Caderno F
MANAUS, DOMINGO, 24 DE NOVEMBRO DE 2013
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Saúde
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Os excessos que podem trazer riscos Saúde e bem-estar F4
Os cuidados certos para um bebê muito saudável Um pré-natal criterioso pode prevenir uma boa parte das complicações para mãe e filho se houver acompanhamento MELLANIE HASIMOTO Equipe EM TEMPO
A
gravidez é um momento especial para a mulher, e é quando acontecem inúmeras mudanças em seu corpo. Por conta disso, o período merece cuidados especiais, e toda futura mamãe precisa ser acompanhada por um profissional, a fim de que sejam evitadas complicações tanto para a gestante, quanto para o bebê. O pré-natal é o momento em que é possível rastrear doenças que podem interferir na qualidade de vida da gestante e do bebê. “É nesse período que podemos orientar em relação ao ganho de peso, controlar a pressão arterial e fazer exames para analisar o bem estar da gestante”, explica a médica ginecologista e obstetra Patrícia Brito. E é importante começar a fazer o pré-natal assim que a mulher desconfie que está
grávida. “O acompanhamento serve como avaliação para os dois, já que é possível rastrear e até tratar algumas doenças que podem complicar o desenvolvimento do bebê”, acrescenta. Rastreio Durante este período é possível descobrir diversos riscos, como a anemia, infecções casadas por vírus – como a toxoplasmose, a rubéola e o citomegalovírus – que podem causar problemas no desenvolvimento do feto. A diabetes gestacional também é um problema que as mulheres podem enfrentar durante a gestação. Anormalidades de origem genéticas também podem ser detectadas durante o pré-natal: a síndrome de down, por exemplo, pode ser identificada a partir das 12ª semana. “Por meio da ultrassonografia, que é um importante exame de rastreio, dá para detectar alterações. Quando isso
Sintomas e complicações Os sintomas comuns da doença, como sensação de boca seca e constante vontade de urinar, só aparecem quando as taxas de açúcar no sangue estão muito elevadas. Pacientes que, antes da gravidez, apresentavam índices de glicemia normais e passaram a ter o descontrole quando grávidas, certamente, já tinham uma predisposição genética para ter a doença. Elas passam a desenvolvê-la na gestação, pois o próprio estado gravídico deixa a mulher mais suscetível. As mudanças hormonais podem mexer com o metabolismo . Outro problema que pode ser detectado e evitado é o
citomegalovírus (CMV), um vírus da família do herpes. Estima-se que cerca de 1% dos recém-nascidos nasçam com a infecção, que é chamada de citomegalovirose congênita. A maioria dos bebês com CMV não apresenta nenhum sintoma ao nascer, nem depois, ou seja, na maior parte dos casos a infecção é inofensiva. Alguns bebês, porém, nascem com vários problemas devido à citomegalovirose e podem ter sequelas. Em outros casos, aparentemente não há nenhuma complicação no começo, mas meses ou anos mais tarde surge uma sequela, como perda auditiva.
acontece, encaminhamos a paciente para fazer exames mais específicos, como a amniocentese, onde o líquido e o sangue do cordão umbilical do bebê são recolhidos para a realização de estudos genéticos. A partir daí dá para iden-
AVALIAÇÃO
Ultrassom morfológico, feito entre a 20ª e a 22ª semana de gestação, permite avaliar se todos os órgãos do bebê estão se formando corretamente – tecido cerebral, coluna, abdome, coração e outros tificar”, explica a médica. O ultrassom morfológico, feito entre a 20ª e a 22ª semana de gestação, permite avaliar se todos os órgãos do bebê estão se formando corretamente – tecido cerebral, coluna, abdômen, coração, entre
outros, são avaliados e é visto se tudo está na posição normal e funcionando corretamente. “Se é descoberta alguma doença, o médico avalia se existe tratamento. Na maioria das vezes, a paciente é orientada a fazer um acompanhamento mais rigoroso. Em algumas situações é possível a indicação de cirurgia intrauterina, mas somente em casos selecionados. Esse procedimento, aliás, não acontece aqui em Manaus”, completa. Apoio Outro fator importante é a presença do companheiro. “A mulher passa por mudanças psicológicas durante a gravidez. A parte emocional fica aflorada, frágil e, se ela tiver o apoio da família, do marido, companheiro, namorado nas consultas, vai perceber que está segura e amparada, para poder passar por essas oscilações emocionais com mais traquilidade”, ressalta. “Toda gestante deve fa-
zer pré-natal. O maior índice de complicações na gravidez que vemos nas maternidades, principalmente nas públicas, está relacionado à falta do pré natal”, lamenta a profissional. “Vemos diversas pacientes com peso excessivo porque não fizeram pré-natal, além de não saber o estado de saúde do bebê é o que não falta, e isso acaba colocando em risco a própria vida e a vida do bebê”, completa, ressaltando que, com os exames de acompanhamento, dá para diminuir bastante diversas complicações também para o bebê pela simples realização de exames. Evitando complicações Durante nove meses, o organismo da gestante tem de dar conta das necessidades de duas vidas. A boa notícia é que os problemas costumam ficar restritos ao pré-natal e podem ser minimizados com o acompa-
nhamento médico adequado. Esse é o caso do diabetes gestacional, desequilíbrio das taxas de glicemia que pode acometer algumas mães durante a espera pelo bebê e que, na maioria dos casos, se normaliza depois do nascimento da criança. E é durante o pré-natal que o médico observa alguns detalhes importantes, como a alimentação da gestante, tirando as dúvidas da mulher para que tudo ocorra de forma mais tranquila possível. “Orientamos a alimentação e atividades físicas. É importante observar o ganho de peso, pois a gestante não deve engordar muito. O ganho de peso, aliás, depende do biótipo de cada uma, mas o recomendado é, em média, entre 8kg e 14kg”, diz Patrícia Brito. Isso porque, passando dessa média, a mulher corre o risco de desenvolver diabetes gestacional e o aumento da pressão arterial, o que é caracterizado como a pré-eclâmpsia.