Caderno F
Saúde MANAUS, DOMINGO, 24 DE MARÇO DE 2013
e bem-estar
As mulheres e seus corações acelerados
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Saúde e bem-estar F4
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Filhos: o amor é igual ou diferente? Muitos pais dizem que o amor que se sente pelos filhos é o mesmo, porém é com o tratamento dispensado que se observa se o que se diz é o que ocorre na prática da criação RENATA PAULA Equipe EM TEMPO
D
ificilmente uma mãe tem forças para assumir que tem um amor especial para um dos filhos. Todos são como um. Mas na hora de lidar com as diferenças entre os filhos, os pais precisam ajudar seus conceitos. Até onde o tratamento diferenciado pode ser útil na vida da família? No início do mês, o cantor sertanejo Luciano revelou em uma entrevista que trata os filhos de maneiras diferentes. Para o filho “bom”, ele dá carro, apartamento tudo da melhor qualidade; já para o mais velho, que já teve problemas com drogas e outras rebeldias, ele só oferece a “tempestade”. Ao contrário do cantor, dona Maria Onete Martins, 60, assume o tratamento igual aos filhos independentemente da personalidade deles. Ela tem três filhos, duas mulheres e um homem, de 39, 37 e 27 anos respectivamente. Mesmo com a diferença de sexo e idade, as vantagens e punições sempre tiveram o mesmo rigor. “Todos os meus filhos têm personalidades muito diferentes, eu sempre tive que lidar com gênios fortes e até ciúme entre eles. Mas em relação a tratamento, é igual, desde os tempos de colégio. Ou posso com os três ou não posso com nenhum e tudo foi fluindo de uma forma confortável”, explica.
“Quando o caçula nasceu, minhas duas filhas tinham 9 e 12 anos, e por ser um homem foi como se fosse tudo a primeira vez. Ele teve um enxoval todo diferente, um quarto só para ele e outras regalias. A própria relação entre mãe e filho acaba sendo diferente, mas nunca em relação às orientações. Quando ele tirava nota vermelha na escola era punido do mesmo jeito”, afirma Onete, que foi criada com 17 irmãos e diz
HARMONIA
Embora sejam indiscutíveis as diferenças na criação de meninos e meninas, grande parte dos pais diz que o amor e o modo de educar os filhos são os mesmos, sem distinção ou predileção que o tratamento entre eles sempre foi o mesmo. Mesmo com o passar dos anos, a dona de casa continua acompanhando de perto a vida dos filhos. Uma das principais alegrias e da qual ela mais se orgulha foi a de ver os três filhos com curso superior. “Para eu formar meus três filhos foi como um sonho, na hora de escolher o curso a gente até opina, mas a decisão final é deles. Eu rezo para que eles fiquem satisfeitos, consigam ter sonhos também e realizar cada um, porque eles
podem ter certeza que eu estarei apoiando os três da mesma forma”, conta. Menina ‘xodó’ Para o publicitário Ary Sérgio, 33, o difícil é não amolecer o coração com os caprichos da filha mais velha. Fernanda, 12, é o “xodó” do pai, que tem ainda dois filhos, Felipe de 10 anos e o caçula Rafael, de 5 anos. Ele conta que faz a linha “paizão” e parceiro em todas as horas, mas se os filhos fazem malcriação são repreendidos de imediato. Porém, se tiverem bom comportamento e fizerem suas atividades de forma correta são recompensados com presentes e “mimos”. “Sempre deixo claro que aquilo é uma conquista deles e que também podem perder se não se comportarem direito”, afirma. Apesar das diferenças existentes na criação de meninos e meninas, o publicitário diz tentar fazer com que os filhos não pensem ou sintam que há alguma diferença no amor ou na atenção dedicada aos filhos, por isso procura manter o diálogo e entender as preferências de cada um.
Conciliar para harmonizar o lar “A mais velha é manhosa, o que acaba abrindo portas para que os meninos também sejam e isso eu tenho que aprender a controlar. Com o meu filho do meio tendo a ter conversas ‘de homem para homem’, já que ele gosta de ser tratado assim”, conta. Se lidar com a diferença de idade e de sexo não é
tão espinhoso, ter que lidar com a diferença religiosa entre os filhos tende a ser um assunto mais delicado. Ary, que é judeu, tem apenas um filho que seguiu a mesma religião do pai, o caçula; os dois mais velhos são uma evangélica e um católico. Sem diferenças “O tratamento é o mesmo,
mas o discurso religioso é diferente. A Fernanda é evangélica e o Felipe é católico, por isso as vezes preciso me polir para não ofender certos ensinamentos deles. Com isso, eu acabo tendo que conhecer muito bem sobre as religiões e sobre a forma como eles aprendem sobre religião, para não confundir a cabeça deles”, finaliza.