Saúde - 02 de setembro de 2012

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Caderno E

Saúde MANAUS, DOMINGO, 2 DE SETEMBRO DE 2012

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Coração feminino em perigo Saúde e bem-estar E7

O queridinho da mamãe Não tem jeito, por mais que se diga que o amor de mãe é igual para todos os filhos, um sempre acaba achando que o outro é mais protegido, o que pode desencadear o ciúme. Veja aqui como contornar o problema e viver bem com todos ALITA MENEZES Equipe EM TEMPO

J

á faz parte do dia a dia da família Pacheco as brigas entre os irmãos André Gustavo, 16, e André Frederick, 15. Com uma pequena diferença entre as idades, os desentendimentos entre os dois é algo que acontece desde a infância e o principal motivo de tanta discussão está no famoso ciúme entre irmãos. “Até uma louça que mando lavar é motivo de briga, o que lava diz que gosto mais do outro e vice-versa”, conta a mãe, Leila Gisele Pacheco, que trabalha no segmento de vendas. “O Gustavo chama o Fred de mano que por sua vez chama o irmão pelo nome. Isso deixa o Gustavo chateado, mas é porque ele é o mais velho e quando o Fred nasceu eu sempre o ensinei a chamá-lo de maninho”, continua. E, muitos são os exemplos das brigas entre irmãos, que apesar de demonstrarem muito companheirismo não conseguem ficar sem trocar “alfinetadas”. Para o psicólogo Fabrício Menezes, esse é um comportamento, até certo ponto, normal, já que o irmão mais velho é acostumado a ter a mãe para si e quando chega o outro, ou outros irmãos, ele não sabe dividir a atenção materna. Do mesmo modo, que o irmão mais novo requer mais cuidados e também necessita de atenção. “Funciona assim: O outro está recebendo mais atenção do que eu. Esse, na verdade, é mais um sentimento de preocupação, de receio de ficar de lado ou esquecido”, explica o especialista em comportamento humano. “O ciúme deixa de ser normal quando fica explícito socialmente que tudo tem que girar em torno de uma pessoa, como se todos tivessem que fazer o que a pessoa enciumada quer”, completa. De modo geral, todo ciumento acredita que o outro é propriedade dele, no caso do ciúme entre irmãos a disputa é pela atenção exclusiva da mãe. A pessoa em crise de ciúme perde o senso crítico e acaba exagerando na interpretação da falta de afeto. “Esse comportamento é um sofrimento para quem o possui, pois o ciumento sofre por antecipação, muitas vezes, sem ter razão para isso”, afirma o psicólogo. Explicação

que é fácil de se identificar no caso dos irmãos Pacheco. Gustavo acredita que o irmão caçula é mais protegido pela mãe, enquanto Frederick afirma que é o mais velho o favorito. “A maioria das vezes sou eu quem arruma o quarto ou limpa a casa, porque o Fred é alérgico e não pode fazer nada. Ele se aproveita disso para se beneficiar”, reclama Gustavo. “Não importa qual o motivo, toda vez que brigo com o Gustavo a mamãe dá razão para ele, sempre sai como certo na história”, rebate Frederick. A mãe, Leila, diz que é muito difícil agradar aos dois ao mesmo tempo, já que eles têm gostos e personalidades bem distintas. “Eu procuro respeitar essa individualidade, mas também faço que entendam que não existe um queridinho. O mesmo amor que tenho por um, tenho pelo outro”, declara. Fabrício Menezes comenta que os pais não devem esquecer que são responsáveis pela construção de um indivíduo que deverá ter controle de suas emoções, capacidade para resolver seus problemas pessoais

A maneira como se gosta de cada filho tem a ver com afinidade e isso é normal, mas não se deve demonstrar preferência Fabrício Menezes, psicólogo

e vir a contribuir com a sociedade. “O ideal é que todos (filhos) sejam tratados de maneira igual, tendo o cuidado de evitar as comparações entre os filhos, pois isso suscitará um provável sentimento de menos valia”, aponta. Ainda de acordo com o profissional, os pais devem procurar incentivar o respeito mútuo entre os irmãos e sempre elogiar os pontos fortes de cada um.

Família reunida e integrada Outros profissionais que tratam de comportamento humano preconizam ainda que os pais não devem se descuidar do filho mais calminho, vendo-o como se não tivesse autonomia e sentimentos. Ele também deve ser valorizado e apoiado. “Aparentemente ele não pede afeto, mas precisa sempre receber demonstração de carinho”, conclui Fabrício. Uma dica do especialista

é identificar as situações de ciúme e procurar intervir antes que vire uma nova briga. “Reforce, sempre, que a amizade entre os irmãos é única. Conte sobre seus irmãos, se for o caso, e mostre exemplos em outras famílias”, aconselha. O psicólogo observa, ainda, a importância da política familiar das famosas reuniões para discussão dos fatos e problemas decorrentes dessa convivência.


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