Caderno F
MANAUS, DOMINGO, 8 DE DEZEMBRO DE 2013
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Saúde
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Diferença entre tristeza e depressão Saúde e bem-estar F4
Ai, minhas costas!!! Parece exagero, mas a verdade é que cerca de 80% da população sofre com dores nas costas. Manter a coluna saudável é item fundamental para ter uma boa saúde, alerta o especialista doutor Marcelo Loquette MELLANIE HASIMOTO Equipe EM TEMPO
D
or nas costas é a segunda queixa mais prevalente do ser humano, só perdendo para a dor de cabeça; cerca de 80% das pessoas vão apresentar pelo menos um episódio de dor nas costas, ao longo de sua vida. Por conta disso, mantê-la saudável é fundamental para se ter uma boa saúde, pois doenças que afetam a coluna podem causar repercussão em estruturas ósseas, musculares e nervosas, levando a restrição de movimentos e dor crônica. A coluna vertebral, explica o médico ortopedista Marcelo Loquette, é constituída pela superposição de uma série de ossos isolados denominados vértebras. Superiormente, se articula com o crânio, e inferiormente, articula-se com o osso da bacia. “Ela constitui o eixo ósseo do corpo e está constituída de modo a oferecer resistência de um pilar de sustentação, mas também a flexibilidade necessária à movimentação do tronco, servindo de pivô e suporte e mobilidade da cabeça e permitindo movimentos entre as diversas partes do
tronco e da fixação a numerosos músculos. Ainda, ela protege a medula espinhal, que está alojada em seu interior”, ressalta. As principais doenças a atingir a coluna são a hérnia de disco (compressão do nervo ciático que vai para a perna), escoliose (deformidades do eixo da coluna), estenose lombar (estreitamento do canal vertebral por onde passam os nervos), artrose (desgaste das articulações da coluna), espondilolistese (escorregamento de uma vértebra sobre a de baixo), osteoporose (pode levar a fraturas após movimentos banais), degeneração discal (envelhecimento do disco), tumores, entre outras. Inimigos Apesar de ser um dos queridinhos entre a população feminina, o salto alto é um dos piores inimigos das mulheres. Loquette explica que o salto alto obriga a paciente a inclinar sua postura para frente, projetando o peso do corpo para a ponta dos pés, o que faz com que a coluna se dobre mais para manter o equilíbrio. “É por isso que os saltos altos são tidos como um dos grandes causadores das
dores lombares. Os saltos finos são ainda um problema adicional, uma vez que tornam instável o apoio do pé e obrigam a correções constantes na musculatura lombar”, aponta. Outro perigo é o costume de “estalar” as costas. O alívio ao fazer esta ação pode ser imediato, mas também é prejudicial, já que estalar as costas com frequência leva ao alongamento e instabilidade dos ligamentos naquela articulação que está sendo estalada, e o corpo reage por meio da formação de osteófitos (depósitos de cálcio, mais conhecidos como bicos de papagaio), que vão se formando para prover uma maior estabilidade local, como observa o médico. “O problema dos bicos de papagaio na coluna é que essas estruturas podem comprimir a medula e raízes nervosas. O alongamento das partes moles e ligamentos na coluna também favorecem às protrusões e hérnias discais”, destaca. Soluções Os problemas de coluna podem ser prevenidos e evitados de maneira bem simples, como prestar atenção à postura no dia a dia, princi-
palmente no trabalho. Outra dica importante, segundo o ortopedista Marcelo Loquette, é evitar o sedentarismo. “A falta de atividade física torna nossa musculatura fraca, e, em especial no abdômen e nas costas e, dessa forma, eles se tornam incapazes de sustentar nosso eixo vertebral”, explica. Manter-se com um peso corporal adequado também ajuda a reduzir a dor nas costas. “O peso extra muda o centro de gravidade do corpo. E, quando concentrado na região abdominal, desloca-o para frente e realiza uma tensão desnecessária sobre os músculos das costas e dos tecidos circundantes”, ressalta. Idosos devem manter os ossos fortes com a prática de exercícios físicos e reposição de cálcio e vitamina D. Evitar o cigarro também ajuda, já que o fumo restringe o fluxo de sangue para os discos que amortecem as vértebras, reduz a absorção de cálcio e impede o crescimento de novos ossos. “Reduzir o estresse também é essencial, pois a dor na coluna pode estar ligada a ele. A resposta do organismo ao estresse pode se dar pela tensão muscular nas costas, que pode causar espasmos dolorosos”, finaliza.
Sintomas de algo errado Dor na coluna nem sempre é sinal de doença, diz o médico ortopedista Marcelo Loquette, porém alguns sintomas representam os “sinais de alarme, e podem significar que há algo mais sério acometendo a coluna. A dor nas costas com duração maior que três semanas, explica, pode desaparecer com tratamentos simples, mas se ela persistir, é preciso procurar um especialista. - A dor está se irradiando para a perna? Se, além disso, a dor é persistente e severa, é sinal de que algo está comprimindo uma raiz nervosa que emerge na coluna e distribui-se na perna. - A dor na perna piora ao tentar erguer o joelho até o tórax ou girar a cintura? Se isso acontece, há uma possibilidade de se tratar de hérnia de disco. - Dor forte nas costas após uma queda ou trau-
matismo recente? Uma queda pode lesionar a coluna. As chances de lesão aumentam se o paciente sofrer de osteoporose. - A dor nas costas piora quando você se deita ou lhe faz acordar durante a noite? Isto pode ser sinal de uma infecção ou outro problema, principalmente se, além disso, você tiver febre. - Você está com problemas para urinar ou evacuar que já duram algum tempo? Esse tipo de problema pode ter várias causas, mas algumas doenças da coluna podem provocar estes sintomas. - Você tem dormências ou fraqueza nas pernas quando caminha? Isso pode ser causado por um estreitamento do canal onde passam os nervos. Isso se chama estenose espinhal.