Caderno F
MANAUS, DOMINGO, 17 DE MAIO DE 2015
DIVULGAÇÃO
Saúde
e bem-estar
saudeebemestar@emtempo.com.br
As diferenças entre cesárea e parto normal
(92) 3090-1017
Página 4 e 5
Enxaqueca infantil é coisa séria
Dores de cabeça também podem ser comuns em crianças, e ajuda especializada é a melhor saída para um diagnóstico correto ALIK MENEZES Especial EM TEMPO
C
efaleia crônica, ou enxaqueca, não é brincadeira. A situação fica ainda mais complicada quando atinge os pequenos. Estando intimamente ligada à alimentação inadequada e diminuição das horas de sono, a dor de cabeça que é muito comum entre os adultos, com o passar dos anos e os novos hábitos diários, já atinge crianças. Elas têm apresentado o quadro clínico sério, e que interfere e prejudica o rendimento escolar. O pequeno Ítalo Silva Borges, 7, sofreu com as dores durante alguns meses. Segundo sua mãe, Regina Borges, o filho começou a se queixar de dores na cabeça e ela, também, percebeu que o pequeno estava mais quieto, sonolento e apresentado queda no rendimento escolar. “Ele sempre foi uma criança ativa, brincalhona, com bom desempenho na escola, muito elogiado pelas professoras. Aí, subitamente, ele começou
a mudar”, lembra Regina. A mãe de Ítalo não pensou duas vezes e procurou ajuda especializada. Foi nesse momento que chegou o diagnóstico: o estudante sofria de enxaqueca infantil. “Achei estranho porque sempre achei que fosse coisa de adulto. Não achei que meu filho poderia ter isso. Quando me disseram, lembrei que às vezes ele chorava de dor”, disse. O espanto não parou por aí. Informada que as dores, possivelmente, tivessem ligação, principalmente, com a alimentação (inadequada ou sem horários certos) e a má qualidade do sono, a mãe começou a planejar mudanças na rotina de Ítalo. “Saber disso foi outra surpresa e, a partir daí, comecei a verificar onde estava errando e mudando. Também fizemos a medicação por algum tempo. Hoje meu filho está ótimo, voltou a ser o que era”, comemora Regina. Causas comuns De acordo com a neurologista infantil Tatiana Teles, a enxaqueca é a causa mais comum de cefaléia (dor de cabeça) crônica tanto em adultos quanto em crianças. Entre os fatores para a doença a médica cita a diminuição das horas de sono, jejum e horários irregulares das refeições. “Além de alimentos como queijo, chocolate, cafeína, frutas cítricas e álcool podem influenciar nas crises. Na infância, pode durar de 1h até 72h”, informa.
Tatiana orienta que os pais devem ficar atentos para possíveis novos hábitos. “Especial atenção deve ser dada aos adolescentes, particularmente, para a possível relação com o uso de álcool ou tabaco, também descritos como fatores desencadeantes dessa dor”, destaca. Após diagnosticado o tipo de cefaléia, a medica orienta que o tratamento seja seguido corretamente – que pode ser com uso de medicação ou não. De acordo com a Tatiana Teles, na infância a prevalência desse tipo de dor de cabeça é mais comum em garotos de até dez anos e nas meninas a partir dessa idade. No caso dos adolescentes, estudam apontam a prevalência crescente. “No caso dos adolescentes, o uso de álcool, estresse emocional e os outros fatores já apresentados aqui podem justificar este fato epidemiológico”, analisa. A neurologista alerta que as fortes dores impossibilitam a permanência do aluno na sala de aula. Ela destaca ainda fatores como fotofobia (sensibilidade ou aversão a luz) pode agravar as crises e afeta a concentração. “Uma atenção especial deve ser dada para dificuldade escolar recente, distúrbios agudos do comportamento, que podem se relacionar com cefaléias secundárias e merecem uma investigação diagnóstica específica ”, concluiu.