Caderno F
MANAUS, DOMINGO, 17 DE AGOSTO DE 2014
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Medicina avança no tratamento da hérnia
Técnicas apresentadas por profissionais do exterior e Brasil fazem com que os pacientes se recuperem mais rapidamente
MELLANIE HASIMOTO Equipe EM TEMPO
A
hérnia é a segunda doença benigna mais operada no mundo, e a que mais retira as pessoas de seus compromissos pessoais e de trabalho. Por conta disso, é importante procurar orientação médica assim que notar algum sintoma, visto que, se permanecer sem tratamento, pode até causar a morte. Essas informações foram fornecidas pelo médico gastroenterologista Sidney Chalub, membro da equipe que promoveu o Simpósio Internacional de Hérnia, em Manaus, que ocorreu na última quintafeira (14), no auditório da Escola Superior de Ciências da Saúde da Universidade do Estado do Amazonas (UEA) – avenida Carvalho Leal, Cachoeirinha. Jornada A hérnia é geralmente uma bolsa formada pela membrana que reveste a cavidade abdominal (peritônio). A hérnia sai por
um orifício ou área frágil na fáscia, a camada forte da parede abdominal que envolve o músculo. Existem cinco tipos: a hérnia femoral (saliência na virilha); de hiato (na parte superior do estômago); incisional (em uma cicatriz de cirurgia abdominal anterior); inguinal (protuberância na virilha); e a hérnia umbilical (no músculo ao redor do umbigo). Para solucionar o problema, uma equipe formada por cinco médicos estrangeiros e quatro brasileiros está percorrendo os municípios da região desde a última segunda-feira (10), fazendo cirurgias de hérnia envolvendo novas técnicas. A jornada de cirurgias iniciou por Manaucapuru, a 84 quilômetros de Manaus, por meio uma iniciativa da Secretaria de Estado de Saúde (Susam), em parceria com a Organização Não Governamental (ONG) do Reino Unido, Operation Hérnia, e Sociedade Brasileira de Hérnia. “O ONG é chamada Operation Hernia, e atua em todo o mundo, viajando para locais de difícil aces-
so. O Amazonas foi eleito para a rota do grupo, e todos são professores de medicina em seus respectivos países. Eles vieram fazer a atualização dos profissionais locais, demonstrando novas técnicas”, completou Chalub. Ontem e hoje, a equipe realizou 20 cirurgias na Fundação Hospital Adriano Jorge (FHAJ), também da Susam, e outras 20 no Hospital Universitário Getúlio Vargas (HUGV), vinculado à Universidade Federal do Amazonas (Ufam), ambos em Manaus. Nessas duas instituições, houve, ainda, cirurgias videolaparoscópicas – com a utilização de microcâmeras e pinças, o que torna os procedimentos minimamente invasivos. Inovações Chalub disse, também, que as técnicas apresentadas pelos profissionais vindos da Itália, Inglaterra, Estados Unidos, Austrália e Brasil fazem com que os pacientes se recuperem de maneira muito mais rápida. “Operamos todos os tipos de hérnia, com técnicas
menos agressivas. Algumas até podem ser operadas com anestesia local, e o paciente pode ir para a casa no mesmo dia. Outra inovação são os materiais utilizados para reforçar a parede abdominal, que causam pouca repercussão do ponto de vista da dificuldade de cicatrização. Com videolaparoscopia, o paciente se recupera até mais rápido e tem um pós-operatório mais confortável”, informou, acrescentando, ainda, que antigamente, os pacientes passavam entre 30 e 60 dias se recuperando da cirurgia. Amanhã a equipe segue para Manicoré, a 333 quilômetros da capital amazonense, onde permanecerá
até a terça-feira (19). Lá, serão realizadas outras 50 cirurgias, informou o médico cirurgião Sidney Chalub, doutor em terapêutica cirúrgica e único amazonense da equipe de médicos que fazem parte da jornada. Alerta Sidney Chalub alerta para a importância de procurar orientação médica o quanto antes. “As hérnias podem surgir em crianças e adultos, e muitas são recidivas (reaparecem após um tempo). E a hérnia não tem tratamento clínico, a solução é 100% cirúrgica. Se postergar a intervenção, é possível que ela aumente,
fazendo com que a parede abdominal fique mais fraca, e as chances de complicações são maiores”. Frequentemente, a hérnia não apresenta sintomas. Entretanto, em alguns casos pode ocorrer dor ou desconforto. Esse desconforto pode ser pior quando se está de pé, faz esforço ou levanta objetos pesados. Embora uma hérnia só cause desconforto leve, ela pode aumentar de tamanho e estrangular. Isso significa que o tecido fica preso no orifício e a circulação sanguínea pode ser interrompida. Se isso ocorrer, será necessária uma cirurgia urgente.