Caderno F
Saúde MANAUS, DOMINGO, 30 DE SETEMBRO DE 2012
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A cura por meio da arte Canto, desenho, dança e várias outras formas de manifestação artística funcionam como terapia no tratamento de doenças
FOTOS: DIVULGAÇÃO/STCK
O envolvimento das crianças nas diversas manifestações da arte ajuda o desenvolvimento físico e psicológico ALITA MENEZES Equipe EM TEMPO
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arafraseando o ilustre artista, músico autodidata e o famoso professor criador do método de educação musical, Edgar Willems, a educação, bem compreendida, não é apenas uma preparação para a vida, ela própria é uma manifestação permanente e harmoniosa da vida. Assim deveria ser como todos os estudos artísticos, e particularmente, com a educação musical, que recorre à maioria das principais faculdades do ser humano. Indo ainda mais além, a professora de música, habilitada em canto e pós-graduada em psicopedagogia e psicomotricidade, Luci Anne Costa Rocha, defende que a música e a educação musical podem contribuir para a formação do caráter do indivíduo. Por meio
do ensino se conquista muito mais do que amantes da música, investe-se em cidadãos, pessoas comprometidas com o bem-estar do próximo e com a coletividade, crianças disciplinadas, concentradas, sensíveis, atentas à necessidade do mundo ao seu redor. “A importância da educação musical e instrumental na vida do ser humano é de valor imensurável, pois a música no processo do desenvolvimento da criança promove a participação total do ser humano dinâmico – sensorial, afetivo, mental e espiritual”, afirma a especialista. “Precisamos estar alerta a não confundirmos a educação musical com a instrumental, pois a musical adota princípios psicológicos e o instrumento a técnica motora”, completa. Para o maestro alemão, integrante da Amazonas Filarmônica desde 2005 e professor do grupo de percussão
Desenhando novos caminhos De acordo com a professora de musicalização infantil do Cláudio Santoro, Emmely Holanda, o canto serve como tratamento complementar nos casos de autismo e dislexia. “De modo geral, contribui significativamente para coordenação motora, com a utilização da flauta doce, melhorando ainda para o aprimoramento da percepção melódica”, explica, reforçando que a musicalização infantil é como se fosse a alfabetização da música. “É o início da percepção musical e depois dessa fase a criança está pronta para ingressar em qualquer outro tipo de instrumento”, completa. Vale lembrar, que toda
criança está apta a receber a iniciação musical devido seus efeitos terapêuticos, porque o som tem o poder de equilibrar e acalmar tensões. A música quando bem escolhida cria uma atmosfera propícia a um sentimento de paz, tranquilidade, alegria e elevação. Experiências musicais têm comprovado sua eficiência no comportamento humano. Durante o ensino da música podem ser identificados conflitos existentes nos indivíduos, não como uma atividade terapêutica, mas devido às atividades comuns que fazem com que seus problemas se manifestem espontaneamente.
de sopro do Liceu de Artes e Ofícios Cláudio Santoro, Wolfgan Ebert, a educação musical nos jovens, por exemplo, previne o envolvimento com as ruas, drogas e com a violência. “O tempo que eles passam aqui estudando música e conhecendo o mundo por meio das notas musicais eles estão seguros, estão deixando de fazer coisas erradas para adquirir um conhecimento que pode se tornar um grande diferencial na vida”, destaca. Wolfgan lembra que nasceu em uma família de músicos e que foi esse envolvimento artístico que lhe propiciou conhecer várias cidades da Alemanha, além de viagens para a França, Espanha e, claro, para o Brasil. Com apenas 11 anos, o pequeno Vitor Lucas, segue os mesmos passos do professor. Há apenas dois meses como aluno de orquestra de percussão, mes-
mo instrumento tocado pelo avô, Vitor diz que já sente melhorias na escola. “A atenção melhorou muito, me concentro melhor nas explicações da professora e a música me fez perceber que esse pode ser um hobby para a vida toda”, comenta. A música também foi absorvida pela área de saúde por meio da musicoterapia, pois a audição musical tem tido repercussões em diversos níveis fisiológicos, tais como respiração, ritmo cardíaco, hormonal e outros.
Primeiros passos e criatividade “Desenvolvimento da coordenação motora, equilíbrio emocional, melhora da autoestima e da criatividade”, esses foram apenas alguns dos benefícios do desenho, enquanto terapia, citados pela professora Rosemary Fernandes da Silva. Segundo ela, o desenho é indicado para casos de deficiência física, mental leve e autismo. “Dependendo da situação a abordagem muda, tem casos de crianças que o desenho é o primeiro passo para aprender as letras e iniciar a educação”, conclui.
A música, quando bem selecionada é um elemento importante para ajudar a criança a resolver seus conflitos
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