Caderno F
Saúde MANAUS, DOMINGO, 30 DE MARÇO DE 2014
DIVULGAÇÃO
e bem-estar
saudeebemestar@emtempo.com.br
(92) 3090-1017
Terceira idade pede cuidados especiais Saúde e bem-estar F5
A ansiedade da primeira visita ao ginecologista Como proceder na hora de levar a filha ao médico especialista em doenças femininas? Qual a melhor orientação?
MELLANIE HASIMOTO Equipe EM TEMPO
A
adolescência é uma fase em que muitas dúvidas podem aparecer. Sobre relacionamentos, sobre a vida e, principalmente, sobre o corpo. Para as meninas, o momento ideal para a primeira visita ao ginecologista é entre 11 e 15 anos de idade. No entanto, essa visita ao médico que deve se tornar rotineira ao longo da vida da mulher, pode gerar medo, timidez e vergonha, mas uma boa conversa é fundamental na primeira consulta, o que facilita o andamento das próximas visitas. Ao contrário do que muitos pais pensam, a primeira visita ao ginecologista não deve ser feita somente em casos de suspeita de doenças ou indisposições, mas sim de forma regular já no início da pré-adolescência. A partir do início da puberdade nas
meninas, geralmente entre oito e 15 anos, uma consulta garante a prevenção de muitas doenças e ainda tira as dúvidas às vezes difíceis de responder. Para o médico ginecologista e obstetra Antônio Orestes Sanches, a primeira consulta de uma garota é recomendada logo após o crescimento das mamas e pêlos pubianos, mesmo antes da primeira menstruação. “A adolescência tem se iniciado cada vez mais precoce, ainda mais em se tratando da Região Norte”, analisa. A primeira consulta, explica Sanches, costuma ser uma conversa informal, principalmente se a paciente estiver nervosa ou tímida demais. O ginecologista vai fazer perguntas sobre do-
enças da infância, hábitos, ciclo menstrual, doenças na família e histórico de câncer de mama. “Dependendo da idade ou se a adolescente não for mais virgem, o médico também dará orientações sobre sexo, gravidez e doenças sexualmente transmissíveis”, acrescenta o médico. Medo e vergonha Apesar de ser uma consulta que deve ser obrigatória a todas as mulheres, muitas jovens ficam apreensivas na hora da visita ao médico. Medo, receio, timidez e vergonha são sentimentos comuns nessa situação. “Esse momento vem sempre acompanhado de medo e timidez. O sexo do médico pode não influenciar nessa escolha, o mais importante é escolher um profissional que passe confiança e deixe a adolescente segura para falar, sem julgamentos ou críticas, respeitando sempre os ideais da paciente”,
informa o médico. As mães também têm papel fundamental neste momento. Junto ao médico, a mãe deve explicar tudo sobre esta nova fase, não deixar nada no ar. “No meu consultório têm meninas que vêm sozinhas, outras preferem vir com as mães. É a adolescente quem define essa presença”, diz Antônio Orestes Sanches. É comum, também, que as mães apenas procuram um especialista somente quando a jovem começa a namorar. Mas, em alguns casos, quando a menina começa a namorar sério, a primeira relação sexual dela já aconteceu até antes. As conversas entre médico e paciente são sigilosas, entretanto, e a adolescente deve ter a segurança de que o ginecologista não vai repetir a consulta para os pais. “Porém, se a paciente relatar abusos ou foi diagnosticada doença que a coloque em risco de vida, o médico sem dúvida
procurará os pais”, destaca. Exames O consultório do ginecologista varia na formatação, se é público ou privado, mas é importante que a jovem paciente conheça o ambiente e os equipamentos. No geral, existe uma mesa ginecológica com dois apoios laterais para colocar as pernas na qual a mulher fica semissentada de maneira a deixar a genitália exposta para ser examinada. Há também um foco de luz e um espelho que pode ser direcionado num ângulo tal que lhe permita ver os órgãos genitais externos e, muitas vezes, também os internos, possibilitando-lhe, assim, a oportunidade de acompanhar o próprio exame ginecológico. O espéculo popularmente conhecido como “bico de pato”, é um instrumento muito importante para o exame ginecológico. Há quem se encha de pavor só de pensarem usá-lo, mas esse é um medo sem fundamento. Isso porque o exame ginecológico não dói
se for feito com cuidado e corretamente pelo médico e a mulher estiver relaxada. Além disso, ele tem a grande vantagem de possibilitar o exame de alguns órgãos internos sem recorrer a outros procedimentos de diagnóstico. “O exame físico ginecológico pode até ser evitado na primeira consulta, momento em que o médico precisa ganhar a confiança da paciente e a mesma precisa se sentir segura no ambiente do consultório. Quando realizado, baseia-se apenas no exame das mamas, do abdômen e da parte externa da região genital”, observa o médico. Se necessário, o exame vaginal pode ser realizado com espéculo especial em caso de virgindade, realizando toque vaginal e coleta do preventivo apenas nas pacientes que já iniciaram atividade sexual. “A falta de informação e a timidez podem e devem ser contornadas com conversas e trocas de experiência”, finaliza o médico.