Caderno E
Saúde MANAUS, DOMINGO, 25 DE MARÇO DE 2012
e bem-estar
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Saúde e bem-estar E5
Eles também têm
menopausa! A partir dos 40 anos é recomendável que os homens comecem a fazer os exames que identificam a chegada da andropausa para evitar o agravamento dos sintomas CAMILA HENRIQUES Equipe EM TEMPO
M
uito se fala em menopausa, mas o sexo masculino também sofre com os efeitos causados pela chegada de uma fase bem parecida: a andropausa. Apesar da comparação natural entre os dois fenômenos, há uma diferença significativa, já que o homem não possui uma época definida para que a interrupção da produção de hormônios aconteça. De acordo com o urologista Anoar Samad, essa “diminuição hormonal” (de 1% ao ano) é o que caracteriza o que muitos chamam de menopausa masculina. Entre os sintomas dessa fase, se destaca a diminuição da libido, além de alterações no humor, diminuição da força e massa muscular, cansaço, alterações na distribuição da gordura corpórea com acúmulo no abdome e alterações no sono. “Todos esses sintomas acima podem decorrer de várias outras situações tais como depressão, estresse, falta de atividade sexual por falta de parceira, vida sedentária, medicações e outras doenças associadas. Por isso, os sintomas que o homem possa apresentar não são suficientes para justificar a reposição hormonal ou dizer que ele está na “andropausa”, devendo haver, sempre, a confirmação laboratorial da queda da testosterona”, explica. Mesmo não havendo uma
idade específica para esses sinais aparecerem, o homem que chega aos 40 anos deve começar a monitorar a saúde de forma mais intensa – e isso significa, entre outras coisas, verificar se a andropausa chegou. O processo de identificação desse fenômeno é relativamente simples, com exames de sangue realizados em qualquer laboratório bem equipado. André*, 54 anos, empresário, conta que relutou muito antes de procurar um médico para tratar problemas que atribuía ao estresse. Segundo ele, após os 50 anos, era constante o cansaço físico e a falta de disposição para o sexo, além de muita irritação e dificuldade de concentração no trabalho. “Por uma questão, que hoje entendo como preconceito, relutei em aceitar a hipótese de ser menopausa masculina e só depois que conversei com o meu médico foi que aceitei fazer o exame de dosagem hormonal, que comprovou que havia uma queda de testosterona e que eu precisava fazer o tratamento. Hoje sou um homem renovado”, garante.
O tratamento ideal Exames feitos e andropausa diagnosticada, os médicos sugerem começar o tratamento. “Em algumas universidades dos Estados Unidos já se orienta a repor hormônios em homens com sintomas típicos e com níveis de hormônio dentro da faixa normal, mas muito próximo do limite inferior aceitável para esse hormônio. O tratamento com hormônios é longo, geralmente por toda a vida”, ressalta o urologista. A reposição pode ser feita por meio da colocação de um adesivo sobre a pele com gel de testosterona a 1%, ou por meio de injeção muscular, como afirma Samad. Porém, o paciente deve ter atenção com esse tratamento, já que há um
risco de fazer reposição hormonal em pessoas com níveis normais de testosterona, especialmente para a próstata, fígado, colesterol e apneia do sono. “Já está mais do que comprovado que taxas de hormônios elevadas não aumentam as funções desse hormônio. Portanto, não adianta tomar hormônios a mais! Não pense que com muito hormônio você se tornará o “superhomem”, alerta. *nome trocado
“Em algumas universidades dos Estados Unidos já se orienta a repor hormônios em homens com sintomas típicos Anoar Samad, urologista
A maioria dos homens reluta em procurar um médico quando começa a sentir os sintomas da andropausa
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