Caderno F
Saúde MANAUS, DOMINGO, 30 DE NOVEMBRO DE 2014
e bem-estar
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Você sabe o que é DPOC? Pág. 4 e 5
(92) 3090-1017
A cada quatro mulheres, três apresentam sintomas da TPM durante seus anos férteis. Os sintomas frequentemente pioram em mulheres com mais de 30 ou 40 anos VERA LIMA Equipe EM TEMPO
D
ores de cabeça, fadiga, nervosismo, irritação, insônia, apetite desenfreado. Quase toda mulher conhece esses sintomas e é obrigada a passar por esse martírio uma vez por mês. Você já deve ter adivinhado do que estamos falando: a bendita TPM, também conhecida pela extensiva explicação que dispensa maiores apresentações, Tensão PréMenstrual, o terror das mulheres e o sofrimento por tabela de seus companheiros e familiares. Quem não sofre de TPM pode erguer as mãos para o céu porque, definitivamente, é abençoada por Deus e pela natureza, ou melhor, pela genética. Mulheres que passam mensalmente pelo transtorno sabem como é difícil lidar com as oscilações de humor e os efeitos colaterais da síndrome. O problema é que, apesar de amplamente conhecida, a TPM até hoje não foi completamente desvendada pela medicina. A definição mais precisa trata a questão como uma síndrome que acomete as mulheres em idade fértil cerca de dez dias antes da menstruação. E a coisa não é fácil. Só para dar uma ideia do problema, a ciência já catalogou mais de 150 sintomas ligados ao transtorno. Sim, porque é um verdadeiro transtorno para quem sofre e para quem convive com as criaturas “tepeemizadas”. Para entender um pouco a questão, é bom saber que a culpa é dos hormônios, melhor dizendo, das oscilações hormonais do período, conforme explica o ginecologista e obstetra doutor Gerson Mourão. “Tudo ocorre na segunda metade do ciclo feminino, quando entra em cena a progesterona, hormônio que prepara o corpo feminino para a fecundação e para a gravidez, porque ela também diminui os níveis de serotonina no cérebro, um neurotransmissor que dá a sensação de bem-estar. Com a diminuição desse hormônio, a mulher está mais sensível e daí os sintomas como irritabilidade, ansiedade e depressão”. Explicando melhor, a concentração dos hormônios sexuais varia no decorrer do ciclo menstrual e assim que termina a menstruação, tem início a produção de estrógeno, que atinge seu pico ao redor do 14º dia do ciclo, quando começa a cair e a aumentar a produção de progesterona. O nível desses dois hormônios praticamente chega ao zero durante a menstruação, o que significa dizer que em cada dia do mês, a mulher tem uma concentração de hormônios sexuais diferente da do dia anterior e diferente da do dia seguinte. Ainda segundo o especialista,
além dessa gangorra hormonal, a progesterona também provoca uma interferência na produção de aldosterona, o hormônio envolvido na retenção líquida, o que acaba causando inchaços e dor de cabeça. Mas não para por aí, a progesterona também aumenta a produção de prostaglandinas, substâncias que, em excesso, se tornam inflamatórias. Isso explica as dores espalhadas pelo corpo, que deixam a mulher ainda mais irritada. E o tratamento? Bom, a resposta má é que não existe um kit pronto na farmácia para curar TPM. A resposta boa é que, dependendo da intensidade do sintoma, o médico pode receitar antidepressivos, anti-inflamatórios, analgésicos ou diuréticos. A melhor parte é que
agora a mulher pode encontrar um novo contraceptivo oral que tem efeito diurético e, além de prevenir a gravidez, atenua os sintomas relacionados à retenção hídrica. Para o doutor Gerson Mourão, a medida mais eficaz contra a TPM é suprimir a menstruação com o anticoncepcional de uso contínuo. “Sem menstruação, sem tensão pré-mentrual”, sentencia. Alimentação pode ajudar Quem sofre com a tensão prémenstrual sabe que muitas vezes os sintomas podem atrapalhar a
rotina. É importante ressaltar que a alimentação pode interferir no agravamento ou alívio dos incômodos. Algumas mulheres apresentam uma TPM tão forte que ganha até nome diferenciado: disforia prémenstrual, o que normalmente já pede uma medicação especial que só o médico poderá indicar. Dica útil Um estilo de vida saudável é o primeiro passo para gerenciar a TPM. Para a maioria, algumas mudanças na rotina podem ajudar a administrar melhor os sintomas.