Caderno F
MANAUS, DOMINGO, 27 DE JULHO DE 2014
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Métodos para evitar gravidez Saúde e bem-estar F4
Especialistas alertam para o risco de hepatite Amanhã é o Dia Mundial de Combate à Hepatite, um alerta para ficar atento à doença silenciosa e fatal
A
s hepatites virais são um problema sério para a saúde pública no Brasil e no Mundo, tanto que a Organização Mundial de Saúde (OMS) instituiu o dia 28 de julho como o Dia Mundial de Luta Contra as Hepatites Virais. Uma das características que dificultam o diagnóstico é ausência de sintomas que podem indicar a inflamação no fígado nas fases iniciais da doença. Em alguns casos, esses só começam a aparecer mais intensamente depois de 10 ou 15 anos do contágio, quando a doença já progrediu para a cirrose ou o câncer de fígado, alertam especialistas. Segundo dados do Ministério da Saúde, o tipo mais comum é a hepatite A, que em algumas faixas etárias e regiões atinge até 68% da população. As formas
crônicas das hepatites B e C podem atingir até 0,9 e 2,4%, respectivamente, em algumas populações, representando milhões de pessoas infectadas. O infectologista e consultor médico do laboratório Sabin, Dr. Alexandre Cunha, explica que existem diversos tipos de hepatites virais, com sintomas semelhantes, mas com evolução e prognósticos bastante diversos. Entre os sintomas mais comuns estão mal-estar, cor amarelada na pele, cansaço e urina escura, mas a maioria dos pacientes não apresenta sintomas até que o fígado esteja profundamente lesado. “As hepatites B e C podem evoluir para a cronicidade, de maneira silenciosa, sem sintomas e a evolução da doença pode levar à cirrose, câncer de fígado e comprometer
Vacina pode ser a solução O Sistema Único de Saúde (SUS) disponibiliza gratuitamente vacina contra a hepatite B. A população prioritária são os adultos até 49 anos e os grupos de maior vulnerabilidade (independentemente da idade). A imunização, em geral, é feita em três doses, com intervalo de um mês entre a primeira e a segunda dose, e de seis meses entre a primeira e a terceira dose.
O Brasil tem como prioridade, até 2015, a realização de campanhas nacionais que estimulem os seus cidadãos a se vacinarem gratuitamente contra a hepatite B e buscarem o diagnóstico precoce. O objetivo é atingir cobertura vacinal superior a 90% e identificar os quase dois milhões de brasileiros que o Ministério da Saúde estima que estejam infectados pelos os vírus B e C.
completamente o funcionamento do órgão. Em alguns casos, só o transplante do órgão salva a vida do paciente”, alerta o médico. Ele explica que o contato com sangue
NÚMEROS
Entre janeiro e maio deste ano, a Semsa registrou em Manaus 41 casos de hepatite B e 42 de hepatite C. No mesmo período de 2013, foram 169 casos de hepatite B e 133 de hepatite C contaminado é a forma mais comum de transmissão da hepatite C, sendo que a transmissão sexual é incomum. Muitos pacientes não apresentam qualquer fator de risco identificável.
No caso da hepatite B, além do contágio pelo sangue, a doença é sexualmente transmissível e pode apresentar sinais somente após 1 a 6 meses depois da infecção. Entre as formas de transmissão estão as relações sexuais sem preservativo, transmissão durante o parto, amamentação, compartilhamento de material para uso de drogas (seringas, agulhas) e de higiene pessoal como lâminas de barbear, alicates de unha e escovas de dente. “Para a hepatite B aguda em adultos, em geral, não é indicado tratamento específico, já que a maioria dos casos evoluirá para a cura espontânea. Nas hepatites crônicas, devese avaliar cada caso para indicar ou não o tratamento. O diagnóstico precoce é importante, pois o tratamento deve ser feito
antes que a cirrose esteja instalada. As chances de controle e cura são muito boas se o tratamento é iniciado precocemente”, explica Cunha. Segundo o gestor técnico do Laboratório Sabin em Manaus, Dr. Regis Torres, é possível fazer a detecção da doença com exames específicos. “Existem mais de 10 exames para o diagnóstico e acompanhamento da doença. A escolha desses exames deve ser realizada conforme indicação médica”, afirma. Dr. Regis informa ainda que a suspeita diagnóstica feita pelo médico direciona os exames a serem solicitados. “O médico direciona a solicitação, mas, na suspeita de hepatite viral, normalmente, são pedidas sorologias para hepatite
A, B e C, que são as mais comuns na população”. Ele alerta que todas as pessoas estão suscetíveis à contaminação pelo vírus, mas existem grupos em maior risco. “Pessoas que estejam expostas a condições sanitárias precárias, falta de água potável, pessoas que tenham contato com sangue, ou instrumentos pérfuro-cortantes, usuários de drogas injetáveis e que tenham relações sexuais desprotegidas.