Saúde - 21 de setembro de 2014

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Caderno F

MANAUS, DOMINGO, 21 DE SETEMBRO DE 2014

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Mau hálito, um problema de saúde pública no país No Dia Nacional do Combate ao Mau Hálito, Associação Brasileira de Halitose alerta sobre as causas da halitose MELLANIE HASIMOTO Equipe EM TEMPO

É

uma situação chata. A gente sente, mas a outra pessoa, muitas das vezes, ignora que tem um problema. Você sente aquele odorzinho ruim emanando da boca do colega, e é constrangedor falar algo – tendo intimidade ou não. A halitose é um problema difícil de conviver, que causa impacto na qualidade de vida do indivíduo. Mais conhecida como mau hálito, atinge 50 milhões de brasileiros, o que representa 30% da população do país, segundo dados da Associação Brasileira de Halitose (Abha). Esse número alarmante representa um problema de saúde pública no Brasil e pode causar problemas socioemocionais, depressão e dificuldade nas relações interpessoais, além de poder estar associada a algum problema de saúde. “É chato. Minha chefe tem esse problema, e é constrangedor ficar ao lado dela. Um terror quando ela precisa falar algo mais perto de

mim. Mas como é que reagimos a uma situação dessa? Não dá para falar nada – eu, pelo menos, não consigo”, lamenta a relaçõespúblicas K. A., 21. A situação em que vive K. é a mesma de muitas pessoas. E, diante desse panorama, o cirurgião-dentista Marcos Moura, presidente da Abha, explica que a entidade instituiu o Dia Nacional do Combate ao Mau Hálito, celebrado anualmente amanhã, dia 22 de setembro, como forma de chamar a atenção da população sobre como lidar com essa condição. “Apesar de não ser uma doença, a halitose pode indicar que há algo errado no organismo e deve ser identificado por meio de um correto diagnóstico e tratado adequadamente quando o problema torna-se crônico”, relata Moura. Moura afirma ainda que o mau hálito pode estar associado a aproximadamente mais de 60 tipos de caus a s

distintas, como jejum prolongado, hábitos de alimentação inadequados, alterações no padrão salivar, sinusites, fumo, uso de drogas e ingestão de bebidas alcoólicas, entre outros. Entretanto, há um aspecto que precisa ser desmistificado em relação ao mau-hálito. “É comum relacionar problemas no estômago como o principal responsável pelo hálito alterado. Na verdade, trata-se de uma crença com pouca evidência científica ou clínica”, esclarece o presidente da Abha. A literatura registra que de 90% a 95% das halitoses são causadas no ambiente bucal, principalmente na língua, e cerca de 5% a 10% têm causas sistêmicas. A língua possui diversas papilas gustativas entre as quais se formam criptas, ou seja, saquinhos que retêm resíduos de alimentos, células epiteliais descamadas e placas bacterianas que começam a fermentar e a liberar o d o r de enxofre. O tratamento da halitose pode ser

multidisciplinar, mas, como cerca de 90% dos casos de halitose são de origem bucal, o profissional de primeira escolha no diagnostico e tratamento do mau hálito deve ser um dentista capacitado. A halitose pode ser indicativo de várias doenças, caso seja necessário, o dentista capacitado poderá indicar o paciente a outras especialidades para realizar o tratamento de forma conjunta. Enxaguante bucal Para remediar, muita gente opta pelo uso do enxaguatório bucal. Os benefícios são inúmeros: ajuda a eliminar as bactérias que causam a gengivite, a placa bacteriana, o mau hálito e a cárie dentária. Mas é preciso ter cuidado com o uso excessivo do produto, como explica a dentista Alessandra Rodrigues. “Existem diversos enxaguantes no mercado com diversas formulações e sabores, mas é importante que contenha flúor para ajudar a reduzir o risco de cárie dentária. Evite os que possuem o sabor muito forte de menta, pois

podem ressecar a boca”, diz. Outro ponto levantado pela profissional é o álcool presente nos enxaguantes. “Ele contribui para o aumento das taxas de câncer oral de forma similar às bebidas alcoólicas, sendo o segundo fator de risco que influencia no surgimento da doença. Além disso, seu uso resseca a mucosa e provoca descamação, que podem formar saburra lingual, motivo do mau hálito”, diz. Ela reforça, ainda, que é importante atentar para não engolir o produto, pois pode fazer mal ao estômago. Em relação ao tempo, é recomendado bochechar durante 45 segundos. “Ultrapassar esse tempo pode manchar os dentes e alterar o paladar e a cor da língua. Para as crianças, é recomendado que os pais procurem um odontopediatra. Dê preferência a produtos infantis aplicados com cotonete sobre a superfície dos dentes, assim, não há o risco de ingerir todo o líquido colocado na boca”, finaliza. E, antes de qualquer compra, verifique se o produto possui registro na Anvisa.


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