Saúde - 23 de março de 2014

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Saúde MANAUS, DOMINGO, 23 DE MARÇO DE 2014

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Falando de sexo com as crianças Eles perguntam, mas quem tem dúvidas são os pais. Entretanto, dá para dialogar com as crianças sem susto sobre o assunto que ainda é tabu

MELLANIE HASIMOTO Equipe EM TEMPO

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omo eu nasci? A pergunta pode pegar os pais desprevenidos, mas é uma das primeiras que a criança faz sobre sexualidade. Essas questões começam a aparecer por volta dos 3 ou 4 anos de idade, bem na fase dos “por quês?”. Os manuais e revistas recomendam encarar os questionamentos com naturalidade – mas como devemos conversar com as crianças sobre sexo? A psicóloga Fabiana Lima, especialista em psicopedagogia, explica que, primeiro, é preciso observar a constituição familiar de cada pequeno. “Cada família terá uma forma de direcionar esse assunto, mas esse momento pode ser difícil para mães e pais. Antes de tudo, os pais precisam se sentir a vontade para encarar o assunto”, explica. Importante também é não mentir, e usar palavras de acordo com a capacidade de entendimento da criança na fase em que ela se encontra. “Essas perguntas surgem, geralmente, quando a criança passa a conviver em outros ambientes fora de casa, participa de outros círculos sociais, ou até mesmo quando observa os pais trocando carinho”, completa a psicólo-

ga. Ela ressalta, ainda, que esse é um bom momento para iniciar pequenas explicações sobre a sexualidade para a criança. “É importante que os pais saibam que falar sobre sexualidade faz parte do desenvolvimento do filho e, portanto, deve ser orientado da melhor maneira”, diz. Dependendo da idade da criança, observa Fabiana, os pais devem responder as suas perguntas entrando no universo infantil. “Crianças de 5 ou 6 anos de idade ainda não possuem a capacidade de conceituação, portanto, as respostas podem ser mais simples. Crianças mais velhas já acima de 7 anos podese elaborar respostas mais racionais utilizando até exemplos próximos à criança”, indica. E, quando a resposta é direta, simples e de acordo com a idade da criança, sua curiosidade é satisfeita. “Ela se contenta e não pergunta mais, até a próxima dúvida”. Conhecendo o corpo As diferenças entre homens e mulheres são percebidas pelos filhos nos primeiros anos de vida. É normal que a criança tenha curiosidade e queira olhar ou pegar os genitais de outra pessoa. “O fato da criança tocar o próprio corpo é muito natural, pois faz parte da curiosidade com o desenvolvimento do

próprio corpo. A criança descobre que há determinadas áreas que causam sensações muito gostosas, ela deve ser ensinada sobre a sua intimidade e que há determinadas situações que devem ser feitas em lugares reservados”, analisa. Por conta disso, é necessário ensinar que algumas partes do corpo são públicas e outras, privadas, já que isso evita que a criança se exponha e até que sofra abusos, já que aprende que o outro não tem o direito de tocar em suas partes íntimas. E como devemos chamar os órgão sexuais? Pode dar apelido? A psicóloga não vê problemas com os menores. “Os nomes que cada família acaba criando ensina para a criança o entendimento da estrutura do seu corpo. Mas é importante que conforme a criança for crescendo, ela saiba os nomes certos”, diz. Exposição desnecessária E como lidar com a exposição da criança ao erotismo na televisão? Primeiro, a criança não deve ser exposta a situações de sexualidade que ainda não consiga assimilar. “Mas, se aconteceu e a criança foi exposta a conteúdos na televisão que não correspondem com a sua faixa etária, os pais precisam ficar em alerta! Alerta para família, que deve observar

seus hábitos, suas regras. O que a criança observa em determinadas fases do desenvolvimento, principalmente as mais iniciais, seja em comportamento, atitudes, linguagem, acaba assimilando e reproduzindo”, alerta a psicóloga. Fabiana Lima indica uma troca de rotina, verificar quais informações a criança está sendo exposta, quanto tempo que ela passa em frente da tevê e verificar possíveis ajustamentos de programação a faixa etária. “Os pais precisam saber discriminar a situação, se já não é um momento para conversar e orientar sobre dúvidas dos filhos, ou se realmente foi uma informação que chegou desajustada para a criança. Nesse momento os pais podem e devem acompanhar o momento de assistir aos programs de televisão com os filhos, e realizar essas ponderações, quando for necessária, em alguma situação que surgir”, completa. A escola também tem um papel importante na educação sexual. “A escola deve contribuir na educação sexual. Construir um programa sobre o assunto é interessante, mas sempre com o auxílio e orientação para a família também. Lá, deve-se evitar atitudes preconceituosas e também responder a todas as questões que a criança tem dúvida com naturalidade”, conclui.


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