Caderno F
Saúde MANAUS, DOMINGO, 26 DE OUTUBRO DE 2014
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É enxaqueca MELLANIE HASIMOTO Equipe EM TEMPO
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áuseas e vômitos, fonofobia (piora com barulhos) e fotofobia (piora com luz) – o que obriga até a gente a se isolar em um ambiente silencioso e escuro. Quem já sofreu com enxaqueca sabe muito bem que esses sintomas são de tirar qualquer um do sério, e é por isso evitar os “gatilhos” e tomar alguns cuidados é a melhor saída para que a migrânea não se torne um pesadelo. “Basta eu ficar muito tempo no sol para a minha enxaqueca atacar. Quando chego em casa não consigo nem acender as luzes, só quero deitar e dormir.
Até a luzinha da televisão em stand-by incomoda”, conta a empresária Kátia Silveira. Ela relata, ainda, que começou a sentir as dores quando ainda era jovem. “Reclamei para meus pais e eles – literalmente – viram minha testa pulsar. Eu tinha uns 17 anos, mas eu tinha vergonha, porque muita gente acha que é frescura. Hoje já até sei identificar quando a dor está vindo”, diz. O relato de Kátia é o mesmo de milhares de pessoas: a enxaqueca não escolhe idade nem momento, e pode trazer consequências arrasadoras para quem tem e quem convive com a doença. Entendendo A migrânea, como explica a neurologista Talísia Vianez, antigamente chamada de enxaqueca, é uma dor de cabeça de forte intensidade, incapacitante, sendo, inclusive, um dos principais motivos de faltas ao trabalho/escola em todo o mundo. “Os sintomas em adultos são fortes dores, latejantes (pulsantes como um coração), geralmente em um dos lados da cabeça. Há vômito e
náusea, fotofobia e fonofobia. Algumas migrâneas são precedidas ou acompanhadas por ‘aura’, que podem ser pontos luminosos na visão ou dificuldades de fala ou dormência em um dos braços que duram alguns minutos”, explica a médica. De acordo com a especialista, o paciente com o diagnóstico de migrânea, geralmente, tem história familiar presente. “Ele também pode observar que há, sim, ‘gatilhos’ para que uma crise apareça, como sono insuficiente, sono excessivo (acima de 10 horas), estresse (emocional e físico), comidas gordurosas, períodos do ciclo menstrual, alguns anticoncepcionais, ingestão alcoólica, alguns medicamentos”, aponta a médica. “Aqui na nossa região o paciente relata com frequência a exposição excessiva ao sol como uma desencadeadora de crise de enxaqueca”, informa. As mulheres, aliás, são as mais atingidas pela enxaqueca, e o diagnóstico é feito pelo neurologista. “Isso, inclusivem após questionamento minucioso durante a consulta, exame físico e após a realização de alguns exa-
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Mais de 30 milhões de brasileiros sofrem com a doença, que é hereditária e não tem cura
mes para excluir outras causas de cefaleia (dor de cabeça). Tratamento Talísia Vianez explica que o principal tratamento é mudança do estilo de vida. “Isso é, principalmente, para evitar os ‘gatilhos’ citados anteriormente”, diz. Além disso, exercícios físicos regulares, alongamentos, boa alimentação e hidratação, não fumar e evitar bebidas alcoólicas e cafeína em excesso já são “meio caminho andado” para o tratamento. “O acompanhamento ginecológico para as mulheres é importante. A migrânea é controlável, mas não é curável - a intenção do tratamento é propiciar a qualidade de vida ao paciente, diminuindo a quantidade de crises para o mínimo possível”, diz a neurologista. A boa notícia é que, com a idade, as crises tendem a diminuir.