por todo o país. O Brasil, aliás, segue em segundo lugar no ranking de números de cirurgias, ficando atrás somente dos Estados Unidos. E, com o crédito facilitado, cada vez mais pessoas procuram os especialistas para melhorar a aparência e fazer as pazes com o espelho. No Brasil, no ano passado, foram realizadas um total de 905.124 cirurgias plásticas, o que significa que o país segue na vice-liderança quando se fala em número de cirurgias plásticas estéticas no mundo, perdendo apenas para os EUA. Mas os números tendem a continuar crescendo, devido a diversos fatores. “O aumento no número de cirurgias plásticas no Brasil se deve a alguns fatores, entre eles o aumento do poder aquisitivo das classes mais baixas, que introduziu no mercado de cirurgia plástica milhões de brasileiros. Outro fator é a maior importância que a autoestima tem ocupado nos últimos anos, principalmente em disputa por colocações no mercado de trabalho e na maior segurança nos procedimentos cirúrgicos quando realizados de forma adequada com equipe bem treinada e em hospital com infraestrutura adequada para a realização de cirurgias”, informa o médico cirurgião plástico Laércio Guerra Garcia Júnior, da clínica Ephesus, em São Paulo.
‘Recauchutagem’ Quilômetros de litoral, praias paradisíacas e o calor que tomam conta do país durante boa parte do ano fazem com que o Brasil seja conhecido no mundo inteiro pelos belos corpos de seus habitantes. Por conta disso, explica o cirurgião plástico Edilson Pinheiro, autor do livro “Histórias que os Médicos não Contam”, outro dos fatores que colocam o Brasil entre os campeões em números de procedimentos “é o clima tropical, que expõe mais o corpo e as pessoas tendem a se preocupar mais com a saúde e a beleza”.
LIDERANÇA
No Brasil, no ano passado, foram realizadas um total de 905.124 cirurgias plásticas, o que significa que o país segue na vice-liderança quando se fala em número de cirurgias plásticas estéticas no mundo As cirurgias plásticas mais procuradas pelos brasileiros, de acordo com pesquisa realizada pela Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica Estética (Isaps) em parceria com a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP) em 2011, são a lipoaspiração (211.108 ou 23,32%), mamoplastia de aumento (148.962 ou 16,45%), mamoplastia/pexia (131.377 ou 14,51%). Já a blefaroplastia, que é a retirada da pele das pálpebras corresponde a 90.281 procedimentos (9,97%), e a cirurgia de nariz (rinoplastia) corresponde a 43.809 procedimentos (4,84%). Mas, de acordo com a experiência de Pinheiro, o que mais incomoda homens e mulheres quando chegam ao seu consultório é a aparência facial. “O que mais
incomoda em ambos é o envelhecimento facial. A maioria diz ‘doutor, estou tão bem fisicamente, mas minha face não condiz com o meu corpo – as pessoas me acham cansada, envelhecida e gostaria de melhorar a minha face’”, revela. Em seu consultório, ele observa que os procedimentos nas pálpebras, bolsas palpebrais, sulco nasogeniano, hipotrofia da região malar, queda do ângulo da boca e flacidez facial são os procedimentos mais procurados. Tendências A cirurgia plástica, no entanto, é uma das áreas da medicina que mais avança em relação às técnicas utilizadas nos procedimentos. De acordo com o médico Edilson Pinheiro, a região facial é a que mais se “aproveita” das tendências de mercado. “Nos próximos anos, a tendência, principalmente na região facial, é a de tratamentos não cirúrgicos. Nos últimos anos houve um grande avanço tecnológico e técnico dos preenchedores faciais, da toxina botulínica, peelings e lasers. Além disso, as pessoas estão evitando fazer as cirurgias mais agressivas e adiando cada vez mais. Com os esses procedimentos top de linha, os resultados são quase que imediatos, duradouros, rápidos de serem realizados, com pouca dor, com resultado bem natural e com baixo risco de intercorrência ou rejeição”, explica. O cirurgião Laércio Garcia Júnior concorda, mas com um adendo. “As cirurgias têm respeitado cada vez a harmonia corporal de cada paciente, sem exageros. A ideia tem sido sempre de se realizar cirurgia que evidencie melhora estética sem se tornar estigmatizante em nenhum sentido. As técnicas cirúrgicas evoluem para serem menos invasivas, porém não deixam de serem tratadas como procedimentos cirúrgicos que envolvem riscos”, diz.
Cuidados Decidiu fazer a tão sonhada plástica? Então é bom ficar atento para alguns dos cuidados e recomendações que os médicos passam, tirar todas as dúvidas, pesquisar bastante sobre o especialista, para que o resultado seja satisfatório. Mas, mesmo com todos os cuidados, os especialistas ainda encontram pacientes que cometem equívocos. Na opinião de Garcia Júnior, o maior equívoco é a falsa expectativa com resultado de
cirurgias plásticas. “Tanto em termos físicos em que o paciente idealiza resultados inatingíveis, assim como em termos emocionais em que determinados pacientes sonham com vida nova após a cirurgia, o que não ocorre. Cabe ao cirurgião plástico gerenciar e muitas vezes minimizar essas expectativas, mostrando claramente o que é possível ou não fazer”, diz. Outro erro bastante recorrente é não fazer um pósoperatório correto, como
afirma Edilson Pinheiro. “Um grande erro é menosprezar o procedimento, não fazer um pós-operatório benfeito e não seguir as orientações médicas. Muitas vezes, um pós-operatório malfeito pode colocar toda a cirurgia em risco e ter um péssimo resultado – e fica muito difícil para o médico por não ter esse controle. Quando percebemos que a paciente vai ‘dar trabalho’ ou não vai cumprir um pós-operatório, prefiro não operar”, conclui.