Saúde - 31 de agosto de 2014

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Caderno F

MANAUS, DOMINGO, 31 DE AGOSTO DE 2014

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Sem tolerância ao glúten A intolerância à proteína, composta pela mistura da gliadina e glutenina, presentes na semente de muitos cereais como trigo, aveia, centeio e cevada, tem levado muita gente a mudar os hábitos alimentares para ter mais saúde MELLANIE HASIMOTO Equipe EM TEMPO

“N

ão contém glúten”. Essa frase de alerta pode ser lida em milhares de embalagens de produtos nas prateleiras dos supermercados. Mas, de fato, o que é essa substância que causa graves problemas intestinais em quem tem alergia ou intolerância? Glúten é uma proteína composta pela mistura da gliadina e glutenina, que se encontram naturalmente na semente de muitos cereais, como trigo, cevada, centeio e aveia. A substância, segundo médicos e especialistas, ao chegar ao intestino, transforma-se em uma espécie de cola grudando nas paredes intestinais. Com o passar do tempo, provoca saturação do aparelho digestivo, aumento da gordura na região do abdome, dores articulares, alergias cutâneas e depressão. Inflamação crônica A doença celíaca é uma desordem sistêmica autoimune, desencadeada pela ingestão de glúten, e se caracteriza pela inflamação crônica da mucosa do intestino delgado. Isso pode resultar na atrofia das vilosidades intestinais (espécie de “braço”), com consequente má absorção intestinal e suas manifestações clínicas. A doença celíaca ocorre em pessoas com tendência genética à doença. Geralmente aparece na infância, nas crianças com idade entre 1 e 3 anos, mas pode surgir em qualquer idade, inclusive nas pessoas adultas. Presente em diversos alimentos, como trigo, aveia,

centeio, cevada e malte, os intolerantes ao glúten não podem consumir pães, biscoitos, macarrão, bolos e cerveja. Como não possui tratamento clínico medicamentoso específico, a única forma de intervenção é o controle rigoroso da ingestão alimentar, com a extinção total do glúten da dieta. E, para não excluir o celíaco do convívio social devido à restrição alimentar, é preciso uma dose extra de criatividade na cozinha. É exatamente nesse sentido que chega o “Guia para Alimentação Saudável - Comer Bem”, da Federação Nacional das Asso-

CRIATIVIDADE

Uma vez que o celíaco é obrigado a tirar de sua alimentação uma grande variedade de ingredientes, precisa usar a criatividade na cozinha para não cair na rotina alimentar com poucas opções ciações de Celíacos do Brasil (Fenacelbra). “Estima-se que cerca de quase 2 milhões de brasileiros sejam celíacos, embora muitos nem saibam disso”, afirma a presidente da Fenacelbra, Lucélia Costa. O material apresenta uma série de dicas, como por exemplo, a substituição da farinha de trigo por farinha de arroz, amido de milho, fubá, fécula de batata, polvilho doce e azedo, tapioca, farinha de feijão branco ou farinha de grão-de-bico. “Todos esses produtos são livres de glúten e proporcionam pratos extremamente saborosos”, defende.

Dieta balanceada é essencial “Ao retirar alimentos com glúten, a pessoa naturalmente vai consumir menos calorias, pois grande parte da alimentação natural é composta por estes alimentos”, explica Fabiana. “Mas não é o glúten que causa ganho de peso e sim os acompanhamentos gordurosos e calóricos consumidos juntos, que podem dificultar o emagrecimento”, reforça. O grande problema da dieta que proíbe o consumo de alimentos com glúten é a redução do carboidrato, presente nas massas, por exemplo. Os principais efeitos sentidos por quem restringe o consumo de carboidratos são cansaço, dor de cabeça, sonolência, fraqueza, falta de concentração, tontura e até desmaios. Manter uma dieta balanceada, com quantidades adequadas de carboidra-

tos, proteínas, vitaminas e minerais é essencial para o bom funcionamento do organismo. “Os carboidratos presentes nas massas são responsáveis em fornecer nutrientes energéticos necessários para o corpo realizar nossas atividades normais, como andar e trabalhar”, explica a nutricionista. Consumir macarrão, na quantidade correta e com os acompanhamentos indicados, pode até contribuir na redução do peso. Isso acontece porque a massa combinada com proteínas magras, como peixe ou carne branca, proporciona uma saciedade mais prolongada. Segundo Fabiana, a quantidade ideal média recomendada para um adulto é de dois pegadores de massa (200 gramas do alimento cozido) numa refeição.

Cuidados Apesar de a dieta sem glúten atrair até pessoas que não são celíacas é preciso ter cuidado, já que os sintomas clássicos da doença celíaca incluem diarreia, perda de peso (ou falta de crescimento nas crianças) e fadiga. O glúten, aliás, é constantemente apontado como o vilão na perda de peso. “Entretanto, uma dieta sem essa proteína, é indicada somente para quem tem intolerância à substância, alergia ou, ainda, aqueles que sofrem da Doença Celíaca”, explica a nutricionista Fabiana Fontes. A verdade é que a perda de peso causada pela exclusão do glúten da alimentação vem da restrição nos alimentos ingeridos e a consequente redução na ingestão calórica diária.


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